quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Gizmodo Brasil

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Empresa entrega a primeira arma laser anti-drone para a Força Aérea dos EUA

Posted: 23 Oct 2019 03:13 PM PDT

A Raytheon anunciou que entregou a primeira arma laser anti-drone publicamente conhecida à Força Aérea dos EUA no início deste mês. A prestadora de serviços militares disse que a Força Aérea implantará a arma em um experimento de um ano no exterior, a fim de treinar as pessoas como usá-la e testar sua eficácia no mundo real.

Os drones, também conhecidos na comunidade militar como sistemas aéreos não tripulados (UAS) ou Vants (veículos aéreos não-tripulados), viram um tremendo salto no uso de organizações terroristas como o Estado Islâmico na última década. E enquanto a Marinha dos EUA está testando um laser anti-drone desde pelo menos 2017, esta é a primeira entrega pública de uma dessas armas à Força Aérea.

A arma de "energia direcionada" usa um sensor eletro-óptico/infravermelho para identificar possíveis ameaças antes de usar um laser para derrubar drones perigosos do céu.  O laser pode ser alimentado usando uma tomada padrão de 220 volts e, quando conectado a um gerador, pode fornecer um “número quase infinito de disparos”.

“Cinco anos atrás, poucas pessoas se preocupavam com a ameaça de drones”, disse Roy Azevedo, presidente da Raytheon Space e Airborne Systems, em comunicado publicado no site da empresa. "Agora, ouvimos sobre ataques ou incursões o tempo todo. Nossos clientes viram isso acontecer e nos pediram para desenvolver uma capacidade de defesa contra-UAS urgentemente. Fizemos exatamente isso, passando da prancheta para a entrega em menos de 24 meses".

O vídeo postado por Raytheon no YouTube em 2018 mostra como o sistema de armas funciona para enfrentar possíveis ameaças.

Apesar da declaração da Raytheon de que esta é a "primeira" arma anti-drone dada à Força Aérea, os lasers são usados ​​pelos militares dos EUA no campo de batalha há mais de uma década. O sistema laser ZEUS foi usado pelas forças armadas dos EUA para destruir IEDs no Iraque e no Afeganistão desde 2003.

A pesquisa sobre armas laser começou quase imediatamente após o desenvolvimento dos lasers na década de 1960. As forças armadas dos EUA começaram a experimentar armas laser anti-drone desde pelo menos a década de 1970. O ARPA (agora DARPA) destruiu um drone no céu pela primeira vez em 1973 usando uma arma a laser que funcionava aquecendo o motor de uma aeronave, fazendo com que ela explodisse.

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Google tem cinco novos experimentos para tentar reduzir seu vício em smartphone

Posted: 23 Oct 2019 01:32 PM PDT

Novos apps do Google de bem estar digital

Os smartphones são uma necessidade moderna, mas por tudo aquilo que eles permitem, estes pequenos retângulos também são uma fonte inesgotável de ansiedade. Para ajudar a combater isso, o Google está lançando cinco experimentos de "bem-estar digital" para "ajudar as pessoas a encontrarem um melhor equilíbrio com a tecnologia".

Os cinco experimentos são de código aberto, e cada um foi pensado para limitar as distrações e reduzir quanto tempo você gasta no smartphone. Unlock Clock, por exemplo, é um papel de parede que conta e exibe o número de vezes que você desbloqueou o telefone por dia. Um outro experimento é o Post Box que agrega e agenda suas notificações de modo que você só verá algumas delas por dia.

Enquanto isso, os experimentos Desert Island e Morph são concentrados em limitar apps que você interage por determinado tempo. Embora o primeiro desafie você a usar apenas os apps mais essenciais num período de 24 horas, o Morph permite que você agrupe apps por temas como "Exercício" ou "Trabalho". Por fim, o app We Flip é uma adaptação digital daquele jogo em que todo mundo em um grupo coloca o telefone num recipiente para não ser usado — a primeira pessoa a pegar perde.

"Esperamos que esta plataforma inspire desenvolvedores e designers a criar experimentos e colocar o bem-estar digital no centro daquilo que forem construir no futuro", escreveu o Google na sua área de perguntas frequentes. "Esses experimentos foram projetados para ajudar as pessoas a considerarem seu relacionamento com a tecnologia. Eles podem ser usados por um dia, uma semana ou por quanto tempo for útil".

Não faltam aplicativos de "desintoxicação digital" criados para ajudar a acabar com o vício em smartphones. Essas experiências parecem ser uma extensão da iniciativa "Bem-estar digital" anunciada no Google I/O de 2018 e introduzidos posteriormente no Android 9 Pie. Dito isso, é bom que o Google abra o código para os experimentos e forneça diretrizes para que outros desenvolvedores e designers possam fazer os seus próprios. No entanto, o que quer que seja criado está atualmente limitado a "aparelhos Android populares recentes". Se você não tiver certeza, o Google diz que a Play Store notificará os usuários sobre a disponibilidade, se seus telefones forem compatíveis.

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Recurso que pede autorização para entrar em grupos do WhatsApp finalmente começa a ser liberado

Posted: 23 Oct 2019 12:26 PM PDT

Logotipo do WhatsApp em um smartphone

Em abril, o WhatsApp informou que ia disponibilizar uma função que perguntava antes para a pessoa se ela gostaria de fazer parte daquele grupo. Agora, parece que a coisa é real mesmo e o WhatsApp está liberando a funcionalidade para mais gente, começando pela Índia, conforme informa o WABetaInfo.

Perguntamos para a assessoria de comunicação do WhatsApp no Brasil sobre a disponibilidade por aqui, e eles disseram que não tinham nenhuma atualização sobre o assunto. Oficialmente, a rede disse que ia começar a liberar em abril e já estamos em outubro. Então, existe uma boa chance de começar a pintar o recurso para os usuários brasileiros em breve, dado que o mercado indiano já está recebendo o update.

Como explicamos à época, o recurso consiste em uma configuração na qual você decide quem pode te incluir em grupos automaticamente e quem precisa te enviar um convite. Para ativá-la, é simples:

Vá para Configurações no seu app, e então toque em Conta > Privacidade > Grupos e selecione uma das três opções: “Ninguém”, “Meus contatos”, ou "Todos”.

Privacidade grupo WhatsApp

A opção "Todo mundo" mantém o sistema atual e qualquer pessoa pode te adicionar em chats em grupo.

Selecionando "Meus contatos", apenas aqueles que estão na sua agenda telefônica poderão te incluir sem perguntar nada – desconhecidos ainda podem incluir seu número, mas você será alertado antes de participar do grupo.

Já a opção "Ninguém" sempre exibirá o convite, independente de quem tenha tentado te incluir em uma conversa.

Se você já está de paciência cheia de ser colocado em grupos, o recomendável é selecionar a opção Ninguém, mas aí vai da sua conta e risco.

O convite para a participação dos chats fica disponível por 72 horas e o administrador ficará sabendo que você não foi adicionado automaticamente – ao selecionar a pessoa para entrar no chat, uma mensagem diz que "não foi possível adicionar fulano" e pergunta se ele quer enviar o convite.

[Gizmodo em Español e Android Police]

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CVV e Facebook lançam bot no Messenger para agilizar atendimentos

Posted: 23 Oct 2019 11:45 AM PDT

O Centro de Valorização da Vida (CVV) lançou na terça-feira (22) um bot no Messenger para agilizar os atendimentos. Segundo comunicado, o objetivo é que a inteligência artificial facilite o acesso a informações e canais de ajuda.

A tecnologia desenvolvida pela empresa Nama, permite que o bot responda a dúvidas administrativas, incluindo como se tornar voluntário ou contribuir com a entidade, e, principalmente, fornecer informações e links para os canais de ajuda do CVV para quem busca ajuda urgente.

A vantagem dessa pareceria com o Facebook é que será possível encaminhar de forma mais rápidas as diferentes solicitações, permitindo que quem busca ajuda tenha acesso mais rápido e fácil aos voluntários.

Essa não é a primeira vez que o CVV utiliza as redes sociais como ferramenta para auxiliar no trabalho da entidade. Desde 2007, é possível enviar informações de ajuda emergencial a amigos pelo Facebook Live. A plataforma também conta com uma ferramenta que sinaliza conteúdos que possam sugerir que alguém está em risco. Em casos urgentes, os próprios times do Facebook acionam socorristas locais.

Para falar com o bot do CVV, basta acessar a página no Facebook e clicar em "Enviar Mensagem".

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Bactéria que causa úlceras no estômago está se tornando mais resistente aos antibióticos

Posted: 23 Oct 2019 10:38 AM PDT

Bactéria H. pylori sob um microscópio

Uma infecção bacteriana comum que causa úlceras e câncer no estômago tem se tornado cada vez mais resistente, de acordo com a nova pesquisa preliminar. Na Europa, sugere o artigo, as variedades da bactéria Helicobacter pylori tornaram-se mais resistentes às drogas de primeira linha usadas para combatê-la nos últimos 20 anos. As taxas de resistência chegaram a dobrar para pelo menos um antibiótico.

A H. pylori adora viver no estômago humano. Mais da metade das pessoas no mundo possuem essa bactéria, embora a maioria das pessoas não fique doente por causa dela. Ocasionalmente, ela pode causar infecções agudas que se assemelham a uma gastroenterite.

Ao longo da vida, as bactérias também podem ajudar a causar úlceras que inflamam e desgastam o revestimento do estômago, e esse dano ao tecido aumenta o risco de câncer de estômago. Infelizmente, os cientistas assumiram durante décadas que as úlceras eram causadas exclusivamente por estresse e pela dieta, acreditando de forma equivocada que os micróbios não poderiam suportar o ambiente hostil e ácido de nossos estômagos.

Úlceras causadas pela H. pylori são geralmente tratadas com antibióticos e drogas que reduzem a produção de ácido gástrico. Mas ao longo dos anos, os médicos têm notado que os antibióticos usados contra ela – mesmo quando administrados como uma terapia combinada – não funcionam de forma tão eficaz como antes. Refletindo essa preocupação, a Organização Mundial da Saúde declarou em 2017 que novos tratamentos eram urgentemente necessários para variedades de H. pylori resistentes à ao antibiótico claritromicina.

De acordo com os autores desta nova pesquisa, o trabalho geral que tem sido feito não corresponde ao tamanho do problema da resistência da H. pylori. Eles compararam mais de 1.200 amostras de bactérias coletadas de pacientes por médicos em 18 países europeus entre 1998 e 2018. Em seguida, rastrearam como a bactéria evoluiu em termos de resistência a três antibióticos comumente empregados, incluindo a claritromicina.

No geral, eles descobriram que apenas 9,9% das amostras em 1998 apresentavam resistência pré-existente à claritromicina, uma percentagem que aumentou para 21,6% até 2018. E em algumas regiões, como o sul da Itália e a Croácia, mais de um terço de todas as variedades de H. pylori mostraram resistência à claritromicina.

A resistência às outras duas drogas, como levofloxacina e metronidazol, também aumentou ao longo do tempo, com taxas de resistência ao metronidazol sendo a mais alta de todas as três.

Os resultados do estudo são preliminares e foram apresentados esta semana na conferência anual da United European Gastroenterology. Mas vão na linha de outras pesquisas, já revisadas por pares. Em 2018, uma análise constatou que a taxa média de resistência às três drogas pela H. pylori superou 15% na maior parte do mundo.

“Com taxas de resistência a antibióticos comumente usados como claritromicina aumentando a uma taxa alarmante de quase 1% ao ano, as opções de tratamento para a H. pylori se tornarão progressivamente limitadas e ineficazes se novas estratégias de tratamento permanecerem pouco desenvolvidas”, disse Francis Megraud, autor do estudo e professor de bacteriologia na Universidade de Bordeaux, na França, em um comunicado. “A eficácia reduzida das terapias atuais poderia manter as altas taxas de incidência de câncer gástrico e outras condições, como úlcera péptica, se a resistência às drogas continuar a aumentar nesse ritmo”.

Há alguma esperança, pelo menos. O estudo descobriu que em alguns países, como Dinamarca e Noruega, as taxas de resistência à claritromicina ainda eram incrivelmente baixas, oscilando em torno de 5%. Esses países têm sido historicamente melhores em manter a resistência aos antibióticos sob controle por meio de políticas públicas que desencorajam o uso desnecessário de antibióticos (particularmente na criação de gado).

A menos que o resto do mundo siga o exemplo, a H. pylori e inúmeras outras infecções se tornarão cada vez mais intratáveis.

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Órgão de defesa do consumidor dos EUA impede três apps stalkerware por uso indevido

Posted: 23 Oct 2019 09:16 AM PDT

A FTC (Comissão Federal de Comércio) dos Estados Unidos interferiu pela primeira vez na questão dos aplicativos "stalkerware", acusando os desenvolvedores responsáveis por três dessas ferramentas.

Originalmente criados para monitorar crianças e funcionários, os apps stalkerware estão se popularizando cada vez mais, principalmente entre cônjuges desconfiados. (Aqui no Brasil, uma pesquisa mostrou que o número de incidentes de stalkerware bem-sucedidos e bloqueados em 2019 aumentou 228% em relação ao mesmo período em 2018.) Uma vez instalados em um dispositivo, a ferramenta permite localizar o aparelho, ler mensagens e acessar fotos. Tudo isso sem que o dono do celular sequer saiba que o aplicativo foi instalado.

Após a decisão, ficou estabelecido que a empresa Retina-X Studios esá proibida de promover seus aplicativos até que os criadores possam fornecer evidências suficientes que provem que as ferramentas não estão sendo explorados para fins ilegais. Os três apps que estão sendo investigados pelo FTC são o MobileSpy, TeenShield e PhoneSheriff. Segundo o The Next Web, aproximadamente 15 mil assinaturas foram vendidas antes que eles fossem banidos.

Andrew Smith, diretor do gabinete de proteção ao consumidor do FTC, disse em comunicado que "embora possa haver razões legítimas para rastrear um telefone, esses aplicativos foram projetados para rodar clandestinamente em segundo plano e são compatíveis para usos ilegais e perigosos”.

De fato, existem diversos riscos de segurança envolvidos nesses aplicativos. Segundo uma matéria do Motherboard de 2017, a Retina-X foi alvo de múltiplas tentativas de hackeamento. Uma violação dessas poderia expor dados sensíveis das vítimas de stakerware, incluindo localização, contatos, e-mails e fotos.

O mais preocupante é que os aplicativos da Retina-X conseguem passar pelas restrições de segurança tanto do Android como do iOS, o que lhe permite coletar dados sensíveis e expor dispositivos a vulnerabilidades. Portanto, empresas como Google e Apple também carregam parte da responsabilidade.

Conforme aponta o The Next Web, muitos desses aplicativos de monitoramento tentam escapar de implicações legais utilizando comunicados, quase escondidos em seus sites, afirmando que o propósito primário da ferramenta é "vigilância parental". Portanto, é bom saber que o FTC está começando a olhar para essas ameaças de forma mais rigorosa e pressionar mais as empresas e desenvolvedores que colocam em risco a segurança dos usuários.

[The Next Web]

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Elon Musk diz que sua internet via satélite está funcionando

Posted: 23 Oct 2019 07:43 AM PDT

Serão necessários mais alguns anos – e milhares de satélites – até que a constelação de internet Starlink da SpaceX atinja sua capacidade total. Porém, isso não impediu que Elon Musk participasse dos primeiros testes do sistema, que aparentemente está funcionando.

Nesta terça-feira (22), Elon Musk anunciou no Twitter que estava enviando um “tuíte por meio de um satélite Starlink”. Alguns minutos depois, ele respondeu ao tuíte dizendo: “Uau, funcionou!!”

Tradução: Enviando esse tuíte pelo espaço com a internet da Starlink.

Uau, funcionou!!

Nada mal, considerando que a constelação atualmente consiste em apenas 60 satélites, sendo que três sequer estão funcionando (um índice de desgaste ruim, mas essa é outra história).

Em maio, quando um foguete SpaceX Falcon 9 depositou os satélites miniaturizados (smallsats) a uma altitude de 400 quilômetros, Musk disse que o sistema não seria muito útil até que a constelação chegasse a cerca de 400 unidades e que ele não chegará à “capacidade operacional significativa” até completar 800 satélites. Porém, como sugere o tuíte de Musk, eles já funcionam minimamente.

Uma vez que o sistema estiver funcionando plenamente, em algum momento da década de 2020, a Starlink espera oferecer internet banda larga de baixo custo para praticamente qualquer local da Terra, não importa o quão remoto seja.

Estacionados na órbita baixa da Terra, os satélites criarão uma espécie de concha ao redor do mundo, oferecendo acesso à internet a quem estiver disposto a pagar.

Musk espera que a Starlink seja “viável economicamente” quando atingir mil unidades no espaço, mas a companhia aeroespacial planeja lançar até 12 mil satélites, cada um pesando cerca de 227 quilos.

Na verdade, o sistema poderia ter ainda mais unidades, dado o recente pedido da SpaceX feito para a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) para lançar 30 mil satélites adicionais.

Quando a primeira leva dos satélites Starlink foram lançados em maio, eles surgiram como um trem brilhante no céu. Esse lançamento, e a perspectiva de muitos outros, é uma preocupação para astrônomos, que estão apreensivos com o fato de a constelação de smallsats interferirem na observação do espaço.

Especialistas também se preocupam com o fato de a constelação de Starlink e de outras empresas, incluindo as que devem surgir pelas mãos da Amazon e OneWeb, possam aumentar a chance de colisões no espaço.

Esses temores aumentaram em setembro, quando a Agência Espacial Europeia precisou realizar uma “manobra de evasão de colisão” para prevenir que seu satélite Aeolus pudesse se chocar com um dos satélites da Starlink.

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Google afirma ter atingido “supremacia quântica”, mas o que isso significa?

Posted: 23 Oct 2019 07:01 AM PDT

No mês passado, a NASA havia vazado o rascunho de um artigo de pesquisa do Google em que a empresa alegava ter atingido a "supremacia quântica". Nesta quarta-feira (23), a companhia publicou oficialmente em seu blog um post confirmando as informações vazadas em setembro.

O Google explica que, ao contrário da computação tradicional, encontrada nos dispositivos eletrônicos atuais – de celulares a computadores -, a computação quântica é baseada em propriedades da mecânica quântica. Dessa forma, ela tem o potencial de desenvolver baterias melhores, aprimorar a eficiência de algumas medicações ou minimizar as emissões de carbono provenientes da criação de fertilizantes, exemplifica o Google.

Segundo o New York Times, pesquisadores acreditam que a computação quântica poderá trazer avanços em inteligência artificial ou facilmente violar a criptografia que protege computadores essenciais para a segurança nacional. E é por esse motivo que governos como dos EUA e da China consideram essa área da ciência como uma prioridade de segurança nacional.

O artigo publicado na Nature descreve que o chip chamado de "Sycamore", um processador de 54 qubits, foi capaz de realizar um cálculo em 200 segundos (ou 3 minutos e 20 segundos), enquanto que mesmo o computador mais rápido do mundo levaria 10 mil anos para realizar essa tarefa.

Trocando em miúdos, a chamada “supremacia quântica” se refere à capacidade de um computador quântico executar um cálculo que um supercomputador clássico não conseguiria realizar em um tempo razoável.

Explicação do Google sobre operação feita em computador quântico comparado com computador convencional

Pesquisadores da IBM prontamente rebateram essa afirmação de "supremacia quântica". Os pesquisadores dizem que o Google subestimou o supercomputador Summit, desenvolvido pela IBM, que poderia realizar o cálculo em 2,5 dias.

Atualmente, empresas como Microsoft, Intel e a própria IBM vêm disputando essa corrida pela computação quântica, sendo que uma máquina dessas custa milhões de dólares para ser construída.  Mas essa competição não ocorre apenas no nível corporativo, mas entre países também. No caso, Estados Unidos e China, como não poderia deixar de ser.

O NYT diz que a China está investindo US$ 400 milhões em um laboratório quântico nacional e que já registrou quase o dobro do número de patentes quânticas que os EUA nos últimos anos. Já o governo Trump lançou a National Quantum Initiative prometendo investir US$ 1,2 bilhões em pesquisa quântica, incluindo computadores.

Explicando de forma simples, um computador tradicional é capaz de realizar cálculos processando “bits” de informação, sendo que cada bit carrega 1 ou 0. Os computadores quânticos, por outro lado, conseguem processar 1 e 0 ao mesmo tempo, com cada qubit armazenando uma combinação de 1 e 0. Assim, dois qubits podem carregar quatro valores de uma vez e, à medida que esses qubits aumentam, a potência do computador também aumenta exponencialmente. Nesse vídeo (em inglês), o Google explica um pouco sobre como funciona:

Em geral, a notícia já havia sido recebida com ceticismo quando o artigo foi vazado no mês passado. A primeira ressalva é que o computador quântico do Google foi capaz de superar um computador tradicional em um teste específico, mas não demonstra nenhuma outra capacidade.

Outro ponto é que, apesar de ser realmente um grande passo, isso não significa que o computador quântico do Google será capaz de resolver problemas do mundo real. O processador Sycamore tem apenas 54 qubits, que perdem seu comportamento quântico após realizarem algumas operações. Já a maioria das aplicações do mundo real requerem milhares ou até mesmo milhões desses qubits trabalhando juntos sem perder seu comportamento quântico.

Por outro lado, alguns cientistas compararam o anúncio do Google ao primeiro avião no início do século 20. Ou seja, uma prova de que algo é possível mesmo que esteja a anos de atingir seu total potencial, segundo o NYT.

E o Google parece estar ciente disso. Em sua publicação, a empresa ressalta que a conquista é o resultado de anos de trabalho e que o desafio agora é encontrar aplicações práticas. Por isso, a empresa diz estar trabalhando com a comunidade de pesquisadores e lançou uma ferramenta aberta para que outras pessoas possam contribuir com essa tarefa de identificar novas aplicações.

[Google, New York Times, AP]

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O Surface Laptop 3 da Microsoft e da AMD é extremamente fino e com um ótimo desempenho

Posted: 23 Oct 2019 05:19 AM PDT

Surface Laptop 3

O Surface Laptop 3 de 15 polegadas pode ser um dos dispositivos mais portáteis de 15 polegadas que já usei. É fino, pesa apenas 1,5 kg, tem uma tela grande de 15 polegadas e, de alguma forma, consegue ser bastante potente para inicializar. Eu raramente usei um laptop tão grande que pareça tão pequeno quando transportado de casa para o escritório, ou mesmo pela casa. É absolutamente excelente. É também o primeiro dispositivo premium em anos a contar com um processador AMD em vez de um processador Intel. A AMD e a Microsoft fizeram uma grande divulgação sobre essa parceria e, após usar o Surface Laptop 3 por quase uma semana, entendo todo o entusiasmo.

Surface Laptop 3

O que é: A versão de 15 polegadas do Surface Laptop, agora com a AMD por dentro. A Microsoft não vendo a linha Surface no Brasil.
Preço: Começa em US$ 1.000 para a versão de 13 polegadas e a US$ 1.500 para uma de 15 polegadas. Avaliado em US $ 1.700.
Curti: Fino. Portátil. Desempenho incrível da GPU.
Não curti: A duração da bateria é mediana. As teclas podem parecer macias demais. O acabamento em alumínio deixa marcas de dedo rapidamente.

O Surface Laptop 3 é a terceira geração da tentativa da Microsoft de lançar um ótimo laptop de US$ 1.000. Este ano a Microsoft produziu dois tipos de laptops Surface. Uma versão de 13,5 polegadas que começa em US$ 1.000 e tem uma CPU Intel Ice Lake de 10ª geração, e uma versão de 15 polegadas que começa em US$ 1.500 e depende de um processador AMD Zen 2 com uma GPU Vega aprimorada.

A que foi analisada aqui é a versão de US$ 1.700 com CPU Ryzen 5 3580U, GPU Vega 9, 16 GB de RAM e SSD de 256 GB. Esse é um preço muito estranho para um dispositivo muito estranho, porque outros grandes fabricantes de laptops Windows, como Dell e HP, não estão fazendo nada como o Surface Laptop 3. O Spectre x360 da HP e o XPS 15 da Dell são ambos um pouco mais espessos e pesados, mas pelo mesmo preço, eles oferecem gráficos discretos e CPUs mais antigas com mais núcleos.

A esperança da Microsoft parece ser que as pessoas estejam dispostas a pagar por portabilidade em vez de potência em um laptop de 15 polegadas. Como alguém que está bem com seu dispositivo de 13 polegadas, mas desejava ter uma tela maior, o Surface Laptop de 15 polegadas é basicamente voltado para mim. É o meu laptop, apenas com mais tela e quase nenhum peso adicional.

Foto: Alex Cranz/Gizmodo

Ele pesa apenas 1,5 kg! Isso equivale a apenas 227 gramas a mais que o de 13 polegadas e 227 gramas a menos que os principais dispositivos de 15 polegadas da Dell e HP. Este é o primeiro laptop de 15 polegadas em quase quatro anos que eu prefiro a um de 13 polegadas para transportar até o escritório. Ele não ocupa quase nada de espaço adicional – encaixando-se confortavelmente no compartimento de uma mala destinada a um dispositivo de 13 polegadas quando eu o levei para um casamento no fim de semana. Com 0,57 polegadas, ele é incrivelmente fino para um dispositivo de 15 polegadas também.

Apesar de ser tão fino e leve, ele parece resistente. Eu posso andar por aí com ele aberto, fechado em uma mão, e não sinto que vai flexionar ou quebrar. Quando eu o levei no avião neste fim de semana, bem equilibrado no meu colo, não tive problemas com dobradiças soltas ou instabilidade enquanto digitava. As únicas coisas que posso criticar sobre a construção do laptop são o acabamento e o teclado.

A Microsoft optou por um acabamento de alumínio (encontrado em preto ou platina na versão de 15 polegadas). O apoio para as mãos de tecido encontrado no modelo de 13 polegadas não está disponível no de 15 polegadas, o que é uma pena, porque o Surface Laptop de alumínio preto, como todos os laptops de alumínio preto que já usei, é um ímã absoluto para as marcas de dedos. Eu estou usando o laptop há menos de uma semana, e seu acabamento fosco já está começando a brilhar. O tecido, ou algum timo de material oleofóbico, seria bem-vindo.

Quanto ao teclado – as teclas parecem um pouco suaves para o meu gosto. Elas não são suaves o suficiente para me fazer odiar, mas eu gostaria que elas tivessem um pouco mais de pressão.

Foto: Alex Cranz/Gizmodo

Eu também gostaria que a Microsoft parasse com a sofisticada porta Surface Connect para carregar. Eu tenho o péssimo hábito de derrubar o cabo da porta por acidente e estou mal-acostumada com a grande variedade de dispositivos que agora uso que carregam via USB-C. Com um computador tão meticulosamente projetado, a porta de carregamento proprietária aleatória se destaca de uma maneira desagradável. O Surface Laptop 3 inclui uma porta USB-C (assim como uma porta USB-A e fone de ouvido de 3,5 mm), mas é para alimentar monitores e carregar periféricos, o carregamento (com um carregador de 60W) é secundário.

Embora a relutância em abraçar totalmente o USB-C pareça um passo atrás, o interior do dispositivo parece um passo significativo adiante. Você não poderá encontrar esta CPU e GPU específica em um produto que não seja da Microsoft. A empresa fez uma parceria com a AMD para produzir os chips que alimentam o Surface Laptop 3. Embora nenhuma das empresas tenha entrado em detalhes extensos sobre o que há de diferente entre o Ryzen 5 3580U encontrado aqui e o 3500U padrão, ambos observaram, pelo menos, que o GPU Vega 9 é mais poderoso e possui mais unidades de computação do que o Vega 8 encontrado na 3500U.

O que isso significa se você não se importa com todos esses números e especificações? Isso significa que o Microsoft Surface Laptop 3 voa em tarefas intensivas de GPU. Pelo menos comparativamente. Veja bem, o espaço da GPU para laptops ficou bastante complexo no ano passado. A Intel possui dois tipos diferentes de GPUs, os fracos tradicionais integrados que são encontrados em metade de sua linha de 10ª geração e um novo e mais rápido integrado, encontrado especificamente nos produtos Ice Lake.

Um pouco mais rápido que as GPUs Ice Lake, são as GPUs discretas MX150 e MX250 fabricadas pela Nvidia e geralmente encontradas em laptops de última geração. Existem também as GPUs discretas ainda mais poderosas da Nvidia e da AMD. As placas Nvidia geralmente acabam em dispositivos de jogos ou em estações de trabalho mais caras, enquanto as GPUs discretas da AMD são fornecidas em dispositivos Apple.

A GPU Vega 9 integrada da AMD, encontrada no Surface Laptop 3, em velocidade, gira em algum lugar entre o Ice Lake e o MX 250. É rápido o suficiente para tornar os jogos menos exigentes suaves, mas não exatamente poderoso o suficiente para levá-lo ao Gears 5 em qualquer coisa acima de Médio.

Quanto à CPU, ela se contrapõe ao desempenho do processador i7 Ice Lake da Intel (não testamos o processador i5 Ice Lake, que seria a comparação mais justa). No Blender, onde renderizamos uma imagem 3D e observamos quanto tempo leva, foi tão rápido quanto o novo XPS 13 2 em 1 da Dell com um Intel i7-1065G7. Os únicos lugares em que a parte da Intel teve desempenho superior foram no Geekbench 4 e no WebXPRT 2015, dois benchmarks sintéticos que geralmente favorecem os processadores da Intel. Nos testes do mundo real, de Overwatch a Civilization VI e Handbrake, o Ryzen 5 3580U foi tão rápido quanto (e, no caso dos jogos, foi até um pouco mais rápido).

No entanto, há uma ressalva. Duração da bateria. É profundamente mediano. O Surface Laptop 3 durou apenas 7 horas e 42 minutos em nosso teste, onde definimos o brilho da tela para 200 nits e transmitimos um vídeo do YouTube até a bateria acabar. Isso é quase quatro horas a menos do que o Dell XPS 13 2 em 1 com o chip Ice Lake. Não é realmente impressionante! Mas a série XPS da Dell sempre superou os concorrentes em testes de bateria, e a Microsoft me disse que nossos resultados eram precisos. Também está alinhado com o Microsoft Surface Laptop 2 do ano passado, que era muito menos potente. Por mais que eu queira usar o Surface Laptop 3, tudo o que posso dizer é que “é OK” no que diz respeito à duração da bateria. Não é abismal, mas não é incrível.

A duração da bateria é a única desvantagem realmente significativa em um dispositivo excelente. Imagine se algo tão portátil como este dispositivo de 15 polegadas também tivesse uma duração de bateria incrível? Em vez de ser um ótimo laptop de 15 polegadas, o Surface Laptop 3 seria uma compra obrigatória para muitas pessoas.

Tal como está, é apenas uma compra muito inteligente para muitas pessoas. Se você valoriza a portabilidade e não precisa de meia dúzia de núcleos de CPU e uma grande GPU discreta, o Surface Laptop 3 é uma raridade que atinge um equilíbrio perfeito que eu não sabia que precisava até ter um no meu colo. A AMD (e a Microsoft) produziram uma GPU e CPU aparentemente tão boas quanto as melhores da Intel. É uma prova absoluta de que a AMD pode e deve começar a aparecer em mais laptops, especialmente nos grandes e chamativos.

Resumo

  • A GPU é muito boa.
  • A CPU está em pé de igualdade com um processador U-series de 4 núcleos da Intel.
  • A duração da bateria é apenas mediana.
  • O Surface Laptop 3 de 15 polegadas é tão fino e leve que será difícil voltar para um dispositivo de 15 polegadas mais potente.

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Quando ficaremos sem água?

Posted: 23 Oct 2019 04:19 AM PDT

Pescador pegando um peixe em um um lago vazio

Mesmo pessoas que acreditam na mudança climática são negadoras do fenômeno: você deve saber, intelectualmente, que nosso mundo está chegando ao fim, mas é difícil de processar isso, da mesma forma que alguém acredita (ou não) que morrerá em algum dia.

Há outros contra-exemplos — você pode ser uma exceção — mas a maioria de nós está meio que não ligando para isso, não importa quão pessimistas são as notícias sobre o assunto. Algo que deve tornar mais fácil de acreditar no fim é se acabar a água potável do mundo. A questão não é "e se", mas quando — e é esta questão que propomos para este Giz Pergunta, em que pedimos a ajuda de vários especialistas para nos ajudar a responder quando ficaremos sem água.

Em comum, eles argumentaram que não devemos ficar sem água, mas deve haver problemas no acesso. Em algumas regiões, a distribuição deve ser um grande problema devido às alterações climáticas e ao uso insustentável da agricultura.

Megan Konar

Professora Assistente de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, cuja pesquisa se concentra em hidrologia, ciência ambiental e economia.

O planeta como um todo não ficará sem água. No entanto, certos locais podem enfrentar escassez de água – quando sua infraestrutura de água não consegue atender às demandas de água, de maneira intermitentemente ou por longos períodos.

O uso doméstico de água (por exemplo, para beber, cozinhar, tomar banho) não está ameaçado na maioria dos lugares. No entanto, o uso da água agrícola precisará se adaptar às crescentes demandas de outros usuários da água e à mudança dos padrões climáticos. A agricultura é de longe o maior usuário (em termos de retirada e consumo) em todo o mundo. Atualmente, grande parte da produção agrícola em todo o mundo depende do uso insustentável de aquíferos de águas subterrâneas. Essas culturas provavelmente precisarão ser cultivadas em outro lugar quando essas reservas de água subterrânea não forem mais economicamente acessíveis.

Isso significa que cadeias de suprimentos de todos os tipos – mas particularmente de bens que consomem muita água– precisarão se reorganizar para dar conta do risco da água. O risco da água abrange a exaustão a longo prazo dos recursos hídricos locais ameaças da água (por exemplo, seca e inundação) que afetam a produção em toda a cadeia de suprimentos. O risco da água também pode afetar a capacidade de transportar mercadorias em uma cadeia de suprimentos, como inundações ou secas que interrompam a navegação fluvial.

Engenheiros, gerentes e formuladores de políticas de recursos hídricos enfrentam um dilema. Prevê-se que a insegurança e os riscos hídricos aumentem no futuro, o que torna cada vez mais importante o desenvolvimento de uma infraestrutura que gerencie esses riscos. No entanto, há incerteza quanto à natureza e os custos futuros desses riscos hídricos. Essa incerteza contribui para o baixo investimento em infraestrutura.

"O uso agrícola da água precisará se adaptar às crescentes demandas de outros usuários da água e aos padrões climáticos em constante mudança".

Peter Gleick

Cientista de água e clima, cofundador do Pacific Institute, membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA e vencedor recente do prêmio Carl Sagan para a Popularização da Ciência

O que aprendi ao longo dos anos é tentar responder à pergunta que deveria ter sido feita, se a pergunta que foi feita não estiver correta.

É o caso aqui: nós (o mundo, o Brasil, os EUA ou até as comunidades locais) nunca ficaremos sem água no sentido literal. A água é um recurso renovável. Ela circula através de estoques (como lagos, aquíferos subterrâneos e oceano) e fluxos (como chuvas, rios e evaporação) e hoje há tanta água no planeta quanto havia bilhões de anos atrás. Mas, de fato, temos uma “crise” da água ou muitas crises diferentes relacionadas às pressões das populações em crescimento, aumento da demanda por água, limites de "pico da água" nos suprimentos, contaminação da água por resíduos humanos e industriais, destruição ecológica e especialmente insustentabilidade e mau uso da água que temos. E ouvimos cada vez mais histórias preocupantes na mídia sobre cidades ou comunidades ou populações vulneráveis ​​que estão ficando sem água – na verdade o que realmente queremos dizer que elas estão experimentando cada vez mais impactos de secas e escassez, à medida que as demandas por água superam os limites dos suprimentos renováveis.

Nós sugamos alguns rios – como o Colorado, o Rio Amarelo na China ou o Nilo – até ficarem completamente secos de seus fluxos renováveis, ao ponto que eles não chegam mais ao mar, a não ser durante anos incomumente chuvosos. Extraímos a água subterrânea, bombeando água mais rapidamente do que a natureza consegue repor, levando à queda dos níveis de água, aos poços secando e à terra diminuindo e se compactando em lugares como Jacarta, Vale Central da Califórnia e grandes regiões da Índia e sul da Ásia. E agora que os humanos estão mudando rapidamente o clima, somos confrontados com temperaturas crescentes e demandas por água, mudanças nos padrões de chuva e neve e agravamento dos extremos de inundações e secas. Vivemos cada vez mais com a infraestrutura antiga de água e instituições antiquadas criadas nos séculos 19 e 20, em um mundo de mudanças climáticas no século 21.

Em resumo, nosso sistema de água está desequilibrado. Não estamos vivendo dentro das restrições naturais de nosso recurso renovável mais precioso e mais comunidades e ecossistemas enfrentarão crescente escassez de água, secas, contaminação e interrupção do abastecimento se não conseguirmos adotar uma abordagem mais sustentável.

A boa notícia é que existe um caminho para um futuro positivo para a água, o "caminho suave para a água", que pode atender às necessidades humanas e ao meio ambiente natural, dentro dos limites de nossos recursos. O caminho suave exige que trabalhemos para fornecer água potável básica e saneamento para todos (um foco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável); continuar a expandir o suprimento de água, encontrando fontes não tradicionais de água, como tratamento e reutilização avançados da água, captura mais eficaz de águas pluviais e dessalinização (como começamos a ver em lugares como Singapura, Califórnia, Israel e outros lugares); melhorar significativamente a eficiência e a produtividade do uso atual da água, para que possamos cultivar mais alimentos e produzir mais bens e serviços, mas com muito menos água (como vemos nos modernos sistemas de irrigação de precisão, nos aparelhos e indústrias mais eficientes, e nos esforços para recapturar e evitar vazamentos); proteger explicitamente os ecossistemas naturais e garantir água para o meio ambiente (como esforços para reidratar o baixo rio Colorado ou garantir fluxos ecológicos mínimos para áreas úmidas e pesqueiros); reconhecer que o acesso à água e ao saneamento é um direito humano, mas também desenvolver ferramentas econômicas inteligentes para ajudar a precificar, gerenciar e usar a água com eficiência; e finalmente melhorar nossas instituições para gerenciar a água de maneira sustentável.

Não existe uma solução mágica para resolver nossos problemas hídricos, mas existem muitas estratégias inovadoras e bem sucedidas para nos impedir de "ficar sem água" e continuar a satisfazer melhor todas as necessidades humanas e ecológicas dentro dos limites dos recursos naturais do planeta.

“Não estamos vivendo dentro das restrições naturais de nosso recurso renovável mais precioso e mais comunidades e ecossistemas enfrentarão crescente escassez de água, secas, contaminação e interrupção do abastecimento se não conseguirmos adotar uma abordagem mais sustentável”.

Mark W. LeChevallier

Vice-Presidente e Oficial Chefe de Meio ambiente da American Water, a maior empresa de serviços públicos de água e esgoto dos Estados Unidos.

Nós não ficaremos sem água. O que caracteriza a Terra é que é azul, por causa dos oceanos. 97% da água na terra está nos oceanos; 2% está no gelo; apenas cerca de 1% está disponível – que não está no oceano ou preso nas calotas polares. E mesmo assim, a maior parte dessa água é subterrânea, e parte dela está envolta em minerais; portanto, é realmente apenas uma fração de um por cento da água a que temos acesso – a água de superfície de lagos e rios ou água subterrânea de poços. A experiência que temos com a água é apenas uma fração do que está disponível. Na maior parte, a água não é consumida. Você pode decompor a água em hidrogênio e oxigênio, mas na maioria das vezes a água é reciclada – não é como se você a usasse uma vez e ela foi embora.

Portanto, nós – me refiro ao mundo – não ficaremos sem água. Individualmente, a água é uma questão local. Posso não ter água onde estou, não importa se temos oceanos, ainda não tenho, então isso é um problema. Certamente, estamos vendo isso em algumas grandes cidades do mundo e isso está se tornando uma crise maior. A mudança climática é realmente a respeito da mudança na água – em algum lugar a terra ficará mais úmida e teremos mais inundações; em alguns lugares, vai ficar mais seco e teremos secas, e isso é um problema.

Dito isto, posso ter acesso a água, mas posso não ter água limpa, posso não ter água potável. Sendo assim, a capacidade de purificar a água é a segunda parte disso. E existem tecnologias – temos tecnologias para tratar a água do mar e torná-la potável. Mas isso se torna uma questão de: posso pagar por isso?

Transportamos petróleo de todo o mundo – da Arábia Saudita até o nosso carro – mas pagamos três dólares por galão por isso. Poderíamos fazer isso com água, mas – se você acha que uma garrafa de água é cara agora, será ainda mais cara.

Portanto, existem soluções e tecnologias, mas a questão é: podemos fornecer água potável limpa e segura a um preço acessível para as pessoas ao redor do planeta? E isso pode ser difícil em algumas áreas. Transportar água é caro, a água é pesada, pesa um quilo por litro. Se você compra uma água importada o maior custo disso é o seu transporte. A água é grátis. E isso pode não ser algo muito sustentável, uma vez que a energia usada no transporte dessa água cria gases de efeito estufa que impulsionam as mudanças climáticas e apenas tornam o ciclo da água mais complicado. Então precisamos olhar para isso de uma maneira holística.

Existem tecnologias que podem fornecer água – que podem evaporar a umidade do ar, a condensar e fornecer água potável. Não é muito, mas provavelmente o suficiente para que você não morra de desidratação, mas não será capaz de regar o gramado ou lavar o carro com isso. Então a parte final disso é, de quanta água você precisa? Você precisa apenas o suficiente para sobreviver ou precisa ter o tipo de qualidade de vida que estamos acostumados?

Eu acho que a questão é: as pessoas precisam mudar de atitude em relação à água e perceber que é um recurso precioso. Acabamos de comemorar o quinto aniversário do desafio do balde de gelo – fizemos isso porque a água é irrelevante, mas se essa for a água que você tem para sobreviver, você não a derramará sobre sua cabeça, as atitudes mudariam. Talvez valorizar a água de maneira diferente da que fazemos hoje seja a resposta definitiva.

"Posso ter acesso a água, mas posso não ter água limpa, posso não ter água potável"

Stephanie Tatge

Analista de Serviços de Ecossistemas do The Freshwater Trust

Há um ditado no gerenciamento de recursos que diz algo como "Você não pode gerenciar o que você não pode medir". Seguindo essa lógica, podemos não saber quando ficaremos sem água, porque não sabemos quanta água estamos usando atualmente. Como sociedade, precisamos acompanhar mais de perto o uso da água. Por exemplo, na Califórnia, a TFT (The Freshwater Trust) tenta desenvolver sistemas automatizados que monitoram e quantificam a quantidade e a qualidade da água doce com base nas mudanças no uso da terra, clima, processos humanos, projetos de restauração, etc.

Google, Apple, Amazon, Uber: empresas como estas vieram incorporar a inovação, a eficiência e o sucesso. Com que frequência a conservação de água doce é caracterizada nos mesmos termos? Infelizmente, a conservação da água doce é frequentemente vista como uma batalha perdida, travada por idealistas bem intencionados, mas no final das contas, ineficazes. Não precisa ser assim; e de fato não pode ser assim se quisermos manter nossa economia, muito menos nossa saúde ou a do planeta.

A TFT tira lições das organizações de maior impacto e conhecimento de tecnologia do mundo para obter ganhos reais para o meio ambiente. A Conservação Quantificada é uma abordagem que vai além de um passado baseado em procedimentos para um futuro baseado em resultados. Trata-se de garantir que cada ação se traduza em um resultado positivo para o meio ambiente e alavancar as melhores práticas usadas por empresas e organizações do setor social para restaurar o estado de nossos recursos naturais.

"Infelizmente, a conservação da água doce é freqüentemente vista como uma batalha perdida, travada por idealistas bem intencionados, mas no final das contas, ineficazes".

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