sábado, 12 de outubro de 2019

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Visa, Mastercard e outras abandonam a Libra, iniciativa de criptomoeda do Facebook

Posted: 11 Oct 2019 03:45 PM PDT

Logotipo da Libra Association

Após a saída do PayPal do projeto Libra, do Facebook — uma criptomoeda com que promete "reinventar o dinheiro" e "transformar a economia global" —, agora temos uma nova leva de desistentes que incluem eBay, Stripe, Visa e Mastercard.

Esse é um grande golpe contra o Facebook, já que cinco dos 28 membros fundadores abandonaram o barco antes de um encontro da Libra Association, marcado para ocorrer na próxima semana em Genebra.

Cada uma dessas companhias liberou comunicados sobre o assunto apresentando um sentimento em comum, geralmente defendendo que, embora apoiem novas ideias para melhorar o comércio, decidiram abandonar o apoio inicial à Libra.

O comunicado da Visa à CNBC vai além dizendo que "[A Visa] continuará a avaliar e nossa última decisão será determinada por um número de fatores, incluindo a habilidade da associação satisfazer plenamente todos os requisitos regulatórios. O interesse contínuo da Visa na Libra decorrer de nossa crença de que redes bem regulamentadas baseadas em blockchain podem estender o valor de pagamentos digitais seguros a um número maior de pessoas e lugares, principalmente em mercados emergentes e em desenvolvimento".

Parceiros do ramo de pagamentos da Libra, a criptomoeda capitaneada pelo FacebookCom a saída de Mastercard, Visa e Stripe, restam apenas Mercado Pago e PayU como parceiros do ramo de pagamentos. Crédito: Reprodução

A preocupação da Libra cumprir as diretrizes regulatórias é pertinente, pois o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, deve testemunhar no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA em 23 de outubro.

Agora que PayPal, Stripe, Visa e Mastercard deixaram a Libra Association, há apenas outros dois parceiros do ramo de pagamento — Mercado Pago e PayU — nenhum deles com presença nos EUA, com o Mercado Pago sendo notório na América Latina.

E com tantos parceiros deixando o apoio à Libra, não causaria surpresa se mais companhias colocassem o pé no freio quanto à iniciativa. Além disso, grandes instituições bem estabelecidas que trabalham com o Facebook no ramo de criptomoeda tem sido um fator chave em seus esforços para dar legitimidade ao projeto e amenizar quaisquer medos com base na reputação da rede social.

No entanto, parece que a Libra Association permanece inalterada, com um comunicado do chefe de comunicação da organização, Dante Disparte, dizendo: "Estamos concentrados em seguir adiante e continuar a construir uma associação forte com algumas das principais empresas do mundo, organizações de impacto social e outras partes interessadas em conseguir uma implementação segura, transparente e amigável ao consumidor de um sistema global de pagamentos que derrube fronteiras financeiras para bilhões de pessoas".

Ok, boa sorte com isso, então.

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Se você usa iTunes no Windows, é melhor instalar a última atualização

Posted: 11 Oct 2019 01:44 PM PDT

Ícone do iTunes em computador

Com o lançamento do macOS Catalina nesta semana, chegou a hora do iTunes morrer para os usuários do Mac — mas as pessoas ainda continuarão utilizando o software no Windows.

Inclusive, a Apple lançou um patch nesta semana que corrige uma vulnerabilidade no iTunes para Windows que permitia que atacantes maliciosos instalassem de forma invisível o ransomware BitPaymer.

A falha foi encontrada pela Morphisec, uma empresa de cibersegurança. Em uma publicação revelando o bug, a Morphisec identificou que a raiz do problema estava numa vulnerabilidade do Bonjour, um programa que vem junto com o iTunes e que a Apple usa para entregar atualizações.

No Windows, desenvolvedores deveriam, idealmente, delimitar um arquivo executável com aspas. Isso torna simples para que o sistema encontre um arquivo em particular. Se um caminho está sem aspas, no entanto, ele se torna vulnerável.

Desta forma, atores maliciosos podem adicionar arquivos a um caminho de serviço de uma maneira que desvie dos softwares de segurança. O iTunes não é o único programa que possui essa vulnerabilidade; a Mophiesec apontou que o bug foi encontrado em outros programas nos últimos 15 anos, incluindo o Intel Management Engine, ExpressVPN e ForcePoint VPN.

Nesse caso, usando essa vulnerabilidade, o ransomware BitPaymer foi instalado em computadores de uma empresa automotiva em agosto. BitPaymer é um tipo de ransomware que criptografa arquivos em um computador infectado e depois exige pagamento para recuperar o acesso.

Um problema que a Morphisec aponta é que o Bonjour é instalado de forma separada do iTunes. O que significa que se você desinstalar o iTunes, o Bonjour pode continuar no seu computador — isso tem que ser feito separadamente. Por isso, a Morphisec descobriu que o Bonjour se mantinha instalado, rodando de forma silenciosa no plano de fundo, mesmo em computadores que não tinham o iTunes há muito tempo.

Os usuários do Windows devem verificar se atualizaram para o iTunes 12.10.1, e o iCloud versão 7.14. Mesmo que você tenha excluído o iTunes do seu computador, vale a pena fazer uma pesquisa rápida procurando pelo Bonjour e desinstalá-lo se for o caso. A Mophiesec observou em seu blog eles revelaram várias outras vulnerabilidades à Apple, mas que esse problema em particular foi o único corrigido.

[Ars Technica]

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Elon Musk diz que a NASA pode compartilhar a propriedade intelectual da SpaceX com quem quiser gratuitamente

Posted: 11 Oct 2019 01:14 PM PDT

Durante um evento com o administrador da NASA, Jim Bridenstine, na quinta-feira (10), o CEO da SpaceX, Elon Musk, declarou publicamente que a agência pode compartilhar a propriedade intelectual da SpaceX com quem quiser – não que a NASA pareça especialmente ansiosa por isso.

Bridenstine e Musk se encontraram na sede da SpaceX em Hawthorne, Califórnia, em um esforço para aliviar a crescente tensão entre a empresa aeroespacial e a agência federal. A tensão foi tornada pública há duas semanas quando Bridenstine postou uma declaração no Twitter antes da recente atualização de Musk sobre sua nave espacial Starship. O administrador sugeriu que Musk deveria priorizar seu contrato da NASA para enviar astronautas à Estação Espacial Internacional na Crew Dragon da SpaceX.

Musk respondeu ao tuíte durante uma entrevista à CNN, dizendo: “Ele disse tripulação comercial ou SLS?”, Referindo-se de forma irônica ao foguete do Sistema de Lançamento Espacial da NASA, cujo desenvolvimento foi adiado por anos.

Bridenstine respondeu à piada durante uma entrevista para a Atlantic. “Bem, não acho que seja útil”, disse o funcionário da NASA. “SLS, essa é uma missão totalmente diferente. O SLS está indo para a lua. Então, eu não sei por que comparar os dois”.

Lado a lado na quinta-feira (10) para fornecer atualizações sobre seu programa de tripulação comercial, Musk e Bridenstine pareciam interessados ​​em amenizar a tensão, trocando elogios e enfatizando seu objetivo comum.

Talvez como um ramo de oliveira ou como uma maneira de mostrar que ele é o mocinho, Musk lembrou a Bridenstine que a NASA pode compartilhar a propriedade intelectual da SpaceX com qualquer pessoa.

Como aponta o TechCrunch, Musk levantou a questão duas vezes. “Tenho sido muito claro com Jim que quaisquer dados da SpaceX não devem ser considerados proprietários”, disse Musk durante a seção de perguntas e respostas. “Ele pode ser usado por qualquer um de nossos concorrentes…sem nenhum custo”.

Musk reiterou o argumento mais tarde: “Quero deixar claro: a NASA pode compartilhar toda a nossa propriedade intelectual com quem quiser".

Bridenstine respondeu agradecendo a Musk, mas esclarecendo que existem razões pelas quais a NASA precisa ser cautelosa sobre com quem compartilha informações. “Existe uma propriedade intelectual que é do interesse da nação que não podemos compartilhar com pessoas ou com países que não teriam o mesmo interesse que nós”, disse Bridenstine, de acordo com o TechCrunch.

Enquanto Musk parece estar se apresentando como um visionário que deseja que suas inovações proliferem para que os humanos possam explorar o universo, a NASA teve que lembrá-lo de que o governo está mais preocupado com outras pessoas na Terra que desejam usar essa tecnologia para objetivos que conflitam com os interesses americanos.

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Governo dobrará limite de compras em free shops e aumentará quota de compras no Paraguai

Posted: 11 Oct 2019 11:31 AM PDT

O governo federal vai dobrar o limite de compras em free shops de US$ 500 para US$ 1 mil. O anúncio foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro em seu perfil do Twitter e, segundo ele, o decreto ainda está sendo “preparado para os próximos dias”.

O aumento da cota vale apenas para compras em free shops ou duty free shops, que geralmente ficam nas áreas de embarque e desembarque dos aeroportos. Para compras realizadas no exterior, o limite permanece US$ 500.

Quem viajar ao exterior poderá entrar nos aeroportos do país com US$ 1.500 ao todo: os US$ 500 da bagagem e US$ 1 mil em compras no free shop.

De acordo com o Valor Econômico, o objetivo é adequar a cota à inflação americana. Os valores praticados são os mesmos desde 1991.

Mas há outra novidade, que envolve o Paraguai. O governo vai ampliar de US$ 300 para US$ 500 o valor máximo de mercadorias trazidas por pessoa vindas por via terrestre do país vizinho.

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O que prevê o decreto que cria cadastro unificado de brasileiros e a interligação de bases de dados

Posted: 11 Oct 2019 09:10 AM PDT

Palácio do Planalto

O governo federal publicou nesta quinta-feira (10) um decreto que cria o Cadastro Base do Cidadão, uma base centralizada de dados pessoais dos brasileiros, e que estabelece um ambiente para o compartilhamento de informações entre órgãos da administração federal, além de definir algumas regras para essas trocas.

O decreto pegou muitos especialistas de surpresa, já que não houve consultas públicas e participação de grupos da sociedade civil. O texto vai de encontro com muitas das regras estabelecidas na Legislação Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrará em vigor em agosto de 2020, e até do Marco Civil da Internet, válido desde 2014.

A tentativa de centralizar e facilitar o compartilhamento de dados dos cidadãos entre órgãos públicos não é inédita — e, de fato, a criação de um sistema que facilite algumas trocas pode beneficiar a população e desburocratizar muitos processos, afinal, o governo possui bases de dados enormes com cadastros de pessoas físicas, benefícios sociais, aposentadoria e declarações de imposto de renda, por exemplo.

No primeiro artigo do decreto, o governo diz que o texto:

Estabelece as normas e as diretrizes para o compartilhamento de dados entre os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e os demais Poderes da União, com a finalidade de:

I – simplificar a oferta de serviços públicos;
II – orientar e otimizar a formulação, a implementação, a avaliação e o monitoramento de políticas públicas;
III – possibilitar a análise das condições de acesso e manutenção de benefícios sociais e fiscais;
IV – promover a melhoria da qualidade e da fidedignidade dos dados custodiados pela administração pública federal; e
V – aumentar a qualidade e a eficiência das operações internas da administração pública federal.

As definições valem apenas para órgãos da República e dispensa exigência de convênio ou acordo para a comunicação dos dados.

Quais dados serão centralizados?

No início, o Cadastro Base do Cidadão terá dados como nome, data de nascimento, sexo e filiação. Eles serão vinculados ao CPF. A lista inicial é essa:

  • Número de inscrição no CPF;
  • Situação cadastral no CPF;
  • Nome completo;
  • Nome social;
  • Data de nascimento;
  • Sexo;
  • Filiação;
  • Nacionalidade;
  • Naturalidade;
  • Indicador de óbito;
  • Data de óbito, quando cabível; e
  • Data da inscrição ou da última alteração no CPF.

Com o tempo, outras informações serão incorporadas, vindas das chamadas “bases temáticas”. As bases temáticas, inclusive, são um ponto bastante delicado do decreto, que prevê a adição de dados biométricos dos cidadãos, o que inclui “palma da mão, as digitais dos dedos, a retina ou a íris dos olhos, o formato da face, a voz e a maneira de andar”.

O Brasil não seria o primeiro a criar uma grande base de dados que reúne informações biométricas sobre os seus cidadãos. Na Índia, existe a Aadhaar, com cerca de 1,2 bilhão de registros. Trata-se da maior base de dados nacional de pessoas do mundo e reúne muitas informações pessoais.

O programa foi criado justamente com o intuito de dar aos indianos fácil acesso a programas sociais relacionados a saúde, educação e de bem estar social. A iniciativa começou a se expandir rapidamente em 2014, pouco tempo após o partido INC (Indian National Congress) não ter ido bem nas eleições parlamentares. O governo, então, começou a incluir os números Aadhaar em suas bases de dados. No ano passado, foi relatado que essa base de dados foi violada e o acesso era vendida por US$ 8 via WhatsApp.

Comitê gestor

O decreto define a criação de um comitê gestor, chamado Comitê Central de Governança de Dados, e que seria responsável por gerenciar o fluxo de dados, garantir autorização de acesso aos órgãos públicos e dizer o que pode ou não pode nesse compartilhamento de informações.

O comitê será formado por representantes do Ministério da Economia, incluindo a Receita Federal; da Advocacia-Geral da União; da Secretaria-Geral da Presidência; da Casa Civil; do Instituto Nacional do Seguro Social e da Controladoria-Geral da União.

Compartilhamento dos dados

O texto institui três modalidades de compartilhamento:

  1. Amplo, em caso de dados sem sem restrição ou sigilo, que serão divulgados publicamente e fornecidos a qualquer pessoa interessada que fizer a solicitação.
  2. Restrito, que lida com dados submetidos a obrigações de sigilo com a finalidade de execução de políticas públicas. Neste caso, as regras de compartilhamento seriam definidas por um comitê gestor e os órgãos do governo teriam que respeitar obrigações de sigilo, mas eles poderiam ser retransmitidos se outro órgão comprovar necessidade de acesso.
  3. Específico, que envolve dados protegidos por sigilo, cujo compartilhamento poderá ser realizado para órgãos determinados nas situações previstas na legislação e não podem ser retransmitidos.

O decreto não detalha como esse compartilhamento seria feito, por qual sistema, nem os aspectos técnicos. Não é prevista a coleta de novos dados, mas há preocupação com alguns itens previstos na LGDP como o princípio de finalidade que diz que o titular dos dados precisa ser informado da coleta de suas informações sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas finalidades.

Nesta semana foi noticiado que uma base de dados do Detran do estado do Rio Grande do Norte foi exposta com dados pessoais de aproximadamente 70 milhões de brasileiros que possuem CNH. Em notas relacionadas mas sem nenhuma ligação explícita, o Bleeping Computer denunciou que informações de 92 milhões de usuários brasileiros estavam sendo leiloados em fóruns clandestinos. Aparentemente, segurança de dados não é o forte do nosso governo.

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Brasileiro com câncer terminal é o primeiro a receber tratamento com células do próprio corpo

Posted: 11 Oct 2019 08:37 AM PDT

Vamberto Luiz de Castro, funcionário público aposentado de 63 anos, morador de Belo Horizonte (MG), estava lutando contra o câncer desde 2017, tendo sido submetido à radioterapia e quimioterapia sem sucesso. Já em fase terminal e dependente de doses diárias de morfina, o paciente foi autorizado a receber um novo tratamento com células reprogramadas, sendo esse o primeiro teste a ser realizado na América Latina.

Em 9 de setembro, Castro deu entrada no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, com muitas dores, perda de peso e dificuldades para andar. Segundo os médicos, quatro dias após a aplicação da nova terapia, o paciente já não sentia mais dores intensas e, depois de uma semana, ele voltou a andar.

O tratamento, conhecido como terapia de células CAR-T, foi testado por pesquisadores do CTC (Centro de Terapia Celular) da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. A técnica consiste basicamente, em tratar o paciente com suas próprias células, porém modificadas em laboratório. Na maioria das vezes, uma única dose é o suficiente.

Primeiramente, são coletadas amostras de sangue do paciente para isolar um tipo de leucócito conhecido como linfócito T (um dos principais responsáveis pela defesa do organismo). A partir de então, com o auxílio de um vírus geneticamente modificado, um novo gene é introduzido no núcleo do linfócito T. Dessa forma, esse linfócito torna-se capaz de reconhecer e atacar as células tumorais.

Os leucócitos modificados são colocados em meio de cultura para se proliferarem e, posteriormente, serem introduzidos no paciente. Segundo a agência Fapesp, é necessária uma leve quimioterapia antes do tratamento para preparar o organismo.

Imagem: Agência Fapesp

Logo após essa infusão de células CAR-T, cerca de 24 horas, ocorre uma reação inflamatória que indica que os linfócitos estão se reproduzindo e agindo no tumor. Os sintomas incluem febre e queda acentuada da pressão arterial. Felizmente, Castro já superou essa fase crítica, apresentando crescente melhora. No entanto, os pesquisadores afirmam que somente após três meses é que poderão avaliar se a resposta à terapia foi total ou parcial.

O tratamento com células CAR-T foi inicialmente desenvolvido nos Estados Unidos, com custo aproximado de US$ 400 mil (mais de R$ 1 milhão), sem contar com os gastos com internação. Aqui no Brasil, o CTC foi capaz de desenvolver uma metodologia que custa cerca de R$ 150 mil e que, segundo a Fapesp, pode ter um custo ainda menor se passar a ser oferecido em larga escala.

O projeto vem sendo desenvolvido há quatro anos e conta com a participação de quase 20 pesquisadores, entre médicos, biólogos celulares e moleculares, e engenheiros especializados em cultivo celular em larga escala. Já o apoio financeiro foi oferecido pela Fapesp, CNPq, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Ministério da Saúde.

Em comunicado da Fapesp, Rodrigo Calado, professor da FMRP-USP e membro do CTC, disse que, apesar de a metodologia desenvolvida ser específica para o tratamento de linfoma, ela também pode ser aplicada a qualquer tipo de câncer. "O custo da terapia de células CAR-T é muito próximo do valor que o SUS repassa para um transplante de medula óssea – hoje em torno de R$ 110 mil. Então o tratamento pode ser considerado acessível", disse ele.

Renato Luiz Cunha, um dos responsáveis pelo estudo, recebeu em 2018 o prêmio da Associação Americana de Hematologia (ASH), nos EUA, para desenvolver a pesquisa aqui no Brasil. Em depoimento ao G1, ele disse que a expectativa é que, no futuro, esse tratamento esteja disponível a todos os pacientes do SUS.

Dado que a terapia com células CAR-T ainda está em fase de pesquisas e não foi liberada para a rede pública ou privada, o paciente Vamberto Luiz de Castro só pode ser atendido no hospital universitário após a aprovação de uma comissão ética. Afinal, apesar de promissor, o tratamento ainda pode trazer riscos para o paciente, considerando a forte baixa no sistema imunológico que ocorre após a introdução das células, e que pode ser fatal em alguns casos.

Dimas Tadeu Covas, coordenador do CTC, acrescentou, em declaração ao G1, que ainda não há previsão de quando o tratamento será expandido para outros centros hospitalares porque depende de laboratórios controlados com infraestrutura adequada. Além disso, por não ser um procedimento tão simples, ele só poderá ser realizado em unidades com experiência em transplante de medula óssea.

Antes de chegar ao SUS, a pesquisa também deverá ser avaliada pela Anvisa, observam os pesquisadores. Portanto, nos próximos 6 meses, serão realizados mais testes com cerca de 10 pacientes. Já Vamberto Luiz de Castro, após apresentar melhorias durante as semanas que esteve em observação, receberá alta amanhã (12).

[Agência Fapesp, G1, Jornal da USP]

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NASA fornece mais detalhes de traje espacial que astronautas devem usar em viagem à Lua

Posted: 11 Oct 2019 08:18 AM PDT

Novo traje espacial de astronautas da NASA permitirá que eles se agachem

A NASA forneceu mais detalhes sobre seus novos trajes espaciais, que devem ser usados na próxima viagem à Lua. De bate pronto, já é possível dizer que ela tem um visual parecido com a que Neil Armstrong utilizou durante sua caminhada em nosso satélite natural, porém muito mais confortável.

Isso porque os trajes serão personalizados via 3D com base em digitalizações feitas do corpo todo, apesar de ainda contarem com o icônico design das roupas espaciais da Apollo 11 na missão Artemis. Ainda em desenvolvimento, a xEMU, a Unidade de Mobilidade de Exploração Extraveicular, já passou por alguns testes debaixo d'água, com o teste orbital provavelmente começando em 2023.

Basicamente, cada traje age como uma "nave espacial personalizada que imita todas as proteções do ambiente hostil do espaço e dos recursos básicos que a Terra e sua atmosfera fornecem", como escreveu a NASA em um post nesta semana.

Embora dar um passeio na Terra deverá ser mais fácil, os rolamentos e os itens aprimorados das roupas do xEMU permitem uma maior amplitude de movimento para que os astronautas não se limitem aos "pulos à la coelho" na superfície da Lua, como os feitos pela equipe da missão Apollo 11. Eles também poderão alcançar objetos sobre o tronco, agachar-se e levar objetos sobre a cabeça com relativa facilidade, oferecendo uma flexibilidade que os modelos antigos e rígidos não possuíam. E uma nova escotilha de entrada traseira deve facilitar a tarefa de vestir e tirar o traje.

Os trajes também poderão ser usados em uma ampla gama de missões, graças às suas partes intercambiáveis e atualizáveis. Portanto, o mesmo processo, ou pelo menos seu "sistema central", poderia ser usado na Estação Espacial Internacional, na Lua e talvez até em Marte. Por enquanto, só espero que essa capacidade de personalização adicional evite outro problema de guarda-roupa, como o que impediu a primeira caminhada espacial feminina da NASA no início deste ano — ia rolar a primeira missão fora da Estação Espacial Internacional feita apenas por mulheres, mas a falta de trajes personalizados impediu o feito. Perguntamos à NASA sobre isso e atualizaremos o post, caso a agência responda.

Dentro do traje, a NASA usará os fones de ouvido notoriamente desconfortáveis que os astronautas aparentemente os ridicularizam como bonés do Snoopy. Agora, um sistema de áudio aprimorado usa microfones ativados por voz alojados em todo o tronco do traje. O próprio capacete agora também possui uma camada protetora em seu visor, que basicamente funciona como o plástico de um telefone novo, protegendo o dispositivo da sujeira e dos detritos com um escudo superficial mais fácil de substituir do que um capacete inteiro.

Com todo este progresso, no entanto, a NASA ainda está dando fraldas espaciais aos astronautas. Ou, no linguajar bonito, "uma roupa parecida com uma fralda para absorção máxima" para as ocasiões que caminhadas espaciais forem muito longas.

A NASA diz que seu objetivo é fazer com que os astronautas e seus respectivos traseiros andem na Lua nesses novos trajes xEMU até 2024.

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Tim Cook explica por que a Apple removeu app utilizado por manifestantes em Hong Kong, mas não convence

Posted: 11 Oct 2019 06:22 AM PDT

O CEO da Apple, Tim Cook, explicou por que sua empresa decidiu sucumbir à pressão da China e remover um aplicativo que estava sendo usado pelos manifestantes pró-democracia de Hong Kong.

Os manifestantes usavam o aplicativo HKmap.live para monitorar o movimento policial com base em informações fornecidas por terceiros. A Apple removeu o aplicativo alguns dias atrás, depois o restabeleceu e o retirou novamente na quarta-feira (9), um dia após o People’s Daily, a plataforma estatal de notícias da China publicar uma matéria que sugeria que a Apple era cúmplice de “atos ilegais”, ajudando os manifestantes a “se envolver em mais violência”.

A Reuters relata que Cook defendeu a decisão em um comunicado interno da empresa. "Não é segredo que a tecnologia pode ser usada para o bem ou para o mal. Este caso não é diferente", escreveu o CEO da Apple, de acordo com a agência de notícias, que revisou a carta.

A carta (uma cópia que o veterano de tecnologia John Gruber afirma ser autêntica e foi publicada aqui) continuou explicando que a empresa analisou “informações confiáveis” de “usuários” e do “Departamento de Crimes de Cibersegurança e Tecnologia de Hong Kong”, e determinou posteriormente que o HKmap.live foi usado "com intuito malicioso de atacar policiais individualmente e de vitimizar indivíduos e propriedades onde não havia presença da polícia".

“Esse uso violou a lei de Hong Kong”, escreveu Cook. “Da mesma forma, o abuso generalizado viola claramente nossas diretrizes da App Store que proíbe danos pessoais”.

A Apple confirmou à Reuters que a carta foi escrita por Cook. A empresa não respondeu imediatamente a uma solicitação do Gizmodo para confirmação ou comentário adicional.

“Os debates nacionais e internacionais sobreviverão a todos nós e, embora importantes, eles não governam os fatos”, escreveu Cook. “Nesse caso, nós os revimos completamente e acreditamos que essa decisão protege melhor nossos usuários”.

As afirmações de Cook são difíceis de confirmar, mas o fundador e crítico social da Pinboard, Maciej Cegłowski, está em Hong Kong acompanhando os acontecimentos há algum tempo e considera suspeitos os comentários do CEO da Apple. A declaração completa de Ceglowski sobre o assunto está disponível no blog Daring Fireball (em inglês) e diz, em um trecho:

A primeira alegação é que “o aplicativo estava sendo usado maliciosamente para atingir policiais individuais por meio da violência”. Isso não faz nenhum sentido. O aplicativo não mostra a localização de policiais individuais. Mostra concentrações gerais de unidades policiais, com um atraso significativo.

Como apontaram o desenvolvedor e @charlesmok, um legislador de Hong Kong, o aplicativo agrega relatos do Telegram, Facebook e outras fontes. É difícil acreditar que uma campanha para atingir oficiais individuais usaria um formato de crowdsourcing mundialmente legível como este.

Além disso, quais são esses incidentes em que os manifestantes tinham como alvo policiais individuais para um ataque premeditado? O Sr. Cook pode dar um único exemplo? Alguém pode?

O senador norte-americano Josh Hawley tem contribuído fortemente para o debate e disse em um tuíte na terça-feira (8): “A Apple me garantiu na semana passada que a decisão inicial de proibir esse aplicativo foi um erro”, escreveu Hawley. "Parece que os censores chineses conversaram com eles desde então. Quem está realmente controlando a Apple? Tim Cook ou Pequim?”.

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Steam terá recurso que permite jogar online jogos multiplayer locais

Posted: 11 Oct 2019 05:25 AM PDT

Em um mundo perfeito, todo jogo multiplayer ofereceria suporte para partidas online. Mas se você é um desenvolvedor independente, com recursos limitados, sabe que às vezes não é viável adicionar o suporte adequado ao código , uma questão que o futuro “Remote Play Together”, da Steam, pretende solucionar.

Programado para ser lançado como parte de um teste beta em 21 de outubro, o novo suporte multijogador online da Steam é uma extensão do seu recurso Remote Play atual que permite transmitir jogos do seu PC doméstico para outros dispositivos pela internet ou por uma rede wi-fi local.

Tradução: Hoje, a nossa equipe anunciou outro novo ótimo recurso que será adicionado ao Steam: Remote Play Together. Isso vai permitir que amigos joguem jogos cooperativos locais pela internet como se estivessem juntos no mesmo ambiente.

De acordo com o designer de produtos Alden Kroll, da Valve, no Twitter, o Remote Play Together funciona da seguinte forma: a Steam transmite a tela do jogador host (ou "anfitrião") para outros jogadores participantes enquanto captura os comandos do controle ou teclado e mouse dos usuários remotos, antes de enviar essas informações de volta para a máquina host. Dessa forma, mesmo os jogos que foram originalmente projetados como títulos multijogadores locais ou cooperativos de sofá podem funcionar online sem nenhum software ou patches adicionais (embora você precise considerar a latência adicional devido ao streaming).

Isso significa que, graças ao recurso Remote Play Together do Steam, jogos fantásticos que são apenas locais, como TowerFall Ascension, Samurai Gunn ou o Nidhogg original, poderão ser revividos, pois você não precisará mais ter todos os jogadores na mesma sala ou usar aplicativos de terceiros como o Parsec para obter a experiência multiplayer completa.

No entanto, Kroll também mencionou que o Remote Play Together foi projetado principalmente para jogos em tela compartilhada ou em tela dividida, como os mencionados acima, portanto, dependendo do título específico, alguns jogos podem ser mais adequados ao novo recurso multijogador online do Steam do que outros.

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[Review] Fone Sony WF-1000XM3: bom som e versatilidade

Posted: 11 Oct 2019 04:39 AM PDT

Os chamados fones true wireless, esses que não tem nenhum fiozinho sequer e conectam por Bluetooth, são a grande tendência da indústria de eletrônicos nos últimos anos. O movimento ganhou força quando a Apple lançou seus AirPods e já fez até Amazon e Microsoft embarcarem na onda.

Companhias mais habituadas ao setor de áudio, como JBL e Bose, também não iam ficar de fora dessa. É o caso da Sony. Ela lançou há alguns meses o WF-1000XM3, fones que prometem trazer, além da praticidade da vida sem fios, a conveniência do cancelamento de ruído de outros produtos.

A pré-venda foi um sucesso, e os fones, com preço na casa dos R$ 1.300, esgotaram em poucas horas. E aí? Com o perdão do trocadilho, esse barulho todo se justifica? Depois de uma apresentação do produto feita por executivos da Sony na sede da empresa, eu testei os fones por duas semanas e conto como eles se saem.

Configuração

A configuração inicial do WF-1000XM3 foi bem simples. Você precisa usar o app Headphones, da Sony, que está disponível para Android e iOS, e usar o Bluetooth. A caixinha de carregamento dele tem NFC. Se seu smartphone também tem, fica ainda mais fácil: basta encostar o sensor nela.

Fone de ouvido sem fio Sony WF-1000XM3
Fones de Ouvido Bluetooth Sem Fio Sony WF-1000XM3SMUC com Cancelamento de Ruído (Noise Ca...
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O aplicativo reúne vários recursos do fone, como modo de conexão (dá para priorizar a qualidade de som ou a estabilidade), uso do amplificador virtual DSEE HX (que promete fazer uma espécie de “upscaling” da qualidade de áudio, melhorando arquivos e streamings não tão bons), opções de comandos com toque e de equalizador.

Design e bateria

Ao colocar os fones nos ouvidos, cada um deles diz “Bluetooth conectado” e a porcentagem da bateria, graças aos sensores infravermelho que servem para detectar se estão nos ouvidos ou não. Ao remover os fones, aliás, a música pausa automaticamente e, depois de cinco minutos, os fones desligam.

A Sony promete seis horas de música com a bateria dos fones, mais 18 horas com as recargas da caixinha. Consegui usar em tardes de trabalho, coisa de quatro ou cinco horas de música, sem problemas.

Também coloquei a caixinha para carregar no final da primeira semana de uso, quando percebi que os fones não estavam com a bateria em 100% ao saírem dela. A caixinha tem porta USB-C e não oferece suporte a carregamento sem fio, como a dos Galaxy Buds — como eu não tenho nenhum carregador sem fio nem um Galaxy S10 ou um Huawei P30 Pro, não senti falta disso.

A caixinha, aliás, não é tão pequena, mas não cria um volume esquisito no bolso da calça. Ela é bem bonita, mas seu material emborrachado pega fácil marcas de dedo e riscos, infelizmente. Dentro, os compartimentos para fones contam com ímãs bem fortes, que puxam os WF-1000XM3 para dentro do aparelho com força.

O WF-1000XM3 vem com ponteiras de silicone de quatro tamanhos diferentes, e mais três de um material esponjoso que a Sony chamou de triple comfort.

Ponteiras de silicone do fone de ouvido Sony WF-1000XM3Dois pares de pontinhas triple comfort, as pretas da esquerda, e quatro de silicone. Somando com as que estavam no fone, são sete opções.

Tantas opções me deixaram confuso — eu sempre achava que tinha outra pontinha que se encaixava melhor aos meus ouvidos. No fim das contas, fiquei alternando entre a maior de silicone e a maior de espuma. A primeira isolava perfeitamente, mas grudava de um jeito meio desconfortável no canal auditivo. A segunda era mais confortável, mas rígida demais; isolava bem, mas não tanto quanto a outra.

Mesmo assim, é interessante ver que a Sony se preocupou em dar muitas opções para o usuário achar a que for melhor para ele.

Detalhe da caixinha do fone de ouvido Sony WF-1000XM3

Conexão

A Sony diz ter feito um trabalho de engenharia para aumentar o tamanho das antenas do fone e, olha, pela minha experiência, deu bem certo. A estabilidade da conexão com o celular é impressionante de tão estável. Pude andar pelas ruas, pegar ônibus, andar de metrô sem que o som desse aquela “engasgada” que outros fones Bluetooth geralmente dão.

Além disso, cada um dos fones, esquerdo e direito, se conecta de maneira independente ao celular. Isso também parece ajudar — em nenhum momento notei falhas na sincronização entre eles. Essa característica, aliás, permite que você use qualquer um dos dois de maneira independente. Não cheguei a testar, mas é bom saber que dá para fazer isso.

Por dentro da caixinha do fone de ouvido sem fio Sony WF-1000XM3

Som

A qualidade de som do WF-1000XM3 é muito, muito boa. O que mais chama a atenção é o “espaço” que os fones têm. Parece mais que você está usando um fone supra-auricular do que um fone intra-auricular. A música não parece estar comprimida em um pequeno drive, e você consegue perceber bem cada instrumento mesmo das músicas que você já conhece bem. Eu cheguei a reparar em uma cuíca de fundo em uma música do Jorge Ben que eu nunca tinha percebido, por exemplo.

Ele também consegue oferecer som com qualidade em diversas frequências. Isso fica bem claro ao explorar as opções de equalizador no app Headphones, da Sony.

Você prefere graves potentes? Pode colocar e sentir o impacto, sem distorções. Não chega a ser um daqueles fones de graves superpotentes, mas eles têm presença. Quer ouvir bem os agudos? Eles tocam com bastante nitidez, sem sibilação ou chiado — só achei um pouco estridentes em excesso. Gosta de uma equalização média? Dá para ouvir essas frequências muito bem também, com bastante fidelidade, sentindo o som e a vivacidade de cada instrumento.

Assim, o WF-1000XM3 acaba sendo uma opção bem versátil, que serve bem para vários gêneros musicais. Eu ouvi samba, rap, rock alternativo, metal e house com esses fones. Com alguns ajustes no equalizador, a experiência sempre era muito boa e agradável.

Cancelamento de ruído

O app Headphones também permite configurar um dos principais recursos do WF-1000XM3: a capacidade de entender a situação em que você está usando os fones e ativar suas preferências de som ambiente ou cancelamento de ruído. O cancelamento de ruído, aliás, é ativo: os microfones captam os sons do ambiente e tentam cancelá-lo emitindo uma onda “contrária” a ele.

Ele deixa você definir quatro situações: parado, andando, correndo ou transporte. Em cada uma delas, dá para escolher entre cancelamento de ruído ou som ambiente. Ao ativar o som ambiente, os fones usam seus microfones para captar o som externo e tocá-lo. Dá para escolher o nível de volume (de 1 a 20) e ativar ou desativar o foco na voz (realce em sons de frequências médias e agudas).

E é espantoso como isso funciona. O cancelamento de ruído pode não chegar ao zero absoluto, mas é incrível como parece que uma esponja absorveu os barulhos do ambiente, como o motor do ônibus, as conversas no escritório ou o ventilador do ar-condicionado.

A opção de som ambiente também é excelente. Ela não exagera sons, como eu senti que acontecia com os Galaxy Buds. Parece realmente que você está usando fones de ouvido abertos, que não isolam o som externo. Isso dá uma tranquilizadora sensação de segurança ao andar na rua. No escritório, dá para ouvir que há alguém falando, mas, dependendo do volume da música, fica difícil entender o que está sendo dito.

A troca automática entre situações usa sensores de movimento dos próprios fones e o GPS do celular — você precisa autorizar que o app tenha acesso à sua localização, o que pode assustar quem se preocupa com a privacidade. Isso, porém, parece ser necessário para que o telefone consiga diferenciar quando você está sentado em casa ou no escritório e quando você está sentado dentro de um ônibus ou de um trem.

O bacana é que este processo funciona de maneira satisfatória. Ao sentar no ônibus, em coisa de dez, quinze segundos, o cancelamento de ruído entrava em cena para “enxugar” o barulho do motor. Ao sair do veículo, poucos segundos eram necessários para começar a ouvir o barulho da avenida onde eu estava. Em cada troca, há uma breve interrupção e um sinal sonoro.

O recurso não é perfeito, porém. Às vezes, quando eu estava na redação e colocava os fones, eles demoravam para entender que eu estava parado. Daí, não seguiam o que estava programado e mantinham o cancelamento de ruído ativo. Aí, as pessoas falavam comigo e eu não ouvia. Outro pequeno defeito é que, se seu ônibus pega um trecho de trânsito mais lento, ele pode entender que você está andando e trocar o cancelamento de ruído pelo som ambiente.

Apesar desses dois casos, ele funciona muito bem em praticamente todo o tempo. A parte legal disso é que você não precisa ficar escavando menus em aplicativos nem mesmo apertando botões no fone para ligar cancelamento de ruído nem para alternar entre os modos. É só colocar nos ouvidos e sair por aí curtindo sua música.

Fones de ouvido Sony WF-1000XM3 ao lado de sua caixinha para carregamento

Recursos

Por falar em apertar botões, o WF-1000XM3 tem áreas sensíveis ao toque nos dois fones. Você pode configurar o que cada uma faz: controles para música, controles de cancelamento de ruído, Google Assistente ou nada. Você pode colocar cada fone para uma dessas tarefas livremente. Sentiu falta de alguma coisa? Pois é, não tem controles de volume, o que é uma pena.

Por padrão, o fone direito tem controles para música — um toque para pausar, dois para passar a música, três para voltar. O esquerdo liga e desliga o cancelamento de ruído ou som ambiente — nessa configuração, você também pode tocar e segurar para ele abaixar o volume da música e abrir o microfone, o que quebra um galho para falar rapidinho com alguém sem ter que tirar os fones.

O modo Google Assistente tem atalhos para ouvir comandos e ler notificações. Como eu não costumo usar o recurso no meu smartphone, acabei deixando ele meio de lado. Quando testei, porém, nem sempre ele entendeu o meu comando e simplesmente ignorou o que tinha dito. A leitura de notificações, por outro lado, funcionou bem, mas é um pouco longa — eu prefiro continuar curtindo minha música e ver essas coisas na tela mesmo, ao parar em algum lugar.

Os microfones, aliás, também servem para falar durante ligações. Cada fone tem dois: um interno para ajudar a captar a voz e um externo para cancelar ruídos. No entanto, mesmo com esses quatro microfones no total, tive dificuldades em chamadas telefônicas. Mais de uma vez, a pessoa do outro lado da linha dizia não estar entendendo o que eu falava e reclamava do barulho. Em um dos casos, disse até que era possível ouvir o que outra passageira do ônibus estava falando, mas não o que eu falava.

Caixinha dos fones de ouvido Sony WF-1000XM3

Conclusão

O WF-1000XM3 tem uma série de recursos muito práticos e úteis, que tornam a experiência como um todo muito agradável. O equalizador funciona bem. A troca do cancelamento de ruído para o som ambiente de acordo com a situação é bastante conveniente e poupa o trabalho de ficar pegando o celular ou apertando botões toda hora. O estojo de carregamento é bonito, cabe bem no bolso e tem uma bateria bastante confiável. Não tem fios enrolando. A conexão Bluetooth é muito estável, sem quedas irritando toda hora.

E, claro, o som. Ele tem uma qualidade de áudio excelente para alguém que não é audiófilo — para esse pessoal que entende mais de áudio, deve haver opções melhores, provavelmente com fio, mas eu devo dizer que fiquei bastante feliz ouvindo minhas músicas favoritas com essa qualidade.

Nem tudo é perfeito, porém. Não “senti firmeza” no Google Assistente quando tentei usá-lo e ele me deixou na mão, e os microfones parecem realmente ser um problema. Outros reviews reclamaram da questão da latência, dizendo que ela é pequena, mas perceptível em vídeos e jogos. Como eu não costumo ver filmes e séries nem jogar no smartphone, não foi um problema para mim.

A sensação que eu tive, no fim das contas, é que este é um produto muito bem executado. A Sony parece ter prestado atenção em detalhes que fazem a diferença no uso, como a estabilidade da conexão Bluetooth e as trocas automáticas de cancelamento de ruído para som ambiente. Essas, por exemplo, foram queixas que eu tive ao testar outros fones true wireless mais baratos.

No fim das contas, é um fone bastante versátil, que serve para usar no escritório, em viagens ou andando na rua e se adapta a todas essas situações. Talvez pudesse vir também com proteção contra suor para ser usado em corridas para ficar com um pacote completo.

Por R$ 1.300, é bastante dinheiro para mim. Geralmente, isso é o que eu gasto em um celular. O máximo que eu já gastei em fones deve ter sido algo em torno de R$ 150 em um AKG básico, competente e com fio.

Acho que esses fones são para o pessoal que compra celulares de topo de linha, mas não são audiófilos nem nada do tipo, apenas querem fones bons para viagens.

Mas, olha, mesmo sendo caros, eu sinto que eu não teria ficado decepcionado se tivesse gastado isso. Quem sabe se eu ficar com meu smartphone por mais um tempo e não trocá-lo? Estou realmente considerando essa opção.

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