segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Gizmodo Brasil

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Raios cósmicos podem ter formado dunas gigantes em Titã, uma das luas de Saturno

Posted: 20 Oct 2019 01:45 PM PDT

Superfície de Titã, uma das luas de Saturno

As dunas equatoriais da lua Titã, de Saturno, estão entre as superfícies mais peculiares do Sistema Solar, mas os cientistas não sabem exatamente como elas se formaram. Novas evidências experimentais sugerem que as dunas surgiram como resultados de raios cósmicos atingindo o gelo da superfície de Titã.

Titã é um dos lugares organizados no Sistema Solar. É uma lua saturniana que apresenta uma atmosfera densa, líquidos na superfície na forma de lagos e mares de hidrocarbonetos, enormes tempestades de poeira e vulcões de gelo que expelem jatos de água em vez de lava derretida. Titã também possui um deserto equatorial, chamado Shangri-la, que abriga uma rede de dunas monumentais, com a mais alta chegando a 100 metros de altura. Usando a sonda Cassini, da NASA, e a sonda Hyugens, da ESA, os pesquisadores conseguiram observar essas dunas, que se estendem por uma área que mede mais de 10 milhões de quilômetros quadrados.

Na Terra, as dunas de areia são compostas principalmente por silicatos, mas as dunas escuras de Titã são construídas a partir de materiais orgânicos, cuja origem e composição permanecem desconhecidas.

Pesquisas anteriores sugeriram que esses materiais orgânicos foram criados na atmosfera de Titã, como resultado de uma reação em cadeia envolvendo metano, nitrogênios e fótons solares. Nascidas no céu, essas partículas choveram na superfície do deserto, fornecendo os substratos para as dunas ao longo de escalas de tempo geológicas.

Superfície da lua Titã, de SaturnoSuperfície da lua Titã, de Saturno. Crédito: Universidade do Havaí

Uma nova pesquisa publicada nesta semana no periódico Science Advances apresenta uma nova explicação, sugerindo que as partículas formadas diretamente na superfície de Titã devido a reações químicas complexas desencadeadas pelo bombardeio constante dos raios cósmicos interestelares.

Graças à nossa confiável magnetosfera, a superfície da Terra está protegida contra este tipo de radiação, mas o mesmo não se pode dizer de Titã, que só pode contar com sua densa atmosfera para absorver a radiação recebida.

O físico-químico Ralf Kaiser, da Universidade do Havaí, e seus colegas conduziram um experimento para verificar se o acetileno congelado — um composto químico usado na soldagem — poderia ser convertido em moléculas orgânicas complexas, como as encontradas em Titã, especificamente benzeno e naftaleno. Esta pesquisa foi motivada por observações anteriores do gelo acetileno em regiões próximas às dunas de Titã.

Para simular os efeitos dos raios cósmicos, os pesquisadores explodiram suas amostras com elétrons de alta energia e aqueceram esse produto quimicamente convertido até o ponto de sublimação (quando os sólidos se transformam diretamente em gás) para análise química. O experimento produziu o efeito desejado, transformando o acetileno em lixo orgânico escuro ou, mais tecnicamente, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) contendo até três ou quatro anéis de carbono.

A nova pesquisa mostra que os PAHs, incluindo naftaleno e fenatreno e seus precursores benzeno, fenilacetileno e estireno, podem ser sintetizados irradiando acetileno congelado — um processo que pode estar acontecendo na superfície de Titã e subsequentemente agindo como "uma matéria-prima molecular crítica para o material orgânico das dunas", escreveram os autores do estudo.

Obviamente, isso não prova que as dunas de Titã foram produzidas da mesma maneira, mas representa uma possibilidade intrigante — tanto para a Titã quanto para outros lugares do Sistema Solar, incluindo corpos celestes desprovidos de atmosfera. No mesmo comunicado à imprensa, Matthew Abplanalp, coautor do estudo, disse que "desvendar a origem e os caminhos químicos para formar essa material orgânicos das dunas é vital não apenas para entender a evolução química de Titã, mas também para entender como a química da lua era antes de a vida emergir na Terra há 3,5 milhões de anos".

Ainda não sabemos ao certo de onde os materiais das dunas vieram ou de que são feitos, mas o drone aéreo da NASA Dragonfly pode descobrir mais pistas sobre esse mistério, pois a fase inicial da missão verá a sonda investigar uma série de dunas de areia. Infelizmente, teremos que esperar um pouco, pois o Dragonfly não estará no céu nebuloso de Titã até meados de década de 2030.

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Foco do Facebook é em colocar em prática programa de privacidade sugerido pelos EUA, diz Zuckerberg

Posted: 20 Oct 2019 10:34 AM PDT

Mark Zuckerberg na conferência de desenvolvedores do Facebook

O foco principal do Facebook no momento é a implementação de um programa de privacidade exigido pela FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA), disse o CEO da companhia, Mark Zuckerberg, em uma recente entrevista para a Fox News. Se você nutre um pessimismo saudável quanto à rede, saiba que você não está tão errado assim: os federais tem incomodado o Facebook para levar a sério essa iniciativa há quase uma década, bem antes do escândalo da Cambridge Analytica.

A FTC multou o Facebook em US$ 5 bilhões em julho (uma quantia impressionante até você perceber que é menos de um terço dos ganhos do primeiro trimestre da empresa este ano) pelo incidente em que 87 milhões de usuários tiveram seu dados pessoais comprometidos. O Facebook também continua realizando investigações da FTC e do Departamento de Justiça, embora por questões antitruste.

Na entrevista, Zuckerberg disse que mais de 1.000 funcionários estão planejados para trabalhar em um "programa abrangente de privacidade para proteger as informações dos consumidores" exigido pela FTC. O Facebook originalmente concordou com esse pedido em 2012, após uma situação de falta de privacidade ocorrida em 2012, embora não tenha sido tão grande. Um dos executivos veteranos de marketing da empresa, Michael Protti, já foi escolhido como diretor do programa de privacidade.

Promessas do Facebook feitas à FTCO que diz o programa de privacidade proposto pelo Facebook. Crédito: Facebook

"Estamos fazendo os mesmos controles internos e auditorias em torno dos dados pessoais das pessoas que fazemos como uma empresa pública em torno dos dados financeiros e das informações que temos", disse Zuckerberg à Fox News.

No total, ele disse que a companhia tem cerca de 30 mil funcionários designados apenas para manter a segurança on-line e um orçamento dedicado a esse fim que supostamente supera toda a receita anual do Facebook quando foi aberta em 2012.

"Entendo que as pessoas têm muitas preocupações com isso e, no passado, cometemos erros e precisamos garantir que possamos ganhar a confiança das pessoas", continuou Zuckerberg. "Podemos fazer isso operando com um nível de rigor e tendo um programa de privacidade que define um novo padrão para o setor ao longo do tempo".

Temos ouvido muitos dos compromissos e reivindicações de Zuckerberg há muito tempo. Até porque seus executivos estão preocupados com a queda nas pesquisas de confiança dos usuários nos EUA em resposta a qualquer um desses escândalos nos últimos anos:

No início do ano, Zuckerberg chamou o Facebook de um "inovador em privacidade". Resta saber se dessa vez vai ser sério mesmo.

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Pesquisadores desenvolvem pele artificial para que seu smartphone sinta você

Posted: 20 Oct 2019 08:15 AM PDT

Pele Skin-On para cobrir o smartphone

Estamos muito felizes ao mexer em nossos telefones por horas a fio, mas você já parou para pensar e perguntar a esse pequeno em suas mãos se ele está seguro?

Claro que não. Porque é um produto comercial sem alma.

Embora esse fato não tenha impedido Marc Teyssier, da Telecom Paris, na França, e seus colegas de desenvolver capinhas para smartphone seriamente perturbadoras que imitam o toque macio da pele humana. É um conceito que eu tenho certeza que o pessoal da Netflix já planeja usar no próximo episódio do Black Mirror: coloque um desses "nacos de pele" no dispositivo e ele será capaz de detectar e responder a cada toque, cutucada e cócegas como uma pele seria para várias aplicações em potencial que não são excêntricas.

A interface é chamada Skin-On e consiste em uma pele artificial que foi programada para entender gestos e toques, além de emoções específicas às quais essas interações estão vinculadas. Um toque leve permite que o telefone saiba que você quer atenção, apertando-o com força ele entende que você está com raiva, enquanto acariciá-lo pode ser interpretado como conforto.

Na real, um dos possíveis usos listados no vídeo de prova de conceito do Skin-On é a "comunicação tátil com um avatar virtual". Se esse projeto conseguir ultrapassar o estágio de protótipo, você saberá que essa capinha terá algum tipo de aplicação sexual.

A interface parece tão inquietante quanto você esperaria, o que faz sentido, considerando que o conceito veio primeiro de um desejo de beliscar seu telefone, disse Teyssier à New Scientist. Se isso lhe parece um desejo bizarro de alguém, como referência, esse é o mesmo cara que ajudou a criar um dedo robótico para o telefone, então ele tem uma reputação de se interessar por tecnologias relacionadas à toque. É um conceito único que chegou até o seu doutorado, conforme ele explicou ao Gizmodo por e-mail:

"Exploro o toque na interação humano-computador. Quando conversamos com alguém pessoalmente, às vezes, usamos o toque para transmitir afeto, emoções e, geralmente, enriquecer o discurso. Agora que a comunicação mediada é realizada através dos dispositivos, perdemos o senso da modalidade de comunicação por toque"

Porém, replicar artificialmente até o mais simples dos toques humanos está longe de ser fácil. Todo o software e hardware dos principais protótipos da equipe levou três meses para ser construído, e pregar um material com uma pele artificial provou ser um processo particularmente complicado.

"A restrição era desenvolver algo que fosse elástico e que também pudesse detectar o toque", disse Teyssier à New Scientist.

De acordo com o vídeo da equipe, os protótipos vêm em duas versões diferentes: uma opção simples e de um tom único e uma opção ultra-realista para o exigente apreciador de carne falsa. E, assim como a pele humana, é composta de várias camadas: fio de cobre flexível entre uma epiderme e hipoderme de silício moldado para se parecer com a textura da pele. A equipe também cobriu um touchpad de laptop e smarwatch com as interfaces Skin-On para demonstrar seus usos potenciais além de apenas telefones.

O próximo passo para essas abominações é o Simpósio ACM sobre software e tecnologia de interface do usuário em Nova Orleans, onde a equipe da Telecom Paris, a HCI Sorbonne University e do Centro Nacional Francês de Pesquisadores apresentarão seu trabalho. Teyssier disse ao Gizmodo que não iniciou este projeto com nenhuma aplicação futura específica para os protótipos, mas "para propor um futuro possível com dispositivos antropomórficos".

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Cientistas conseguem agora notar baleias encalhadas com a ajuda de satélites

Posted: 20 Oct 2019 05:57 AM PDT

Baleia encalhada morta

Cientistas começaram a usar satélites que podem produzir imagens de alta-resolução para monitorar baleias encalhadas diretamente do espaço, segundo um novo estudo.

Em 2015, o Chile teve uma das maiores mortes em massa de baleias já registradas, contabilizando pelo menos 343 baleias mortas. Mas a localização remota delas fez com que isso só fosse notado após semanas e quando perceberam algumas baleias desapareceram ou entraram em decomposição, tornando difícil determinar como as baleias morreram. Talvez um dia os satélites possam provar ser uma maneira mais simples e mais acessível de estudar essas linhas do que as redes atuais e pesquisas aéreas.

"É importante aproveitar os avanços tecnológicos humanos para fazer um trabalho melhor, para entender e proteger o mundo natural", disse Jennifer Jackson, filogeneticista molecular da British Antarctic Survey, ao Gizmodo.

Cientistas avistaram o encalhe em 2015 em um voo de pesquisa sobre a localização incrivelmente remota e acidentada da costa sul do Chile, que contava sobretudo com baleias-sei. Elas não são tão grandes quanto as baleias azuis ou as baleias-jubarte, mas as baleias-sei ainda são grandes, medindo 15 metros ou mais de comprimento e pesando cerca de 20 toneladas. Você pode imaginar que se um satélite pode obter informações de um caminhão ou uma estrada, ele também capturaria uma baleia-sei, né?

Uma baleia-sei mortaUma baleia-sei morta. Crédito: Mauricio Ulloa Encina/BAS

Os pesquisadores, liderados por Preter Fretwell da British Antactic Survey, coletaram imagens de satélite antes do levantamento aéreo, que poderiam chegar a uma resolução de meio metro em preto e branco e resolução de 2 metros em 8 faixas coloridas. Depois de processar as imagens, eles as analisaram em busca de formas de baleias, classificaram as formas em classes com base na confiança que eles tinham de que era realmente uma baleia e analisaram os comprimentos de onda da luz que apareciam nas imagens. Por fim, fizeram uma análise automatizada para encontrar essas formas semelhantes de baleia.

Essas imagens demonstraram pequenas diferenças em relação aos levantamento aéreos: em um caso, as baleias encontradas em levantamento aéreos. Em outro, as imagens de satélite revelaram mais baleias que a pesquisa aérea. A discrepância foi baseada em parte do tempo decorrido entre os diferentes métodos de pesquisa, pois as baleias poderiam ter se deslocado na água.

Acontece que apenas as imagens aéreas poderiam estar subestimando o número de baleias encalhadas, de acordo com o artigo publicado no Plos One. Os pesquisadores também escreveram que comprimentos de onda vermelha ou próximo do infravermelho podem determinar a diferença entre baleias e não baleias em casos ambíguos, pois as baleias-sei quando decompostas ficam com uma cor arenosa clara que pode dificultar sua identificação.

Visão aérea de baleias mortas encalhadasVisão aérea de baleias mortas. Crédito: Hausermann/BAS

Satélites oferecem vários benefícios em potencial para monitorar baleias encalhadas, explicou Jackson. Eles podem fornecer dados logo que alguma possa ficar encalhada, dando melhores estimativas antes que forças naturais movam elas de lugar. E eles inclusive podem oferecer contexto sobre o que pode ter causado a morte das baleias.

"É muito pouco usual que haja muitas baleias morrendo em apenas um lugar em específico", disse Carlos Olavarría, diretor-executivo do Centro de Estudos Avançados de Zonas Áridas no Chile e um dos principais autores do estudo, ao Gizmodo. "Nos diz que há algo acontecendo em todo o ambiente. Precisamos estar mais próximos do momento que estes animais morrem de modo que possamos saber o que está acontecendo em todo o ambiente ao redor deles".

Quanto aos encalhes de 2015, os pesquisadores chilenos descobriram que pequenos eventos ocorrem anualmente na área durante o verão no hemisfério sul, e ao mesmo tempo que ocorreu recentemente uma morte em massa de salmão na região. Pesquisas recentes sugeriram que a proliferação de algas tóxicas pode ser a culpada.

O novo estudo representa o primeiro passo ao usar satélites para monitorar encalhes de baleias, mas ainda há muito trabalho a ser feito. O escaneamento manual de imagens de satélite leva bastante tempo, e os pesquisadores esperam eventualmente implementar técnicas de machine learning para observar cadáveres de baleias. Além disso, esse método provavelmente não pode salvar vidas de baleias, até porque os satélites só podem capturar imagens quando estão diretamente sobre a área de interesse e não há cobertura de nuvens. Jackson disse ao Gizmodo que isso ocorre a cada quatro semanas, aproximadamente.

Ainda assim, esperamos que as imagens de satélites ajudem os pesquisadores a ter uma visão de 30 mil pés (cerca de 9,15 km) dos problemas de encalhamento de baleias, não apenas no Chile, mas em todo o mundo.

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