quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Gizmodo Brasil

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Homem é acusado de usar drone para jogar explosivos sobre a casa da ex-namorada

Posted: 18 Sep 2019 02:55 PM PDT

Drone voando no céu azul

Promotores acusaram um mecânico de usar um drone para jogar bombas sobre a casa de sua ex-namorada em Washington Township, no estado da Pensilvânia (EUA).

Jason Muzzicato foi preso pelo FBI após um mandado em sua oficina e em sua casa no dia 9 de junho. Ao averiguar os locais, eles encontraram 10 revólveres, incluindo múltiplas pistolas semiautomáticas e fuzis AR-15, além de sete aparatos explosivos feitos à mão, segundo o Lenigh Valley Live. Ele não podia ter armas devido a uma medida protetiva por violência doméstica de 2017.

Muzzicato foi acusado neste mês por crimes relacionados à posse de armas de fogo e explosivos, além de pilotar um drone DJI Phantom 3 que não estava registrado na FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA).

De acordo com o jornal Morning Call, da Pensilvânia, o promotor assistente John Gallagher disse que foi registrado na segunda-feira numa corte federal que Muzzicato usou um drone para soltar um explosivo na propriedade de sua ex-namorada e que ele deveria ficar detido.

"Não precisa imaginar muito o enorme estrago que pode resultar da combinação de armas ilegais, explosivos e drones", disse o promotor William McSwain em um comunicado à imprensa sobre o caso.

Muzzicato não foi acusado formalmente por detonar explosivos. O advogado de defesa John Waldron disse que Muzzicato não usou drones para jogar bombas em terceiros. "Não temos evidências conclusivas, e quando meu cliente foi interrogado pelo FBI, ele negou isso", disse Waldron, segundo o Morning Call.

Waldron ao FBI que os investigadores estão analisando os dispositivos de Muzzicato usados para fazer o drone voar. A ideia é checar onde e quando o drone voou.

De acordo com o Morning Call, promotores alegam que os dispositivos achados sob a posse de Muzzicato em 7 de junho o conectam com explosões que incomodaram sua vizinha desde março deste ano, mas que não causaram danos ou ferimentos.

Charles Carcione, um morador de Washington Township, disse a um jornal local da WTAP ter ouvido explosões na vizinhança, e que as câmeras de sua casa filmaram uma explosão.

"Um dia, eu estava…na garagem fazendo alguma coisa. De repente, eu ouvi um barulho. Elas caíram no céu", disse Carcione à WTAP. "Ninguém estava por perto. Ninguém passou e jogou [as bombas]. Elas caíram do céu."

Carcione disse à emissora WTAP que conhecia Muzzicato e que suspeitava dele.

O Morning Call relata que os registros do tribunal mostram que em uma busca nos veículos de Muzzicato foram encontrado interruptores no painel que controlavam rolamentos de esferas, pregos e diluentes que poderiam ser usados para vandalizar outros veículos.

Segundo o Ministério Público dos EUA, Muzzicato pode ficar 33 anos na prisão e ter de pagar uma multa de US$ 760 mil, se for condenado.

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iPhone 11 e iPhone 11 Pro já estão homologados pela Anatel

Posted: 18 Sep 2019 01:41 PM PDT

iPhones 11 de várias cores

O iPhone 11 foi apresentado no último dia 10 e tem recebido elogios por sua câmera e pela duração da bateria. Nos EUA, o aparelho vai chegar às lojas nesta sexta-feira (20). No Brasil, ainda não há data de lançamento, mas um passo nesse sentido foi dado: a homologação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O iPhone 11 Pro e o iPhone 11 apareceram no sistema da agência reguladora e foram vistos pelo pessoal do Pinguins Móveis e do MacMagazine. Por enquanto, nada do iPhone 11 Pro Max.

O Brasil deve receber as versões europeias/asiáticas dos celulares, que funcionam com as bandas de 4G e 4,5G usadas pelas operadoras nacionais. A versão americana do aparelho não é compatível com a banda 28, de 700 mAh, do 4G, que tem melhor penetração em lugares fechados. Essa faixa do espectro era anteriormente ocupada pelo sinal de TV analógica e começou a ser usada para a internet móvel em 2018.

Como observa o site especializado em Apple, é a primeira vez que o aparelho é homologado pela Anatel antes do início das vendas nos EUA. Em 2018, isso aconteceu três dias depois da chegada às lojas norte-americanas. Será que isso significa que as vendas devem acontecer mais cedo também? Por enquanto, ainda não temos mais detalhes sobre preço e disponibilidade no Brasil.

Nos EUA, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max mantiveram os preços do XS e do XS Max (US$ 1.000 e US$ 1.100, respectivamente), e o iPhone 11 sai US$ 50 mais barato que o preço de lançamento do iPhone XR (US$ 700 contra US$ 750). Por aqui, houve cortes de preços dos modelos antigos de até R$ 1.100 e mudanças de produtos na linha de aparelhos. Ainda há a expectativa para ver se o iPhone mais caro quebrará a barreira dos R$ 10 mil — o iPhone XS Max de 512 GB chegou custando impressionantes R$ 9.999 no ano passado.

[MacMagazine]

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Rede 42 São Paulo quer promover o aprendizado de programação de forma gratuita e sem professores

Posted: 18 Sep 2019 01:14 PM PDT

A 42 acaba de inaugurar, em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, o seu primeiro campus em São Paulo e o segundo no Brasil – o primeiro foi no Rio de Janeiro. O nome “42” é uma referência à obra clássica do universo geek Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, que considera o número 42 como a resposta para tudo.

Ela não se considera uma escola (apesar de ser uma plataforma de ensino) e se posiciona mais como uma rede de fomento ao aprendizado na área de tecnologia. Isso significa que o objetivo é que os "tripulantes" (como são chamados os participantes) aprendam linguagens de programação por conta própria, buscando ajuda de outras pessoas e materiais na internet.

Dessa forma, não há professores e nem sala de aula. O que a 42 oferece é um local físico com computadores e infraestrutura necessária para os participantes se aprofundarem no mundo da programação.

O espaço fica aberto 24 horas, 7 dias por semana, sendo que cada um determina qual horário vai frequentar o local e quanto tempo vai passar lá. Ao chegar, é possível escolher qualquer computador para começar a trabalhar. O aprendizado é guiado por meio da plataforma da 42, que funciona como um jogo. São apresentados desafios e você vai ganhando pontos à medida que vai resolvendo cada um deles para ir passando de nível.

Pelo fato de ser baseada em um modelo de aprendizado colaborativo, porém independente na medida em que o próprio aluno precisa ir atrás do conhecimento (seja em vídeos no YouTube ou pedir ajuda para os colegas), a metodologia requer um grande nível de comprometimento e disciplina, visto que é o aluno que determina sua carga horária.

Educação por desafios

Um aspecto interessante da 42 é que a rede preza pela diversidade dos "tripulantes". Primeiramente, não há custo nenhum para os participantes e nem exigência de diploma. O único requisito é que a pessoa seja maior de 18 anos. Cientes de que existem outras limitações além do custo de uma mensalidade, a 42 São Paulo vai oferecer bolsas de auxílio de transporte, alimentação e hospedagem para quem não tiver condições financeiras de frequentar o espaço.

Laboratório da 42 São Paulo

Para garantir que a oportunidade chegasse às regiões mais periféricas, a 42 realizou uma parceria com organizações como Gerando Falcões e Laboratória para divulgar a abertura das inscrições. A diversidade dos participantes não se limitou apenas ao caráter econômico, no entanto. O número de mulheres inscritas foi de 30%, uma taxa relativamente alta se comparada aos campi na França (com 14% de tripulantes mulheres) e EUA (15%), por exemplo. No processo seletivo também foram aprovados um candidato com deficiência visual e dois com deficiência auditiva, indicando que a plataforma é acessível a todos, segunda a rede.

Para se tornar um tripulante, os interessados devem passar por um processo seletivo de três etapas. A primeira delas, chamada "Game", teve início em julho e os participantes deveriam participar de um jogo. No total, 2 mil foram aprovados dentre os 12 mil inscritos. Já a segunda fase, chamada "Check-in", aconteceu em agosto e os candidatos foram convidados a conhecer pessoalmente como funciona a 42 São Paulo. A última delas, chamada "Piscina", terá início em outubro e os participantes passarão por uma experiência de imersão de 28 dias com exercícios práticos, projetos e exames.

Finalmente, os aprovados na Piscina se tornam tripulantes oficiais e começam sua jornada que é dividida em Fundação, Experiência, Mastery e Final da Jornada. Esse ciclo pode ser concluindo entre 3 a 5 anos, dependendo do ritmo de cada um.

Durante o evento de lançamento, Guilherme Decourt, diretor da 42 São Paulo, mostrou uma prévia de como essa jornada de aprendizado é estruturada. Há uma galáxia de temas, em que o aluno pode determinar qual caminho seguir, desbloqueando os desafios conforme passa de nível. Alguns exemplos de desafios são recriar uma plataforma similar ao YouTube do zero, construir o cérebro de um sistema operacional, recriar um jogo, entre outros.

Os alunos são avaliados em 17 habilidades diferentes e essa avaliação é feita pelos próprios colegas. Ao acessar o seu mapa de habilidades, é possível ver quais áreas precisam ser aprimoradas e buscar ajuda de outras pessoas que apresentam performance melhor naquele determinado ponto.

Durante o período de "Experiência", os participantes também podem realizar intercâmbio em outros campi da 42 espalhados ao redor do mundo. Assim, é possível o aluno se conectar com alguma unidade em outro continente para trabalhar em algum projeto específico ou simplesmente trocar experiências.

Por enquanto, a 42 São Paulo ainda não tem nenhum projeto definido para oferecer auxílio financeiro para essa experiência, dependendo da situação de cada um. Como a 42 não é considerada uma escola formal, por exemplo, ela não é capaz de fornecer visto de estudo, sendo necessário que o aluno aproveito o período de visto de turista para realizar esse intercâmbio ou já tenha algum tipo de autorização para permanecer no país a ser visitado.

Nessa fase inaugural do projeto, Karen Kanaan, diretora da 42 São Paulo, conta que a divulgação do processo seletivo foi feita de forma totalmente orgânica nas redes sociais, resultando em uma grande quantidade de inscritos em pouco tempo. Para a surpresa deles, a média de idade dos aprovados na primeira fase foi de 36 anos. Além disso, 25% é de baixa renda, sendo que 24% solicitou a bolsa auxílio. Kanaan afirma ter ficado satisfeita com a diversidade dos candidatos, sendo eles de regiões como Capão Redondo, Jardim Ângela e Cidade Dutra, até outros estados como Tocantins, Amapá e Pernambuco.

Considerando que a 42 não é uma escola, a experiência não é exatamente um curso profissionalizante com diploma. Segundo os diretores, quem vai validar a qualificação dos alunos é o próprio mercado.

A 42 foi criada em 2013, na França, pelo empreendedor Xavier Niel. Atualmente, a rede conta com 22 campi espalhados pelo mundo, em países como França, Bélgica, Marrocos, Finlândia, Holanda, Rússia, Indonésia, Armênia, Japão, Colômbia, Espanha, Canadá, Estados Unidos e Brasil.

Ainda não há previsão para quando uma nova rodada de inscrições será aberta, mas, a partir dessa primeira experiência, Decourt afirma que será estruturada uma agenda recorrente. Durante os próximos três anos, a 42 São Paulo contará com o apoio da Fundação Telefônica Vivo e a ideia é que o projeto seja mantido por meio de parcerias com empresas, sem qualquer custo para os participantes.

Para mais informações sobre a 42 São Paulo, clique aqui.

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[Podcast] Guia Prático: A (falta de?) inovação da Apple; O que esperar da CPMI das fake news

Posted: 18 Sep 2019 12:03 PM PDT

iPhone 11 Pro

O quinto episódio do Guia Prático podcast fruto da parceria entre o Manual do Usuário e o Gizmodo Brasil — já está no ar!

Nesta edição, Rodrigo Ghedin, Guilherme Tagiaroli e Giovanni Santa Rosa falam do iPhone 11 e da pergunta que há anos gera debates acalorados em caixas de comentários de sites especializados: a Apple não inova mais?

No segundo bloco, o assunto é política, ou as possíveis implicações da CPMI das fake news, iniciada no último dia 9 de setembro, nas empresas de internet que estão no centro da crise da desinformação que aflige o mundo.

Você pode ouvir o episódio nesta página ou usar seu player favorito (Apple Podcasts, DeezerSpotify ou pelo RSS) e buscar pelo nome do podcast. Se quiser, é possível também ouvir o programa no YouTube.

Mande o seu recado para o podcast! Pode ser pelo e-mail podcast@manualdousuario.net ou enviando um áudio no Telegram para @ghedin. Se quiser, pode deixar seu comentário que ele pode ser lido no próximo episódio.

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Referências

Links de notícias, reportagens e dados citados no programa.

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Nova teoria aponta que estrela a 1.500 anos-luz da Terra tem brilho misterioso por causa de lua em decomposição

Posted: 18 Sep 2019 11:37 AM PDT

Concepção artística da estrela de Boyajian

Das quase 1 milhão de estrelas registradas pelo telescópio Kepler, poucas chamaram tanta atenção quanto a KIC 8462852, também conhecida como estrela de Boyajian. Uma nova pesquisa sugere que seu brilho esporádico não é causado por um enxame de cometas ou por uma megaestrutura alienígena, mas, sim, por uma explosão de uma exolua abandonada em processo de desintegração.

A estrela Boyaijan, também chamada de estrela Tabby, foi descoberta há quase 130 anos, mas seu comportamento incomum de escurecimento foi detectado pela primeira vez em 2015 pela astrofísica Tabetha Boyajian, da Universidade Estadual de Louisiana, nos EUA. A estrela foi batizada informalmente em homenagem à pesquisadora norte-americana.

Localizada a quase 1.500 anos-luz da Terra, esta estrela é normal, a não ser pelos seus períodos intermitentes de escurecimento. Observou-se que o brilho da estrela diminui em até 22%, e essas mudanças na luminosidade podem durar alguns dias ou semanas. Dados de arquivos coletados pelo astrônomo Bradley Schafer, da Universidade Estadual de Louisiana, sugerem que a estrela Boyajian está ficando progressivamente mais fraca com o tempo, com uma diminuição de 14% no brilho entre 1890 e 1989.

Essas observações levaram a uma série de possíveis explicações, incluindo um enxame de cometas, uma faixa irregular de poeira, os restos de um planeta recém-nascido e uma estrela distorcida. As observações eram tão estranhas que o astrônomo Jason Wright, da Penn State, propôs a presença de uma megaestrutura alienígena como uma possibilidade.

Entendendo a nova tese

Uma equipe de astrônomos da Universidade de Columbia propôs outra explicação possível, e é realmente muito esquisita — embora não tão estranha a ponto de não ser levada a sério por especialistas externos.

Em um novo estudo, publicado no Monthly Notices of Royal Astronomical Society, os astrônomos Brian Metzger, Miguel Martinez e Nicholas Stone apresentaram um cenário no qual uma lua orfã, jogada fora por seu planeta pai condenado, está derretendo lentamente conforme é atingida pela radiação de sua estrela hospedeira. Fragmentos da desintegração da exolua estão constantemente vazando no espaço, criando um anel empoeirado ao redor da estrela de Boyajian. Como visto da Terra, esse anel resulta no bloqueio da luz das estrelas.

"Este estudo é uma contribuição importante para o tópico — ele realiza um trabalho detalhado, considerando muitas dinâmicas envolvidas em um sistema tão caótico, e os resultados parecem promissores para essa teoria", disse Boyajian, que não estava envolvida com o projeto, apesar de dar nome à estrela, em um e-mail ao Gizmodo.

O astrônomo Keivan Stassun, da Universidade Vanderbilt, também gostou do novo estudo, afirmando que a explicação proposta para o escurecimento era "plausível e interessante", ainda que um pouco especulativa.

"Tudo, em qualquer lugar, eventualmente morre. Um dos grandes legados do telescópio espacial Kepler é que ele revelou a surpreendente variedade de maneiras pelas quais os participantes de outros sistemas solares — os planetas, luas, cometas e assim por diante — experimentam a morte nas mãos das estrelas que orbitam", disse Stassun, que não estava envolvido com a nova pesquisa, em um e-mail ao Gizmodo. "Este novo estudo adiciona mais um capítulo ao crescente compêndio feito pelos astrônomos sobre como os sistemas solares atingem seu fim."

Como Metzer e seus colegas explicam no estudo, o começo do fim se deu com um exoplaneta e sua exolua associada, ambas em órbita ao redor da estrela Boyajian, e um infeliz encontro com as intensas forças gravitacionais exercidas por um exoplaneta maciço habitando o mesmo sistema solar.

A perturbação gravitacional resultante fez com que o planeta pai entrasse em uma órbita extremamente excêntrica que o colocou em rota de colisão com a estrela hospedeira. Ao mesmo tempo, a interação também resultou em "desapego de maré", como os pesquisadores descreveram no estudo, em que a lua foi permanentemente separada do planeta pai.

Ao rodar simulações computacionais neste cenário, os pesquisadores da Universidade de Columbia mostraram que, em alguns casos envolvendo exoplanetas que colidem com suas estrelas hospedeiras desta maneira, a maioria das exoluas se juntará aos seus planetas correspondentes em uma demonstração de solidariedade apocalíptica.

Mas os modelos também mostraram que cerca de 10% das luas órfãs sobreviverão ao planeta pai, permanecendo em órbita ao redor da estrela hospedeira, mas a uma distância desconfortavelmente próxima.

Como resultado, e como presumido pelos pesquisadores nesse caso, a intensa radiação Estela da estrela de Boyajian está retirando material da superfície da exolua órfã, resultando no mencionado anel de poeira. Levará alguns milhões de anos ou mais para a exolua murchar completamente, de acordo com a nova pesquisa.

Semelhante à forma como os cometas evaporam em nosso sistema solar, a exolua está lançando material sólido na forma de pequenas e grandes partículas, disse Metzger ao Gizmodo por e-mail.

"Pequenas partículas — aquelas com menos de um mícron — são altamente opacas, mas sentem forte pressão de radiação externa da estrela por serem leves", disse Metzger. "Embora potencialmente formem uma 'nuvem' temporária nas imediações da lua, possivelmente contribuindo para a 'imersão' observada ao passar na frente da linha da visão da estrela”, a nuvem de poeira “será, no fim, removida do sistema estelar", ou seja, "explodida pela pressão da radiação e, portanto, não ficará tempo suficiente para causar escurecimento a longo prazo".

Ao mesmo tempo, Metzger disse que partículas maiores não estarão sujeitas à forte pressão de radiação, fazendo com que esses pedaços permaneçam em órbita ao redor da estrela. Isso é importante porque as partículas grandes serão lentamente arrastadas em direção à estrela ao longo de centenas e possivelmente milhares de anos, disse ele.

O "acúmulo resultando de partículas tão grandes criará um disco aninhado em forma de anel — muito parecido com os anéis de Saturno — que pode bloquear lentamente porções da luz da estrela em uma escala de tempo mais longa", explicou Metzger.

Importância da pesquisa

Esses detalhes são importantes, continuou Metzger, mas o "aspecto potencialmente mais interessante" da pesquisa de sua equipe foi a proposta de um mecanismo natural para explicar as imersões observadas — ou seja, a capacidade de uma exolua órfã expelir materiais ricos como um cometa em órbita ao redor de uma estrela.

De fato, o interessante deste artigo, de acordo com o que Schaefer disse ao Gizmodo por e-mail, é que ele fornece o "primeiro modelo razoável" para explicar as "piscadas" na estrela, enquanto as tentativas anteriores de explicar a anomalia não eram "astrofisicamente razoáveis".

"Para o exemplo mais proeminente, a 'ideia de alguma coisa parecida com um cometa' poderia ter criado tais imersões, mas era muito pouco plausível elas fossem profundas o suficiente", pois muitos "cometas de tamanho gigante" seriam necessários para que a teoria funcionasse, para não mencionar que nenhuma teoria boa explicou por que apenas uma estrela em um milhão exibiu repentinamente essa nebulosidade, disse Schaefer, que não estava envolvido nesta nova pesquisa.

"Agora, pela primeira vez, temos um modelo mais plausível", afirmou Schaefer ao Gizmodo. O novo artigo "fornece um mecanismo plausível para obter muitos mergulhos ao mesmo tempo, e fornece um mecanismo crível para obter poeira suficiente em um evento recente singular (para cada imersão), e isso explica por que as quedas de luz da estrela Boyajian deveriam ser bem incomuns, mas de uma forma como nunca vimos" entre as muitas estrelas que observamos do telescópio espacial Kepler. "O novo estudo fornece cálculos realistas e detalhados para suportar os argumentos deles".

Elogios à parte, vale ressaltar que as especulações feitas no artigo são, como o nome diz, especulações. Sim, o "mecanismo natural" proposto pelos autores é suportado por modelos computacionais e matemática, mas são necessárias mais evidências para fortalecer o argumento, como observações visuais ou espectrográficas do próprio disco empoeirado. Provas adicionais terão de vir na forma de observações mais empíricas, tanto na estrela de Boyajian quando em outros lugares.

A boa notícia é que esse fenômeno, embora raro, não seria tão raro ao ponto de não vê-lo novamente em torno de outra estrela. E enquanto ainda temos que provar definitivamente a existência de exoluas fora dos sistema solar, astrônomos têm boas razões para acreditar que nossa galáxia está absolutamente repletas delas. Mas, como a estrela de Boyajian é (aparentemente) uma em um milhão, precisaremos ter paciência.

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Indígenas famosos por sua saúde cardíaca começaram a ganhar peso após usarem óleo de cozinha

Posted: 18 Sep 2019 09:02 AM PDT

Um grupo de povos indígenas da Bolívia é famoso por seus corações saudáveis, mas um novo estudo mostra que eles estão experimentando taxas mais altas de obesidade após a introdução de óleos de cozinha processados ​​em sua dieta.

Os Tsimané são um grupo indígena sediado na Bolívia.  Como várias outras comunidades do mundo, os Tsimané se sustentam principalmente através do cultivo de pequenas culturas, além da busca por alimento e caça.  Esse método extremamente raro de sobrevivência os tornou uma área de grande interesse para cientistas, de antropólogos a biólogos.

Entre as fascinantes descobertas feitas sobre os Tsimané e grupos semelhantes, está o coração.  Embora tenham maior probabilidade de morrer jovens, geralmente devido a doenças infecciosas, eles quase nunca desenvolvem doenças cardíacas.  E comparado a todos os outros grupos de pessoas que vivem no mundo industrializado, seu sistema cardiovascular é primitivo. O que torna essa comparação ainda mais surpreendente é que o nível médio de atividade física não é muito superior ao do americano médio, e eles inclusive ingerem mais calorias diárias.

No entanto, como muitas sociedades de forrageamento no passado, os Tsimané estão cada vez mais entrando em contato com o resto do mundo.  Parte dessa exposição é forçada, pois as empresas de mineração e madeireiras violaram ilegalmente seus direitos à terra, devastaram seu meio ambiente e os pressionaram a se aproximarem das cidades e assentamentos urbanos.  Mas a população em geral também está crescendo, reduzindo seus recursos. Como resultado, os Tsimané estão começando a aceitar empregos para ganhar salários e enviar seus filhos para a escola.

Em um artigo publicado em junho na Obesity, pesquisadores que estudam o Tsimané dizem que essa mudança já está começando a mudar de corpo.  Eles analisaram dados coletados durante oito anos sobre adultos Tsimané com mais de 20 anos, datados de 2002, quando o Projeto de História da Saúde e Vida Tsimane começou.  Esses dados não apenas incluíram medições de sua saúde cardíaca e índice de massa corporal, mas também diários de seus hábitos alimentares; No total, mais de 300 Tsimané foram incluídos no estudo.

Em 2002, eles descobriram que 22,6% das mulheres Tsimané eram consideradas com sobrepeso (um IMC entre 25 e 30), enquanto 2,4% eram obesas (um IMC acima de 30).  Mas em 2010, 28,8% estavam acima do peso e 8,9% estavam obesos. Os homens de Tsimané, que normalmente são mais ativos que as mulheres, experimentaram aumentos semelhantes, porém menores, no IMC.

Essas taxas ainda estão muito abaixo das observadas em outros grupos de pessoas.  Nos EUA, por exemplo, mais de dois terços dos adultos estão acima do peso e quase metade são obesos.  E até 2015, segundo um estudo de 2017, os Tsimané ainda apresentavam taxas muito baixas de doenças cardiovasculares.

Mas algumas das descobertas atuais sugerem que a saúde do coração desses povos provavelmente está piorando e isso não é um bom sinal para as pessoas que moram em outras partes do mundo.  Embora a ingestão média de calorias não tenha mudado muito, o aumento do uso de óleo de cozinha estava associado a um IMC mais alto entre as mulheres Tsimané. Em 2010, quase um terço das famílias relatou usar óleo de cozinha comprado em lojas, e era o único alimento claramente ligado ao aumento do IMC, mesmo quando outros alimentos como açúcar ou grãos refinados também eram mais consumidos.

“Descobrimos que mesmo pequenos aumentos em alimentos industrializados, que são ricos em calorias, mesmo em pequenas porções, contribuíram para o ganho de gordura nessa população ativa e baseada na subsistência”, afirmou o autor do estudo, Alan Schultz, antropólogo da Baylor University em um comunicado divulgado pela universidade. “O óleo de cozinha acrescenta muito sabor – usamos por uma razão – mas com 120 calorias e 14 gramas de gordura por colher de sopa, poucos alimentos podem alterar com tanta facilidade sua dieta”.

A dieta não é a única coisa prestes a mudar drasticamente para os Tsimané nos próximos anos.  E certamente alguns aspectos da modernização, como mais assistência médica disponível para crianças, os beneficiarão.  Mas, dado que as pesquisas sugerem cada vez mais que dietas ricas em alimentos processados ​​prejudicam nosso corpo, a renomada saúde do coração do Tsimané pode estar em risco.

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O que a mídia gringa achou do iPhone 11

Posted: 18 Sep 2019 07:56 AM PDT

Traseira do iPhone 11

Os novos iPhones estão prestes a chegar às prateleiras das lojas americanas, e as primeiras análises do aparelho começaram a sair. Em praticamente todas, o tom é o mesmo: a maioria das melhorias são sutis em comparação com os modelos do ano passado. Como não há novidades no design, nem novas características, todos os reviews ficaram centrados no novo conjunto de câmeras e no Modo Noturno.

Reunimos aqui as impressões de alguns dos veículos que publicaram suas análises.

Câmera

Praticamente todos os reviews falam somente das câmeras. Não há novidades na qualidade da tela, nem outras características que mereçam grande destaque. São smartphones muito potentes, como eram os do ano passado. Há apenas novas cores e um novo desenho para abrigar o conjunto de câmeras.

No Verge:

A Apple adicionou uma câmera grande angular com abertura f/2.4 na traseira dos aparelhos, melhorou o sensor principal de f/1.8 e atualizou a câmera frontal para um sensor de 12 megapixels com um campo de visão ligeiramente maior no modo paisagem, além da possibilidade de gravar vídeos 4K em 60 quadros por segundo. O sistema Smart HDR da Apple também foi melhorado, e há novo modo Noturno. O iPhone 11 tem as mesmas características de câmera do 11 Pro, menos uma lente telefoto. A Apple diz que ambos os modelos devem ter a mesma performance para fotos.

No TechCrunch:

O Modo Noturno do iPhone 11 é ótimo. Funciona, se compara muito bem com outras câmeras com funções para baixa iluminação e a exposição e entrega de cores é a melhor da classe, ponto final.

[…]

A câmera grande angular não pode ser usada no Modo Noturno porque o seu sensor não possui 100% de focus pixels e, é claro, não tem estabilização óptica de imagem. Isso significa que as fotos noturnas com a grande angular precisam ser muito estáveis ou você terá imagens borradas.

[…]

Os retratos são ainda melhores no iPhone 11 e 11 Pro. Os rostos não ficam artificialmente sem profundidade como acontecia algumas vezes no iPhone Xs – um resultado do processo de HDR que é utilizado para destacar sombras e normalizar o contraste de uma imagem.

(Tradução: Mais do que nunca, o que estamos vendo é um aparelho combinado que inclui 3 sensores de imagem, 3 lentes, uma dispersão de sensores de movimento, um ISP, um chip ajustado para aprendizado de máquina e uma CPU trabalhando em conjunto para produzir uma imagem. Esta é uma câmera de aprendizado de máquina.)

Um dos destaques que o review do TechCrunch fez e que me chamou bastante atenção foi para o fato de que as fotos tiradas no modo noturno ainda fazem parecer que é noite. Em alguns dos smartphones que oferecem essa opção, tudo fica tão claro que você não se dá conta que ainda é noite – parece que a foto foi tirada de dia. Essa artificialidade sempre me incomodou, ainda que seja um modo super interessante em diversos smartphones:

Isso é resultado direto da decisão da Apple de não abrir todas as sombras e clarear todos os cantos de uma imagem, queimando na saturação e deixando o contraste plano.

[…]

Assim como muitos outros “modos noturnos” de vários smartphones, há problemas com objetos que se movem. É melhor que ninguém se mexa ou que se mexa só um pouquinho. Isso pode variar dependendo da duração de exposição, de 1 a 3 segundos.

Por fim, o Verge destacou algo interessante sobre vídeos:

Também fiquei extremamente impressionado com as capacidades de vídeo do iPhone 11. As três câmeras [as duas traseiras e a frontal] podem gravar em 4K60, e se você gravar com menos de 60 quadros por segundo, é possível alternar entre as lentes angular e grande angular sem alterações na cor ou mudanças de exposição, o que é impressionante. Os únicos smartphone Android que competem com a Apple em vídeo são os da Samsung. Mas a Apple continua na frente, e a lacuna está aumentando.

Bateria

Todos os novos iPhones ganharam mais autonomia de bateria. O iPhone XR é um dos melhores topo de linha nesse quesito que já usei e é bom saber que o nível subiu mais um pouquinho.

No TechCrunch:

Meu teste de bateria durante diversos dias nos parques [da Disney] faz jus às afirmações da Apple sobre as melhorias em relação ao iPhone XS. A Apple diz que o iPhone 11 Pro tem quatro horas a mais de autonomia do que o XS. No ano passado, o XS durou aproximadamente nove horas e meia durante meus testes e o iPhone 11 Pro chegou a aguentar 12 horas – em condições extremamente desafiadoras.

No Verge:

Em nossos testes, o iPhone 11 durou um dia inteiro com uma carga e ainda sobrava um pouco. É possível descarregar a batera por inteiro em menos de um dia, mas você precisa exigir bastante. A autonomia é ótima, assim como a autonomia do XR era ótima.

No ano passado, o iPhone XR tinha autonomia superior aos modelos XS, mas neste ano a lacuna está menor com os iPhone 11 Pro. O iPhone 11 regular ainda está a par ou um pouco melhor, mas não teve um ganho tão significativo quando os modelos Pro.

Conclusões

Outros veículos como o Wall Street Journal e o New York Times também esmiuçaram detalhes técnicos, mas as conclusões dos jornalões sobre os novos modelos parecem ser certeiras.

WSJ:

No esquema de atualizações do iPhone, os novos iPhone 11, 11 Pro e 11 Pro Max parecem ser entediantes. Os mesmos designs… mas novas cores! Câmeras… mas três delas! Vidro… porém mais fortes?! Depois de uma semana de testes, posso dizer que tudo isso é mais jogada de marketing, com exceção de uma coisa que todos queríamos: celulares que são mais pesados e grossos – mas que funcionam quando precisamos. Sim, mais autonomia de bateria.

[…]

Independente de qual smartphone você tem hoje, escolha as funcionalidades que importam mais para você e tente ignorar a máquina de marketing da Apple.

[…]

Com o hiper-ciclo de atualizações anuais da Apple, é fácil perder noção da realidade da maioria das pessoas que estão ficando com seus smartphones por mais e mais tempo – às vezes por quatro ou cinco anos.

NYT:

Estamos vivendo a era de ouro dos smartphones, quando as melhorias dos gadgets a cada ano estão longe de abalar as estruturas. Dispositivos que foram lançados há três anos continuam rápidos e mais do que capazes. Aqueles com um iPhone 7 de 2016, por exemplo, ainda têm um celular bom com uma câmera excelente.

[…]

Então essa é a minha sugestão: você definitivamente deveria trocar de celular se o seu atual modelo tem pelo menos cinco anos. Os modelos do iPhone 11 têm novidades significativas em relação aos que foram lançados em 2014. Mas para as pessoas que têm celulares de 2015 ou mais recentes, não há pressa para trocar. Em vez disso, há mais milhagem e valor para aproveitar do excelente smartphone que você já tem.

O Verge, que tem um público mais ligado em tecnologia, daqueles que adoram estar na crista da onda, recomenda outra coisa:

Vale a pena fazer o upgrade para o iPhone 11? Se você tem um iPhone mais velho do que o XR e está pensando nisso, acho que a resposta é sim. A câmera foi significativamente melhorada e você terá mais autonomia de bateria do que os outros modelos, com exceção do XR. É com isso que as pessoas se importam, e foi o que a Apple entregou neste aparelho.

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O que o novo objeto interestelar Borisov tem de diferente do ‘Oumuamua?

Posted: 18 Sep 2019 06:44 AM PDT

Imagem dividida ao meio mostra um círculo branco enevoado, o cometa Borisov, à esquerda e um objeto comprido também branco, o objeto interestelar 'Oumuamua, à direita.

O segundo objeto interestelar já registrado fez uma visita ao nosso sistema solar, de acordo com observações astronômicas feitas na semana passada. Mas quais as diferenças entre ele e 'Oumuamua, o primeiro objeto interestelar?

Os cientistas estão ansiosos para aprender mais sobre o cometa C/2019 Q4 (Borisov) desde que o astrônomo amador Gennady Borisov o viu pela primeira vez em 30 de agosto. Observações posteriores determinaram que sua órbita sugere que ele se originou de fora do sistema solar.

Uma comparação com o primeiro objeto interestelar, 'Oumuamua, poderia fornecer uma perspectiva interessante sobre como esses objetos geralmente são.

Os astrônomos descobriram o primeiro objeto interestelar registrado, 1I/2017 U1 'Oumuamua, em 19 de outubro de 2017, e foram capazes de reunir centenas de observações do objeto enquanto ele passava pelo sistema solar. Era tinha uma estranha forma de charuto e parecia acelerar à medida que se afastava do sol.

Houve algumas hipóteses mais inusitadas sobre sua origem e a causa de sua aceleração (“alienígenas!”), mas um debate menos especulativo se concentrou em saber se o objeto é mais como um asteroide rochoso ou como um cometa que liberou um pouco de gás e acelerou ao ser aquecido pelo Sol.

As observações não viram evidências de uma cauda semelhante a um cometa, mas “uma estrutura de ventilação de gás rica em voláteis no ‘Oumuamua fornece a explicação mais simples para sua trajetória ímpar”, de acordo com um artigo do The Astrophysical Journal.

O cometa C/2019 Q4 (Borisov) tem características ligeiramente diferentes. Por um lado, as observações iniciais já revelaram um coma (nome dado à nuvem de poeira e gás que se forma em torno do núcleo de um cometa) e cauda parecidos com os de um cometa.

Sua órbita parece diferente também. “Tem o tipo de órbita mais característica do que esperávamos ver [de um objeto interestelar]”, disse Matthew Holman, diretor do Minor Planet Center, ao Gizmodo na semana passada. "O ‘Oumuamua mergulhou profundamente no sistema solar e chegou perto do Sol; esse não é o comportamento típico que poderíamos esperar.”

Os astrônomos preveem que os objetos interestelares sejam mais parecidos com cometas gelados do que asteroides rochosos, por causa de onde eles presumivelmente se formaram em seus próprios sistemas estelares.

“À medida que você se afasta da estrela, o disco fica mais frio, então os objetos têm mais gelo”, explicou Kat Gök, cientista da equipe da Universidade do Arizona, ao Gizmodo. Presume-se que eles sejam mais parecidos com os objetos gelados do distante cinturão Kuiper do nosso sistema solar. “A maioria das coisas que são ejetadas teriam mais gelo.”

Os astrônomos também pensam que o objeto é um pouco maior que ‘Oumuamua, embora o coma nebuloso dificulte a definição do cometa C/2019 Q4 (Borisov), disse Volk.

Os observatórios apenas reuniram evidências suficientes para concluir que o objeto provavelmente tem origens interestelares, e observá-lo tem sido (e continuará sendo) difícil, pois, atualmente, está relativamente perto do Sol no céu do nosso ângulo de visão na Terra.

Mas, felizmente, o objeto está viajando em direção ao Sol, o que significa que teremos mais tempo para observá-lo, ao contrário do que aconteceu com o ‘Oumuamua, que foi descoberto já quando estava de saída.

E os cientistas esperam mais objetos interestelares em breve.

“Um tamanho de amostra de dois é realmente pequeno, mas é melhor que um tamanho de amostra de um”, disse Volk. “Continuaremos aprendendo sobre eles à medida que olharmos mais de perto.”

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EUA já contabilizam sétima morte por misteriosa doença causada por cigarros eletrônicos

Posted: 18 Sep 2019 05:49 AM PDT

Homem soltando vapor de cigarro eletrônico

Conforme as pessoas continuam a debater as causas de uma doença pulmonar grave associada ao vaping — e as ações necessárias para detê-la — as vítimas ainda estão morrendo. Na segunda-feira (16), oficiais de saúde no condado de Tulare, na Califórnia (EUA), reportaram que um morador morreu após desenvolver lesões nos pulmões relacionadas ao vaping. A morte marca a sétima fatalidade semelhante relatada até agora, entre centenas de casos documentados em metade do país.

Segundo as autoridades do condado de Tulare, a pessoa morreu no fim de semana, após semanas de tratamento médico para a condição, que agora é conhecida como lesão pulmonar associada ao vaping ou VAPI, na sigla em inglês. A identidade da pessoa não foi divulgada, embora se saiba que ela tinha mais de 40 anos e que tinha complicações de saúde subjacentes.

"Com tristeza, relatamos que houve a morte de um morador de Tulare County, suspeito de estar relacionado a lesão pulmonar grave associada a vaping", disse Karen Haught, oficial de saúde pública do condado de Tulare, em comunicado divulgado na noite de segunda-feira.

O condado já documentou três casos locais de VAPI, embora a Califórnia, ao todo, tenha reportado 73 casos suspeitos, segundo o Departamento de Saúde de Califórnia. Na semana passada, o CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA, órgão análogo à ANVISA no Brasil) disse que houve 380 casos de VAPI registrados nacionalmente em 36 estados e um território (uma estimativa anterior mais alta incluía possíveis casos que estavam sob investigação). Kansas, Illinois, Indiana, Minnesota e Oregon também relataram mortes, mas a Califórnia é o primeiro estado com mais de uma morte.

Pessoas com VAPI apresentaram sintomas como tosse, falta de ar e dor no peito, além de sintomas menos comuns, como náusea e vômito. Todos tinha um histórico recente de vaping. A maioria afirmou ter usado produtos que contenham THC ou maconha, como ceras e óleos ricos em THC, frequentemente adquiridos no mercado paralelo.

Apesar desse vínculo comum entre muitas vítimas, as autoridades de saúde relutam em atribuir a culpa a uma causa específica. Na declaração de Haught na segunda-feira, por exemplo, ela alertou que "qualquer uso de cigarros eletrônicos representa um possível risco para a saúde dos pulmões e pode potencialmente causar graves lesões pulmonares que podem até levar à morte".

Parte desse ceticismo talvez seja justificado. Muitas das vítimas relataram usar produtos de nicotina e THC, enquanto cerca de um quinto relatou usar apenas nicotina. E, embora alguns estados tenham vinculado o uso de uma substância em particular — uma forma sintética e gordurosa de vitamina E, provavelmente capaz de causar pneumonia quando inalada — a quase todos os casos em sua área, não há nenhum vínculo consistente com qualquer produto químico ou produto produzido nacionalmente, segundo o CDC. Na morte que ocorreu no Oregon, acredita-se que a vítima tenha usado óleo de THC comprado em um loja de cigarros legalizado, e não em uma loja com produtos paralelos.

Mas críticos apontaram que as vítimas cujos sintomas foram associados apenas à nicotina podem relutar em admitir o uso de THC, principalmente se forem menores de idade ou moraram em estados onde a maconha recreativa ainda é ilegal. Alguns especialistas em saúde pública também criticaram o CDC e outras agências de saúde por assustar desnecessariamente os usuários de cigarros eletrônicos, por não serem mais claros sobre a ligação entre produtos ilegais de THC e a VAPI. Curiosamente, alguns usuários disseram que estão voltando ao cigarro de tabaco — uma opção quase certamente pior para manter a saúde dos pulmões a longo prazo.

Em resposta a esses casos, além de taxas crescentes de adolescentes usando cigarros eletrônicos ou vaporizadores, o presidente dos EUA, Donald Trump, recentemente propôs uma proibição de cigarros eletrônicos com sabor que são vendidos legalmente, seguindo propostas de vários estados e cidades que consideram estabelecer restrições locais. Alguns especialistas e médicos também criticaram a proposta como inútil para prevenir futuros casos de VAPI, dizendo que é mais provável que os usuários comprem produtos de cigarro eletrônico no mercado paralelo — exatamente os produtos considerados mais perigosos.

O CDC, por sua vez, declarou efetivamente esses casos como uma emergência de saúde pública. Nesta semana, a entidade ativou seu centro de operações de emergência — implementado pela última vez durante o furacão Florence em 2018 — para gerenciar sua resposta e coordenar com médicos e agências de saúde.

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O que são buracos negros e o que acontece se algo for sugado por ele

Posted: 18 Sep 2019 04:19 AM PDT

Em abril deste ano, a comunidade científica e as pessoas, em geral, comemoram uma grande conquista: a primeira imagem já feita de um buraco negro. Essa foi uma das provas mais concretas da sua existência, afinal ouvimos constantemente notícias sobre alguma novidade envolvendo esses objetos misterioso. Mas você sabe, de fato, o que é um buraco negro?

Se você imagina algo assustador que suga tudo o que encontra pela frente, talvez seja hora de mudar essa visão. Eles são, de fato, objetos muito intrigantes, inclusive para os cientistas, mas isso não significa que sejam uma ameaça.

Conversamos com dois astrofísicos brasileiros para explicar para vocês, de uma forma descomplicada, o que é afinal um buraco negro e qual é a chance de a Terra ser sugada por um.

O que é um buraco negro

Descrever um buraco negro de forma simples é um grande desafio, visto que ele envolve uma série de conceitos e teorias da física. Mas, em poucas palavras, ele é uma consequência da evolução estelar, ou seja, "é o resultado da morte de uma estrela supermassiva", explica o astrofísico José Dias do Nascimento Júnior, professor do departamento de física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pesquisador associado do Centro de Astrofísica (CfA) de Harvard.

Para entender melhor esses objetos, é importante entender como eles são formados, em primeiro lugar. Imagine uma estrela muito maior que o Sol. Em seu interior, estão ocorrendo fusões nucleares que criam uma pressão para fora, ao mesmo tempo em que a força da gravidade puxa tudo para dentro. Mas, um dia esse combustível nuclear começa a se esgotar, e a força atuante que resta é a da gravidade. Assim, essa estrela começa a se contrair – caso ela consiga se sustentar, ela se torna uma "anã branca". Mas se ela tiver uma massa muito maior que o Sol e a sua força gravitacional for suficiente para ela entrar em colapso por completo, ela se torna um buraco negro.

Lia Medeiros, astrofísica e pesquisadora na Universidade do Arizona que participou do projeto que capturou a primeira imagem do buraco negro, descreve esse objeto como sendo uma região do espaço em que o campo gravitacional é extremamente forte. Segundo ela, o que define um buraco negro não é a massa, mas a sua densidade. Para se ter uma ideia do quão denso ele é, a pesquisadora dá o seguinte exemplo: "Se você quisesse fazer um buraco negro da Terra, você teria que pegar a Terra toda e espremê-la ao tamanho de uma uva". 

Concepção artística de um buraco negro supermassivo. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Com uma densidade dessas, resultado da força gravitacional absurda que comprime tudo, dá para se imaginar por que os buracos negros têm essa fama de estar sugando tudo. Nem mesmo a luz consegue escapar dele, o que o torna invisível. "Então, se a luz, que praticamente não tem massa, não consegue escapar, é claro que tudo o que é matéria vai ser engolido por esse buraco negro devido ao intenso campo gravitacional, incluindo átomos e corpos celestes", explica Nascimento ao Gizmodo Brasil.

Mas, onde estão esses buracos negros? O professor da UFRN conta que os centros das galáxias são lugares que abrigam frequentemente esses objetos e é o que faz a galáxia ficar ali, conectada ao seu centro. E é aí que entra uma questão interessante. Diferentemente do que muita gente pensa, e do que é muitas vezes retratado nos filmes de ficção científica, os buracos negros não são necessariamente um objeto maligno e misterioso que vai sugando tudo impiedosamente.

"Se você tirasse o Sol e no lugar dele colocasse um buraco negro que tivesse a mesma massa que ele, os planetas poderiam estar em órbita em volta desse buraco negro da mesma forma. Se você tiver distância suficiente de um objeto, um buraco negro vai ter o mesmo campo gravitacional que uma estrela da mesma massa", explica Medeiros. Outro exemplo descrito pela astrofísica é que, neste exato momento, estamos sentindo o campo gravitacional da Terra de forma muito mais intensa do que o do Sol, mesmo a nossa estrela tendo uma massa muito maior que o nosso planeta. Isso mostra que as distâncias também são muito importantes.

Diante disso tudo, considerando que eles são invisíveis e que não podemos nos aproximar de um e voltar para contar a história, como os buracos negros foram descobertos e como os cientistas conseguem detectá-los e estudá-los?

A história dos buracos negros e como foram descobertos

Assim como qualquer campo da ciência, os estudos envolvendo buracos negros não são resultado de um único cientista, mas de muitos pesquisadores espalhados pelo mundo e por diferentes períodos da história. Obviamente, não tem como pegarmos um buraco negro e estudá-lo em um laboratório, da mesma forma que não é possível viajar até um para analisá-lo ou coletar amostras. Portanto, tudo o que sabemos sobre esses objetos hoje é baseado em teorias e observações que foram sendo testadas, contestadas e aprimoradas ao longo dos anos.

O primeiro a utilizar o termo "buraco negro" foi o cientista americano John Wheeler, em 1967. Nas décadas de 50 e 60 ele já falava sobre o colapso das estrelas e estudava as propriedades dos objetos resultantes desses fenômenos. A partir de então, todas as descobertas subsequentes sobre buracos negros provavam cada vez mais que eles eram um produto direto da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. A famosa teoria de Einstein diz que corpos com massas muito grandes produzem uma deformação do espaço-tempo, e o astrofísico brasileiro José Dias Nascimento afirma que ela é necessária para explicar buracos negros.

"Quando você deflete a luz, a distância entre dois pontos deixa de ser uma reta, porque o espaço é deformado. O tempo não passa mais da mesma forma. Então, essas são ideias completamente fora do senso comum, são ideias revolucionárias", diz ele.

Lia Medeiros conta como a própria história do nome do buraco negro localizado no centro da nossa galáxia mostra que sua descoberta foi um acidente. Os astrônomos estavam observando a constelação de Sagitário, identificando cada ponto com as letras do alfabeto (A, B, C e assim por diante) quando perceberam que havia algum objeto dentro dessa constelação que estava emitindo muitas ondas de rádio, mas eles não faziam ideia do que seria.

Sagittarius A*, buraco negro localizado no centro da nossa galáxia. Créditos: raio-X: NASA/CXC/MIT/F. Baganoff et al.; Ilustrações: NASA/CXC/M.Weiss

Com o passar do tempo, os telescópios foram ficando maiores e os cientistas conseguiram observar o céu com uma resolução melhor e, assim, descobriram que havia um pontinho ainda menor próximo a Sagitário A. Por isso, eles acabaram colocando um asterisco no nome para diferenciá-lo. Dessa forma, surgiu o Sagittarius A* (ou Sagittarius A Star, como se lê em inglês) que, na verdade, é um buraco negro.

"Por isso o nome Sagittarius A Star, que obviamente não é uma estrela, mas a gente chama de estrela ("star") por causa desse asterisco que agora sabemos que é um buraco negro. Isso porque hoje em dia temos uma resolução tão alta que podemos observar estrelas individuais orbitando em volta desse buraco negro", explica Medeiros.

A astrofísica brasileira participou do projeto que capturou a primeira imagem de um buraco negro e explica a grandiosidade disso. A famosa foto do objeto no centro da galáxia M87 foi resultado da contribuição de cerca de 70 instituições e mais de 200 pessoas espalhadas pelo mundo. Claro que "tirar" essa foto não é tão simples como apertar um botão e imediatamente ver a imagem aparecer em uma tela. Medeiros, que estava dentro da mesma sala no momento em que a primeira imagem foi feita, conta que há muita matemática envolvida nesse processo.

"A gente não coleta uma imagem direto do telescópio, o que acontece é que cada par de telescópio espalhado pela Terra vai medir um dado", diz ela. Seu papel no projeto foi tentar entender a variabilidade entre as imagens que seriam possíveis dentro dos dados coletados. Assim, ela participou fazendo simulações e modelos para comparar a teoria com os dados.

Antenas do telescópio ALMA, no Chile, que faz parte do projeto Event Horizon Telescope (EHT) que capturou a imagem do buraco negro no centro de M87. Imagem: ALMA Observatory

Nascimento complementa, explicando que "você observa um ponto em diversos comprimentos de onda – no infravermelho, na radiação visível, entre outros – e depois é feita uma adaptação do que seria a combinação disso tudo na imagem visível. Isso é uma coisa grandiosa. A partir desse algoritmo, você acaba revelando coisas que o olho comum não vê".

Mas, quantos buracos negros existem no universo? Nascimento diz que essa é uma pergunta complicada e difícil de responder. Atualmente, não há um número exato, e muitos pesquisadores trabalham com estimativas. "É como se você fosse olhar para uma floresta e saber que o número de insetos que ela pode ter é um pouco proporcional ao número de árvores. Então, tecnicamente, uma floresta que tem poucas árvores, não pode ter uma quantidade gigantesca de insetos. É um pouco assim que funciona a física. Então, você olha o número de quasares, o número de estrelas de nêutrons, e você tem uma ideia de quantos buracos negros existem. Acredita-se que nos últimos 500 milhões de anos, quando começou o Big Bang, já haveria milhões de buracos negros".

Ou seja, o buraco negro já vem sendo objeto de estudo de inúmeros pesquisadores há muitos anos. É comum, inclusive, astrofísicos que dedicam toda sua carreira a estudá-los. Mas por que, depois de tanto estudo, eles ainda atraem tanta atenção?

Por buracos negros atraem tanta atenção?

Para os astrofísicos, o fascínio em torno dos buracos negros por parte da comunidade científica se deve ao fato de ele ser um objeto capaz de colocar à prova as teorias formuladas a partir da nossa experiência na Terra, confirmando hipóteses ou indicando novos caminhos.

"O que eu acho legal sobre um buraco negro é que o universo deu pra gente um laboratório maravilhoso, um laboratório que a gente nunca poderia fazer aqui na Terra. Um jeito da gente testar a teoria da gravidade e a teoria da física quântica e como a gravidade e a física quântica interagem uma com a outra. A gente não poderia ter imaginado um laboratório melhor pra fazer esse tipo de pesquisa", afirma Lia Medeiros.

Para José Dias Nascimento Júnior, há um conjunto de características que são extremamente particulares do ponto de vista da física. "Primeiramente, eu destacaria que ele é um produto direto da Teoria da Relatividade Geral do Albert Einstein. Quando Einstein publicou esse postulado que os objetos massivos iriam distorcer o espaço-tempo, automaticamente muitos físicos – até famosos – não aceitaram".

Simulação de buraco negro criado em laboratório. Crédito: Jeff Steinhauer

Medeiros acredita que é uma experiência bem humana querer entender além da fronteira do nosso conhecimento, ainda mais quando se trata de um objeto capaz de realizar coisas que jamais poderíamos imaginar que fossem possíveis, como mexer com o tempo. Segundo ela, a mídia acaba explorando isso e o resultado são filmes de ficção científica que nem sempre representam a ciência por trás dos buracos negros da forma correta. Entre as questões mais abordadas, por exemplo, é o que acontece quando algo é sugado por um buraco negro. Será que nós vamos mesmo parar em outra dimensão? E qual é a chance de isso acontecer com a Terra?

O que acontece se algo for sugado por um buraco negro?

Por mais que a gente queira saber o que acontece no interior de um buraco negro, Nascimento explica que mesmo os mais próximos estão a distâncias impossíveis de se ter algum tipo de contato. Segundo ele, aconteça o que acontecer em um buraco negro, não estamos nem perto de sentir algum efeito, estando os cientistas limitados à observação indireta. Como tudo na física, os pesquisadores trabalham com modelos e, a partir de muito estudo e cálculos, são criadas teorias.

Segundo Lia Medeiros, "uma vez que um objeto passa para dentro do horizonte de eventos de um buraco negro, nós, como humanos, nunca vamos poder saber nenhuma informação sobre aquele objeto mais. Isso é uma lei do universo – uma vez que uma coisa passa para dentro do horizonte de eventos, nenhuma informação pode sair de lá. Então, é completamente impossível para a ciência algum dia saber o que está acontecendo dentro do horizonte de eventos, de um jeito concreto; não vamos poder testar".

"O que se acredita é que tudo que é sugado é levado para contribuir para a própria estrutura do buraco negro, ele vai aumentando, ficando mais massivo. Quando você passa do limite [horizonte de eventos], é como se fosse uma queda eterna, você cai caindo e nunca chega a lugar nenhum", diz Nascimento. No entanto, o professor explica que, caso você se aproxime da parte mais interna de um buraco negro, onde as energias são maiores, você acaba sendo desmembrado em várias partículas. De acordo com ele, a única coisa que vai sobrar é a matéria mais fundamental, as partículas subatômicas.

Medeiros diz que há quem diga que essa hipótese de "queda infinita" não está completa e, segundo ela, é possível que a física quântica consiga mudar essa explicação, mas ainda é uma área da ciência muito precoce. "Essa imagem recente foi o mais próximo que conseguimos chegar a um buraco negro porque observamos como a luz se mexe bem próximo do buraco negro – e isso é muito importante porque se a gente consegue saber o que está acontecendo bem na borda dele, talvez isso nos ajude a entender o que está acontecendo lá dentro". 

Mas, e no caso do nosso planeta? É possível a Terra inteira ser sugada por um buraco negro?

A resposta é simples: não. Além de estarmos a uma distância impossível de um buraco negro se aproximar o suficiente para sugar a Terra, se isso acontecesse, ela não seria "engolida" como uma esfera inteira e intacta, mas seria destruída antes.

"Quando as pessoas fazem essa pergunta, elas não têm ideia de quão grande são essas estruturas. Claro que um buraco negro estando próximo pode sugar tudo o que existe, mas se você pensar que o mais próximo a nós é o que está no centro da Via Láctea, seria impossível sermos sugados porque ele ainda está muito distante. Ou seja, mesmo que acontecesse, isso demoraria uma escala de tempo que é maior que a própria existência da Terra. A Terra seria destruída antes de isso acontecer. As escalas de tempo são totalmente diferentes para esses processos ocorrerem. E a Terra tem uma vida limitada que é menor que essa escala. Se fosse ocorrer, o próprio Sol e a Terra seriam destruídos antes por outras razões", diz Nascimento.

O buraco negro chamado Cygnus X-1 se formou quando uma grande estrela entrou em colapso. Esse buraco negro puxa matéria da estrela azul próxima a ele. Créditos: NASA/CXC/M.Weiss

Para um cenário catastrófico (mas ainda impossível) em que um buraco negro se aproximasse o suficiente da Terra, Medeiros conta como seria esse processo:

Se tivesse um buraco negro grande o suficiente, que tivesse numa trajetória que fosse passar bem perto da Terra, talvez nosso planeta fosse destruído. Mas seria difícil ele ser sugado por inteiro sem ser destruído antes. O que provavelmente ia acontecer é que a Terra ia ser despedaçada pelo campo gravitacional, aí os pedacinhos começariam a cair lentamente para dentro do buraco negro. Mas, ele teria que estar bem na trajetória certa. A chance de um meteoro fazer isso é muito mais alta"

Ou seja, os buracos negros são, sim, misteriosos, mas não necessariamente uma ameaça. Um deles, inclusive, de acordo com o que se sabe, é o que mantém a nossa galáxia da forma que conhecemos. Além disso, conforme explicam Lia Medeiros e José Dias Nascimento, eles funcionam como um verdadeiro laboratório para física, ajudando a entender melhor sobre nossa própria existência.

"Eu acho que tem muitas coisas boas que podem vir de um buraco negro e nunca nenhum ser humano foi machucado de alguma maneira por esse objeto, ele nunca fez nenhum mal para a humanidade", diz Medeiros.

Portanto, se algum dia você já chegou a se preocupar com a Terra sendo sugada por um buraco negro, pode dormir tranquilo. Eles não farão mal a ninguém. Talvez, faça mais sentido se preocupar com ameaças mais reais, como a possibilidade de nós mesmos acabarmos com nosso planeta antes de qualquer interferência externa. Buracos negros e meteoros não são apenas improváveis de nos atingirem como também são problemas totalmente fora de nosso controle.

Esperamos que mais pesquisas possam trazer resultados positivos e nos ajude a entender cada vez mais sobre nosso universo e nossa própria existência. Após participar da captura da primeira imagem de um buraco negro, o próximo desafio da astrofísica brasileira Lia Medeiros é criar um vídeo do buraco negro localizado no centro da nossa galáxia. Se já vibramos com a foto, imagina um vídeo? Estamos aguardando ansiosos por esse projeto.

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