quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Gizmodo Brasil

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Um homem desenvolveu uma condição pulmonar rara depois de trocar a roupa de cama

Posted: 19 Nov 2019 02:15 PM PST

A inocente decisão de um homem do Reino Unido de trocar a roupa de cama fez com que ele desenvolvesse uma condição estranha e rara que o deixava sem ar, dizem os médicos. Em um novo estudo de caso publicado na segunda-feira (18), eles detalham como o homem teve uma rara forma de alergia às penas de pássaros que enchiam seu novo edredom e travesseiros.

De acordo com o estudo, publicado no BMJ Case Reports, o homem de 43 anos sofreu meses de tontura, fadiga e falta de ar até se consultar com um médico em novembro de 2016.

No início, seu médico presumiu que ele tinha uma infecção do trato respiratório inferior, como bronquite, e seus sintomas melhoraram logo depois. Mas em dezembro eles pioraram, a ponto de ele não poder mais andar de um cômodo para outro em sua casa sem sentir falta de ar. Seu médico o encaminhou para uma clínica de emergências respiratórias e procurou aconselhamento de Owen Dempsey, médico da Enfermaria Real de Aberdeen e um dos autores do estudo.

“O sistema imunológico dele se comporta de maneira exagerada — pense em Donald Trump em vez de Barack Obama”

Dempsey conversou com o homem por telefone, tentando encontrar uma causa potencial para seus sintomas. Quando o paciente mencionou que ele e sua esposa haviam trocado recentemente a roupa de cama de material sintético para edredom e travesseiros de plumas, Dempsey rapidamente apresentou um diagnóstico preliminar que foi posteriormente confirmado por testes de laboratório: pneumonite de hipersensibilidade, também conhecida como PH ou HP, na sigla em inglês.

O homem tinha uma forma particular de PH que tende a atingir pessoas que criam pássaros ou trabalham próximos a eles, por isso foi batizada de "pulmão do criador de pássaros". Mas nos casos em que as pessoas contraíram a PH simplesmente por serem expostas a roupas de cama de penas, essa condição foi chamada de "pulmão de edredom de penas“.

“Em algumas pessoas que têm contato com proteínas de excrementos de pássaros ou poeira de suas penas, seu sistema imunológico se comporta de maneira exagerada — pense em Donald Trump em vez de Barack Obama”, disse Dempsey ao Gizmodo por e-mail.

PH, como o Gizmodo explicou recentemente, é uma condição complexa e rara. Ela envolve anticorpos diferentes daqueles que causam uma alergia alimentar ou cutânea típica. Isso significa que não é detectável através de um teste de alergia padrão, nem as pessoas reagem instantaneamente quando são expostas ao gatilho. Também não está claro por que uma pessoa desenvolve PH, já que muitos podem disparar esses anticorpos específicos, mas nunca ficar doentes.

“É claro que a maioria das pessoas não fica com esse problema, e isso depende de como o sistema imunológico é preparado e afetado pela genética”, disse Dempsey.

Como Dempsey rapidamente suspeitou que era um caso de pulmão de edredom de penas, ele disse ao homem para remover a roupa de cama de sua casa já na primeira vez que eles se falaram. E em poucos dias, ele começou a melhorar. O tratamento subsequente com esteroides pareceu acelerar sua recuperação, embora Dempsey tenha notado que não há evidências definitivas de que os esteroides ajudem a PH. Independentemente disso, quando ele foi liberado do tratamento um ano depois, voltou ao normal.

“Isso não me afeta em nada agora e minha vida está praticamente como era antes”, escreveu o homem em uma perspectiva do paciente, acompanhando o relato de caso.

Embora seja provável que mais pessoas contraiam pulmão de edredom de penas do que o documentado, dada a dificuldade de diagnosticar, não é algo com que você deva se preocupar se estiver dormindo de forma tranquila sob um edredom de plumas.

“Mantenha a roupa de cama com plumas, mas se você tiver sintomas no peito, como falta de ar ou tosse, mencione isso ao seu profissional de saúde”, disse Dempsey. “A maioria não pensa nisso.”

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Uma olhada por dentro das TVs para entender a diferença entre LED, OLED e QLED

Posted: 19 Nov 2019 12:51 PM PST

Detalhe de camada de TV NanoCell, da LG

Nos pontos de venda, as TVs estão sempre bonitas, exibindo fotos ou vídeos para mostrar contraste, controle de cores e outras dessas coisas. Nesta terça-feira (19), em um evento para jornalistas, para mostrar na prática a diferença entre os televisores e suas diferentes tecnologias, a LG simplesmente abriu TVs LED, QLED, NanoCell e OLED.

Antes de continuar com este assunto, é importante ressaltar que a companhia aposta bastante em seus painéis OLED. A empresa diz que OLED é o estágio mais recente da evolução das telas — se você perguntar isso para outras marcas, sobretudo uma outra sul-coreana, ela deve argumentar que é outro tipo de tecnologia.

Vale ressaltar que basicamente temos dois tipos de painéis de TV. Aparelhos com tela retroiluminada, presente nos modelos LCD e LED, e aparelhos em que os pixels têm iluminação própria, com a tecnologia OLED.

A primeira TV mostrada "por dentro" pela LG foi um modelo 4K LED da empresa. Internamente, ela contava com algumas camadas finas de filtros de luz e refração, além de um painel com uma série de fontes de luz. Por sempre ter uma luz por trás, dificilmente esse tipo de modelo consegue um nível de preto mais escuro. Isso quer dizer que as imagens dela são ruins? Não. Só tem menos detalhes.

Painel de TV Led da LGCada um desses pontos são fontes de iluminação

Na sequência, foi aberta uma TV QLED de pontos quânticos. Então, havia as camadas de filtros de praxe e mais fontes de luz ainda, o que acaba conferindo um melhor controle da iluminação de fundo, permitindo, por exemplo, imagens mais nítidas e com contraste maior.

TV QLED por dentroNessa QLED tem muito mais pontos de iluminação

A terceira TV exibida por dentro era uma NanoCell, que é a aposta da LG para concorrer com as QLEDs. A tecnologia consiste em células super pequenas arranjadas no painel da TV para absorver comprimentos de onda adicionais de luz. Ela ainda traz como característica um sistema de iluminação por zonas em vez de colunas.

TV LG NanoCell por dentroEssas “folhas” na mesa são camadas de filtros presentes nos televisores

Por fim, foi aberta ao vivo uma TV OLED da LG. Então, a diferença é que ela não tem camadas ou luz usada na retroiluminação de pontos. Então, com isso, segundo a LG, a tecnologia acaba tendo níveis mais escuros de preto. Se você tiver curiosidade, Pedro Valery, responsável por TVs da LG do Brasil, mostra um pouco como é o processo de destruição da TV:

De modo geral, a TV OLED tem resultados bem interessantes de nível de contraste e de cor. A questão para o usuário comum, no entanto, deve ser o preço. Digo isso pois os modelos OLED costumam ser mais caros, e algumas podem sofrer de burn-in — uma imagem emitida por muito tempo pode deixar um "vulto" na tela. Algumas marcas, inclusive, oferecem garantia contra este tipo de efeito.

Da esquerda para a direita: TV LED (note os pontos de luz espalhados na tela), TV NanoCell (note que só há iluminação em volta do peixe) e OLED (não existe luz de fundo)

O usuário médio deve ficar de olho mesmo nas TVs LED do mercado, pois a maioria já tem resolução 4K (que é a resolução máxima do conteúdo disponível por aí, inclusive em algumas plataformas de streaming e em consoles), são conectadas e não são tão caras. Agora, se você tiver grana de sobra, talvez valha dar uma olhadela em modelos OLED, pois são super finas. Mas vá com calma, pois você não deve achar nada mais barato que R$ 5 mil.

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App de namoro The League vai permitir que usuários conversem por vídeo

Posted: 19 Nov 2019 12:02 PM PST

O aplicativo de encontros The League – que filtra os usuários para garantir que eles estejam na "liga" certa – decidiu apostar em speed dating por vídeo.

Desde que foi lançado em 2015, o app The League conquistou a reputação de ser uma ferramenta de namoro para esnobes focados em status social. “Embora sua mãe possa chamá-lo de exigente, nós o chamamos de autoconsciente”, explica o site do aplicativo.

Agora, o aplicativo está lançando um recurso que atende a pessoas que estão ocupadas demais envolvidas em atividades sociais para ir a encontros físicos reais.

A partir de 1º de dezembro, alguns usuários do The League poderão experimentar o League Live. O recurso conecta automaticamente pares de usuários participantes, com base em suas preferências mútuas, para encontros de dois minutos de bate-papo por vídeo.

Segundo o Verge, cada pessoa recebe três desses encontros, com cada sessão sendo iniciada por um quebra-gelo. Se os dois usuários gostarem um do outro, o aplicativo os conectará e permitirá que eles continuem conversando. O League Live só acontecerá às 21h aos domingos.

A CEO Amanda Bradford disse ao Verge que os primeiros testes mostraram que o recurso era popular entre usuários de 35 a 40 anos de idade – possivelmente porque eles têm menos tempo para saírem por uma noite com alguém que pode não ser capaz de manter uma conversa. Ela também disse que o recurso é útil para usuários que não moram em cidades densamente povoadas e podem precisar viajar mais longe para ir a encontros.

Bradford disse ao Verge que apenas os usuários que possuem uma boa “Pontuação da liga” – que é baseada na atividade do aplicativo, no preenchimento completo do perfil e se o usuário foi ou não denunciado – poderão usar o League Live.

O The League não respondeu a um pedido do Gizmodo para comentar seus planos de expandir os recursos de namoro por vídeo.

No início deste ano, quando o principal site de namoro online da China, Jiayuan, começou a testar streaming de vídeo, dissemos que era apenas uma questão de tempo até que os aplicativos de namoro nos EUA começassem a fazer os usuários ficarem cara a cara com possíveis conexões. Com aplicativos como Bumble, Tinder e Hinge tentando novas maneiras de manter as pessoas conectadas, é cada vez mais provável que o futuro do namoro online comece a se parecer com o Chatroulette.

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Raias e tubarões-baleia estão consumindo uma quantidade impressionante de plástico

Posted: 19 Nov 2019 10:43 AM PST

As raias-manta e os tubarões-baleia estão entre os maiores “peixes filtro” do planeta. Para se alimentar, eles peneiram enormes quantidades de plâncton da água. Mas uma nova pesquisa na costa da Indonésia sugere que suas refeições estão vindo com um tempero indesejado: uma quantidade alarmante de lixo plástico.

As águas da Indonésia são ricas em plâncton e oferecem amplas oportunidades de alimentação para as arraias e tubarões-baleia. Infelizmente, essas mesmas áreas de alimentação também são onde nosso lixo tende a se acumular: a Indonésia é o segundo maior poluidor marinho de plásticos do mundo, e as ondas e as correntes concentram grande parte desse material próximo à costa.

Tendo passado muito tempo mergulhando na Indonésia e vendo a magnitude dos resíduos de plástico próximos à costa, Elitza Germanov, bióloga marinha da Marine Megafauna Foundation e Murdoch University, imaginou quanto do lixo estava sendo canalizado para as mantas e tubarões-baleia. Pesquisas anteriores mostraram que os tubarões-baleia podem engolir pedaços de plástico durante a alimentação, mas os cientistas não observaram o mesmo problema nas arraias.

Para descobrir, Germanov e sua equipe coletaram e contaram fragmentos de resíduos plásticos na água acima dos recifes em toda a Indonésia. Os pesquisadores visaram áreas em que as mantas e tubarões-baleia costumavam se alimentar, arrastando uma rede de plâncton de malha fina através da água do barco. Depois, eles levaram as amostras de volta ao laboratório.

“Separamos o plâncton e outro material natural do plástico usando a gravidade e a água do mar”, disse Germanov a Earther por e-mail. “Basicamente, o plâncton afunda e o plástico boia”.

Depois de contar e categorizar o plástico, os pesquisadores puderam usar a contagem desses resíduos e o volume de água amostrado para obter a densidade de plásticos na água. Como a equipe sabia a quantidade de água que arraias e tubarões-baleia filtram durante a alimentação, eles puderam fazer previsões sobre a quantidade de plástico que os animais poderiam estar engolindo.

Alerta de spoiler: é muito.

Restos de plástico na superfície. Foto: Fundação Marine Megafauna

Os resultados da equipe publicados na terça-feira na Frontiers in Marine Science sugerem que, em algumas partes da Indonésia, as mantas podem estar ingerindo até 63 pedaços de plástico por hora. Para os tubarões-baleia em Java Oriental, onde os gigantes se reúnem sazonalmente para se alimentar, a taxa pode chegar a 137 pedaços por hora.

Claro, isso são estimativas. Mas Germanov e sua equipe receberam pela primeira vez uma confirmação concreta de que as raias-manta estão ingerindo o material. Eles conseguiram coletar um pouco de vômito e cocô de manta frescos. Ambos continham muitos fragmentos de plástico. Para as fezes de manta, foram 26 pedaços, enquanto os pesquisadores encontraram uma média de 66 pedaços no vômito.

E sim, coletar cocô e vômito de manta envolve uma quantidade significativa de sorte.

"Alistamos a ajuda das comunidades locais de mergulho autônomo que visitam regularmente os locais de agregação de arraias e pedimos que carregassem ‘tubos de cocô’ nos bolsos [de equipamentos de mergulho] enquanto mergulhavam, apenas no caso de verem as mantas liberando cocô ou vômito, Germanov disse.

O aparente consumo rotineiro de plástico nesses locais de alimentação é alarmante, uma vez que os plásticos têm a capacidade de causar sérios danos aos tubarões-baleia e mantas. Coisas como canudos de plástico podem endurecer no estômago dos tubarões-baleia, tornando-se lanças fatalmente afiadas quando espetam o revestimento do estômago.

Manta alimentando-se no lixo, Indonésia. Foto: Andrea Marshall, Fundação Marine Megafauna

“Já existem vários exemplos de plástico nos tratos digestivos de tubarões-baleia encalhados e falecidos no Brasil, Tailândia, Filipinas e Malásia”, disse Germanov.

Animais filtradores são particularmente vulneráveis a concentração de grandes quantidades de fragmentos de plástico nos seus órgãos dada a maneira como se alimentam. O escopo do problema pode até se estender à sobrevivência a longo prazo de mantas e tubarões-baleia.

“Em outros organismos, incluindo peixes, sabemos que a exposição a alguns poluentes plásticos associados pode atrapalhar o funcionamento regular do sistema endócrino, o sistema responsável pelo controle do crescimento e da reprodução”, adverte Germanov. “Como espécies ameaçadas, nem as raias-manta nem os tubarões-baleia podem se dar ao luxo de ter quedas nas taxas de reprodução.”

Os ftalatos – aditivos no plástico que o tornam mais flexível – estão por trás de alguns dos caos reprodutivos que Germanov descreve, e seus impactos se estendem muito além das águas da Indonésia. Eles têm aparecido no músculo dos tubarões-frade e na gordura de baleia-comum no Mediterrâneo, e até na pele dos tubarões-baleia no Golfo do México.

Apesar de todas as notícias ruins, o estudo também revela algumas informações que podem ajudar no enfrentamento desse problema específico de poluição plástica. Os pesquisadores descobriram que a abundância de plástico aumentou mais de 40 vezes em alguns lugares durante a estação das chuvas, enquanto os dilúvios sobre a Indonésia lavavam os plásticos para o mar. Concentrar os esforços de limpeza de plástico em leitos de rios e cursos de água imediatamente antes do início da estação chuvosa pode ser uma boa estratégia para reduzir a quantidade que acaba no oceano, disse Germanov.

Manta com plástico na Indonésia. Foto: Elitza Germanov, Fundação Marine Megafauna

O estudo também revelou que a maior parte do lixo plástico próximo à costa era fragmentos de sacolas de uso único e embalagens de alimentos, de modo que reduzir o uso desses materiais também poderia ajudar, disse ela. A ilha indonésia de Bali deu um grande passo nessa direção no início deste ano, proibindo o plástico descartável.

A saturação de recifes outrora intocados com resíduos de plástico não é exatamente fácil de observar, mas Germanov planeja continuar em busca de pesquisas que joguem luz sobre o problema da poluição e as possíveis soluções.

“Ver plástico no meio da alimentação de raias-manta e, geralmente, na água, nunca é algo com o qual eu possa me acostumar”, disse ela. "Inicialmente, eu me emocionava com isso, e ainda o faço nos ‘grandes dias’ – quando há mais plástico que a média, mas agora concentro-me em obter a documentação do problema e garantir que a ciência seja concluída corretamente”.

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WhatsApp diz que baniu 400 mil contas durante eleições de 2018 por violar termos de uso do app

Posted: 19 Nov 2019 09:01 AM PST

Ícones dos aplicativos Facebook, Messenger, WhatsApp e Telegram no iOS

O WhatsApp tem estado no centro de vários episódios políticos e eleitorais ao redor do mundo. No Brasil, isso também aconteceu e, aos poucos, começamos a entender melhor o papel do app de mensagens. A mais recente revelação é de que 400 mil contas foram banidas no período das eleições de 2018 por violar os termos de uso da plataforma.

A informação foi dada pelo próprio WhatsApp em um ofício enviado ao senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPMI das Fake News. Segundo a Folha, a solicitação do parlamentar era bastante abrangente.

No documento enviado ao WhatsApp, o senador solicitou que a empresa fornecesse dados não criptografados, incluindo números de telefones e nomes de perfis de todas as contas suspeitas banidas pelo aplicativo por uso potencial de robôs, por fazer disparos de massa e disseminar notícias falsas e discurso de ódio durante as eleições de 2018.

O app, porém, ressaltou que só mantém esses dados por seis meses e, por isso, não tem detalhes de quais foram as contas banidas. Mesmo assim, algumas informações estavam disponíveis pois estavam relacionadas a casos judiciais eleitorais ou tinham sido usadas em divulgação de informações para tribunais eleitorais.

O WhatsApp diz que não verifica conteúdo das mensagens para banir as contas, mas, sim, o comportamento e a adequação aos termos de uso da plataforma. As regras proíbem o uso de aplicativos e robôs para impulsionar mensagens ou para criar contas e grupos de maneira não autorizada.

Nas eleições de 2018, a Folha apurou que empresários contrataram empresas de marketing para fazer disparo em massa de mensagens de WhatsApp contra o PT. Uma das empresas, inclusive, apagou os registros do sistema usado para o envio das mensagens. Uma reportagem do UOL também disse que o PT usou do mesmo expediente.

Em outubro de 2019, pela primeira vez, um executivo do WhatsApp admitiu que o aplicativo foi usado para o envio em massa de mensagens para fins eleitorais.

Bastante popular em países emergentes, o WhatsApp se tornou uma parte importante das estratégias eleitorais, servindo muitas vezes como canal para disseminação de notícias falsas e desinformação. Isso aconteceu também no México e na Índia, por exemplo.

O app tem tomado medidas para tentar conter iniciativas desse tipo. O limite para encaminhar mensagens, que já foi de 200 destinatários por vez, caiu para 20 e depois para apenas cinco, numa tentativa de diminuir a velocidade que fake news se espalham na plataforma. As mensagens que são encaminhadas ou que estão sendo muito distribuídas na plataforma também ganharam sinalizações específicas, numa tentativa de diferenciá-las do que é conteúdo pessoal.

[Folha de S.Paulo]

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Como foi mexer no Moto Razr, que chega às lojas brasileiras em janeiro de 2020

Posted: 19 Nov 2019 08:23 AM PST

Ele está de volta: o saudoso V3, que na gringa levava o nome de Razr, foi relançado com um dos projetos mais interessantes para smartphones dobráveis até agora. Em vez de ter uma telona de tablet que dobra e se transforma num celular pouco útil, a Motorola optou por um formato de celular tradicional, que dobra e fica parecido com aparelhos flip das antigas.

O Motorola Razr, que nos EUA será comercializado por US$ 1.500, chegará ao Brasil em janeiro, ainda sem previsão de preço.

O smartphone tem tela de 6,2 polegadas ultralarga com resolução de 2142 x 876 pixels. E é ultralarga mesmo, a proporção é 21:9 – a mesma utilizada em telas de cinema. Para quem está se acostumando com o 18:9 que passou a ser adotado nos celulares quase sem bordas, é meio doido ver um aparelho tão comprido. O Razr tem um entalhe bem discreto.

Detalhe da tela do Moto RazrOlha aí o entalhe. Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Não é a única tela do Razr. Há uma telinha touch de 2,7 polegadas com resolução de 800 x 600 pixels que é utilizada quando ele está fechado. Serve para ver as horas, trocar a música, checar as notificações, responder mensagens e e-mails usando o modo ditado e usar o Google Assistente. Ah, é uma boa também para tirar selfies, já que dá para tirar proveito da câmera traseira de 16 megapixels (a câmera interna tem só 5 megapixels).

Selfie com o Moto RazrOlha a selfie aí. Crédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Alguns aplicativos, como e-mail, tem a chamada transição inteligente, que ao abrir a tela já abre no app que você estava vendo na telinha.

O Motorola Razr é tão nostálgico que me lembrou de quando os computadores tinham monitores de CRT de 15 polegadas com resolução 800 x 600. Hoje isso está numa telinha. Doideira.

O aparelho tem um mecanismo diferente de outros smartphones dobráveis como o Samsung Galaxy Fold ou o Huawei Mate X. A dobradiça da Motorola não deixa espaço entre as duas metades da tela que, segundo a marca, evita os vincos dos visores desse tipo. É uma engenharia difícil de explicar, mas é como se a tela deslizasse e se acumulasse dentro desse espaço.

Dobra do Moto RazrCrédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Inclusive, o projeto foi iniciado por brasileiros que pesquisaram o melhor formato e depois contou com participação de várias regiões da companhia. Engenheiros da Lenovo com ampla experiência em dobradiças — graças à linha Yoga de notebooks — também contribuíram para a materialização do dispositivo.

Esse design permitiu que o celular não ficasse tão grosso, mesmo quando dobrado. Ah, ele também não é um tijolão, pesando apenas 205 gramas. É uma opção interessante, principalmente porque parece ser muito mais prático do que um tablet dobrável, como boa parte dos concorrentes.

O “queixo do aparelho” abriga um leitor de impressões digitais bem discreto. É ali que estão também as antenas e o alto-falante do smartphone.

Queixo do Moto RazrCrédito: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

Voltando à nostalgia, o software do smartphone tem uma surpresa: um modo que imita a interface de usuário do Motorola V3, com teclado alfanumérico, navegação com as setas, menus das antigas e tudo mais.

Moto Razr ao lado de um V3 antigoNovo Moto Razr no modo retrô ao lado de um aparelho antigo. Lembra ou não? Crédito: Alessandro Feitosa Jr./Gizmodo Brasil

Brincadeiras à parte, ele roda o Android 9 Pie com aquela camada de personalização bem leve da marca, sem abusar das funcionalidades e aplicativos extras inúteis. Características como chacoalhar para acender a lanterna e girar para ativar a câmera marcam presença.

Apesar do visual e projeto luxuoso, as partes internas do Razr não impressionam tanto – pelo menos em dois dos números. O processador é um Snapdragon 710, que é capaz de entregar um bom desempenho, mas não é o topo de linha da Qualcomm. Essa opção, inclusive, está relacionada a outra especificação decepcionante: a bateria de 2.510 mAh. A Motorola optou por um chipset menos “gastão”. Os 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento fecham os números.

Mexer no Razr atual se parece muito com a experiência de usar um smartphone comum. O fator nostalgia é o grande destaque, além do formato compacto que deve agradar quem não aguenta mais ficar com um trambolho no bolso.

É impossível saber se o Motorola Razr repetirá o sucesso do V3, que à época foi um dos celulares mais vendidos do mundo. Pela rápida experiência que tive usando o aparelho, dá para dizer que é divertido mexer nele. Se vale a pena ou não, só saberemos em janeiro de 2020.

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A mais nova invenção para banheiros é um lubrificante que evita que o cocô se acumule na privada

Posted: 19 Nov 2019 05:50 AM PST

Pesquisadores desenvolveram um novo método para reduzir o desperdício de água do banheiro e impedir o acúmulo de cocô – um revestimento especial que supostamente faz as fezes deslizarem pelo vaso sanitário como uma criança em um escorregador de sabão.

Em um artigo publicado na Nature Sustainability na segunda-feira (18), os pesquisadores da Penn State University explicaram como eles desenvolveram um revestimento pulverizável que pode reduzir o consumo de água em 90%, além de diminuir odores e impedir a propagação de germes.

O pesquisador principal Tak-Sing Wong disse ao Guardian que começou sua busca para desenvolver um lubrificante especial para banheiros há quatro anos quando pesquisadores da Cranfield University – que estavam desenvolvendo um banheiro para áreas em desenvolvimento – pediram sua ajuda porque sua equipe era conhecida por criar revestimentos super escorregadios. Desde então, ele e seu grupo vêm trabalhando no que chamam de “superfície lisa entrincheirada com líquido” ou “Less”, abreviação em inglês.

O revestimento Less começa com uma camada de base preenchida com nano-cabelos, que é coberta com um tipo de óleo de silicone que adere aos nano-cabelos. O processo de aplicação leva alguns minutos.

Os pesquisadores primeiro testaram o revestimento com lotes de cocô sintético – com consistências variadas. Eles jogaram as fezes falsas de uma altura de cerca de 40 cm em um prato mantido em um ângulo de 45 graus. Em seguida, usando corante colorido, eles determinaram quanta água era usada para limpar o prato. Quando o revestimento Less foi colocado no prato, o cocô falso foi removido com 90% menos água do que quando não havia revestimento.

Captura de tela: Nature Sustainability

Para um teste diferente, a equipe obteve cocô real e o colocou em painéis horizontais – alguns dos quais foram tratados com menos revestimento. Então o prato foi inclinado para baixo e os pesquisadores observavam a facilidade com que o cocô escorregava.

“Fiquei muito feliz em ver a facilidade com que a matéria fecal deslizou de nossa superfície revestida”, disse Wong ao Guardian.

Os testes sugerem que o revestimento Less poderia suportar até 500 descargas, mas precisaria ser substituído após 50 micções.

O principal objetivo do revestimento Less é combater a escassez de água, mas também pode facilitar sua vida e evitar o uso de produtos. Segundo o Guardian, Wong criou uma empresa que venderá o revestimento.

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Empresa dona do TikTok planeja lançar serviço de streaming de música

Posted: 19 Nov 2019 05:37 AM PST

A proprietária do TikTok, a gigante chinesa ByteDance, está traçando planos para cumprir seu destino, ou seja, ingressar no mercado de streaming de música.

De acordo com o Financial Times, a ByteDance entrou em contato com a Warner Music, Sony e Universal para acordos de licenciamento, uma medida que deve causar ainda mais medo nas empresas de tecnologia que vêm sofrendo com tentativas infrutíferas de produtos copiados à medida que ficam atrás da ascensão do TikTok ao terceiro lugar na App Store, com um total de 1,5 bilhão de downloads. Um porta-voz do TikTok não respondeu ao pedido de confirmação do Gizmodo sobre seus movimentos no mercado de música por assinatura.

O Financial Times ainda relata que a ByteDance pretende lançar o serviço de streaming de música já no próximo mês em mercados emergentes, como Brasil, Índia e Indonésia. Posteriormente, a novidade deve atingir outros países como os Estados Unidos, de acordo com fontes citadas pelo jornal.

Além dos áudios, o novo aplicativo também vai incluir uma biblioteca de vídeos curtos de música para os usuários visualizarem e sincronizarem com as canções que estão ouvindo. 

Ainda não se sabe qual será o nome do serviço e nem o preço exato da assinatura, mas a expectativa é que seja mais barato que os US$ 10 mensais cobrados por concorrentes como Spotify e Apple. 

A decisão do TikTok de contornar a Apple e o Spotify é quase previsível; as gravadoras estão de olho no TikTok em busca de artistas que criam faixas simples e personalizadas na plataforma e que já estão entrando na lista do Billboard Hot 100. Mas, como o Pitchfork relatou, no caso de um acordo de 2016 com a Warner Brothers, o precursor do TikTok, Musical.ly, arranjou um jeito de não pagar os artistas por viralidade, mas garantir um pagamento adiantado aos detentores de royalties, o que se traduziu em um pagamento escasso aos artistas. A suposta vantagem é que eles ganham exposição e o dinheiro vem de outros lugares.

A notícia chega em um momento politicamente difícil para a startup que vem crescendo rapidamente.  Os senadores Chuck Schumer (D-NY) e Josh Hawley (R-MO) também estão confrontando a empresa, solicitando uma investigação (agora em andamento) sobre a possibilidade de o TikTok estar contrabandeando dados de norte-americanos e enviando-os para o governo chinês.

Na manhã desta segunda-feira (18), Hawley anunciou que vai apresentar a Lei de Segurança Nacional e Proteção de Dados Pessoais, que, entre outras coisas, proibiria empresas chinesas de "coletar mais dados do que o necessário para fornecer um serviço aqui (nos EUA)", "usar dados coletados para fins secundários" e "transferir dados do usuário ou chaves de criptografia para esses países ou armazenar esses dados nesses países". A ByteDance afirma repetidamente que armazena dados de usuários nos EUA, o que não é um grande consolo, considerando que os censores chineses obrigam os moderadores de conteúdo dos EUA a remover postagens que possam desagradar o Partido Comunista.

Em uma audiência no Congresso no início deste mês (na qual a ByteDance não compareceu), o Bolsista Sênior da Heritage Foundation para Tecnologia, Segurança Nacional e Política Científica Klon Kitchen respondeu afirmativamente que o governo chinês poderia hipoteticamente usar fotos do TikTok para obter imagens de norte-americanos das Forças Armadas para "treinar sua IA, suas armas autônomas". Quando questionado pelo Gizmodo, um porta-voz do TikTok não tinha conhecimento da situação hipotética que foi levantada na audiência do Congresso. 

Durante uma recente entrevista ao New York Times, Alex Zhu, diretor do TikTok, foi questionado sobre o que faria se o presidente chinês Xi Jinping exigisse que a ByteDance entregasse dados de usuários, ao que ele respondeu: “depois de apenas um momento de reflexão…eu recusaria". Teremos que acreditar na palavra dele.

Nesta segunda-feira (18), um artigo do Wall Street Journal também relatou que a empresa está analisando uma tentativa de mudar a marca, dissociando a ByteDance do governo chinês, mas isso não inclui uma mudança física da sede.

O TikTok é realmente uma vilã ou apenas uma tradicional empresa de tecnologia que compartilhará seus dados indiscriminadamente apenas para fins comerciais, da mesma forma que as empresas americanas já fazem?

Quando questionado pelo Gizmodo, um porta-voz do TikTok nos direcionou aos comunicados de imprensa anteriores reiterando que a empresa armazena seus dados fora da China, que sua equipe de moderação é sediada nos EUA e que "não são influenciados por nenhum governo estrangeiro, incluindo o governo chinês”.

O que quer que eles escolham fazer conosco, somos apenas escravos dos memes.

Com informações adicionais da Reuters

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Ondas gravitacionais podem ajudar a encontrar tipos de buracos negros nunca antes observados

Posted: 19 Nov 2019 04:33 AM PST

Os cientistas esperam que o futuro da detecção de ondas gravitacionais lhes permita observar diretamente um tipo misterioso de buraco negro.

Os detectores de ondas gravitacionais observaram evidências diretas de buracos negros com aproximadamente a massa de estrelas gigantes, enquanto o Event Horizon Telescope produziu uma imagem de um buraco negro supermassivo bilhões de vezes a massa do nosso Sol. Mas no meio existem buracos negros de massa intermediária, ou IMBHs, que têm entre 100 e 100.000 vezes a massa do Sol e ainda não foram observados diretamente.

Os pesquisadores esperam que seu novo trabalho matemático “abra o caminho” para futuras pesquisas sobre esses buracos negros usando detectores de ondas gravitacionais, de acordo com o artigo publicado hoje na Nature Astronomy.

Um trio de detectores de ondas gravitacionais na Terra – os dois detectores LIGO nos EUA e o Virgo na Itália – começaram a observar as ondulações no próprio espaço-tempo, chamadas ondas gravitacionais, que resultam de buracos negros girando em torno um do outro e depois se fundindo. O maior buraco negro já observado nessa fusão tinha 80 vezes a massa do Sol. Mas buracos negros mais pesados ​​produziriam um sinal com uma frequência muito baixa para os observatórios de hoje ouvirem. Buracos negros de massa intermediária podem estar no meio de coleções de estrelas chamadas aglomerados globulares, ou podem ser os precursores de buracos negros maiores nos centros galácticos. É difícil dizer.

"Estudei buracos negros por muito tempo e, quando comecei, eles quase pareciam mais um mito"

Pesquisadores liderados por Karan Jani, de Vanderbilt, descreveram como uma combinação dos próximos experimentos de ondas gravitacionais poderia ser usada para detectar pares de buracos negros de massa intermediária. Um futuro observatório de ondas gravitacionais baseado no espaço chamado LISA observaria os buracos negros espiralando uns nos outros nas frequências mais baixas. A parte mais alta da detecção, a própria fusão, apareceria em experimentos terrestres mais sensíveis. Para aumentar a sensibilidade do que podemos observar da Terra, os cientistas estão trabalhando em uma melhoria do LIGO chamada Voyager, bem como em dois novos detectores chamados Telescópio Einstein, em estudo na Europa, e o Cosmic Explorer, planejado para terras “sismicamente silenciosas” nos EUA.

A equipe comparou diferentes combinações de massas e distâncias dos buracos negros, quais experimentos seriam capazes de observá-los e como seria o sinal. Para pares de buracos negros de massa intermediária de 1.000 a 3.000 vezes a massa do Sol, o LISA e o Telescópio Einstein podem ver essas fusões originando-se a bilhões de anos-luz de distância (sendo uma distância menor para combinações mais pesadas ou combinações em que um buraco negro é substancialmente maior que o outro). A combinação possível mais sensível de instrumentos seria o LISA e o Telescópio Einstein, embora o LISA e o Voyager ainda possam levar a observações de buracos negros intermediários menores que 2.000 vezes a massa do Sol, de acordo com o artigo.

Em outras palavras, se existirem buracos negros intermediários e se eles se fundirem, os experimentos de ondas gravitacionais propostos deverão ser capazes de encontrá-los, e este artigo sugere como seus sinais podem ser. Além disso, já existem evidências indiretas de que existem buracos negros de massa intermediária, na forma de ondas de rádio de uma fonte chamada CO-0,40-0,22.

É um trabalho emocionante. "Este artigo é único porque é o primeiro que eu vi a calcular formas de onda IMBH de várias maneiras. Nossa comunidade sabia que, em geral, o LISA e a Voyager podem detectar esses binários, mas este documento fez os cálculos detalhados e forneceu as equações para fazê-lo", Jillian Bellovary, professora assistente do Queensborough Community College, em Nova York, que estuda buracos negros, disse ao Gizmodo em um e-mail. "Esses cálculos ajudarão nossa comunidade a interpretar os sinais dos detectores de ondas gravitacionais; quanto mais cálculos de formas de onda tivermos, melhor entenderemos o que os detectores estão nos dizendo".

Mas este trabalho é principalmente uma modelagem orientada por dados, e ainda não sabemos como os buracos negros comuns de massa intermediária são no universo. “É possível que eles não aconteçam durante a vida da missão LISA (quatro a 10 anos), se os IMBHs forem realmente raros”, disse Bellovary. “Não há como saber até que os detectores estejam online”. Isso exigirá realmente financiamento e construção dessas experiências novas ou atualizadas.

Mas uma coisa é clara: os físicos estão apenas arranhando a superfície da ciência observacional dos buracos negros, e ainda há um universo inteiro de objetos a descobrir.

“Estudei buracos negros por muito tempo e, quando comecei, eles quase pareciam mais um mito para as pessoas do que realidade”, disse Deirdre Shoemaker, autor do estudo e professor de física da Georgia Tech, ao Gizmodo por telefone. “Agora eles são tão onipresentes – é divertido ver todas as diferentes maneiras pelas quais os buracos negros se comportam no universo”.

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China pode estar escondendo extração de órgãos usando dados falsos sobre doações

Posted: 19 Nov 2019 03:23 AM PST

A China tem usado uma equação para produzir dados falsos sobre doações de órgãos, de acordo com pesquisadores que usaram uma técnica forense que identifica padrões suspeitos em conjuntos de dados estatísticos.

Uma nova pesquisa publicada na BMC Medical Ethics levanta preocupações de que a China continua extraindo órgãos de prisioneiros executados, apesar do país garantir o contrário. Explorar prisioneiros dessa maneira é algo obviamente deplorável, mas é extremamente hediondo considerando que alguns desses detidos podem ser prisioneiros de consciência, ou seja, pessoas presas por suas crenças políticas ou religiosas.

Os cientistas responsáveis ​​por esse estudo, uma equipe liderada por Matthew Robertson da Universidade Nacional Australiana (ANU), chegaram a essa conclusão preocupante depois de analisarem detalhadamente estatísticas dos conjuntos de dados recentes de hospitais chineses referentes a doações e transplantes de órgãos. Robertson e seus colegas usaram uma técnica conhecida como estatística forense para sinalizar dados anômalos ou duvidosos.

“Esta é uma evidência altamente sugestiva de fabricação e manipulação de dados que só poderia ter sido feita por intervenção humana”, disse Robertson em um comunicado à imprensa. “Os padrões que observamos nos dados só podem ser explicados de maneira plausível pela falsificação de números oficiais de transplante de órgãos”.

“Agora descobrimos que os dados foram simplesmente inventados com base em uma equação”. 

Em 2010, o governo chinês disse que mudaria a maneira de obter órgãos e, desde então, está lançando um programa de doação voluntária (no final dos anos 2000, mais de 65% dos órgãos foram obtidos de prisioneiros condenados à morte). As autoridades chinesas alegaram que, a partir de janeiro de 2015, a fonte exclusiva de órgãos de doadores viria do hospital, e não da prisão, ou seja, de pacientes que haviam sido declarados mortos por causas naturais. O novo estudo foi um esforço para corroborar esse compromisso.

Para isso, os pesquisadores da ANU analisaram os conjuntos de dados de doações voluntárias de órgãos de 2010 a 2018, esses dados foram consultados no Sistema de Resposta a Transplantes de Órgãos da China (COTRS) e na Sociedade da Cruz Vermelha da China (os pesquisadores obtiveram esses dados do site do Centro Administrativo de Doação de Órgãos da China). O COTRS gerencia e monitora todas as doações e transplantes de órgãos, e a Cruz Vermelha é obrigada a verificar e testemunhar essas doações.

Os pesquisadores analisaram esses dados, procurando sinais de manipulação, como números produzidos por simples fórmulas matemáticas, proporções arbitrárias, artefatos de dados estranhos e outros sinais de manipulação indevida.

Os resultados foram inequívocos.

Os dados do COTRS correspondiam “quase precisamente a uma fórmula matemática”, como escreveram os autores no estudo, o que mais tarde foi confirmado como consistente com os resultados de uma simples equação quadrática. O mesmo se aplica aos dados da Cruz Vermelha, “embora imperfeitamente”. No total, “dados contraditórios, implausíveis ou anômalos” foram encontrados em cinco conjuntos de dados, o que provavelmente foi feito para “reforçar a conformidade com as cotas centrais”, segundo o estudo. 

“Nossa pesquisa mostra que os números de doações de órgãos relatados por Pequim não batem e há evidências altamente convincentes de que eles estão sendo falsificados”, disse Robertson no comunicado à imprensa. "Quando você observa atentamente o número de órgãos aparentemente coletados, eles quase coincidem com essa equação artificial ponto a ponto, ano após ano. Eles são exatos demais para ser verdade. Esses números não parecem ser dados reais de doações reais. São números gerados usando uma equação. É difícil imaginar como esse modelo poderia ter sido alcançado por mero acaso, levantando a possibilidade distinta de que ele tinha o objetivo de enganar".

Esses resultados foram verificados por um estatístico externo, David Spiegelhalter, ex-presidente da Royal Statistical Society no Reino Unido, que disse que a “proximidade” dos números com uma equação quadrática “é notável”, de acordo com o comunicado à imprensa.

Outras falhas nos dados incluíam proporções impossivelmente altas de transplantes por doador, incompatibilidade no que deveriam ser conjuntos de dados idênticos e a classificação incorreta de doadores de órgãos não voluntários como voluntários.

Em relação a por que isso aconteceu, os pesquisadores suspeitam que agora exista um sistema na China em que órgãos são obtidos através de voluntários, mas também por meio de canais ilegais, como a remoção forçada de órgãos de prisioneiros condenados à morte. Os dados falsificados sugerem que a China está tentando disfarçar essa horrível realidade.

"Assim, em vez de um sistema de transplante de órgãos apenas de prisioneiros dos últimos anos, ou um sistema de voluntários prometido pelas autoridades, as evidências disponíveis indicam em nossa opinião que a China tem um complexo programa de transplante híbrido: doações voluntárias, incentivadas por grandes pagamentos em dinheiro, aparentemente são acompanhadas por doações não-voluntárias que são classificadas como doações de cidadãos", escreveram os autores do estudo.

Outro fato preocupante é que essas descobertas são consistentes com outra investigação recente. Em junho deste ano, um tribunal liderado por Sir Geoffrey Nice QC, ex-promotor de crimes de guerra da ONU, concluiu que "na China, a extração forçada de órgãos de prisioneiros de consciência é praticada por um período substancial de tempo, envolvendo um número muito substancial de vítimas", conforme relatado pela Forbes.

Como Robertson observou no comunicado à imprensa, “achamos importante que o mundo saiba sobre o sistema de transplante de órgãos da China”. De fato, a comunidade internacional precisa prestar atenção e pressionar a China. Os órgãos são um recurso escasso e valioso, mas existem maneiras melhores e mais humanas de ajudar os pacientes necessitados.

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