sexta-feira, 22 de novembro de 2019

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G8X ThinQ, o celular de duas telas da LG, chega ao Brasil por R$ 5.999

Posted: 21 Nov 2019 03:45 PM PST

Já faz um tempo que as empresas estão tentando fazer com que os smartphones deixem de ser esse aparelhinho rígido com tela retangular. Tem gente fazendo celular de tela dos dois lados, que desdobra e vira tablet, que fecha como um aparelho flip dos anos 2000. A LG também entrou na onda e lançou o G8X ThinQ, um smartphone com uma capinha que funciona como segunda tela. Ele foi apresentado em setembro na IFA, em Berlim, e chega ao mercado brasileiro custando R$ 5.999.

O G8X é uma variação do G8 e do G8S, com quem ele compartilha o processador Snapdragon 855, 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Ele tem um conjunto de câmeras mais simples que seus irmãos: na traseira, uma câmera convencional e uma ultrawide, e uma câmera frontal simples, sem sensor de profundidade.

Mas o grande destaque do aparelho não é nada disso, e sim a segunda tela que vem com o aparelho. O formato não é inédito — a própria LG lançou o V50 ThinQ Dual Screen, com duas telas, na MWC 2019, em fevereiro deste ano. Ele não chegou a ser lançado no Brasil.

A dual screen é uma capinha que se conecta pela porta USB-C e conecta uma segunda tela OLED de 6,4 polegadas ao G8X. Ela ainda tem uma pequena tela monocromática do lado de fora, para você poder ver as horas e algumas notificações sem precisar abrir a tela extra.

É diferente da tela grande de um Samsung Galaxy Fold ou de um Huawei Mate X. São duas telas separadas mesmo. O espaço da dobradiça entre elas não é fácil de ignorar, o que atrapalha que o G8X seja um tablet de bolso — o navegador até tem uma opção para abrir páginas nas duas telas ao mesmo tempo, mas não parece ficar muito legal, não.

 

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A ideia aqui é ser multitarefas: a tela funciona de maneira quase independente, com sua própria barra de navegação e launcher. Assim, você pode abrir um aplicativo em cada tela e conferir suas redes sociais enquanto vê alguma coisa no YouTube, fazer anotações enquanto lê um e-mail, entre outras coisas do tipo. A segunda tela é 360 graus, podendo ser girada e parada em qualquer ângulo.

Alguns apps da LG fazem uso do recurso de maneira mais refinada. A galeria de fotos, por exemplo, permite que você use uma das telas para ver miniaturas das fotos e a outra para ver a foto selecionada ampliada. Também dá para usar uma das telas como controle para games — a Gameloft, inclusive, foi parceira do desenvolvimento e preparou quatro títulos para terem suporte nativo ao G8X. A segunda tela também pode funcionar como um teclado, como se o G8X fosse um notebookzinho.

Lá fora, o G8X tem um preço bem interessante para um dispositivo que propõe esse diferencial: US$ 699, o mesmo que um iPhone 11 de uma tela só. Não é barato, mas é bem menos que os quase US$ 2 mil de um Galaxy Fold, por exemplo. Por aqui, ele vai custar R$ 5.999 — bem caro.

Na promoção de lançamento, quem comprar leva também uma TV LG 4K de 43 polegadas. As pré-vendas começam nessa sexta (22), e as vendas em loja começam no dia 7 de dezembro. A promoção vai até dia 29 de dezembro.

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Amazon e Google lideram ranking de gadgets mais assustadores no quesito privacidade

Posted: 21 Nov 2019 01:49 PM PST

Emoji com um balãozinho escrito "super creepy" (super aterrorizador)

O relatório de privacidade da Mozilla sobre gadgets retornou um pouco antes da temporada de compras do fim do ano para nos lembrar que os dispositivos inteligentes são mais assustadores do que se imagina. E, como você pode imaginar, muitos dos dispositivos mais populares do mercado foram alvo da companhia.

A fundação sem fins lucrativos liberou o relatório Privacy Not Included (“privacidade não inclusa”, em tradução livre) nesta quarta-feira (20). Este ano, ele avaliou mais de 70 itens populares de diferentes categorias, incluindo brinquedos, itens de entretenimento e vestíveis. Cada dispositivo foi avaliado pelos padrões mínimos empregados de privacidade, como uso de criptografia, protocolos de segurança e de senhas, comunicação de vulnerabilidades e recompensa para quem achar bugs, além de ter uma política clara disponível de privacidade. O guia também responde perguntas se o dispositivo pode monitorar sua localização ou interceptar, se ele compartilha ou permite que o usuário apague dados coletados.

Um emoji interativo na parte de cima oferece uma avaliação rápida dos vários produtos analisados baseada no fator de estranheza.

Neste ano, 60 dos dispositivos avaliados pela Mozilla oferecem os padrões mínimos de segurança da instituição. Gadgets como o Nintendo Switch e Sonos One SL, por exemplo, foram classificados como "não assustadores".

Enquanto isso, Airpods, iPad e Apple TV ficaram mais abaixo na lista. Embora todos os três cumpram os requisitos mínimos de privacidade da Mozilla, eles têm capacidades que permitem que um agente mal-intencionado espie os usuários por meio de um microfone, câmera ou rastreador de localização — ou os três, como acontece com o iPad — apesar de o relatório elogiar a Apple por seu histórico de privacidade e segurança. Estes produtos da Apple foram classificados como "pouco assustadores".

Amazon, Google e Facebook, no entanto, também entraram no ranking da Mozilla.

O Google Home, por exemplo, tem os padrões de segurança da Mozilla, mas foi classificado como "super assustador" pelos usuários pelo fato de o Google poder direcionar propagandas aos usuários baseado em tudo que eles já obtiveram sobre ele em buscas e analisando o histórico do navegador, lugares já visitados e todos os outros dados já compartilhados com a companhia. Como diz o relatório, "é tudo diversão e brincadeira até aqueles anúncios políticos segmentados começarem a perseguirem você por toda a internet".

O alto-falante inteligente Nest Max foi classificado como "muito assustador", ainda que numa escala menor que o Google Home.

Google Home MiniGoogle Home Mini; no Brasil, a empresa lançou o Nest Mini. Crédito: Gizmodo

O Google não respondeu a uma solicitação de comentário sobre este relatório.

Outro item classificado como "super assustador" foi o Facebook Portal que, milagrosamente, passou por todos os sinais básicos de segurança da Mozilla. Como nota o guia, o Portal só funciona ao conectar-se com uma conta do Facebook. Isso não é uma ótima ideia, dado o histórico da rede no gerenciamento de dados de usuários e suas violações de confiança. Diante de tudo isso, é altamente desaconselhável iniciar uma conversa — usando microfone e uma câmera inteligente — da sua casa. Na verdade, esse foi o dispositivo menos surpreendente do relatório de privacidade da Mozilla.

"O Portal, do Facebook, foi reconhecido pela Mozilla com sua mais alta classificação por atender aos cinco passos básicos que todas as empresas devem tomar para proteger a privacidade do consumidor", disse a empresa em uma declaração por e-mail, deixando de lado todas as outras questões. "Nós apoiamos a Mozilla em seu esforço contínuo de educar os consumidores sobre a importância da privacidade e da segurança."

As tomadas inteligentes da Amazon, Fire TV, Fire HD Kids Edition, Fire HD Tablet, Echo Show, os alto-falantes Echo e as câmeras de segurança Ring foram todas classificadas como "assustadoras" em diferentes graus pelos usuários.

O Ring e o Echo Show foram os piores da lista, com a Mozilla designando-os como "super assustadores". Embora o Echo Show também tenha cumprido as diretrizes básicas de segurança da Mozilla, o relatório ressaltou a coleta de dados e análise feita por humanos que permitia que estranhos ouvissem as conversas.

Por parte da Amazon, a companhia diz que protege a privacidade e segurança dos usuários, além de informar aos consumidores sobre as práticas de dados.

"A confiança é nossa principal prioridade e estamos levando muito a sério a segurança e a privacidade", disse um porta-voz da Amazon ao Gizmodo. "Desenvolvemos a Alexa e os dispositivos Echo com múltiplas camadas de proteções de privacidade, do microfone aos controles de câmera passando até a possibilidade de ver e apagar gravações de voz". O porta-voz adicionou ainda que os usuários da Alexa "podem visitar o Privacy Hub, da Alexa, para saber mais sobre estas opções e outros recursos que fornecem transparência e controle sobre a experiência da Alexa" junto com a URL do site.

Amazon Echo DotAmazon Echo Dot. Crédito: Pexels

Diferente do Echo Show, vários produtos Ring não alcançaram os padrões mínimos de segurança da Mozilla. A companhia já cedeu dados à polícia sobre como usuários respondem a requisições de execuções legais, encorajou pessoas a denunciarem vizinhos e solicitou o acesso da polícia aos dados de chamadas do 911 em tempo real — fazendo do Ring um verdadeiro flagelo da privacidade.

A Mozilla não conseguiu concluir se o Ring usava criptografia segura, mas observou sua falta de transparência em relação à privacidade e disse que a empresa "não tem um ótimo histórico para proteger dados de clientes ou contratar engenheiros experientes da área de segurança".

Medidor de quão assustador um gadget é usado pela MozillaQuão assustador um produto é? Crédito: Mozilla

 

"Dos produtos com classificação ruim, um dos destaques é o Ring", disse Ashley Boyd, vice-presidente jurídico da Mozilla, ao Gizmodo por telefone. "Achamos que o Ring é bem problemático em termos de não dar informações claras aos consumidores sobre como ele funciona em conjunto com departamentos de polícia e como está utilizando dados dos consumidores".

Boyd notou que o Ring, em particular, é um bom exemplo de formas que o uso e coleta de dados deveriam ser considerados tanto no nível individual quanto sistêmico. Boyd notou que é importante examinar como os dados estão sendo usados no back-end, como estão sendo usados pela Amazon e como estão sendo usados pelos departamentos de polícia.

Consultada para falar sobre as considerações da Mozilla, o Ring enviou um blog post de outubro em que o fundador da companhia, Jamie Siminoff, detalha como "estamos trabalhando com autoridades policiais e como proteger a privacidade do usuário".

"Os usuários do Ring confiam em nós para ajudar a proteger suas casas e comunidades, e levamos essa responsabilidade muito a sério", disse um porta-voz da empresa ao Gizmodo. "O Ring não possui ou controla vídeos dos usuários, e projetamos intencionalmente o Portal Neighbours para garantir que os usuários decidam se devem ou não oferecer voluntariamente seus vídeos à polícia".

"Achamos isso útil porque os consumidores acham difícil e frustrante procurar em muitos lugares diferentes informações sobre os produtos", disse Boyd, da Mozilla. "E isso acompanha uma tendência geral de as empresas fazerem um trabalho um pouco melhor de ter políticas de privacidade mais fáceis de ler. Ainda não estamos lá — ainda temos uma certa distância para as pessoas entenderem completamente o que está incluído, mas vemos algum progresso por lá."

Boyd disse que a maioria das companhias atinge os padrões básicos de segurança da Mozilla, e alguns produtos — como o Parrot Anafi Drone — alcançaram as diretrizes neste ano, algo que não aconteceu no ano passado. A desvantagem, no entanto, é que o preço deste drone em específico aumentou. Boyd acrescentou que é importante que a privacidade não se torne um "prêmio", acrescentando uma expectativa razoável de que a privacidade esteja disponível em produtos a todos os preços. Ninguém precisa pagar mais pela tranquilidade ao usar seus gadgets.

Para ler a análise completa da Mozilla, basta acessar o site deles, que está em inglês.

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Apple realiza evento para Trump “inaugurar” fabrica que existe desde 2013

Posted: 21 Nov 2019 12:25 PM PST

Tim Cook e Donald Trump. Foto: Casa Branca

Não foi um evento oficial de campanha, mas poderia muito bem ter sido. Quando Donald Trump voou no Air Force One para Austin, Texas, na quarta-feira (20), o presidente visitou a pequena fábrica que está montando os computadores Mac Pro da Apple. É a mesma fábrica que produz modelos Mac Pro mais antigos desde 2013, mas esse fato aparentemente não parecia importar para o presidente. Logo após a visita, Trump assumiu o crédito pela abertura da fábrica e alfinetou os democratas. A Apple não disse uma palavra sobre o caso.

Levar crédito por coisas que ele não fez não é um novo hobby para o presidente. Nem mentir, em geral. Inclusive, havia duas mentiras no tuíte de Trump sobre a fábrica da Apple:

Tradução: Hoje, eu abri uma grande fábrica da Apple no Texas que vai trazer empregos altamente remunerados de volta aos EUA. Hoje, Nancy Pelosi fechou o Congresso porque ela não se importa com os trabalhadores americanos!

Na verdade, Nancy Pelosi não fechou o Congresso na quarta-feira (20), embora Trump talvez estivesse fazendo uma referência ao inquérito histórico de impeachment que vem atraindo a atenção do mundo e que está acontecendo agora na Câmara. Mas essa fala sobre a fábrica da Apple é claramente falsa. Operada pela Flextronics America – Flex para abreviar – a instalação de Austin foi aberta durante o governo Obama e vem fabricando Mac Pros desde 2013. Enquanto a Flex esperava inicialmente que a fábrica da Apple gerasse 1.700 novos empregos, o New York Times relata que, atualmente, a instalação emprega “cerca de 500 pessoas”. O que há de novo na fábrica é o mais recente Mac Pro, que Trump passou algum tempo observando na quarta-feira.

“Para mim, este é um dia muito especial”, disse o presidente após fazer um tour pelo local. Trump destacou como os produtos fabricados nos EUA não enfrentam tarifas e disse que seu governo “investigaria” a oferta de isenções tarifárias à Apple no futuro. Ele acrescentou: “Tim Cook é alguém que eu respeito muito”.

Tim Cook, CEO da Apple, deveria saber o que estava acontecendo. Embora o executivo da Apple tenha criticado certas políticas de Trump no passado, ele parecia realmente disposto a deixar o presidente usar sua fábrica como uma plataforma para se gabar de sua guerra comercial. Cook até deu a Trump um painel de um Mac Pro em que se lia: "Projetado pela Apple na Califórnia. Fabricado nos EUA". Acompanhado pelo Secretário do Tesouro Seth Mnuchin e sua filha Ivanka, Trump o segurou como um cinto de campeonato de luta livre e sorriu para fotos.

Trump segurando placa em fábrica da Apple ao lado de Tim Cook, CEO da AppleFoto: Getty

“Sou grato pelo apoio deles em fazer esse dia acontecer e por nos ter levado até aqui”, disse Cook após as declarações de Trump. “Não seria possível sem eles”.

É difícil imaginar como isso é verdade. Novamente, a fábrica do Mac Pro monta Macs desde 2013 e a Apple anunciou há dois meses que a mesma fábrica montaria o novo modelo. Talvez Cook estivesse se referindo a um evento diferente que ocorreu em Austin apenas algumas horas antes da chegada do presidente Trump. Na manhã de quarta-feira, a Apple iniciou a construção de um novo campus de US$ 1 bilhão que foi anunciado há um ano e deve ser inaugurado em 2022. Porém, não será uma instalação de fabricação. O Times relata que ela hospedará “cerca de 5.000 funcionários em áreas como engenharia, vendas, operações e suporte ao cliente”.

Então, por que Trump não visitou o canteiro de obras e segurou uma pá ou algo do tipo? o é disso que ele gosta?

Uma explicação óbvia é que Trump sabe que sua base não quer ouvir falar de cargos administrativos. Trump prometeu a eles que traria empregos operacionais de volta aos Estados Unidos, e isso é ostensivamente uma grande razão pela qual o governo está em guerra com a China por tarifas. A guerra comercial não está indo bem, no entanto, nem o esforço de Trump para abrir mais fábricas domésticas. Dados recentes mostram que a manufatura está agora em declínio nos Estados Unidos e não parece que se recuperará no futuro próximo. Claro, a fábrica da Apple que vem produzindo Mac Pros nos últimos seis anos continuará fabricando os computadores. A Apple, no entanto, não anunciou nenhuma nova fábrica local nesta semana.

A Apple também não comentou as falsas alegações do presidente Trump sobre a fábrica do Texas, e a empresa não respondeu a um pedido de comentário sobre o assunto. Como John Gruber argumenta na Daring Fireball, a empresa não tem motivos para se manifestar, porque o governo Trump está dando a eles um alívio das tarifas muito bem-vindo. Sobre a visita de Trump a Austin, Gruber escreveu:

Não foi uma promoção para o Mac Pro ou sua montadora. Foi uma promoção para Trump. Este vídeo faz parecer que as políticas comerciais de Trump foram boas para a Apple e que Tim Cook apoia Trump. Ambas as ideias são falsas. Até a afirmação previsível de Trump de que esta é uma nova instalação é falsa – a Apple, na época em que houve uma mudança de alto cargo, fabrica Mac Pros nas mesmas instalações desde 2013. A Apple não está trazendo de volta a fabricação do Mac Pro aos EUA por causa das políticas comerciais de Trump; A Apple mantém a produção do Mac Pro aqui apenas porque Trump concedeu à Apple uma isenção de suas tarifas – tarifas que ele próprio claramente não entende.

Mas Cook entrou no jogo sabendo que era assim que Trump jogaria – uma grande pilha de bobagens absurdas por todo o caminho.

Parece que a farsa pode valer a pena para Cook e amigos. Afinal, Trump sugeriu que mais isenções tarifárias poderiam estar a caminho da Apple. A empresa já se beneficiou dos cortes de impostos do governo Trump e o presidente continuou pressionando a Apple a adicionar mais empregos à economia norte-americana. Com base no que está acontecendo no Texas, parece que a Apple adicionará um monte de cargos administrativos, e isso é bom para esses trabalhadores . Trump simplesmente mentirá e os chamará de empregos operacionais.

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Pessoas e cachorros unem forças para salvar coalas em incêndios florestais na Austrália

Posted: 21 Nov 2019 10:20 AM PST

As últimas semanas de incêndios florestais se tornaram um pesadelo na Austrália. A fumaça nublou o horizonte de Sydney, e os governos estaduais emitiram alertas assustadores, que basicamente pediam que moradores que fugissem para morrer.

Os danos à fauna e à flora foram pesados. Mais de 10 mil quilômetros quadrados de floresta queimaram, destruindo habitats cruciais e incinerando animais incapazes de escapar das chamas. Todas essas são notícias terrivelmente terríveis, mas teve um lado bonito no meio de toda a desgraça: cachorros procurando coalas.

Alguns meninos e meninas muito bons estão perambulando pelas florestas queimadas do estado australiano de Nova Gales do Sul em busca de bichinhos peludos que sobreviveram aos incêndios. Os coalas foram duramente atingidos pelas chamas, e estima-se que centenas tenham morrido. Os icônicos marsupiais são considerados vulneráveis nas escalas de possibilidade de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza e viram sua população diminuir devido à invasão humana e às mudanças climáticas.

Os incêndios (que estão ligados à mudança climática) estão exacerbando o problema e reduzindo o habitat. No curto prazo, os incêndios significam que a forragem de que os coalas dependem foi queimada e as fontes de água provavelmente estão poluídas. Vídeos angustiantes de coalas com pelos chamuscados e pés queimados também surgiram nas redes sociais. São imagens angustiantes, que mostram todo o sofrimento e toda a luta dos animais.

É por isso que os socorristas entraram em ação, incluindo cães de detecção de coala. Sim, existem cães que procuram especificamente coalas.

O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW, na sigla em inglês), sediado no Reino Unido, treinou o Bear, um cachorro “obsessivo”, filho de uma mistura das raças Border Collie e Coolie Australiano, para farejar coalas no interior. Outro cão, Taylor, foi enviado pelo TATE Animal Training para propósitos semelhantes.

Ambos os cães estão usando seus narizes de alta potência para caçar coalas. Ou, mais especificamente, eles estão caçando o sinal mais revelador de animais vivos que existem: cocô fresco.

Em circunstâncias mais simples, conservacionistas usariam cães farejadores de cocô para ajudar a mapear santuários da vida selvagem e a presença de animais ameaçados.

Mas para Bear e Taylor, a busca é mesmo por coalas que possam estar em apuros no que sobrou das florestas queimadas. A IFAW descreveu que a Área Protegida Indígena Ngunya Jargoon, que estava sendo patrulhada por Bear, como um “crematório enegrecido e fumegante”.

Embora o cão e seu treinador não tenham encontrado coalas, havia sinais de coalas na área. Enquanto isso, Taylor teve mais sorte: encontrou oito coalas perto de Port Macquarie, a cerca de 595 km ao norte de Sydney.

Além dos bons meninos e meninas que estão buscando coalas, as pessoas também entraram na briga para salvar os marsupiais que sobreviveram e estão passando por apuros. Isso inclui uma mulher que literalmente deu sua camisa a um coala quando ele apareceu de uma floresta em chamas e depois mergulhou seu pelo chamuscado em água.

Nova Gales do Sul ainda passou por mais 24 horas com risco de novos incêndios entre muito alto e severo. Depois disso, os coalas talvez tenham um pouco mais de paz.

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Google limitará direcionamento de anúncios de cunho político

Posted: 21 Nov 2019 09:25 AM PST

Logotipo do Google

O Google tem novas regras para a veiculação de anúncios publicitários de política em sua plataforma. Nesta quarta-feira (20), a companhia publicou uma atualização em suas diretrizes e afirmou que irá limitar o direcionamento dos anúncios para idade, gênero e localização geral. Ainda assim, será possível veicular anúncios com direcionamento contextual, que serão exibidas para pessoas lendo sobre um determinado tópico, por exemplo.

A diferença da nova política é que não será mais possível direcionar os anúncios de acordo com o comportamento dos usuários. Ações de busca, categorizações como “de esquerda” ou “de direita” e até o uso de base de dados que permitia uma comparação com usuários de comportamentos similares não serão mais permitidos. (Esse é o nível de segmentação que o Google consegue oferecer a partir dos dados que coleta sobre você).

A iniciativa vem alguns dias depois de o Twitter anunciar que não permitirá anúncios políticos em sua plataforma. Na ocasião, o CEO da rede social, Jack Dorsey, aproveitou para alfinetar o Facebook sem citar diretamente a rede, argumentando que a política de permitir que os políticos mentissem abertamente em anúncios pagos equivalia a uma abordagem baseada na monetização da desinformação.

O Google, por sua vez, diz na publicação oficial que está “comprometido com diversos esforços para ajudar a proteger campanhas, trazer à tona notícias eleitorais confiáveis e proteger eleições de interferência estrangeira”. Falta combinar com quem produz material sensacionalista e cheio de desinformação e que é constantemente promovido pelos algoritmos da companhia – é bem comum encontrar na lista recomendações do Google Discover veículos sensacionalistas de todos os espectros políticos, sem contar nos vídeos promovidos pelo “Em Alta”, do YouTube.

As novidades nas diretrizes passarão a valer já na próxima semana no Reino Unido, a tempo das eleições gerais de 12 de dezembro. A companhia diz que as regras serão aplicadas em toda a União Europeia até o final do ano e para o resto do mundo a partir do dia 6 de janeiro de 2020.

A publicação do Google também fala sobre a promoção de desinformação, afirmando que não serão permitidas alegações falsas “seja do preço de uma cadeira ou uma alegação de que você pode votar por mensagem de texto, que o dia da eleição foi adiado ou que um candidato morreu”, nas palavras da companhia. Da publicação da companhia:

Para tornar isso mais explícito, estamos esclarecendo nossas políticas de anúncios e adicionando exemplos para mostrar como nossas regras proíbem coisas como “deep fakes” (mídia adulterada e manipulada), declarações enganosas sobre o processo do censo e anúncios que fazem alegações comprovadamente falsas que poderiam prejudicar significativamente a participação ou a confiança em um processo eleitoral ou democrático. Naturalmente, reconhecemos que o diálogo político robusto é uma parte importante da democracia, e ninguém pode julgar sensatamente cada reivindicação política, contradição e insinuação. Portanto, esperamos que o número de anúncios políticos nos quais tomamos medidas seja muito limitado – mas continuaremos a fazê-lo por violações claras.

Uma reportagem da Reuters aponta que, no mês passado, o Google se recusou a remover um anúncio veiculado pela campanha de Donald Trump veiculado no YouTube, que, segundo a a campanha de Joe Biden, candidato a presidente democrata, continha afirmações falsas. Segundo a empresa, o anúncio não violava suas políticas.

Um porta-voz do Google disse à Reuters que o vídeo ainda seria permitido sob a as novas diretrizes.

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Astrônomos detectam as explosões de raios gama mais fortes já registradas

Posted: 21 Nov 2019 08:04 AM PST

Concepção artística de uma supernova

Uma equipe internacional de astrônomos detectou um par de explosões de raios gama (ou GRB – sigla em inglês) com energias mais poderosas do que qualquer coisa já vista antes. Os GRBs são as explosões mais fortes conhecidas no cosmos, mas essas últimas observações sugerem que subestimamos significativamente seu verdadeiro potencial.

Três novos artigos publicados nesta quarta-feira (20) na Nature descrevem duas novas explosões de raios gama – GRB 190114C e GRB 180720B – ambas produzindo os fótons de maior energia já registrados para eventos GRB. As observações sem precedentes estão lançando uma nova luz – literalmente – sobre esses misteriosos eventos cósmicos e a mecânica por trás deles.

Pensa-se que as explosões de raios gama são desencadeadas quando estrelas gigantes colapsam em buracos negros, causando uma supernova. A explosão resultante produz um jato poderoso e concentrado que lança material no espaço a 99,99% da velocidade da luz.

As partículas que se aceleram rapidamente no jato produzem raios gama através de interações complexas com campos magnéticos e radiação. Os raios gama que se seguem continuam a viajar pelo espaço interestelar, alguns dos quais chegam à Terra. Quando entram em contato com a nossa atmosfera, os raios gama desencadeiam uma cascata de partículas que, por sua vez, gera um fenômeno conhecido como luz Cherenkov, que pode ser detectado por telescópios especialmente equipados.

O brilho resultante do GRB 190114C e sua galáxia, como fotografado pelo Telescópio Espacial HubbleO brilho resultante do GRB 190114C e sua galáxia, como fotografado pelo Telescópio Espacial Hubble em 11 de fevereiro e 12 de março de 2019. Imagem: NASA, ESA e V. Acciari et al. 2019

Os astrônomos vêm estudando GRBs há mais de 50 anos, mas ainda há muito a aprender, incluindo informações necessárias sobre como os raios gama surgem e a física envolvida quando os materiais são descartados dos buracos negros em velocidades tão extremas, disse Andrew Levan, professor de astronomia da Universidade de Warwick e coautor de um dos novos estudos. Os GRBs recém-detectados, com suas energias sem precedentes, estão definitivamente ajudando.

“Essas novas observações aumentam a faixa de energia sobre a qual podemos observar os raios gama e revelam um novo componente da emissão que nunca vimos antes”, escreveu Levan em um e-mail ao Gizmodo. "Eles são uma demonstração fantástica da tecnologia que permite que os telescópios detectem esse tipo de luz. Mais importante, eles oferecem uma nova maneira de entender a física nas condições mais extremas da natureza".

De fato, essas observações não seriam possíveis sem uma tecnologia muito impressionante. As energias GRB descritas nos novos artigos foram medidas observando seus efeitos em nossa atmosfera. Quando os raios gama invadem nossos céus, eles empurram grandes quantidades de partículas, produzindo uma espécie de chuva de ar. Movendo-se a velocidades relativísticas, essas chuvas geram um brilho azulado detectável, chamado luz Cherenkov, que pode ser detectado pelos telescópios Cherenkov.

Imagem conceitual mostrando telescópios especialmente equipados detectando a luz Cherenkov, gerada pelos raios gama recebidos e detectáveis como luz azulImagem conceitual mostrando telescópios especialmente equipados detectando a luz Cherenkov, gerada pelos raios gama recebidos e detectáveis como luz azul. Imagem : DESY, Laboratório de Comunicação Científica

Nesse caso, esses telescópios eram o Sistema Estereoscópico de Alta Energia (HESS) na Namíbia e o Imagem Gama Atmosférica Principal Cherenkov (MAGIC) nas Ilhas Canárias, ambas operadas pela Sociedade Max Planck. Os satélites foram usados ​​anteriormente para observar a luz Cherenkov, mas seus instrumentos não são sensíveis o suficiente para detectar eventos de energia super alta, porque produzem pouca luz.

O primeiro desses eventos de alta energia, GRB 180720B, aconteceu em 20 de julho de 2018 e é descrito em um artigo liderado por astrônomos do Instituto Max Planck, Deutsches Elektronen-Synchotron (DESY), do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia ( ICRAR) e várias outras instituições. O segundo evento, GRB 190114C, ocorreu em 14 de janeiro de 2019 e é descrito em dois novos artigos (aqui e aqui), ambos liderados por Razmik Mirzoyan, do Instituto Max Planck de Física. Mais de 300 cientistas de todo o mundo estiveram envolvidos na pesquisa.

“O que é notável nessas explosões em particular não é a quantidade de energia que eles emitem no total, mas a energia que vemos dos bits individuais de luz”, explicou Levan. "Podemos pensar na luz como composta de pequenas partículas chamadas fótons, e cada um desses fótons carrega uma energia. Normalmente, medimos a energia em uma unidade chamada elétron-volt, que é a energia com que um único elétron se moveria em 1 volt".

Os fótons ao nosso redor, que vemos com nossos olhos, normalmente retêm cerca de 1 elétron-volt de energia, mas os fótons do GRB 190114C, medidos pela MAGIC, carregam mais de 1 teraelétron-volt (TeV), que é um trilhão de vezes mais energia do que vemos com nossos olhos, explicou Levan. Para se ter uma ideia, um GRB recorde de 2013 foi medido em 94 bilhões de elétron-volts, ou 0,094 TeV.

“É quase como ter 10 centavos em seu nome enquanto a pessoa ao seu lado é o Bill Gates”, disse ele. "Como não é de se surpreender, se um fóton tem tanta energia, ele pode fazer coisas diferentes – assim como você pode levar uma vida muito diferente se tiver US$ 100 bilhões em vez de 10 centavos. Então, essa luz muito energética realmente abre uma nova janela para o universo".

Os dados coletados pelo MAGIC mostraram que as energias do GRB 190114C estavam entre 200 bilhões e 1.000 bilhões de elétron-volts, ou 0,2 a 1 tera-elétron-volt. Este é agora o evento GRB mais forte já detectado. Observações realizadas em observatórios de apoio calcularam a distância deste GRB em cerca de 4 bilhões de anos-luz da Terra. O evento anterior, GRB 180720B, medido pelo HESS, foi um pouco mais fraco, registrando energias entre 100 bilhões e 440 bilhões de elétron-volts, ou 0,1 a 0,44 TeV, e é estimado em 6 bilhões de anos-luz de distância.

Imagem conceitual mostrando o observatório MAGIC examinando os céus em busca de raios gamaImagem conceitual mostrando o observatório MAGIC examinando os céus em busca de raios gama. Imagem: Superbossa.com e C. Righi.

“O que mais me surpreende com essas observações é como finalmente vimos essa emissão de alta energia após mais de uma década de esforço”, disse Levan. Além desses dois eventos, outro grande GRB foi registrado este ano, cujos detalhes ainda não foram divulgados, disse ele. "Isso implica que, em vez de ser muito raro, esse tipo de emissão pode ser bastante comum em explosões de raios gama. Nesse caso, é realmente surpreendente que tivemos que esperar tanto tempo para que as condições estivessem certas para encontrar essa luz excepcionalmente energética", disse Levan ao Gizmodo.

Os novos artigos, além de caracterizar os novos GRBs, também apresentaram explicações para os fótons de alta energia, que se presume serem produzidos por um processo em duas frentes, conhecido como espalhamento inverso de Compton. A princípio, as partículas que se aceleram rapidamente se movem no forte campo magnético da própria explosão, resultando em radiação síncrotron (sim, o mesmo tipo de radiação produzida em síncrotrons e outros aceleradores de partículas na Terra, mas é aí que a comparação termina). Então, em um segundo estágio, os fótons síncrotron se chocam contra as partículas velozes que os criaram, aumentando suas energias às taxas extremas registradas na atmosfera da Terra.

Diagrama em inglês mostrando como os GRBs são formados a partir de um buraco negroDiagrama mostrando como os GRBs são formados a partir de um buraco negro. Imagem: Centro de Vôo Espacial Goddard da NASA

Os GRBs são registrados por satélites quase diariamente, mas na verdade são bastante raros de uma perspectiva cosmológica – felizmente. Para colocar o poder dessas coisas em perspectiva, uma "explosão típica libera tanta energia em poucos segundos quanto o Sol em toda a sua vida útil de 10 bilhões de anos", explicou a astrônoma Gemma Anderson, coautora do estudo da Curtin University  – que faz parte do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia -, em um comunicado de imprensa. Se um raio gama explodisse em qualquer lugar perto de nossa vizinhança e fosse focado diretamente na Terra, isso poderia potencialmente provocar uma extinção em massa.

Como Levan explicou ao Gizmodo, um evento desses pode ter realmente acontecido no passado antigo da Terra.

“Existe um evento de extinção em massa que podemos ver no registro geológico – a extinção ordoviciana – que combina com o que esperaríamos de uma explosão de raios gama”, disse Levan . “Se um evento fosse próximo o suficiente da Terra para nos afetar agora, teríamos alguns efeitos paradoxais”.

Primeiro, a camada de ozônio seria destruída pelos raios gama, permitindo que grandes quantidades de luz UV chegassem à superfície, disse Levan. A luz visível, por outro lado, provavelmente seria bloqueada devido à destruição de moléculas-chave na atmosfera e à presença de óxidos nitrosos, que bloqueariam a luz solar, desencadeando uma era glacial . Esse duplo golpe de efeitos atmosféricos seria… ruim.

“Isso é consistente com o que foi visto 440 milhões de anos atrás durante a extinção ordoviciana, embora não seja a única explicação possível”, disse Levan. "No entanto, para nos afetar, uma explosão de raios gama teria que estar perto o suficiente, com seu jato apontando diretamente para nós. As observações sugerem que as explosões de raios gama são realmente muito raras na Via Láctea".

Ao que ele acrescentou: “Realmente não esperamos ser afetados significativamente com mais frequência do que a cada bilhão de anos, mais ou menos – não há razão para perder o sono com essa possibilidade”.

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Sobreviventes de tiroteios guardam trauma do ocorrido por anos, diz estudo

Posted: 21 Nov 2019 06:53 AM PST

Arma coberta de sangue

As conclusões de um novo estudo envolvendo sobreviventes de tiroteios provavelmente não vão lhe surpreender, apesar de serem tristes. O levantamento sugere que muitos sobreviventes ficam devastados física e mentalmente por sua experiência, mesmo anos depois.

Para este trabalho, publicado no periódico JAMA Surgery, os pesquisadores realizaram entrevistas por telefone com mais de 180 sobreviventes de tiroteios que foram tratados em um centro de trauma local em algum tempo a partir de janeiro de 2008. A maioria era do sexo masculino e estava na casa dos 20 anos quando foi baleada. Em média, os pacientes foram contatados cerca de seis anos após o ocorrido.

Embora este não seja o primeiro estudo a examinar a saúde em longo prazo de sobreviventes de trauma, os autores dizem que houve um foco relativamente menor em sobreviventes especificamente em estudos anteriores. E menos estudos ainda contam com entrevistas a pacientes.

Em comparação com suas vidas antes de serem atingidas, eles descobriram, as pessoas estavam mais propensas a estarem desempregadas e a consumirem álcool e outras drogas. Quase metade também apresentou resultado positivo em ter transtorno de estresse pós-traumático. E comparados à população geral, os sobreviventes estavam em geral com pior saúde física e mental.

"Além disso, essas consequências não parecem melhorar com o tempo, nem são limitadas à sequelas com ferimentos graves que requerem admissão no hospital ou na UTI", escreveram os autores.

Por mais sérias que sejam essas alegações, elas têm algumas limitações. A equipe inicialmente tentou alcançar mais de 2.500 pacientes, mas só telefonou para 263. Esse grupo foi posteriormente reduzido para incluir apenas vítimas de agressão, enquanto nenhuma vítima de auto-mutilação, acidental ou não, foi entrevistada.

É possível que as pessoas que não tenham participado das entrevistas sejam diferentes de maneiras importantes para aqueles que estavam dispostos a serem entrevistados. E os pesquisadores não foram capazes de obter informações sobre o status socioeconômico ou nível educacional das pessoas, fatores que obviamente podem influenciar a facilidade com que alguém pode se recuperar de um evento traumático, como levar um tiro.

Mas é claro, escrevem os autores, que os "resultados a longo prazo da lesão por arma de fogo ultrapassam a mortalidade e o fardo econômico". Muitos sobreviventes poderiam se beneficiar de cuidados prolongados para melhorar suas chances de recuperação após uma lesão, disse a equipe de pesquisadores.

Como resultado de suas pesquisas, os autores dizem que criaram um programa em sua clínica de trauma local para identificar e acompanhar os sobreviventes a tiros. O programa foi desenvolvido para facilitar o rastreamento da saúde das pessoas ao longo do tempo e fornecer suporte contínuo à saúde física e mental.

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Novo Smart Case da Apple com bateria embutida tem atalho para câmera e custa R$ 1.199

Posted: 21 Nov 2019 06:01 AM PST

Em 2018, a Apple havia lançado cases com bateria embutida para os iPhones Xs e XR. Este ano não poderia ser diferente, então se as 17 horas de bateria do iPhone 11 não são suficientes para você, saiba que você já pode adquirir o acessório para iPhone 11 e iPhone 11 Pro. 

O Smart Battery Case está à venda na loja da Apple por R$ 1.199, nas cores areia-rosa, branco e preto. A parte interna conta com uma camada de microfibra enquanto o exterior é de silicone. A descrição do produto não detalha quantos horas extra de bateria o acessório oferece, apenas que aumenta a duração da carga em até 50%.

Assim como o modelo de 2018, o smart case é compatível com carregamento sem fio, podendo ser carregado ao mesmo tempo que o iPhone, mas a Apple ressalta que ele recarrega mais rápido com carregadores padrão USB-PD. 

Imagem: Apple

Entre os diferenciais está um botão exclusivo para acessar a câmera, mesmo com o aparelho bloqueado, que permite filmar e tirar fotos. Além disso, o site da Apple diz que o Smart Battery Case é compatível com acessórios com Lightning, como os EarPods, permitindo carregá-los usando o conector Lightning – que já vem junto com o iPhone – ou o Adaptador de Lightning para AV Digital, que é vendido separadamente.

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Pegada de carbono do bitcoin pode não ser tão grande quanto se pensava

Posted: 21 Nov 2019 04:57 AM PST

Pode ser que um dia o bitcoin desapareça completamente, mas ele deixará uma baita nuvem de poluição de carbono. As instalações de mineração da criptomoeda usam tanta energia que o governo de Abecásia, uma república autônoma no norte da Geórgia, chegou a cortar a energia de 15 centros de mineração no ano passado.

Um representante do parlamento da Noruega chamou o bitcoin, em particular, a “forma mais suja de criptomoeda”. E alguns pesquisadores chegaram a estimar que o bitcoin sozinho poderia acelerar a chegada ao limite crítico de aquecimento de dois graus Celsius da temperatura do planeta.

Porém, um novo estudo mostra que a pegada de carbono não é tão grande quanto pensávamos. O que é uma notícia boa para algo que geralmente ganha destaque pelos golpes, lavagem de dinheiro, invasões, e mais golpes.

O Digiconomist, projeto de dados por trás do Bitcoin Energy Consumption Index (Índice de Consumo de Energia do bitcoin), estimou que a mineração da criptomoeda gera 37,73 megatoneladas de dióxido de carbono por ano, um número comparável à emissão de um país como a Dinamarca.

O novo estudo, por sua vez, faz uma estimativa mais modesta, de 17,29 megatoneladas emitidas em 2018.

Há um outro estudo que fica no meio termo e estima as emissões em 22,9 megatoneladas de dióxido de carbono pela mineração de bitcoin.

A nova descoberta pinta um quadro menos preocupante, mas em termos de proporção, é quase a mesma pegada de uma cidade como o Rio de Janeiro.

A mineração do bitcoin funciona ao resolver equações complicadas. Basicamente, a primeira pessoa com a resolução do problema recebe o bitcoin recém-criado. E essa lógica exige hardware computacional muito potente e que consome muita energia elétrica.

Ao contrário de estudos anteriores, a coautora Susanne Köhler disse ao Gizmodo que eles consideraram tanto a eficiência do equipamento de mineração quanto a dependência de combustíveis fósseis em vários locais, com base no número de tentativas de mineração de um bloco de bitcoin naquela região. Sabemos que o bitcoin é muito minerado na China, por exemplo, um país que gera mais eletricidade a partir do carvão do que qualquer outro país do mundo.

Em vez de basear os cálculos de emissões na produção total de carbono da China, os pesquisadores consideraram o fato de que o bitcoin minerado na província de Sichuan seria provavelmente “mais verde” devido à “grande utilização de energia obtida via hidrelétrica”. Além disso, a China pode estar reduzindo sua produção de bitcoins.

No início deste ano, a polícia de Zhenjiang teria encerrado uma operação ilegal depois que uma empresa de energia informou que mineradores havia consumido o equivalente a US$ 3 milhões em eletricidade; em abril, o governo propôs o encerramento total da mineração de criptomoeda, em parte por causa da poluição.

Köhler enfatizou que “ninguém sabe a localização exata da mineração”, mas que eles pretendiam tornar claras as “incertezas de tais estimativas explícitas e fornecer uma gama de resultados possíveis”.

Esses resultados ainda são muito difíceis de cravar, disse Ethan Lou, autor do livro Once a Bitcoin Miner (Um ex-minerador de Bitcoin, em tradução livre), ao Gizmodo. Lou, um dos primeiros investidores de bitcoin e fundador de uma startup de mineração de criptomoedas, comparou o bitcoin à indústria petrolífera, escrevendo para o Guardian que “a pegada ambiental do bitcoin vai assombrá-la”.

“Não me surpreenderei se outro estudo for publicado daqui alguns meses, com números drasticamente mais altos ou mais baixos”, disse ele por e-mail. O motivo, segundo ele, é que as informações precisas sobre localização, tipos de máquinas utilizadas e fontes de eletricidade são muito evasivas. “Os métodos estão constantemente sendo refinados”.

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TikTok: entenda tudo sobre o maior fenômeno da Geração Z na internet

Posted: 21 Nov 2019 03:55 AM PST

Logotipo do app TikTok

Se você não esteve prestando atenção ao TikTok, você não esteve prestando atenção ao grande fenômeno que invadiu a Internet nos últimos tempos. O aplicativo de vídeos curtos, oriundo da chinesa ByteDance, superou o Facebook, Instagram, YouTube e Snapchat em instalações mensais na App Store e foi baixado mais de um bilhão de vezes em 2018.

Ainda é menor que o Facebook – com 2,27 bilhões de usuários, incluindo Instagram e WhatsApp -, mas está muito à frente do Twitter (336 milhões) e Snapchat (186 milhões), com uma base ativa de 500 milhões mensais. Além disso, em fevereiro de 2019, 27 milhões desses usuários ativos estavam nos EUA, um número absurdo para uma empresa de tecnologia da China.

Isso resultou em um enorme sucesso para a ByteDance, que superou a Uber como a startup mais valiosa do mundo. Com uma avaliação de mais de US$ 75 bilhões, é a primeira empresa chinesa com "seguidores significativos e genuinamente engajados em todo o mundo", de acordo com o Verge.

Em 7 de dezembro do ano passado, o Information noticiou que a ByteDance estava em negociações para arrecadar US$ 1,4 bilhão para investimentos em Inteligência Artificial e conteúdo de mídia. O TikTok ficou tão grande que hoje é impossível ignorar. Mas afinal:

O que é o TikTok?

O TikTok é um dos aplicativos mais populares do mundo, mas que ainda não entrou no vocabulário da maioria das pessoas acima dos 25 anos. A essência é a seguinte: os usuários gravam vídeos com duração de até 15 segundos e podem escolher entre um banco de dados de músicas e efeitos visuais ou sonoros.

A colaboração é um grande incentivo – você pode fazer um "dueto" com alguém respondendo ao vídeo, o que cria uma tela dividida, alimentando assim uma cadeia interminável de reações. Os usuários também podem fazer upload de seus próprios sons, para que seja possível sincronizar uma dublagem com o vídeo original de outra pessoa.

Rapper Lil Nas XRapper Lil Nas X, com a música “Old Town Road”, foi um dos primeiros músicos a estourarem primeiro no TikTok para depois fazer sucesso no mainstream. Crédito: TikTok

O TikTok, superficialmente, não parece tão diferente da proposta de outros aplicativos centrados em vídeo, como Snapchat, o finado Vine ou Dubsmash. Ele compartilha ativos semelhantes, mas graças ao seu algoritmo de inteligência artificial, que o torna irresistível, além de uma variedade sofisticada de efeitos, o TikTok oferece muito mais possibilidades para criadores e marcas.

Para um aplicativo com uma missão tão simples, ser bom no TikTok requer uma quantidade surpreendente de criatividade e prática. Os vídeos que mais bombam são bastante trabalhosos de se produzir, mas também são os que geram maior engajamento e criam as celebridades da plataforma.

O que faz do TikTok uma rede social diferente de todas as outras?

De acordo com o site da ByteDance, seu diferencial é ser "uma das primeiras empresas a lançar produtos mobile com tecnologia de machine learning". Além disso, foi fundada em um esforço "para combinar o poder da inteligência artificial com o crescimento da Internet móvel, de forma que revolucione a maneira como as pessoas consomem e recebem informações”.

Basicamente, através do uso de vários tipos de IA – como o reconhecimento facial de seus filtros e o preenchimento de um feed com recomendações altamente personalizadas – o aplicativo pode fornecer aos usuários exatamente o que eles querem e o que não querem.

Como surgiu o TikTok?

O TikTok foi lançado pela ByteDance na China em setembro de 2016. O aplicativo, conhecido como Douyin, foi desenvolvido em 200 dias e, em um ano, recebeu mais de 100 milhões de usuários, com mais de 1 bilhão de vídeos visualizados todos os dias.

A rede foi lançada no mercado internacional em setembro de 2017 e um ano depois já registrava números absurdos: o app foi baixado cerca de 80 milhões de vezes nos Estados Unidos e 800 milhões de vezes em todo o mundo, de acordo com dados da empresa Sensor Tower.

Tela do aplicativo TikTokSe você nunca viu o TikTok, este é jeitão do app. Crédito: AP

Em novembro do mesmo ano, mais um movimento estratégico da ByteDance: a empresa desembolsou US$ 1 bilhão para adquirir o Musical.ly, um aplicativo bastante semelhante ao TikTok. Com o intuito de alavancar a base de usuários da plataforma digital dos EUA, os dois se fundiram, uniram forças e seguiram sob a chancela de TikTok.

O aplicativo entrou no mercado brasileiro em agosto de 2018 e está atualmente disponível em 150 mercados e em 75 idiomas.

Telas do aplicativo Musical.lyEsta era a interface do Musical.ly. Crédito: Reprodução

Além da popularidade no mainstream e do valor de mercado sem precedentes de sua controladora, houve ainda um outro fator determinante para o sucesso do aplicativo ao redor do mundo: as celebridades. Jimmy Fallon tem uma forte presença na plataforma, assim como Amy Schumer, Cardi B, Offset, Awkwafina e Tony Hawk.

Como o TikTok virou um fenômeno em tão pouco tempo?

Desde o seu lançamento, a popularidade do TikTok tem crescido tremendamente. O aplicativo já acumulou mais de 500 milhões de usuários ativos mensais e, para um empreendimento da China, não só bateu, como superou todas as expectativas nos Estados Unidos – foram 80 milhões de downloads só no país do Tio Sam.

Alguns dos principais motivos por trás do aumento da popularidade do aplicativo TikTok são:

  • Apoio de celebridades

O interesse de Jimmy Fallon, por exemplo, começou naturalmente, mas depois foi capitalizado pela plataforma por meio de uma parceria paga. Em novembro de 2018, o apresentador do The Tonight Show iniciou uma seção de “desafios” em seu programa e usou o TikTok como plataforma para o desafio.

Ele pediu aos espectadores que participassem do #TumbleweedChallenge e publicassem vídeos no TikTok deles rolando como uma bola de feno no deserto. O próprio apresentador entrou na onda e gravou sua versão. O desafio se tornou viral e conseguiu 10,4 milhões de reações dentro de uma semana.

Quando foi lançado no Japão, o TikTok atraiu celebridades como Kinoshita Yukina, Kyary Pamyu Pamyu e Watanabe Naomi. Na Tailândia, a empresa colaborou com Kaykai Salaider e na Índia com Aashika Bhatia.

No Brasil, houve alguns desafios com apoio da companhia de dança FitDance e da cantora Ludmilla, com a música "Invocada".

Esses tipos de parceria têm sido uma tática essencial na estratégia de expansão geográfica. O aplicativo usa celebridades e influenciadores para movimentar a plataforma e gerar conteúdo viral. Essas figuras não apenas publicam conteúdo no TikTok, mas também promovem o aplicativo em outros canais.

  • Conteúdo localizado

Outro fator determinante na popularidade do TikTok é o fato de, apesar de ser um aplicativo global, focar no conteúdo localizado. A plataforma geralmente realiza concursos e desafios locais e captura tendências por meio do uso de hashtags localizadas.

O TikTok realiza o concurso “1 Million Audition” em vários países, no qual participantes recebem temas para criar vídeos e são premiados para isso. Este concurso não apenas leva à criação de milhares de vídeos locais, para cada país onde é realizado, mas também ajuda os criadores de TikTok a ganhar reconhecimento e seguidores.

O aplicativo também usa hashtags de tendências locais para sugerir tópicos para criação de conteúdo. Isso ajuda o aplicativo a capitalizar as tendências locais e a gerar conteúdo viral para a plataforma. Por exemplo, “Seaweed Dance” foi um tipo de vídeo que viralizou na China.

O TikTok também envia recomendações personalizadas para cada um de seus usuários, o que garante que estejam sempre atualizados nos vídeos mais recentes e nunca deixem de ter ideias para a criação de outros novos.

Usando essas técnicas, o TikTok conseguiu capitalizar com cuidado cada canto do mundo em escala global.

  • Fácil criação, compartilhamento e visualização de conteúdo

O TikTok simplificou a criação e o compartilhamento de vídeos. Tudo o que os usuários precisam fazer é gravar qualquer coisa de suas rotinas e publicá-las instantaneamente em seu feed de notícias.

Devido ao formato curto, nem a criação de vídeo nem o processo de exibição levam muito tempo ou esforço. Além disso, esse conteúdo é reproduzido assim que o usuário abre o aplicativo e o espectador se perde em um mar de vídeos exibidos no app.

TikTok é o sucessor do Vine?

Se as características do TikTok parecem familiares, talvez seja porque elas são muito semelhantes às do finado Vine, o aplicativo de vídeos curtos do Twitter que bombou em 2012.

A plataforma tornou-se popular entre os criadores de conteúdo, que o usavam para montar curtas de comédia e dublagens. Mas o sucesso não parou por aí: eventualmente, no ápice, sua base de usuários chegou aos 200 milhões de usuários.

Não surpreendentemente, as marcas estavam ansiosas para entrar em cena também.

Em 2016, no entanto, graças em parte à crescente concorrência de outros aplicativos, como Instagram e Snapchat, o Twitter anunciou que fecharia o Vine. O que nos leva a perguntar: o TikTok é o novo Vine ou tem potencial para ser algo maior?

Devido às semelhanças, incluindo o fato de que, como o Vine antes, o TikTok evitou a monetização que poderia ajudá-lo a se tornar um negócio sustentável, é fácil sugerir que o aplicativo chinês é um modismo que não vai durar.


O desafio “ohnana” viralizou em todo o mundo, e a música usada é um funk brasileiro chamado “Oh na na”, lançado em 2017. Claramente, os gringos não imaginam do que se trata a letra

Mas também existem razões para acreditar que esse pode não ser o caso. Primeiro, graças à sua popularidade na China, o TikTok já tem cerca de 500 milhões de usuários ativos – mais do que o dobro do Vine no seu auge. Portanto, embora a plataforma só agora esteja ganhando manchetes no Ocidente, seu crescimento espetacular está chegando ao que parece uma base bastante sólida.

Segundo, o timing do TikTok parece ser perfeito. A cultura de vídeos – sobretudo curtos – está bem estabelecida e em expansão e as gerações mais jovens parecem especialmente fascinadas pelo tipo de conteúdo no qual o TikTok está focado.

Talvez certos aspectos do TikTok estejam fadados a falhar devido à nossa compulsão de nos permitirmos comparar. Usuários e não-usuários estão desesperados para descrevê-lo como o “novo Vine” ou o “Musical.ly reinventado”.

Para eliminar a frustração de precisar defini-lo, o TikTok precisa ser visto com novos olhos, intacto pelos óculos cor de rosa manchados pelas cinzas dos aplicativos anteriores. Com o zumbido sempre presente ao seu redor, desenvolvido de forma orgânica ou não, é provável que o TikTok continue a alcançar seus tentáculos no mainstream e em outras plataformas.

Na melhor das hipóteses, o TikTok se infiltra na sociedade convencional como uma maneira simplificada de navegar por uma série de vídeos com exibição na vertical que são curtos demais para serem apreciados no YouTube. Na pior das hipóteses, servirá como local em que tendências lamentavelmente terríveis voem e seja um lugar onde a dignidade vai morrer.

Em que direção, no final das contas, apenas o tempo dirá, mas é essencial que recuemos e proibimos que as conversas ao redor se intrometam em nosso julgamento, à medida que o TikTok cresce de um monstro da rede social para uma marca própria, sólida e sustentável, atravessando fronteiras e atingindo cada vez mais públicos – desde quem acessa para ver sketches de humor nonsense até quem quer aprender algo sobre construção ou gastronomia.

Duelo de titãs: TikTok versus Instagram

O Instagram tem um bilhão de usuários mensais e 400 milhões de usuários ativos diariamente através do Stories. Se esses números ainda são quase incomparáveis, o que acontece é que o TikTok já equaliza a balança em outros aspectos: são 100 milhões de downloads do aplicativo chinês no primeiro semestre de 2018, contra 59 milhões do Instagram.

Além disso, em comparação aos 9 milhões de downloads do TikTok no Google Play, os downloads do Instagram foram quase quatro vezes menor: 2,5 milhões. Essa disparidade entre o uso do Android também destaca o domínio do TikTok nos mercados asiáticos.

O TikTok tem um público notavelmente mais jovem que os aplicativos da concorrência: 65% tem 20 anos ou menos. Como um todo, cerca de 40% são adolescentes. De acordo com esses dados, os usuários de TikTok pertencem principalmente à Geração Z. O aplicativo tem uma divisão relativamente uniforme de usuários masculinos e femininos. Os usuários do TikTok têm uma taxa de engajamento de 28%.

Em comparação, o Instagram atende a uma base de público Millennial ou geração Y. A maioria dos usuários (64%) têm entre 18 e 29 anos de idade. Ao contrário do aparente equilíbrio de gênero do TikTok, os usuários do Instagram são um pouco mais femininos. A taxa de engajamento, no entanto, é muito maior: 95%.

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“Woah” é uma dancinha que viralizou nos EUA e que consiste no movimento dos braços como mostrado no vídeo

Atualmente, o TikTok possui um modelo de negócios gratuito, livre para usar, sem anúncios. Essa estratégia permitiu que o aplicativo acumulasse milhões de usuários com uma rápida trajetória de crescimento. No entanto, os usuários podem fazer compras no aplicativo, como emojis e presentes digitais.

Em outubro de 2018, o TikTok faturou US$ 3,5 milhões em apenas um mês de compras no aplicativo. Em apenas um ano (outubro de 2017 a outubro de 2018), o TikTok registrou um aumento enorme de 275% nas compras pelo aplicativo.

O Instagram também é gratuito, mas a receita é baseada em anúncios, que são exibidos nos feeds e nos Stories dos usuários. Esses anúncios podem ser segmentados por dados demográficos do público-alvo, como local, idade e interesses. O Instagram tem um enorme sucesso com esse modelo: sua receita de anúncios em 2018 foi de aproximadamente US$ 6,4 bilhões.

O Instagram ganhou notoriedade por catapultar os influenciadores. Figuras com milhares de seguidores chegaram à fama e alcançaram uma grande audiência fiel. Enquanto a página “Discover” do Instagram atrai os espectadores com imagens atraentes, a página “For You” do TikTok é regida por um algoritmo esperto e com sugestões quase infinitas de possibilidades.

Com uma experiência de tela vertical completa, os usuários são facilmente atraídos para uma toca de coelho com conteúdo e sugestões cuidadosamente selecionadas. A DreaKnowsBest, uma famosa usuária do TikTok (com 2,4 milhões de fãs e um total de 48,6 milhões de reações em seus vídeos), é considerado um dos cases da rede social.

Comparado ao Instagram, a comunidade TikTok parece oferecer mais possibilidades aos criadores. O aplicativo permite que os usuários se conectem facilmente, criem conexões e colaborem com outras pessoas, sobretudo por meio de duetos. A cada semana, novas tendências de criação aumentam o potencial de viralizar conteúdos e, consequentemente, de se popularizar. Os criadores identificaram esse ambiente de apoio para aumentar o número de seguidores e deixaram o Instagram para trás.

O TikTok está fazendo muito quando se trata de marketing e ajudando os criadores em seus esforços na plataforma. Especificamente, os "Instagrammers" estão começando a migrar porque percebem que a atividade é insana; você pode criar um grande público rapidamente se for talentoso.

Além dos usuários de Instagram, os YouTubers também estão se juntando ao movimento. Como você pode vincular diretamente sua conta do YouTube à sua biografia do TikTok, os criadores usaram o TikTok para ganhar inscritos facilmente e aproveitar o público jovem e ativo do aplicativo chinês.

Com uma explosão de crescimento, espera-se que o TikTok continue uma forte tendência. Enquanto essa nova plataforma está desfrutando de sua trajetória ascendente, a curva do Instagram está caindo lentamente – de 13% de crescimento em 2018 para 8% em 2019.

O futuro do TikTok

A popularidade atual do TikTok é realmente surpreendente, mas ainda não garante que atingirá os níveis alcançados por outras redes sociais como Instagram e YouTube.

O Vine era uma plataforma de compartilhamento de vídeos extremamente popular – embora não tenha atingido em seu ápice nem metade do número de usuários que o TikTok tem só na China -, mas hoje está completamente fora de jogo.

E existem muitos outros aplicativos que rapidamente alcançaram a fama e desapareceram.

Para manter a pegada, o aplicativo precisará inovar e encontrar novas maneiras de continuar engajando sua base de usuários. Eles também terão que tornar a plataforma mais acessível para as marcas. Se conseguir capitalizar a agenda social desses caras, certamente crescerá ainda mais e poderá competir de frente com outras redes sociais.

Se o TikTok tem potencial para ser uma estrela duradoura, como as marcas devem abordá-lo? O aplicativo ainda não tem o tipo de ofertas de anúncios padrão que as marcas podem usar em plataformas como Instagram, mas está caminhando para a monetização.

Em setembro de 2018, o TikTok fez uma parceria com a marca de moda Guess para executar um desafio #InMyDenim aos seus usuários. Como parte de sua campanha – que foi a primeira "peça de conteúdo de marca" que o aplicativo veiculou nos Estados Unidos – a Guess também se uniu a vários influenciadores populares da plataforma.

É natural esperar que o TikTok estabeleça relacionamentos semelhantes com outras grandes marcas, mas para quem deseja se aventurar por esses caminhos agora, é possível configurar sua própria conta e fazer parcerias diretamente com influenciadores da mesma maneira que se faz em plataformas como Instagram e YouTube.

Embora existam mais estudos de caso de marcas da China, formas comuns de impulsionar o engajamento, como trabalhar com influenciadores para lançar desafios virais, parecem ser universalmente aplicáveis.

Desafio no TikTok com as cantoras britânicas do grupo Spice GirlsSim, teve um desafio sobre as Spice Girls no TikTok. Crédito: TikTok

O recurso “Desafios” permite que as marcas usem celebridades e outros influenciadores para inspirar diretamente a criação de conteúdo do usuário, resultando em um ambiente rico em conteúdo, não apenas em comentários e encaminhamentos. Os mais famosos que aconteceram na China foram o "Douyin course" e o "City catwalk", criados pelo restaurante Haidilao e pela marca de moda Michael Kors, respectivamente.

Esses “Desafios” convidam os usuários a competir pelo vídeo mais popular em resposta a uma solicitação de tópico de um autor. A ideia é que você não tenha que pensar muito e tenha uma infinidade de ferramentas de edição disponíveis em mãos, promovendo conteúdo de alto engajamento.

No desafio "Douyin course", usuários criaram conteúdos dentro da rede Haidilao, resultando em um impacto direto nas vendas e em um poderoso impacto na mídia. Foi um ótimo método de marketing com muito pouco custo.

Outras marcas, como Adidas e Lenovo, colaboraram com os principais líderes de opinião da China e usaram a influência para propagar seus conteúdos mais rapidamente. A Adidas usa o TikTok principalmente para sua sub marca AdidasNeo, que compartilha um público-alvo com a base de usuários do aplicativo.

A Answer Tea, por exemplo, apresenta um design de embalagem que revela uma resposta quando a tampa de suas bebidas é aberta, como um biscoito da sorte. Um vídeo da marca que se tornou viral através do TikTok gerou 250 solicitações de abertura de lojas na China.

À medida que os custos de publicidade aumentam e o alcance do conteúdo diminui em muitas redes sociais de mídia paga, novas plataformas emergentes como o aplicativo chinês podem ser interessantes, porque ainda têm baixo custo e alta capacidade de se tornarem virais.

Para quem o TikTok é recomendado?

Mesmo que o público do TikTok seja predominantemente a Geração Z (pessoas que nasceram em meados de 1990 até 2010), há espaço para todo mundo. É verdade que se você tem entre 10 e 20 anos, independente do gênero, e curte passar horas em um feed com vídeos musicais, pessoas dançando ou conteúdos divertidos aleatórios, o aplicativo é pra você. Mas há outro tipo de consumo.

Através do uso de inteligência artificial – que preenche sua interface com recomendações altamente personalizadas – a plataforma pode te fornecer exatamente o que você quer ver. Basta não perder tempo com o ócio coletivo característico da rede social. Há conteúdo de muito valor, como dicas valiosas de "do it yourself" (faça você mesmo, na tradução literal), de construção, decoração, arquitetura, gastronomia. Essas editorias devem puxar um público um pouco mais velho.

Seja como for, estamos falando de uma tendência universal: vídeos – e vídeos curtos. Se você não é um consumidor, você é alguém pronto para capitalizar uma oportunidade. De algum lado da balança você está. Vale a pena olhar com mais carinho.

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Satélites Starlink, da empresa de Elon Musk, estão causando dores de cabeça nos astrônomos

Posted: 21 Nov 2019 03:11 AM PST

Observatório Cerro Tololo, no Chile

Astrônomos de um observatório chileno ficaram impedidos temporariamente de executar seu trabalho no início desta semana, quando uma sequência de satélites da SpaceX, composto por 60 satélites Starlink, sobrevoou o céu, naquilo que os cientistas terão que aceitar como o novo normal.

Lançado em órbita em 11 de novembro, o "trem de satélites Starlink" levou cinco minutos para passar pelo Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile, segundo um tuíte da astrônoma Clara Martínez-Vászquez.

"Uou! Estou chocada!!", tuitou Martínez-Vázquez. "A enorme quantidade de satélites Starlink cruzou nossos céus hoje à noite [no Cerro Tololo]. Nossa exposição no DECam [Câmera de Energia Escura] foi fortemente afetada por 19 deles!", no que ela acrescentou: "[Isto é] bastante deprimente…isso não é legal!".

Respondendo a este tuíte, o astrônomo Cliff Johnson, membro e estudante de pós-doutorado CIERA em Astronomia da Northwestern University, disse que a visão atrapalha os dados, mostrando um arranjo de satélites espalhadas em uma imagem do espaço.

Os astrônomos estavam coletando dados usando o DECam, um gerador de imagens de campo amplo e alto desempenho no telescópio CTIO Blanco de 4 metros, como parte da pesquisa DELVE, que atualmente está mapeando as margens externas das Grandes e Pequenas Nuvens de Magalhães, bem como uma fração significativa do céu do sul em comprimentos de onda ópticos. Os principais objetivos do projeto são estudar a auréola estelar em torno das Nuvens de Magalhães e detectar novas galáxias anãs em órbita em torno das Nuvens ou da Via Láctea nas proximidades.

Frame da DECam mostra trilha de satélites StarlinkFrame com satélites Starlink na DECam, mostrando trilhas de satélites no campo DE VISÃO. Crédito: Clara Martínez-Vázquez, Cliff Johnson, CTIO/AURA/NSF

Mas esta pesquisa foi prejudicada quando os satélites Starlink passaram pelo local durante a manhã de segunda-feira, 18 de novembro.

"Nesse caso, 1 das cerca de 40 exposições que fizemos durante a meia-noite de observvações foi afetada pelas trilhas do satélite", disse Johnson ao Gizmodo por e-mail. " E no caso dessa exposição única, 15% das imagens foram afetadas pelas trilhas. Além da própria imagem, também tivemos que ter cuidado, pois a imagem afetada pela trilha também afetou nossas operações de pesquisa devido ao grande número de artefatos de imagem influenciando nossas medidas de controle de qualidade".

Tomados como um todo, no entanto, "esses números tendem a mostrar que o efeito em nossa ciência foi mais no nível de aborrecimento do que de uma perturbação total", escreveu ele. Dito isto, "este pode ser apenas o começo de problemas para os astrônomos, então acredito que a reação e o alarme da comunidade são justificados". Se realmente forem alcançados, os tamanhos propostos dessas megaconstelações de satélites — projetados para incluir mais de dezenas de milhares de elementos individuais —, "tem potencial de impactar significantemente nossos dados observacionais", disse Johnson.

Algo semelhante aconteceu no início deste ano, depois que o primeiro lote de 60 satélites Starlink foi entregue em órbita, com algumas pessoas até acreditando que eram OVNIs. Alarmada com o lote inaugural de satélites Starlink, a Sociedade Astronômica Americana emitiu um aviso, dizendo que megaconstelações poderiam ameaçar observações científicas no espaço.

O "efeito de trem", no qual os satélites estão alinhados ordenadamente em uma linha brilhante, é temporário. Eventualmente, os pequenos satélites se dispersam e entram em suas órbitas próprias e únicas em um processo que leva algumas semanas. Dito isto, o número de objetos no espaço — dispersos ou não — está prestes a experimentar um aumento dramático.

Atualmente, os impactos desses trens de satélites são "administráveis" e os "piores efeitos são temporários", disse Johnson ao Gizmodo.

"Eu concordo com o tom da recente declaração da IAU (União Astronômica Internacional) que exige uma discussão imediata e significativa entre reguladores, provedores de satélites e astrônomos para destacar maneiras que os impactos à astronomia podem ser minimizados — e não apenas ópticos, mas também a radioastronomia — e governar os piores cenários de lançamentos ilimitados e implantações não verificadas", disse Johnson ao Gizmodo.

Em resposta a essas preocupações, a SpaceX afirmou que está tomando medidas para pintar a base dos satélites Starlinks de preto, a fim de minimizar o seu brilho. Os especialistas não estão convencidos de que funcione, pois alguns observatórios usam instrumentos super sensíveis para detectar até os objetos mais fracos.

Os cientistas provavelmente terão que se acostumar com esse tipo de interrupção, já que os órgãos reguladores não estão prestando atenção. A SpaceX já recebeu a aprovação da FCC (Comissão Federal de Comunicações dos EUA) para lançar 12 mil pequenos satélites Starlink e, em outubro, a empresa espacial privada de Elon Musk pediu permissão para lançar mais 30 mil satélites adicionais até meados de 2020. Esses trens de satélite, juntamente com suas megaconstelações associadas, em breve se tornarão elemento regular do céu noturno — e isso não inclui constelações que devem ser construídas pelos concorrentes da SpaceX, incluindo redes propostas pela OneWeb, Telsat e Amazon.

Com as noites estreladas já obscurecidas pela poluição luminosa de nossas cidades, parece que uma visão desimpedida do espaço pode em breve ser raridade para os astrônomos.

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