terça-feira, 21 de julho de 2020

Gizmodo Brasil

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Pesquisadores criaram um app que monitora dados do usuário para saber como está sua saúde mental

Posted: 20 Jul 2020 03:36 PM PDT

Homem segurando um iPhone. Crédito: Jason McCawley/Getty Images

Mesmo sabendo que é por uma boa causa, este aplicativo parece ter saído do filme Minority Report.

Pesquisadores da Universidade Dalhousie no Canadá desenvolveram um app para smartphone que rastreia a saúde mental de uma pessoa com base em como ela usa o aparelho, relata o site canadense CBC. A esperança é que, mantendo o controle dos pacientes fora do horário comercial, o aplicativo possa ajudar os profissionais médicos a adaptar as opções de tratamento para eles.

O app se chama PROSIT, e os testes dele começaram em fevereiro, de acordo com a doutora Sandra Meier, psicóloga do IWK Health Center e da Universidade Dalhousie. Atualmente, cerca de 300 pessoas estão usando o app, e metade delas são pacientes com alguma condição de saúde mental.

"Podemos descobrir se eles estão ansiosos ou deprimidos. É incrível", disse Meier à CBC. "Então você não precisa entender nada do conteúdo, basta ouvir as pessoas e você consegue saber o estado emocional delas pela maneira como falam."

Para avaliar a saúde mental de um usuário, o aplicativo rastreia informações em 15 categorias diferentes, usando sensores existentes no celular do usuário. As categorias incluem quanto uma pessoa tem dormido, com que frequência se exercita, seu histórico de chamadas e registros de mensagens, tempo de uso do aparelho e preferências musicais.

Mesmo a maneira como uma pessoa digita pode ajudar o PROSIT a determinar seu estado mental, disse Rita Orji, cientista da computação da equipe de desenvolvimento do app, em entrevista ao site canadense.

"Quando as pessoas estão emotivas, quando você está com raiva, você deseja enviar um texto emocional. Não apenas a velocidade da digitação muda, mas também a força que você aplica no teclado para digitar", disse à CBC.

Além de monitorar todos esses dados, o PROSIT também se baseia em relatos dos usuários, que contam regularmente como estão se sentindo. Semanalmente, o aplicativo solicita que os usuários gravem e enviem um clipe de áudio de 90 segundos falando sobre a parte mais emocionante da semana. Também solicita periodicamente aos usuários que classifiquem suas emoções, dizendo classificando quão felizes e ansiosos estão em uma escala de cinco pontos.

Como você pode imaginar, usar o aplicativo requer clicar em "sim" para uma longa lista de solicitações de permissão, como visto em uma demonstração do site do PROSIT. Embora esses pesquisadores tenham indiscutivelmente intenções para os dados dos usuários melhores do que, digamos, um gigante da mídia social de bilhões de dólares, qualquer organização com tanto acesso ao telefone de alguém certamente fará com que os especialistas em privacidade fiquem de cabelo em pé.

"Nosso app levou em consideração a privacidade, a proteção e a segurança do usuário como o principal objetivo do design […] desde o início do design do aplicativo", disse ela.

Antes mesmo de o desenvolvimento começar, o aplicativo foi avaliado de acordo com as diretrizes de ética da Universidade de Dalhousie, e todos os participantes devem assinar os formulários de consentimento antes de fazer o download. Qualquer dado coletado pelo PROSIT é criptografado e armazenado em um local seguro no IWK Health Center, disse Orji à agência canadense. E embora isso possa incluir os registros telefônicos de um usuário, a equipe não pode acessar o que está sendo dito nessas chamadas ou mensagens de texto.

"Quando falamos em rastrear suas chamadas ou SMS, na verdade não estamos rastreando o que você diz ou com quem fala", disse Orji. “Na verdade, estamos apenas conhecendo a frequência com que você liga […] então, a maioria desses dados são de nível muito alto, que as pessoas se sentem à vontade em fornecer.”

Meier disse à CBC que, embora o PROSIT esteja longe de ser capaz de prever crises de saúde mental antes que eles aconteçam, o aplicativo provou ser uma ferramenta útil para psicólogos, que complementa, em vez de substituir, o tratamento de seus pacientes. Com o início da pandemia de COVID-19, o app também deu aos profissionais de saúde mental a possibilidade de monitorar seus pacientes em meio ao estresse de lockdowns e isolamento social.

Pessoalmente, não acho que meu psiquiatra precise saber quanto tempo passo desperdiçando no Twitter ou enviando vídeos de gatos fofos para meus amigos. Mas entendo como eles poderiam tirar algumas conclusões bastante contundentes dessas informações.

[CBC]

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Novo material feito de espuma de alumínio e esferas de cerâmica destrói serras que tentam cortá-lo

Posted: 20 Jul 2020 02:25 PM PDT

Até mesmo as travas de bicicleta mais caras podem ser quebradas em alguns minutos — elas acabam servindo mais para desencorajar a ação de bandidos do que como barreiras reais. Mas pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, e do Instituto Fraunhofer criaram o que eles alegam ser o primeiro material feito pelo homem que não pode ser cortado. Ele chega até mesmo a destruir as ferramentas que tentam rompê-lo.

Sim, você poderia colocar uma proteção de diamantes na sua bicicleta. Mas mesmo diamantes, um dos materiais mais duros do mundo, ainda podem ser cortados e modelados usando ferramentas de joalheria (também feitas de diamantes), desde que haja tempo e paciência suficientes. E, lógico, há também a questão de quanto uma trava dessas custaria.

Proteus, o nome dado pelos criadores ao novo material, adota uma abordagem totalmente diferente. Enquanto os diamantes são incrivelmente fortes graças à sua estrutura atômica altamente organizada e densa, o Proteus é 85% menos denso que o metal, mas sua estrutura única, feita de uma mistura de espuma de alumínio metálico e esferas de cerâmica incorporadas, faz as ferramentas se voltarem contra elas mesmas. Ele amolece as superfícies cortantes e fica mais duro à medida que o material se transforma em pó.

O Proteus parece um material feito a partir de engenharia reversa a partir de uma espaçonave alienígena que caiu na Terra. Ele vai na direção totalmente oposta à das abordagens tradicionais usadas para criar materiais ultrafortes e resistentes a cortes.

Como revelado nas imagens e vídeos de testes, as camadas externas do Proteus podem ser facilmente cortadas e penetradas, mas uma vez que uma lâmina de serra ou broca atinge as esferas de cerâmica embaixo, são criadas vibrações que rapidamente amolecem as bordas afiadas de uma ferramenta, reduzindo sua eficácia.

Ao mesmo tempo, pequenas partículas de poeira cerâmica se acumulam à medida que as esferas são cortadas, preenchendo a estrutura de espuma de alumínio para torná-la mais densa e mais dura à medida que a velocidade da ferramenta de corte aumenta. É semelhante à maneira como partículas minúsculas em um saco de areia endurecem quando comprimidas para absorver a força e parar uma bala em alta velocidade.

Secções transversais do material Proteus, revelando a estrutura de treliça de alumínio em forma de espuma e as esferas cerâmicas incorporadas e dispostas em linhas. Ilustração: Nature.com

O YouTube está repleto de vídeos de pessoas que usam máquinas a jato de água de alta pressão para cortar todos os tipos de objetos com facilidade. Eles aparentemente superam até as serras mais poderosas, mas os pesquisadores dizem que o Proteus também é resistente a elas. Segundo os cientistas, as esferas cerâmicas tendem a espalhar o jato fino de água, reduzindo sua velocidade e potência.

Obviamente, a equipe de pesquisadores não tinha em mente travas de bicicleta ao criar o Proteus. O material poderia ser eficaz em armaduras leves, que poderiam tornar qualquer veículo tão forte quanto um tanque, mas sem o tamanho assustador e o péssimo consumo de combustível. O material também poderia ser usado para desenvolver equipamentos de proteção para pessoas que usam ferramentas perigosas, como rebarbadoras e serras de mesa.

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Novo ataque pode fazer o seu carregador fritar o smartphone

Posted: 20 Jul 2020 12:57 PM PDT

Smartphone queimado. Crédito: Nathaniel Stern/Flickr

O adaptador que você usa para carregar seu smartphone na tomada normalmente é um item tecnológico inócuo, mas, recentemente, pesquisadores de uma empresa de segurança chinesa descobriram uma maneira de hackear um adaptador de energia de carga rápida para que, quando conectado a um telefone, o carregador possa derreter o smartphone ou até mesmo iniciar um incêndio.

Em um estudo publicado pelo Xuanwu Labs (de propriedade da gigante chinesa de tecnologia Tencent), os pesquisadores detalharam o hack BadPower, que funciona manipulando o firmware em adaptadores de energia de carga rápida.

Normalmente, quando um telefone é conectado a um adaptador com suporte a carregamento rápido na tomada, o telefone e o adaptador se comunicam para determinar a quantidade adequada de eletricidade que pode ser enviada ao telefone sem danificar o dispositivo — quanto mais potência ele tiver, mais rápido ele carregará o smartphone.

No entanto, ao invadir o firmware de carregamento rápido embutido de um adaptador de energia, o Xuanwu Labs demonstrou que pessoas maliciosas poderiam manipular o adaptador para enviar mais eletricidade do que um smartphone pode suportar, superaquecendo o aparelho, derretendo componentes internos ou, como o Xuanwu Labs descobriu, incendiando o dispositivo.

Após confirmar os resultados da pesquisa, o pessoal do Xuanwu Labs decidiu testar o BadPower carregando-o em 35 adaptadores (dos 234 modelos disponíveis atualmente à venda) e descobriram que 18 desses carregadores (fabricados por oito fornecedores diferentes) eram suscetíveis ao ataque.

Um dos testes feitos pela empresa de segurança mostra um carregador infectado. Crédito: Xinwu Labs/ReproduçãoUm dos testes feitos pela empresa de segurança mostra um carregador infectado. Crédito: Xuanwu Labs/Reprodução

Para piorar a situação, se o BadPower for usado para hackear uma fonte de energia, não haveria sinais externos ou maneiras fáceis de detectar que o dispositivo foi violado. Felizmente, por enquanto, será necessário que o atacante tenha acesso físico ao adaptador de energia. Os pesquisadores do Xuanwu alegaram que invadir um adaptador de energia era tão simples quanto conectá-lo a um equipamento portátil e personalizado que pode carregar um código malicioso no adaptador em apenas alguns segundos. E, em alguns casos, os pesquisadores conseguiram carregar o BadPower apenas conectando um adaptador de energia a um telefone ou laptop infectado.

A pequena vantagem do BadPower é que o hack pode ser desligado com uma atualização de firmware do adaptador. Infelizmente, depois de analisar 34 chips diferentes usados em adaptadores de carga rápida, os pesquisadores do Xuanwu descobriram que 18 dos chips não tinham suporte para firmware atualizável, o que significa que, para alguns adaptadores, não haveria maneira de se proteger contra o BadPower.

O Xuanwu Labs procurou os fornecedores responsáveis por adaptadores com conselhos sobre como se proteger contra hackers, o que incluir melhorar a segurança do firmware e incluir precauções adicionais de carregamento para evitar o superaquecimento do telefone.

Embora o BadPower ou hacks semelhantes ainda não pareçam ter sido utilizados em grande escala, para aqueles preocupados com as pessoas que mexem com seus adaptadores, este ataque serve como um bom lembrete de que a segurança física continua sendo a primeira linha de defesa quando se trata de proteger seus itens tecnológicos.

Se um hacker não conseguir ter acesso ao seu adaptador, ele não conseguirá fazer o upload do código malicioso necessário para deixar seu adaptador de energia inoperante.

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Como transferir o Auxílio Emergencial e FGTS para o iti do Itaú

Posted: 20 Jul 2020 11:40 AM PDT

Tela do aplicativo do Auxílio Emergencial da Caixa

O Auxílio Emergencial e os saques emergenciais do FGTS são liberados gradualmente para as pessoas de acordo com a data de nascimento. O governo também criou um calendário específico para que as pessoas possam fazer transferências bancárias e saques – dependendo do mês do seu aniversário, isso pode demorar bastante. Porém, carteiras digitais como o iti do Itaú permitem contornar esse problema ao pagar um boleto pelo app Caixa Tem.

O cidadão pode pagar contas e realizar pagamentos com seu cartão de débito virtual assim que o depósito é feito no Caixa Tem, apesar das restrições para saques e transferências.

Neste texto, mostramos o passo a passo para enviar o dinheiro para o iti, do Itaú:

Gerando um boleto no iti

  1. Abra o aplicativo do iti;
  2. Toque em colocar dinheiro;
  3. Digite o valor que do boleto com a quantia que você quer transferir;
  4. Toque em criar boleto e copie o código de barras.

Passo a passo para criar um boleto para depósito no iti do Itaú

Pagando o boleto no Caixa Tem

Depois de gerar o boleto para o iti, é preciso fazer o pagamento no aplicativo do Auxílio Emergencial.

  1. Abra o aplicativo Caixa Tem e selecione a opção Realizar pagamentos;
  2. Toque em Digitar código de barras e cole o número do boleto;
  3. Após a identificação do boleto, digite o valor para confirmar;
  4. Confira os dados e confirme a transação no botão Sim, realizar pagamento! e digite a senha de acesso ao app Caixa Tem para finalizar a operação;

O iti promete creditar o boleto em apenas 1 dia útil e permitir transferir pra qualquer banco ou sacar nos caixas eletrônicos do Banco24Horas, sem taxas.

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Primeira missão árabe com destino a Marte é lançada com sucesso

Posted: 20 Jul 2020 09:44 AM PDT

Depois de adiamentos devido ao mau tempo, a sonda Hope, dos Emirados Árabes Unidos, finalmente foi lançada com destino a Marte. É a primeira missão árabe em direção ao Planeta Vermelho.

O lançamento foi feito do Centro Espacial de Tanegashima, no Japão, às 6h58 da manhã de segunda-feira (20) na hora local (20h58 do domingo no horário de Brasília). A sonda Hope — que quer dizer esperança, ou Amal, em árabe — foi lançada por um foguete H-IIA, da Mitsubishi, e deve chegar em fevereiro de 2021 a Marte.

Você pode ver o vídeo do lançamento abaixo — caso o player não vá automaticamente para o momento certo, a contagem regressiva começa no minuto 1:09.

A Hope não pousará na superfície de Marte: ela é um satélite meteorológico que vai orbitar o Planeta Vermelho. Espera-se que ela comece a transmitir seus primeiros dados para a Terra em setembro de 2021, se tudo correr bem.

O satélite meteorológico será capaz de observar o clima do planeta inteiro ao longo de um ano marciano, que dura 687 dias terrestres. Assim, cientistas poderão ter um quadro muito mais abrangente das dinâmicas climáticas e atmosféricas do planeta, o que pode ajudar missões futuras, tanto as não-tripuladas quanto as tripuladas. Os próprios Emirados Árabes Unidos têm planos de estabelecer uma colônia em Marte até o ano de 2117, de acordo com o site Phys.org.

É a primeira vez que um país árabe realiza uma missão interplanetária. O feito marca as comemorações dos 50 anos da unificação dos Emirados Árabes Unidos.

Além das questões simbólicas e de orgulho nacional e para toda a comunidade árabe, o investimento de US$ 200 milhões na Emirates Mars Mission também faz parte de uma tentativa de apostar em inovação e em tecnologia como forma de diversificar a economia do país e depender menos da exploração de petróleo.

A indústria petrolífera sofreu recentemente com a queda nos preços da commodity por causa das incertezas causadas pela pandemia de COVID-19. Além disso, essa atividade é apontada como uma das principais causas das mudanças climáticas.

A sonda Amal ou Hope é uma das três missões rumo a Marte a serem lançadas em 2020, aproveitando a janela de lançamento, nome dado ao período em que o Planeta Vermelho está mais próximo da Terra. Além do satélite árabe, o rover Perseverance, da NASA, deve embarcar no fim de julho com destino a Marte, e a China deve enviar um rover e um orbitador na quinta-feira (23) desta semana.

[Engadget, Phys.org]

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Vacina de Oxford induziu reação imune contra coronavirus e é segura, diz estudo preliminar

Posted: 20 Jul 2020 08:32 AM PDT

Pessoa sendo vacinada.

Os testes de fase 1 e 2 da vacina contra COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford mostraram resultados muito promissores, induzindo reação autoimune contra coronavirus sem perigos de segurança. Um artigo publicado na revista Lancet detalha os ensaios clínicos feitos com 1.077 voluntários para a vacina que hoje está na fase 3 de testes, a última antes de ser disponibilizada para a população.

A vacina que vem sendo desenvolvida pela Jenner Institute da Universidade de Oxford usa um vírus (ChAdOx1) criado a partir do adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. Ele foi modificado geneticamente para produzir a proteína spike que o SARS-CoV-2 usa para se ligar e infectar as células humanas. Na prática, a vacina reproduz características do coronavírus e faz com que o sistema imune aprenda a atacá-lo.

Para ser efetiva, uma vacina precisa induzir uma resposta de anticorpos e de células-T, que ajudam a encontrar as células que foram infectadas. Esta vacina, a ChAdOx1 nCoV-19, teve sucesso em induzir essas respostas.

Os níveis de células-T tiveram um pico após 14 dias da aplicação e os níveis de anticorpos em 28 dias. O estudo ainda não conseguiu determinar por quanto tempo exatamente essa resposta imunológica dura, mas as respostas continuaram presentes até o dia 56 dos testes que continuam acontecendo.

O estudo mostrou que 90% das pessoas desenvolveram anticorpos neutralizantes depois de apenas uma dose aplicada. Apenas 10 pessoas tomaram duas doses da vacina e todas elas produziram anticorpos neutralizantes.

O artigo aponta que a vacina é segura, mas que pessoas apresentaram efeitos colaterais leves: 70% desenvolveram fadiga ou dor de cabeça. Por isso, os pesquisadores receitaram paracetamol. Os testes da fase 1 e 2 são feitos exatamente para checar se a vacina é segura. Somente na fase 3 que é comprovada a eficácia de prevenir COVID-19.

A fase 3 de testes desta vacina envolve 30.000 pessoas nos Estados Unidos, 10.000 no Reino Unido, 5.000 no Brasil e 2.000 na África do Sul. Os testes devem ser finalizados antes do final deste ano, mas ainda não há informações sobre a disponibilidade em larga escala para a população – os pesquisadores apontam que ela pode ser utilizada para prevenir a infecção, começando em populações de alto risco como profissionais da saúde e pessoas com mais de 65 anos.

Outras vacinas como a do grupo Sinovac Biotech, que está sendo testada em São Paulo, estão em caminhos promissores. Outra opção desenvolvida pela empresa de biotecnologia BioNTech e pela farmacêutica Pfizer deve entrar na fase 3 de testes.

Brasil tem parceria com Oxford para esta vacina

O Ministério da Saúde anunciou em junho uma parceria que compreende a compra de lotes de vacina e transferência de tecnologia da vacina de Oxford. Caso a eficácia da vacina seja comprovada, o Brasil terá ao todo 100 milhões de doses.

Na primeira, o País paga por 30,4 milhões de doses de vacina, com valor total de US$ 127 milhões, mesmo sem ter certeza da eficácia. Virão dois lotes de doses de princípio ativo com 15,2 milhões cada, previstos para serem entregues em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, respectivamente.

Na segunda, caso a vacina tenha eficácia comprovada, o governo brasileiro comprará outros 70 milhões de doses, com o preço unitário de US$ 2,30, totalizando um gasto de US$ 161 milhões.

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Facebook perguntará a usuários brasileiros sobre uso de dados com início de LGPD

Posted: 20 Jul 2020 07:43 AM PDT

Ícone do Facebook

Se a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) não tivesse sido adiada por meio de uma medida provisória, ela entraria em vigor no mês que vem. Apesar disso, o Facebook vai se adiantar e assegurar que está enquadrado nas regras de privacidade prevista pela legislação – até porque a MP precisaria ser renovada mais vezes para manter as novas datas de vigência.

A partir desta segunda-feira (20), o Facebook irá pedir permissão para usuários no Brasil para o uso de determinados tipos de dados, como informações que estão protegidas pela LGPD. A companhia disse também que irá incluir mais contexto sobre a lei em suas políticas de privacidade do Facebook e Instagram.

Em um blog post a empresa disse que não exigirá novas medidas para quem anuncia em suas plataformas de mídia social, já que um novo termo de processamento de dados passou a vigorar globalmente em 1º de julho. Com esta novidade, os termos de ferramentas para negócios e termos de audiência customizadas foram atualizados para torná-los mais fáceis de entender.

A LGPD deveria entrar em vigor em agosto de 2020 e com sanções válidas somente a partir de agosto de 2021. Uma MP de abril e que já foi prorrogada pelo Congresso adiou a vigência para maio de 2021, mantendo as penalidades para agosto de 2021.

A criação de uma regulação de proteção de dados no Brasil foi um marco importante, mas até agora não foi decidido exatamente como funcionará a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), órgão responsável pela aplicação da lei.

O Facebook já sofreu uma multa pesada por violação de privacidade nos EUA. Em julho do ano passado, a companhia foi multada em US$ 5 bilhões, valor recorde. A punição estava relacionada com práticas da rede que violavam a privacidade dos usuários e não davam controle apropriado para as pessoas sobre suas informações. A companhia também se comprometeu a ser alvo de escrutínio da agência americana que aplicou a multa, a FTC, por 20 anos.

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Estrela errante pode ter causado estranho desaparecimento de corona de buraco negro

Posted: 20 Jul 2020 07:01 AM PDT

Conceito artístico do buraco negro supermassivo cercado por um disco de gás quente e uma corona de raio-x (mostrada em branco-azulado). A faixa rosada são detritos caindo no buraco negro – os restos despedaçados de uma estrela fugitiva

Há dois anos, os astrônomos observavam confusos como a corona de um buraco negro supermassivo desaparecia rapidamente de vista para reaparecer alguns meses depois. Novas pesquisas sugerem que este estranho episódio foi causado por uma estrela errante.

Os buracos negros supermassivos ficam localizados nos centros das galáxias e, como os buracos negros comuns, eles não emitem nenhuma luz. Dito isto, eles são frequentemente cercados por um anel giratório de gás, chamado de disco de acreção, que faz com que seu entorno brilhe bastante. As coronas – halos de partículas de alta energia que geram luz de raios-x – também denunciam a presença de buracos negros supermassivos, já que esta radiação pode ser detectada a partir da Terra.

Em 2018, desapareceu a corona de um buraco negro supermassivo no núcleo de 1ES 1927+654, uma galáxia localizada a cerca de 100 milhões de anos-luz de distância.

“Esperamos que mudanças de luminosidade tão grandes devesse variar em prazos de muitos milhares a milhões de anos”, explicou Erin Kara, co-autora do novo estudo e professora assistente de física no MIT, em um comunicado à imprensa. “Mas neste objeto, vimos [sua luminosidade cair] em 10.000 vezes durante um ano, e chegou a mudar por um fator de 100 em oito horas, o que é totalmente inédito e realmente estonteante”.

Concepção artística mostrando a corona destruída e a fenda que separa o buraco negro do disco de acreçãoConcepção artística mostrando a corona destruída e a fenda que separa o buraco negro do disco de acreção. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Então, ao longo dos meses seguintes, a corona de raios-x voltou a ser vista, brilhando tão intensamente quanto antes. Kara disse que é a “primeira vez que vemos uma corona desaparecer primeiro, mas depois também se reconstruir, e estamos observando isso em tempo real.”

É importante ressaltar que, como o novo artigo no Astrophysical Journal Letters aponta, os astrônomos detectaram um clarão excepcionalmente brilhante pouco antes do início do escurecimento da corona. Como registrado pelo All-Sky Automated Survey for Super-Novae (ASSASN), este flash era cerca de 40 vezes mais brilhante que a luminosidade normal da galáxia. Alertados para o evento, astrônomos em vários outros telescópios começaram a estudar este núcleo galático ativo, observando-o em outros comprimentos de onda, incluindo ótico e ultravioleta.

Foi somente depois desta explosão bastante intensa que a corona do buraco negro começou a desaparecer de vista. Eventualmente, “ela se tornou indetectável, o que nunca vimos antes”, disse Kara no comunicado de imprensa do MIT.

Como o novo artigo sugere, este ato de fuga aconteceu porque o buraco negro não estava mais engolindo material nas proximidades, e seu fornecimento de alimentos, por assim dizer, havia sido repentinamente cortado. Para explicar isso, os pesquisadores postularam uma teoria na qual uma estrela colidiu com o buraco negro.

Neste cenário, a estrela errante, depois de ter sido retirada de sua órbita habitual por algum evento, atirou-se em direção ao buraco negro e foi despedaçada por sua intensa atração gravitacional, causando a dispersão de detritos através do disco de acreção. Estes detritos, que se moviam rapidamente, dispersaram parte do gás, criando um espaço temporário entre o buraco negro e o disco de acreção.

“Normalmente não vemos variações como esta na acreção de buracos negros”, disse Claudio Ricci, principal autor do estudo e astrônomo da Universidade Diego Portales em Santiago, Chile, em uma declaração da NASA. “Foi tão estranho que a princípio pensamos que talvez houvesse algo de errado com os dados. Quando vimos que era real, foi muito animador. Mas também não tínhamos ideia com o que estávamos lidando; ninguém com quem conversamos tinha visto algo assim.”

Posteriormente, esta lacuna foi fechada, e a corona voltou à ação, de acordo com esta teoria.

A hipótese da estrela errante se encaixa bem com as observações, mas não é um caso totalmente resolvido. Os astrônomos não foram capazes de explicar, por exemplo, por que o escurecimento parece ter acontecido em rajadas, em vez de uma decadência gradual. Há também o papel das linhas do campo magnético do buraco negro a considerar, o que pode desempenhar um papel importante tanto na geração como no suporte das coronas de alta energia.

“Este conjunto de dados tem muitos enigmas”, disse Kara. “Mas isso é animador, porque significa que estamos aprendendo algo novo sobre o universo. Achamos que a hipótese estelar é boa, mas também acho que vamos analisar este evento por um longo tempo.”

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Sem ar condicionado eficiente, vamos nos cozinhar, alerta relatório da ONU

Posted: 20 Jul 2020 05:15 AM PDT

Aparelhos ar-condicionado em prédio. Crédiot: Dirk Waem/GettyImages

Um novo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) mostra por que ter um ar condicionado eficiente importa. De fato, os autores descobriram que a mudança para unidades de ar condicionado com eficiência energética e favoráveis ao clima poderia economizar até 460 bilhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa ao longo dos próximos 40 anos. Para dar algum contexto, isso é aproximadamente oito vezes a quantidade de gases de efeito estufa que o mundo inteiro emitiu em 2018.

"Se lidamos errado com o resfriamento, nós essencialmente nos cozinhamos", disse Gabrielle Dreyfus, gerente do programa de eficiência em resfriamento do Instituto de Governança e Desenvolvimento Sustentável da ONU, em uma chamada telefônica com jornalistas.

A tecnologia de refrigeração desempenha muitos papéis importantes em nossa sociedade global. O relatório estima que, em todo o mundo, 3,6 bilhões de aparelhos de refrigeração, incluindo geladeiras, freezers e aparelhos de ar-condicionado, estejam em uso. À medida que a crise climática aquece o planeta, o acesso ao ar condicionado se tornará ainda mais importante.

Nos EUA, mais pessoas morrem de calor do que qualquer outra causa climática extrema. No Brasil, a situação tende a piorar. Uma pesquisa com entidades internacionais, feita em parceria com a USP, indica que haverá aumento de mortes por onda de calor.

O relatório mostra que, se as unidades de refrigeração fossem fornecidas a todos que precisam delas — não só àqueles que podem pagar —, o mundo precisaria de 14 bilhões de unidades até 2050. Mas da maneira como são fabricados agora, os dispositivos estão emitindo toneladas de gases de efeito estufa que aquecem o planeta.

Na década de 1980, cientistas ao redor do mundo perceberam que o CFC (clorofluorcabonetos) — os produtos químicos usados como refrigerantes para condicionadores de ar, aerossóis, geladeiras, freezers — estavam esgotando a camada de ozônio da Terra, que bloqueia os raios ultravioletas prejudiciais do Sol. Para remediar isso, em 1987, os governos se uniram para aprovar um tratado internacional chamado Protocolo de Montreal — sob o qual prometeram parar de usar os refrigerantes nocivos.

Na maioria das vezes, os produtos de condicionadores de ar não usam mais CFCs. O problema é que eles foram substituídos por produtos químicos industriais chamados hidrofluorcarbonetos (HFCs) que aquecem o planeta até 11.700 vezes mais que o dióxido de carbono. Isso significa que o ar condicionado pode piorar muito as mudanças climáticas, forçando mais pessoas a recorrer a aparelhos de ar-condicionado e criando um ciclo infeliz, a menos que os líderes mundiais ajudam a interromper o ciclo.

No ano passado, os governos adotaram a Emenda Kigali do Protocolo de Montreal, sob a qual concordaram em eliminar progressivamente o uso de HFCs. Fazer isso poderia evitar até 0,4 graus Celsius de aquecimento global se fosse adotado universalmente. A partir desta semana, essa emenda foi ratificada por 100 países. Mas 95 países ao redor do mundo ainda não assinaram a emenda, incluindo grandes emissores de gases de efeito estufa, como EUA, Índia e China.

Temos a tecnologia para fazer com que os aparelhos condicionadores de ar funcionem de maneira mais eficiente, mudando para refrigerantes químicos mais sustentáveis, que não apenas reduzem os HFCs, mas também as emissões de dióxido de carbono e carbono preto e requerem menos energia. O relatório estima que dobrar a eficiência dos aparelhos de ar-condicionado até 2050 poderia nos poupar o uso de 1.300 gigawatts de eletricidade em todo o mundo. Isso é o equivalente a toda a capacidade de geração de energia a carvão em 2018 na China e na Índia juntas.

Como a energia também custa dinheiro, o ar condicionado com eficiência energética também é uma ótima ideia economicamente. Globalmente, dobrar a eficiência energética dos aparelhos de ar-condicionado pode economizar até US$ 2,9 trilhões até 2050. Para chegar lá, o relatório pede que todos os países a ratificar a Emenda Kigali e adotar planos nacionais para mudar a forma como os dispositivos de refrigeração são fabricados.

O relatório também pede aos países que promovam a construção de edifícios bem isolados e com eficiência energética, bem como a integração de opções de refrigeração de baixa tecnologia, como telhados verdes e sombreamento de árvores, para reduzir a necessidade dessas tecnologias. Isso também poderia trazer economia de custos, não apenas para governos e desenvolvedores, mas também para pessoas de baixa renda. Nos EUA, as habitações de baixa renda são desproporcionalmente ineficientes em termos de energia e, como resultado, pessoas pobres têm contas de energia mais altas.

O que está claro é que algo precisa mudar. A tecnologia de refrigeração serve a inúmeras funções importantes em todo o mundo. Ela protege as pessoas do calor extremo, aumenta o tempo que alimentos ficam frescos e é necessário para armazenar vacinas e outros produtos médicos. Livrar-se do ar condicionado não é uma opção, mas, dada a escala da crise climática, não custa nada limpá-lo.

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Os animais se vingam?

Posted: 20 Jul 2020 04:18 AM PDT

Duas cobras entrelaçadas. Ilustração por Chelsea Back/Gizmodo

Ao longo dos anos, nós do Giz Pergunta, investigamos inúmeros aspectos do comportamento e da psicologia animal. Qual animal é o mais tarado? O mais imundo? Os mais inclinados à monogamia? Qual deles mata mais pessoas? Algum deles se exercitam? E assim por diante.

Hoje, continuamos essa venerável tradição com uma nova pergunta, que certamente encantará quem já sonhou acordado com um macaco gargalhando, enquanto planeja o desmembramento do macaco que matou seu pai – a saber, os animais se vingam?

Vladimir Dinets

Professor Adjunto de  Zoologia na Universidade Kean, cuja pesquisa se concentra no comportamento animal

Sim, os animais praticam vingança. Os chimpanzés fazem isso, por exemplo. Os primatas do gênero Macaca também o fazem, embora não diretamente: se não puderem atacar o agressor porque ele é muito mais forte, machucariam alguém mais fraco, às vezes algum parente do agressor.

Além disso, existem muitos casos documentados de animais feridos perseguindo ou emboscando seus caçadores em situações em que seria obviamente mais razoável que esses animais fugissem ou se escondessem. Por que eles fazem isso não está claro. Nos seres humanos, a vingança é geralmente uma manifestação irracional do nosso desejo inato de justiça, o que também é observado em muitos outros primatas e evoluiu para permitir a cooperação social. Sempre queremos recompensar o comportamento altruísta dos outros e puni-los pelo egoísmo excessivo.

Alguns animais conhecidos por ataques de vingança contra caçadores também são altamente sociais (elefantes, por exemplo), mas outros não (ursos, tigres etc.), então não tenho uma boa explicação para o comportamento deles.

"Os primatas do gênero Macaca também fazem isso, embora não diretamente: se eles não puderem atacar o agressor porque ele é muito mais forte, machucariam alguém mais fraco, às vezes algum parente do agressor".

Malini Suchak

Professora Associada de Comportamento Animal, Ecologia e Conservação no Canisius College

Não tenho dúvidas de que muitos animais se envolvem em reciprocidade, que geralmente pensamos como "você coça minhas costas e eu coço as suas". A reciprocidade também pode se estender a atos negativos, por exemplo, se alguém é um mau colaborador, você pode se recusar a cooperar com ele no futuro. Isso é algo que vi em minha própria pesquisa com chimpanzés.

A reciprocidade de ações negativas não é exatamente a mesma coisa que vingança, que, para mim, tem um componente de justificação moral. Embora pareça claro que outras espécies têm seus próprios códigos e sistemas morais (por exemplo, os macacos-prego reagem negativamente a situações injustas), a idéia de aplicar a vingança em outras espécies me preocupa porque é preciso assumir que seus sistemas morais são os mesmos que os nossos – eles veem as mesmas coisas que fazemos como certas ou erradas.

Costumo ouvir as pessoas dizerem coisas como: "Eu saí de férias e como vingança o meu gato fez xixi na minha cama", o que implica que o gato sabia que era errado fazer xixi na cama, mas fez isso de qualquer maneira para puni-los por sair.

Com toda a probabilidade, seu gato estava extremamente estressado com a mudança no ambiente. Se esse ato fosse visto como vingança, a pessoa poderia punir ou ressentir-se do gato e provavelmente não mudaria as coisas na próxima vez que saísse de férias.

Se for visto como estresse, eles podem agir para reduzir o estresse na próxima vez que forem embora – uma situação positiva tanto para o humano quanto para o gato. Eu acho que poderia ser realmente prejudicial para a maneira como tratamos outros animais assumir que seus atos constituem vingança, quando eles provavelmente estão vendo a situação de maneira muito diferente.

"A reciprocidade de ações negativas não é exatamente a mesma coisa que vingança, que, para mim, tem um componente de justificação moral. Embora pareça claro que outras espécies têm seus próprios códigos e sistemas morais (por exemplo, os macacos-prego reagem negativamente a situações injustas), a idéia de aplicar a vingança para outras espécies me preocupa porque assume que seus sistemas morais são os mesmos que os nossos – eles veem as mesmas coisas que fazemos como certas ou erradas”.

Peter Judge

Professor de Comportamento Animal e Psicologia e Diretor do Programa de Comportamento Animal da Universidade Bucknell

Eu estudo primatas não humanos, especificamente uma espécie chamada Macaca nemestrina. Eles vivem em grandes grupos sociais e têm matrizes – uma matriarca mais velha terá seus filhos e seus filhos terão seus filhos. Muitas vezes, todos os filhos formam uma família e, em seguida, haverá outra fêmea não relacionada que tem sua própria família. Quando uma dessas famílias briga com outra família, praticamente todos os membros da família se juntam e ajudam. Às vezes, pode ser muito cruel. Em um nível pequeno, se alguém da família A agredir alguém da família B, é provável que mais tarde esse membro da família B persiga alguém da família A – o perseguindo, mordendo e batendo nele.

Não é muito comum, mas acontece mais do que você esperaria se fosse por acaso. Quando eu estudei isso, às vezes isso acontecia algum tempo depois. O animal A bate no animal B, depois o animal B perseguia o filho do animal A. Esse comportamento também foi encontrado em outros tipos de espécies do gênero Macaca – outro autor estudou isso em macacos japoneses.

“Eu estudo primatas não humanos, especificamente uma espécie chamada Macaca Nemestrina… Quando uma dessas famílias briga com outra família, praticamente todos os membros da família se juntam e ajudam”.

Stephanie Poindexter

Professora Assistente de Antropologia na SUNY Buffalo, cuja pesquisa se concentra na ecologia comportamental dos primatas, entre outras coisas

Eu estudo primatas e a minha resposta seria: sim, mais ou menos.

Obviamente, não podemos conhecer a intenção deles, porque não podemos perguntar o que eles planejavam fazer ou por que fizeram algo. Porém, em estudos com primatas em cativeiro, em grupos sociais em zoológicos, vimos que quando um indivíduo é atacado de alguma maneira, a probabilidade de atacar alguém relacionado ao agressor é maior. Normalmente, há uma preferência por atacar um terceiro associado ao agressor original, em oposição ao agressor real. (Esse fenômeno também foi visto em hienas malhadas). Na maioria das vezes, esses atos de "vingança" ocorrem logo após o ataque – não vi nenhum caso em que um primata passasse um longo período de tempo planejando vingança contra seus inimigos.

A natureza de viver nessas hierarquias ou grupos, onde existe um homem dominante, é o medo. Haverá repercussões se você não se comportar da maneira esperada. Existem grandes grupos de macacos com um macho e várias fêmeas. Nesses grupos, você pode ver comportamentos agressivos em relação às mulheres que se afastam durante um conflito ou uma grande briga com outro grupo; essas mulheres podem ser punidas, porque não mantêm coesão de grupo – não se movem no padrão certo ou se comportam de alguma outra maneira que o homem dominante não gosta. O objetivo, aqui, é manter o grupo e manter o poder.

"Obviamente, não podemos saber a intenção deles, porque não podemos perguntar o que eles planejavam fazer ou por que fizeram algo. Porém, em estudos com primatas em cativeiro, em grupos sociais em zoológicos, vimos que quando um indivíduo é atacado de alguma forma, a probabilidade de atacar alguém relacionado ao agressor é maior".

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