quinta-feira, 30 de julho de 2020

Gizmodo Brasil

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Facebook critica a China para se defender, mas está de olho no dinheiro do país

Posted: 29 Jul 2020 04:10 PM PDT

Logotipo do Facebook

Qualquer pessoa que esteja acostumada a cobrir o mundo maluco da política e das empresas de tecnologia provavelmente tem alguma ideia sobre o que acontecerá na grande audiência antitruste desta quarta-feira (29). Alguns acham que o patrimônio líquido de Jeff Bezos se tornará parte do debate. Tim Cook será questionado sobre a mão pesada da Apple sobre o ecossistema de aplicativos móveis. E não importa o que aconteça, Mark Zuckerberg será o americano mais orgulhoso que ele consegue ser.

Fazer com que uma vitória para o Facebook signifique uma vitória para a segurança nacional contra uma nação estrangeira que está na linha de fogo do presidente atualmente no cargo é uma escolha arriscada, mas não é novidade.

Ele usou a mesma estratégia na defesa da sua criptomoeda Libra. Ele usou a mesma estratégia para denunciar o gigante rival da mídia social TikTok — o CEO do TikTok, Kevin Mayer, criticou o Facebook por ataques à empresa “disfarçados de patriotismo e projetados para pôr um fim à nossa presença nos EUA”. Ele usou isso para argumentar contra os pedidos para “dividir” sua empresa.

Mas nos bastidores, o Facebook conseguiu ganhar bilhões de dólares na China, e mais devem vir por aí.

Embora os aplicativos e sites do Facebook sejam proibidos no país há mais de uma década, o Gizmodo encontrou provas de que a empresa passou os últimos dois anos silenciosamente projetando backdoors em sua plataforma de anúncios para dar às empresas chinesas aparentemente as mesmas habilidades de rastreamento e segmentação que nós conhecemos (e detestamos) aqui nos EUA.

E apesar do fato de que seus parceiros na região parecem não conseguir parar de brincar com os dados provenientes dos Estados Unidos, o Facebook — pelo menos nesse caso — parece estar colocando o lucro antes do patriotismo e da privacidade, mesmo que Zuck esteja dizendo ao Congresso tudo menos isso.

Quadro de um vídeo de 2019 do Facebook, se apresentando como “o futuro” do comércio eletrônico para marcas chinesas que buscam alcançar clientes no exterior. Captura de tela: Shoshana Wodinsky via QQ

O Facebook não se manteve necessariamente quieto ao tentar evitar sua proibição no continente.

Em 2017, ele tentou dar um jeitinho de lançar um aplicativo de compartilhamento de fotos para o país. Depois, tentou abrir uma incubadora de startups em Hangzhou, um centro de tecnologia do país e terra natal da gigante de tecnologia Alibaba. As autoridades locais imediatamente impediram. No ano passado, uma fonte sênior da empresa disse que não havia como invadir a China “no futuro próximo”.

Este ano, o Facebook confirmou que estava montando um escritório em Cingapura para ficar mais perto dos anunciantes locais. Desde então, o escritório recentemente expandido (e aprovado pelo governo) do Facebook em Hong Kong abriu vagas para funções como “evangelistas” da empresa para lançar produtos de publicidade do Facebook para pessoas “em toda a Grande China”.

Apesar das duras rivalidades com os aplicativos locais, o Facebook tem todo o direito de estar sedento por um país inteiro.

A empresa obtém quase 99% de sua receita com anúncios digitais e, embora os EUA sejam líderes no setor de gastos com anúncios, a China ocupa o segundo lugar, ainda que bem atrás. Até o final deste ano, os analistas esperam que os anunciantes nos EUA gastem pouco mais de US$ 134 bilhões em anúncios digitais, enquanto a espera-se que a China gaste um pouco mais de US$ 39 bilhões.

Mas US$ 39 bilhões ainda são US$ 39 bilhões, e o Facebook — como qualquer bom monopólio — fará o possível para conseguir um pedaço dessa torta por todos os meios necessários. E é aqui que o domínio esmagador da empresa no solo dos EUA é útil.

Como o New York Times apontou ao discutir as ambições da empresa na região no ano passado, marcas chinesas — como, digamos, a gigante dos jogos Tencent — que desejam alcançar o público dos EUA recorreram ao Facebook para fazer isso. Como resultado, o Facebook se posicionou entre as 10 maiores empresas de internet da China, apesar de seu CEO (aparentemente) estar entre os maiores críticos ao país.

Obviamente, como as plataformas do Facebook são proibidas em seu país, os anunciantes na China que procuram atingir um público ocidental não têm muita experiência no próprio Facebook. E como o ecossistema de anúncios digitais na China é ainda pior que o dos EUA, eles podem não ter muita experiência na compra de algum espaço de anúncio de uma empresa ocidental.

É por isso que o Facebook trabalha com um punhado de anúncios digitais locais e gigantes de dados para atuar como elos de ligação entre os bolsos chineses e o feed de notícias do Facebook. A Meetsocial, uma empresa que apareceu em uma reportagem do Times em 2019, é uma delas, mas existem alguns outros nomes familiares detalhados em um site pouco conhecido para anunciantes da região que o Facebook registrou em 2016.

Página do Facebook oferece cupons no valor de mais de US$ 2.200, para que pequenas e médias empresas chinesas possam anunciar na plataforma durante a pandemia. Captura de tela: Shoshana Wodinsky/Gizmodo

De acordo com o site do Facebook, uma dessas empresas é a Cheetah Mobile, com sede em Pequim, que você deve conhecer por estar envolvida em uma série de fraudes relacionadas a anúncios desde 2018 antes de ser finalmente excluída da loja do Google Play no início deste ano.

Após os escândalos de 2018, a Cheetah disse aos investidores — e ao público — que o Facebook havia cortado os laços com ela; mas em um documento mais recente, observou que, na verdade, era capaz de continuar comprando e vendendo anúncios através da plataforma usando uma subsidiária, a HK Zoom, que havia sido adquirida alguns anos antes:

Em dezembro de 2018, o Facebook suspendeu as colaborações publicitárias conosco. A suspensão não afeta nosso papel como revendedor de publicidade no Facebook por meio da HK Zoom, uma subsidiária nossa. O motivo citado pelo Facebook foi que certos aplicativos de nossa empresa não estavam em conformidade com as políticas do Facebook.

A empresa acrescentou que uma análise subsequente das políticas da Cheetah pelo Facebook constatou que "[seu] manuseio de dados de usuários do Facebook é compatível com os requisitos relevantes de proteção de dados nas políticas relevantes do Facebook", acrescentando que, apesar disso, "o Facebook não retomou a colaboração conosco”. Apesar dos supostos laços cortados, o Facebook ainda anuncia a marca Cheetah no topo de sua página de parceria chinesa, e a Cheetah ainda se denomina como um “Agente Autorizado do Facebook”.

Além desses “revendedores autorizados” como Cheetah, o Facebook também trabalha com uma equipe rotativa de parceiros locais menores — 22 deles até o momento, para ser exato — que se concentram em trabalhar com tipos específicos de pessoas que procuram comercializar, por exemplo, jogo , produtos bancários ou qualquer coisa adjacente ao comércio eletrônico.

E como a plataforma de veiculação de anúncios do Facebook é construída extraindo dados dos celulares dos consumidores e colocando-os nas mãos dos anunciantes, isso significa que essas empresas, supostamente, estão obtendo dados dos consumidores dos Estados Unidos ou de qualquer outro lugar em que os 2,6 bilhões de usuários globais do Facebook possam deixar seus registros digitais.

Em outras palavras, as parcerias do Facebook aqui podem implicar a empresa nas mesmas travessuras internacionais que fizeram o TikTok, de propriedade da empresa chinesa ByteDance, ir parar em uma lista de observação federal, mesmo que o Facebook não mantenha nenhum de seus servidores de dados na China.

E mesmo que o Facebook tenha parado algumas de suas práticas de compartilhamento de dados para impedir que outra Cambridge Analytica acabasse em mais um escândalo, descobrimos que alguns desenvolvedores de aplicativos não dão a mínima quando o assunto é desrespeitar as regras do Facebook.

Enquanto isso, o Facebook parece especialmente ansioso para se apresentar como a resposta ao comércio internacional durante um período em que o assunto está altamente politizado. Recentemente, a empresa estabeleceu um programa ativo de subsídios, oferecendo US$ 2.254 em dólares em publicidade às empresas de Xangai atingidas pela pandemia de — observando que elas só podem ser elegíveis ao programa se fizessem negócios no exterior.

O Facebook não respondeu ao nosso pedido de comentário sobre seu relacionamento com a Cheetah Mobile ou suas parcerias com outras empresas chinesas.

Preocupações com nossos dados — válidas ou não — à parte, já vimos o dano real e tangível que ocorre ao permitir que anunciantes globais segmentem usuários no exterior.

Em março, pesquisadores da Universidade de Stanford encontraram meios de comunicação estatais chineses usando anúncios para direcionar o público de língua inglesa para suas páginas, onde eles deram sua própria visão agressivamente positiva sobre toda a pandemia. Também vimos propagandas sutis e não tão sutis em inglês.

E mesmo que o Facebook tente excluir todos os anúncios com desinformação, a rede já provou diversas vezes que fará um trabalho terrivelmente ruim.

Como Zuckerberg disse aos membros do Congresso na audiência antitruste: "A China está construindo sua própria versão da Internet focada em ideias muito diferentes e está exportando sua visão para outros países. Enquanto o Congresso e outras partes interessadas consideram como as leis antitruste apoiam a concorrência nos EUA, acredito que é importante manter os valores centrais de abertura e justiça que fizeram da economia digital da América uma força de empoderamento e oportunidade aqui e no mundo." Mas pode ser que Zuckerberg não tenha mencionado outro valor central americano que parece estar guiando o Facebook neste momento: ganhe dinheiro.

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Xiaomi traz Mi Band 5, Redmi 9 e novos equipamentos e acessórios para o Brasil

Posted: 29 Jul 2020 01:57 PM PDT

A Xiaomi fez uma apresentação nesta quarta-feira (29) para apresentar os novos produtos que ela está trazendo para o mercado brasileiro e olha, tem coisa: o smartphone Redmi 9, as pulseiras fitness Mi Smart Band 5 e Mi Smart Band 4C, o dongle Mi TV Stick, os fones de ouvido Mi True Wireless Earphones 2 Basic, o roteador Mi Router 4A Giga Version e o kit de sensores de presença Mi Smart Sensor Set 2. Ufa.

De destaque, a pulseira Mi Band 5 (ou Mi Smart Band 5, como a Xiaomi chama aqui no Brasil), que é sempre um produto que faz muito sucesso pelo preço baixo comparado ao de smartwatches e outros monitores de atividade física. Ela chega ao Brasil pouco menos de dois meses depois do lançamento na China.

Então vamos lá, os produtos são os seguintes.

Redmi 9

O Redmi 9 é, nas palavras da Xiaomi, o novo aparelho da linha de entrada da marca. Mesmo assim, ele tem especificações comuns a aparelhos intermediários.

A bateria com capacidade de 5.020 mAh e carregador de 10 W, com suporte de carregamento até 18 W.

A câmera é quádrupla, com um sensor principal de 13 megapixels, uma câmera ultrawide de 8 megapixels e ângulo de visão de 118°, lente macro com sensor de 5 megapixels e câmera de profundidade com sensor de 2 megapixels. A tela é de 6,53 polegadas com resolução Full HD+.

O processador é um MediaTek Helio G80, octa-core com velocidade de até 2 GHz, e ele conta com 4 GB de RAM e 64 GB para armazenamento.

O preço sugerido do Redmi é R$ 1.899.

Mi Smart Band 5

A quinta geração da pulseira fitness Mi Band foi apresentada na China no começo de junho e já chega ao Brasil cerca de dois meses depois.

Ela vem com tela maior (1,1″ contra 0,95″ da geração anterior) e mais opções de mostradores. Na parte de hardware, ela também ganhou um novo conector para recargas, que se encaixa com ajuda de um ímã e dispensa a necessidade de desencaixar o aparelho da pulseira de silicone. A bateria promete durar 14 dias.

Em questão de acompanhamento de saúde, a principal novidade é o Personal Activity Intelligence, que dá uma nota de 1 a 100 para o nível de atividade diária e de batimentos cardíacos. No monitoramento de sono, também há registro de cochilos durante o dia e de fase REM do sono durante a noite.

A pulseira também melhorou a precisão do sensor de batimentos cardíacos e ganhou medição de saturação de oxigênio. Além disso, também há acompanhamento de ciclo menstrual.

Na parte de monitoramento de exercícios, há novas modalidades, como corda, elíptico, bicicleta ergométrica, yoga e remo. A Mi Band 5 também conta com detecção de estresse e exercícios de respiração para relaxar.

O preço da Mi Smart Band 5 (como a Xiaomi chama o produto aqui no Brasil) no site da marca é R$ 499.

Mi Smart Band 4C

A Xiaomi também apresentou outra pulseira fitness: a Mi Smart Band 4C. Apesar do nome, ela tem pouco a ver com a Mi Band 4: ela é, na verdade, a versão internacional da Redmi Band chinesa, que conta com design mais quadradão. Nem o app que ela usa é o mesmo — enquanto as Mi Bands contam com o Mi Fit, a Mi Smart Band 4C usa o Xiaomi Wear.

Diferenças à parte, ela tem recursos bem parecidos: contagem de passos, monitoramento de frequência cardíaca e acompanhamento de exercícios (corrida rápida, esteira, bicicleta, caminhada).

O preço na loja da Xiaomi é R$ 299.

Mi TV Stick

A Xiaomi já contava com o Mi Box TV para transformar qualquer televisor com entrada HDMI em uma Android TV. Agora, ela lança um aparelho mais compacto: o Mi TV Stick. Ele é um pouco maior do que um pen drive e vai direto na porta HDMI, podendo receber alimentação da porta USB da própria TV ou da tomada. É uma ideia mais parecida com o Amazon Fire TV Stick e, de certa forma, com o Chromecast.

O Mi TV Stick roda Android TV 9.0 em um hardware bem modesto — processador quad-core de 2 GHz, 1 GB de RAM e armazenamento de 8 GB. O controle Bluetooth do aparelho vem com microfone para ouvir comandos do Google Assistente e botões dedicados para Netflix e Prime Video.

O aparelho também tem suporte a Chromecast, então dá para transmitir qualquer app com suporte ao padrão para a TV e também espelhar a tela de smartphones e computadores com o recurso.

Além disso, ele também conta com suporte aos padrões DTS e Dolby Audio.

O preço do Mi TV Stick na loja da Xiaomi no Brasil é R$ 499.

Fones, roteador e sensor de presença

A Xiaomi também trouxe para o Brasil mais um fone de ouvido do tipo totalmente sem fio, composto só pelos aparelhinhos que vão nos ouvidos e um estojo. É o Mi True Wireless Earphones 2 Basic.

Eles têm um jeitão de AirPods e prometem duração de bateria de 5 horas com uma única carga, chegando a 20 horas de autonomia total levando em consideração as recargas com o estojo carregador. O preço sugerido é R$ 399.

O Mi Router 4A Giga Version é um roteador com tecnologia 802.11ac, com frequências 2,4 GHz e 5 GHz, e conta com quatro antenas. O preço sugerido é R$ 399.

Já o kit Mi Smart Sensor Set 2 vem com dois sensores de presença, dois sensores de abertura (para portas e janelas) e um interruptor inteligente. A ideia é automatizar a casa, conectando-se com câmeras, lâmpadas e outros gadgets. Não está claro com quais assistentes digitais ele se conecta. Ele chega ao Brasil custando R$ 999.

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Ideia é que hambúrguer de proteína vegetal tenha preço de proteína animal até 2024, diz Beyond Meat


Posted: 29 Jul 2020 01:40 PM PDT

Beyond Burger. Crédito: Beyond Meat

Há alguns dias, falamos da estreia da americana Beyond Meat no Brasil, que foi uma das pioneiras em fazer substitutivos de carne animal usando proteína vegetal, tentando imitar inclusive gosto e textura. Nesta quarta-feira (29), em conversa com jornalistas, a empresa deu mais detalhes sobre sua vinda ao Brasil, inclusive reconhecendo que o produto não é muito acessível por aqui.

Mesmo assim, Will Schafer, VP da Beyond Meat, afirmou que o objetivo é chegar ao preço da proteína animal em quatro anos. "Parte da nossa missão é acessibilidade. Queremos democratizar nosso produto. Estamos concentrados em aumentar a escala e reduzir custos de fabricação. Nosso objetivo é ter um produto com preço semelhante ao da proteína animal até 2024."

Para você ter noção dos preços de produtos da marca no Brasil — vendidos, por enquanto, apenas no mercado St. Marché — o Beyond Burger, que vem com dois discos de 113 gramas, custa R$ 65,90. Já a carne moída Beyond Beef, que vem em um pacote de 454 gramas, custa R$ 99,90. A marca também tem linguiças veganas cuja bandeja com quatro gomos custa R$ 89,90.

Linguiças Beyond Sausage, da Beyond Meat, na frigideira. Crédito: Beyond MeatLinguiças Beyond Sausage, da Beyond Meat, na frigideira. Crédito: Beyond Meat

Com o valor do hambúrguer, dá para comprar um monte de hambúrgueres congelados de carne animal; já com o valor da carne moída da Beyond Meat é possível comprar pelo menos uns 3 kg de patinho moído no açougue perto de casa. Portanto, a opção vegetal ainda é mais cara que o produto animal.

Como já falamos em outras ocasiões, essas foodtechs fazendo alternativas à proteína vegetal apostam que a pecuária, que já consome muitos recursos naturais, não deve ter grandes evoluções nos próximos anos. Então, elas estão tentando aumentar a escala de fabricação de modo que seus produtos fiquem mais baratos que a proteína animal, seja ela carne ou porco.

"Se o sabor de nosso produto não for delicioso, se não passar aquela sensação familiar, os consumidores não vão aceitar e fazer a mudança", disse o executivo da Beyond Meat.

De modo geral, os alimentos da Beyond Meat são produzidos com proteína de ervilha, arroz, feijão mungo e óleo de coco. A marca diz que não usa soja nem organismos geneticamente modificados.

Hambúrguer da Beyond Meat sendo prensado durante fabricação. Crédito: Beyond MeatHambúrguer da Beyond Meat sendo prensado durante fabricação. Crédito: Beyond Meat

Dependendo o quanto essas empresas conseguirem baratear o produto, pode ser que em questão de anos o comum seja comer essas alternativas de proteína vegetal, enquanto a proteína animal deverá ser mais escassa e, consequentemente, mais cara.

Ah, mas por que esse caras querem fazer um produto tão parecido com proteína de verdade? Em conversa com jornalistas, Schafer diz que tem relação com o público que eles querem impactar.

"Nossos consumidores são os amantes de carne, que são a maioria das pessoas. Oferecemos um produto bom, que não envolve sacrifício e que tem quantidade semelhante de nutrientes", disse Schafer.

Por que o Brasil?

O Brasil é um dos maiores produtores de carne do mundo, e o terceiro em consumo de carne. Por que uma empresa dessas quer tentar a sorte por aqui? Schafer diz que sabe do quanto que o brasileiro gosta de churrasco — ele disse que já morou por aqui — e, por isso, acha que os produtos podem ser bem recepcionados pelo público local

"Estávamos criando as condições e procurando um bom parceiro para nossa estreia. O Brasil parece ser um mercado pronto para nossos produtos, ainda mais com o aumento da adoção ao flexitarianismo", disse.

O flexitarianismo consiste na redução do consumo de proteína animal sem deixar de consumi-la por completo, seja por questões de saúde, consciência ambiental ou simplesmente para variar mesmo. É praticamente um estágio intermediário ao vegetarianismo.

Por ora, os produtos da Beyond Meat são importados. No entanto, Schafer não descartou de tentar fabricar esses produtos localmente no futuro. Atualmente, a marca conta com manufatura de produtos nos EUA, Canadá e Europa.

Enquanto não produz por aqui, a brasileira Fazenda Futuro, que estreou no País há um tempo, vende uma gama de produtos parecidos a um preço bem menor — mas que continua sendo mais caro do que as versões de proteína animal.

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Samsung considera aumentar integração com Google em seus celulares

Posted: 29 Jul 2020 12:21 PM PDT

Samsung Galaxy S20

Google e Samsung parecem estar trabalhando em um acordo que daria aos produtos da gigante das buscas um impulso em smartphones da fabricante sul-coreana. Isso significa que o Google pode ter um acesso mais amplo aos usuários da Samsung, enquanto o ecossistema da fabricante se enfraquece um pouco.

A Samsung é a maior fabricante de smartphones do mundo, e o Android, do Google, é o sistema operacional utilizado nos aparelhos. Entretanto, se você já usou um dispositivo Samsung, sabe que a Samsung tem seu próprio ecossistema e que às vezes as coisas ficam sobrepostas.

A Bloomberg publicou uma reportagem que afirma que esse acordo parece estar focado em fornecer ao Google mais controle sobre as ferramentas de busca nos celulares da Samsung, bem como conseguir que a Samsung deixe de lado sua própria loja de aplicativos e a Bixby, a favor da Play Store e do Google Assistente.

Ainda há muitas lacunas sobre esse potencial acordo, mas em uma primeira olhada, parece que o Google está tentando jogar um balde de água fria na Samsung ao dizer que a Bixby não vai dar certo.

Ao longo dos anos, a Samsung tentou muito fazer com que a Bixby funcionasse – colocando a assistente em seus smartphones, smartwatches e até mesmo em fones de ouvido. Não funcionou, enquanto que o Google Assistente fez bons progressos durante o mesmo período de tempo. Com relação a Bixby, o Google pode ter bom ponto.

Tirando a Bixby, os benefícios deste negócio para o Google são óbvios. As vantagens são menos claras para a Samsung. A pandemia global fez com que as vendas de smartphones caíssem 20% no primeiro trimestre de 2020, com a consultoria Gartner observando que a Samsung viu um declínio de 22,7%.

Isso poderia significar que a Samsung tem menos poder de barganha neste momento, ao mesmo tempo que concordar em promover o Google Assistente e a Play Store significaria receber uma boa grana.

Como a Bloomberg lembra, o Google não liga de gastar uma fortuna para ser o mecanismo de busca padrão no navegador Safari da Apple. E não há nenhuma razão para que a companhia não tentasse um movimento como esse nos smartphones Samsung.

Ainda assim, essa negociação pode passar a imagem de que o Google está, de certa forma, intimidando a Samsung quando ela está em baixa. É um momento particularmente interessante, dado que o Google está no meio de uma audiência antitruste no Congresso dos EUA.

As práticas com a Play Store já foi motivo de disputa durante a investigação antitruste da União Europeia sobre o Google em 2018, quando os reguladores questionaram se a companhia usou a loja como um meio de intimidação.

Também é algo que pode surgir durante as audiências atuais, embora os especialistas estejam divididos sobre se o Google (e a Apple) estão sufocando os pequenos com seu domínio de plataforma de apps. Resta saber se as audiências antitruste do Congresso terão um impacto sobre este rumor de negócios entre Samsung e Google.

“Como todos os fabricantes de aparelhos Android, a Samsung é livre para criar sua própria loja de aplicativos e assistente digital”, disse um porta-voz do Google à Bloomberg. “Essa é uma das grandes características da plataforma Android. E enquanto conversamos regularmente com parceiros sobre formas de melhorar a experiência do usuário, não temos planos de mudar isso”.

Enquanto isso, a Samsung também disse à Bloomberg que “a Samsung continua comprometida com nosso próprio ecossistema e serviços. Ao mesmo tempo, a Samsung trabalha de perto com o Google e outros parceiros para oferecer as melhores experiências móveis para nossos usuários.”

São declarações corporativas típicas. Ainda assim, não seria surpreendente se, em futuros aparelhos, o ecossistema da Samsung se torne algo secundário em seus smartphones.

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Novo recurso do Spotify sincroniza música e podcasts para você ouvir com seus amigos

Posted: 29 Jul 2020 10:05 AM PDT

Ícone do Spotify

Se você e seus amigos gostam de ouvir as mesmas músicas e podcasts, o Spotify tem uma novidade que pode ser interessante para vocês. Agora, é possível usar as Group Sessions para ouvir playlists e episódios de podcasts simultaneamente com quem está longe.

As Group Sessions chegaram em maio como um recurso para ceder o controle de uma playlist para convidados, que poderiam colocar novas músicas nela. Era uma coisa pensada mais para festas, o que talvez não faça muito sentido no momento. De lá para cá, o recurso evoluiu, e agora ganha a opção de audição sincronizada.

Para usar o recurso, você e seus amigos precisam ser assinantes Premium do serviço de streaming. Até cinco pessoas podem se conectar a uma mesma sessão.

Na tela de reprodução do app para smartphone, toque no ícone de conectar (um monitor e uma caixa de som lado a lado), escolha Iniciar Sessão e toque em Convidar Amigos. Você pode copiar o código, enviá-lo usando redes sociais ou usar om código do Spotify (aquele retângulo com barrinhas, parecido com um código de barras).

Os participantes podem pausar, dar play, pular músicas e colocar outras faixas na playlist. Todas essas ações se refletem em tempo real para todos os participantes.

Por enquanto, o recurso ainda está em fase beta, então pode haver problemas. Seja como for, pode ser uma experiência bacana em tempos de pandemia e distanciamento social: dá para combinar de ouvir um mesmo disco ou acompanhar um podcast com os amigos, mesmo que cada um esteja em sua casa.

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Cientistas revivem micróbios que estavam em sedimentos de 100 milhões de anos no fundo do mar

Posted: 29 Jul 2020 08:32 AM PDT

Imagem de micróbios de 101,5 milhões de anos que foram "resuscitados" pelos cientistas. Crédito: JAMSTEC

Cientistas reviveram micróbios encontrados no fundo do mar em sedimentos de 100 milhões de anos, expandindo dramaticamente nossa visão de onde vida na Terra pode chegar e há quanto tempo ela existe.

Uma equipe internacional de cientistas liderada pelo geomicrobiologista Yuki Morono, da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Terra-Marinha, reviveu micróbios extraídos de sedimentos do fundo do mar, onde há pouca energia, datados de 101,5 milhões de anos atrás.

Sob condições de laboratório, esses micróbios voltaram à vida, recebendo alimentação e se multiplicando. Depois de suportar condições de baixa energia por milhões de anos, esses micróbios — um tipo de bactéria — ainda conseguiam "reter seu potencial metabólico", de acordo com a nova pesquisa, publicada nesta terça-feira (28) na Nature Communications.

"Mais uma vez, este novo estudo amplia nossa visão da biosfera habitável da Terra e a capacidade de os micróbios sobreviverem em condições abaixo do ideal", afirmou Virginia Edcomb em um e-mail. Edcomb é geóloga da Instituição Oceanográfica de Woods Hole e não participou do novo estudo. "Ele também amplia nossa visão de onde a vida microbiana viável contribui para a troca de carbono e outros nutrientes na biosfera profunda."

Anteriormente, os cientistas disseram que haviam recuperado e revivido esporos bacterianos de cristais de sal de 250 milhões de anos encontrados na Formação Salado, da idade Permiana, no Novo México (EUA). Alguns especialistas discordam desta conclusão, dizendo que as amostras foram contaminadas, entre outras questões. Em 1995, os cientistas reviveram um esporo bacteriano de uma abelha preservada em âmbar datada entre 25 milhões e 40 milhões de anos.

Expedição de cientistas no Giro do Pacífico Sul. Crédito: IODP JRSOExpedição de cientistas no Giro do Pacífico Sul. Crédito: IODP JRSO

Os micróbios revividos no novo estudo são das amostras de sedimentos marinhos mais antigas já estudadas, explicou Morono em um e-mail. Além disso, os pesquisadores "viram diretamente o renascimento microbiano através da incorporação de nutrientes adicionados", e uma grande fração dos micróbios "não eram formadores de esporos", acrescentou. Nesse caso, os micróbios despertados imediatamente seguiram suas atividades microbianas, consumindo alimentos e participando da divisão celular. Esporos bacterianos, por outro lado, precisam voltar ao estado reprodutivo.

As amostra de sedimentos contendo os micróbios foram extraídas há 10 anos na planície abissal do Giro do Pacífico Sul. Essas amostras foram retiradas de profundezas que atingiam 75 metros abaixo do fundo do mar e datavam de 13 milhões a 101,5 milhões de anos. Foi detectado algum oxigênio nessas camadas profundas, mas praticamente nenhum material orgânico como o carbono (isto é, alimento para os micróbios).

Mapa mostrando os locais de expedição. Crédito: : Y. Morono et al., 2020
Mapa mostrando os locais de expedição. Crédito: Y. Morono et al., 2020

Essa parte do oceano contém algumas das águas mais claras do mundo, devido a baixas concentrações de fitoplâncton na superfície do mar, que normalmente afundam e fornecem alimentos para micróbios do fundo do mar. Como a neve marinha, como é chamada, é muito leve nesta região, a formação do sedimento do fundo do mar é excepcionalmente lenta, a uma taxa insignificante de cerca de 1 a 2 metros a cada milhão de anos. O principal objetivo do novo estudo era verificar se a vida poderia resistir em um ambiente sem nutrientes e, em caso afirmativo, por quanto tempo esses micróbios poderiam sobreviver com praticamente nenhum alimento.

De volta ao laboratório, esses micróbios foram incubados e receberam uma dieta constante de substratos marcados com isótopos, compostos de carbono e nitrogênio. Um aspecto extremamente importante do estudo foi rastrear o consumo microbiano desses alimentos adicionados, daí os substratos estáveis marcados com isótopos.

Uma da amostras obtidas pelos cientistas no Giro Pacífico do Sul. Crédito: JAMSTECUma da amostras obtidas pelos cientistas no Giro Pacífico do Sul. Crédito: JAMSTEC

Dentro desse ambiente acolhedor de laboratório, os micróbios, incluindo os extraídos das amostras mais antigas de sedimentos, responderam quase imediatamente. Ao longo de 68 dias, os pesquisadores observaram espantados as populações aumentarem de tamanho em mais de quatro ordens de magnitude. Mais de 99% dos micróbios encontrados nas amostras voltaram à vida, resultado que até chocou os cientistas.

Nas profundezas do fundo do mar, "os nutrientes são muito limitados", de modo que os micróbios estavam "quase no estado de ‘jejum’", disse Morono. "Portanto, é surpreendente e biologicamente desafiador que uma grande fração de micróbios possa ser revivida de um período muito longo enterrados ou presos em condições extremamente baixas de nutrientes/energia."

Usando o perfil de DNA e RNA, os pesquisadores identificaram os micróbios como bactérias aeróbicas, que adoram o oxigênio. Os autores também descartaram a possibilidade de contaminação, dizendo que praticamente não há permeabilidade entre as espessas camadas do fundo do mar.

Jennifer Biddle, professora associada da Escola de Ciências e Políticas Marinhas da Universidade de Delaware, não viu problemas de contaminação. "Se eu recebesse uma amostra preciosa de material marciano com o qual pudesse provar conclusivamente que há evidências de vida em outro planeta, daria a Yuki Morono", disse Biddle, que não esteve envolvida nesta nova pesquisa.

Estes micróbios "provavelmente foram enterrados" nos sedimentos no Giro do Pacífico do Sul, e "eles ou seus descendentes persistem lá desde então", disse Edgcomb. Esses micróbios estavam em um estado de animação suspensa ou as "células originais conseguiram se dividir ocasionalmente desde que foram enterradas, e estão olhando para a enésima geração [indeterminada] das células originais", disse ela. Edgcomb disse que permanecem questões em aberto sobre "por quanto tempo diferentes tipos de microrganismos podem sobreviver em um estado de dormência sem se dividir".

Reviver micróbios antigos parece um pouco assustador, dado o que não sabemos sobre germes antigos. Quando perguntado sobre os riscos e quaisquer precauções de segurança adotadas para o experimento, Morono disse que "o sedimento no subsolo é considerado de baixo risco para a saúde, já que nenhum hospedeiro infectante, como um humano, existe neste ambiente". No entanto, "temos lidado com os micróbios o tempo todo na sala limpa" e todas as amostras foram mantidas em laboratórios — um ambiente de nível 1 de biossegurança — o tempo todo.

Edgcomb não viu problemas com a segurança, dizendo: "Como ecologista microbiano marinho, não vejo nenhum problema de segurança nas experiências que eles realizaram".

Sobre como esses micróbios foram capazes de permanecer em estado de hibernação por tanto tempo, Morono disse que não tem certeza, mas espera que as novas descobertas "estimulem discussões sobre esse assunto" e, finalmente, uma identificação dos mecanismos de sobrevivência necessários para os micróbios permanecerem dormentes em vastas escalas de tempo geológicas.

"O que é realmente surpreendente neste estudo é que esse sedimento contém oxigênio. Como todos nós que nos esforçamos para ter dietas cheias de antioxidantes, sabemos que o oxigênio é um agente de degradação, por isso é impressionante a sobrevivência a longo prazo", disse Biddle. "No entanto, não sabemos o que a célula está realmente vendo no sedimento; pode haver pequenas gaiolas de habitat com pouco oxigênio que melhoram a sobrevivência."

O novo estudo também reforça a importância do carbono orgânico como fonte de alimento para os micróbios que vivem no fundo do mar — uma descoberta lamentável na avaliação de Biddle.

"É um pouco decepcionante, considerando que estamos descobrindo de novo e de novo que o subsolo depende da superfície para sua alimentação", disse Biddle. "Ainda aguardo um micróbio sedimentar subsuperficial que seja autossuficiente!"

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WhatsApp testa silenciar notificações de grupos para sempre

Posted: 29 Jul 2020 07:18 AM PDT

Ícone do WhatsApp

Eu perdi as contas de quantas vezes ouvi de amigos que queriam uma opção para silenciar grupos de WhatsApp permanentemente – e eu também, é claro. Eu sei lá por que o app nunca adicionou essa opção, mas parece que está chegando.

O pessoal do WABetaInfo, que antecipa as novidades do WhatsApp a partir das versões beta do aplicativo, descobriu a opção na última versão para Android. O recurso ainda não está disponível, mas está em desenvolvimento.

Ao selecionar a opção para silenciar uma conversa, a versão beta do aplicativo mostrou três opções: 8 horas, uma semana e sempre. Aparentemente, a opção de silenciar por um ano foi substituída por “sempre”.

Opção de silenciar conversa para sempre no WhatsAppCrédito: WABetaInfo

Ainda não há previsão para a liberação do recurso para todos os usuários, mas é bom saber que está em desenvolvimento. As figurinhas animadas, por exemplo, apareceram no beta e rapidamente começaram a surgir em conversas.

Por outro lado, funções como a opção de usar a mesma conta de WhatsApp em mais de um aparelho já vem sendo testada e especulada há mais tempo.

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Como este pequeno helicóptero fará história em Marte

Posted: 29 Jul 2020 06:33 AM PDT

Conceito artístico da Ingenuity em Marte. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Estamos mais do que entusiasmados com o lançamento da sonda Perseverance para Marte, mas o novo explorador da NASA não estará sozinho em sua jornada. Acolhido debaixo de sua barriga está um pequeno helicóptero chamado Ingenuity, que esperamos que seja a primeira aeronave a voar em um mundo alienígena.

Perseverance e Ingenuity estão programados para lançamento nesta quinta-feira, 30 de julho às 8h50 (horário de Brasília). O rover e o helicóptero devem pousar na cratera Jezero em fevereiro de 2021, com a implantação de Ingenuity ocorrendo alguns meses depois disso. Se tudo der certo, será a primeira aeronave feita pelo homem a tentar um vôo controlado em outro planeta.

Este pequeno veículo é o que a NASA chama de um demonstrador de tecnologia. A agência espacial quer colocar este conceito à prova e utilizar a experiência para desenvolver projetos mais ambiciosos. As demonstrações tecnológicas anteriores incluem o rover Mars Pathfinder de 1997 e os nanos satélites Mars Cube One de 2018 – as menores máquinas que passaram por um planeta.


Conceito artístico do helicóptero Ingenuity em vôo em Marte. Gif: NASA/JPL

Ao escreverem em um esboço apresentado na Conferência de Mecânica de Vôo Atmosférica do AIAA de 2018, os engenheiros do projeto descreveram versões resumidas do conceito de aeronave de asa rotativa:

Eles poderiam acessar e aterrissar em alvos designados de forma controlada e poderiam ser usados para carregar ou recuperar pequenas cargas úteis. Os helicópteros poderiam aprimorar as missões da sonda, explorando rapidamente rotas de travessia seguras ou fornecendo reconhecimento em possíveis destinos-alvo científicos e, como sistemas autônomos, poderiam ser usados para explorar áreas que podem não ser alcançáveis pelas sondas. Os helicópteros também podem ser considerados como elementos de uma arquitetura de retorno de amostras onde poderiam ser usados para a recuperação oportuna de pequenas amostras científicas de volta a um veículo que sairia de Marte para o retorno à Terra.

Antes de chegarmos a essa fase, porém, a NASA terá que avaliar o desempenho de Ingenuity em Marte. Durante um período de 30 dias, o helicóptero realizará até cinco testes de vôo, nenhum dos quais durará mais de 90 segundos. Ingenuity subirá de 10 a 33 pés (3 a 10 metros) acima da superfície e atravessará até 980 pés (300 metros) durante cada vôo, de acordo com a NASA. O helicóptero robótico será capaz de vôo autônomo e se comunicará com a Perseverance após o pouso.

Com uma fuselagem aproximadamente do tamanho de uma softball (uma bola um pouco maior do que a de beisebol), a Ingenuity pesa apenas 1,8 kg. Suas duas lâminas giratórias, que giram em sentidos opostos, medem 1,2 m de comprimento. A aeronave é equipada com uma antena, quatro pés de pouso e um painel solar para recarregar suas baterias.

Uma fase crítica da missão acontecerá quando a Perseverance colocar o helicóptero na superfície marciana. Para mover o helicóptero da barriga do rover para o chão, a NASA desenvolveu o Sistema de Entrega de Helicópteros de Marte, como explica a agência espacial:

Por volta do 60º dia marciano da missão, a Perseverance lançará o escudo de destroços compostos de grafite do Sistema de Entrega de Helicópteros de Marte que protegeu o helicóptero durante o pouso. Em seguida, ele irá dirigir para o centro do aeródromo escolhido. Cerca de seis dias depois, depois que o helicóptero e as equipes da sonda estiverem satisfeitos, eles comandarão o Sistema de Entrega de Helicópteros de Marte para fazer sua missão.

O processo de posicionamento começa com a liberação de um mecanismo de travamento que mantém o helicóptero no lugar. Em seguida, um dispositivo pirotécnico de corte de cabos dispara, permitindo que um braço com mola que segura o helicóptero comece a girar o Ingenuity para fora de sua posição horizontal. Ao longo do caminho, um pequeno motor elétrico puxará o braço até que trave, trazendo o corpo do helicóptero completamente para a vertical com duas de suas plataformas de aterrissagem prontas. Outro fogo pirotécnico, liberando as outras plataformas.

Após este ponto, o helicóptero será finalmente liberado, exigindo que a máquina sobreviva a uma queda de quase 13 centímetros para a superfície. Dada a força da gravidade mais fraca em Marte do que na Terra, isso deve ser bem tranquilo. Cerca de uma semana depois, assumindo que tudo vá bem, Ingenuity realizará seu primeiro vôo de teste.


Um teste do Sistema de Entrega de Helicópteros de Marte. Crédito: NASA/JPL

Como voar em Marte com uma atmosfera tão rarefeita?

Tecnicamente, o helicóptero já registrou 75 minutos de tempo de vôo, ou, mais precisamente, um modelo do helicóptero registrou esse tempo de vôo na Terra durante os testes da NASA entre 2014 e 2019. Obviamente, Marte e a Terra têm ambientes muito diferentes, exigindo que a agência espacial seja criativa com o experimento.

Por exemplo, Marte tem uma atmosfera 100 vezes mais rarefeita do que a da Terra, portanto não há muito ar para fornecer o impulso necessário. Para voar, Ingenuity girará seus rotores a 2.400 rpm, o que é consideravelmente mais rápido do que os rotores de um helicóptero convencional.

Para simular as condições encontradas em Marte, os engenheiros da NASA tiraram todos os gases em uma câmara de vácuo de 64 centímetros de largura e adicionaram um pouco de dióxido de carbono. Um modelo da aeronave a rotor conseguiu manter o vôo por cerca de um minuto, pairando acima do solo a uma altitude de 5 cm. Foi um pequeno salto para o helicóptero, mas um salto gigantesco para os desenvolvedores.

Conceito artístico de Perseverance e IngenuityConceito artístico de Perseverance e Ingenuity. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Além disso, como a gravidade em Marte é cerca de 38% da gravidade superficial na Terra, o helicóptero de 1,8 kg pesará apenas 0,68 kg no Planeta Vermelho. Durante o desenvolvimento, o modelo foi testado com um sistema que simula a gravidade reduzida, e teve um bom desempenho.

A Ingenuity também terá que suportar algumas oscilações sérias de temperatura, já que as temperaturas noturnas podem ficar tão frias quanto -90 graus Celsius. O helicóptero tem 1.500 componentes diferentes feitos de alumínio, silício, carbono, papel alumínio e espuma, que se expandirão e contrairão continuamente durante o curso de sua missão. Ingenuity foi projetada com estas oscilações de temperatura em mente, mas teremos que esperar para ver como ele se comporta quando estiver no Planeta Vermelho.

Ingenuity não carregará nenhum instrumento científico, mas tem capacidades autônomas. Devido aos atrasos na comunicação da Terra com Marte, o helicóptero terá que voar sozinho e escolher lugares sensatos para pousar.

O projeto Ingenuity é um pequeno começo, mas o sucesso levará a coisas maiores e melhores. Daqui a alguns anos, quando aeronaves de vários tipos se lançarem sobre a superfície marciana (e possivelmente até sobre outros planetas), podemos olhar para trás neste helicóptero pioneiro como a aeronave que tornou tudo isso possível.

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[Review] Moto G8 Power: muita energia e pouco poder de fogo

Posted: 29 Jul 2020 05:15 AM PDT

A linha Moto G ganhou um aparelho Power pela primeira vez no ano passado. A proposta era fazer um aparelho bem simples, praticamente uma versão Play com bateria gigante, dispensando memória RAM, câmeras múltiplas e tela de resolução mais alta.

No Moto G8 Power, a Motorola decidiu ser mais generosa. Junto com a mesma bateria de 5.000 mAh da geração anterior, ele vem com tela FullHD e um conjunto quádruplo de câmeras. Os 4 GB de RAM e o processador Snapdragon 665 são dos irmãos mais caros.

Eu usei o aparelho por dois meses e digo como esse time reforçado se sai.

Moto G8 Power

O que é?
O membro da família intermediária da Motorola com bateria grande.
Preço
R$ 1.599 no site da Motorola; cerca de R$ 1.600 no varejo online.
Gostei
Bateria de ótima duração; Android quase puro com recursos extra úteis.
Não gostei
Desempenho deixa a desejar.

Tela e design

O Moto G8 Power trouxe algumas novidades no design e ficou com cara de Motorola One, com as câmeras dispostas na vertical e no canto. O leitor de impressões digitais continua centralizado na traseira do aparelho. Ele é um pouco mais baixo que o resto da superfície, fica bem localizado e ostenta a logomarca da Motorola.

No geral, o visual do aparelho agrada e tem cara de aparelho mais caro. Mesmo assim, é só pegar que você percebe que é plástico de intermediário mesmo e fica com marcas de impressão digital. Apesar disso, ele parece bem sólido e resistente.

Na mão, ele fica bem confortável, apesar do display de 6,4 polegadas (proporção 19:9, 100,7 cm² de área, segundo o GSM Arena). É possível alcançar bem todos os cantos da tela com o polegar, mas eu toquei acidentalmente várias vezes nos cantos inferiores com a base do dedão.

A tela do Moto G8 Power continua a tradição dos últimos anos da Motorola. Mesmo optando por um painel LCD IPS, as cores mostram boa saturação, que pode ser regulada em três níveis nas configurações. O preto não é tão escuro e isso fica visível no Moto Tela, mas não atrapalha na hora de usar os apps ou ver vídeos. A resolução FullHD+ também garante bom nível de definição.

Usando

Testar aparelhos da Motorola e voltar a usar o software da empresa é sempre uma experiência agradável e familiar. O Android 10 tem pouquíssimas alterações, como a ausência da barra de pesquisa do Google na tela de multitarefas. Mesmo assim, é bem próximo do que você poderia encontrar em um Pixel ou em um Android One da vida.

E há também os recursos já consagrados da linha Moto. O Moto Tela mostra o relógio quando você tira o aparelho do bolso e acende a tela quando chega uma notificação nova. O Moto Ações traz o atalho de chacoalhar o aparelho para acender a lanterna e girar o celular duas vezes para abrir o aplicativo de câmera, e esses dois movimentos facilitam a vida em várias situações.

No Moto G8 Power, eles ganharam a companhia do Moto Áudio, com equalizador e efeitos sonoros, e do GameTime, com recursos úteis para quem joga, como capturas de tela, bloqueio de notificações e chamadas e atalhos para apps personalizados. São novidades úteis, e mesmo que você não precise delas, não é nada muito pesado ou que atrapalhe a experiência com o aparelho.

No entanto, por mais úteis que sejam, as alterações de software da Motorola começam a dar os primeiros sinais de desgaste e envelhecimento.

O Android 10 tem recursos bem mais avançados que a Moto Tela para gerenciar notificações. Ele conta com notificações silenciosas, ideais para aqueles apps que nunca mandam nada de importante. Também há um modo que bloqueia distrações, que é muito útil para esconder mensagens de redes sociais ou conversas com os amigos e evitar que você se distraia na hora de trabalhar. Esse modo, inclusive, pode ser programado para horários e dias pré-definidos.

O problema é que o Moto Tela ignora essas duas configurações. Então, mesmo que você tenha definido uma notificação como silenciosa ou colocado o aparelho no modo de foco, a tela vai continuar acendendo para as notificações indesejadas. Para evitar isso, você tem que bloqueá-las de novo no app Moto. Aliás, ter que bloquear app por app também é um trabalho chato: eu gostaria de ter a opção de bloquear tudo e ter apenas algumas exceções para o que é realmente importante.

Talvez seja uma limitação técnica e o Android não permita que os apps tenham acesso a essas configurações de sistema, mas não deixa de ser um pouco frustrante ter que configurar o celular duas vezes para funcionar como você gostaria.

O desempenho do Moto G8 Power é razoável. Há alguma lentidão para abrir apps. Na hora de alternar entre eles, a velocidade melhora, mas não muito. Quase todos os apps funcionam direitinho, mas nem sempre: a fluidez em animações e ao rolar a interface em apps de redes sociais não é perfeita e tem uns engasgos. O Chrome teve uns travamentos pontuais também.

O Android 10 tem um modo de navegação por gestos em que o comando de voltar passa a ser uma deslizada de dedo na borda da tela, de fora para dentro. Quando o aparelho está em modo paisagem, como ao ver um vídeo em tela cheia no YouTube, o sistema parece se perder com os gestos e dar uma travadinha. Em um desses casos, eu precisei reiniciar o aparelho.

Também não dá para esperar grande coisa em jogos. Não sou muito gamer, mas, entre os que testei, Mario Kart Tour vai bem, mas Asphalt 9 fica com a fluidez dos gráficos bastante comprometida.

Sinceramente, eu esperava mais: aparelhos da linha Moto G sempre entregaram um desempenho satisfatório. Mesmo com aparelhos mais simples, como o Moto G7 Play e o Moto G7 Power, o desempenho não impressionava, mas eles eram competentes e entregavam uma experiência mais consistente. Esta é a primeira vez que eu pego um aparelho abaixo da média nessa família da Motorola.

Câmera

O conjunto de câmeras do Moto G8 Power é o maior indicativo do reposicionamento do aparelho dentro da família Moto G. Até me assustei quando fui reler o review do Moto G7 Power, pois não me lembrava que ele tinha uma só câmera na traseira. Seu sucessor ostenta nada menos que quatro lentes. Que evolução, hein?

Tem uma câmera principal de 16 megapixels, uma ultrawide de 8 megapixels e 118° de visão, uma zoom de 2x e 8 megapixels que também serve para ajudar nos retratos com o fundo desfocado e uma macro de 2 megapixels.

Todo esse arsenal conta com um app bastante simples, mas organizado e competente. Novamente, há lentidão, desta vez na hora de trocar de uma lente para outra. Por outro lado, as imagens ficam ótimas, com bom nível de detalhe e fidelidade de cor aceitável, apesar de alguma tendência à saturação. Mesmo à noite é possível tirar algumas fotos razoáveis, tirando um pouco de ruído e alguns pontos mais claros que ficam estourados.

O modo retrato faz um bom trabalho ao desfocar o fundo, e a câmera ultrawide amplia bastante o campo de visão com nível razoável de distorção. As macros ficam razoáveis: há um bom nível de detalhe, mas a resolução deixa a desejar.

Bateria

O grande destaque do Moto G8 Power é sua bateria de 5.000 mAh, mesmo número do seu antecessor, o Moto G7 Power. Como o aparelho foi reposicionado na linha Moto G, ele ganhou uma tela FullHD+, que acaba gastando um pouco mais rápido a bateria do que a tela HD+ do modelo anterior.

Mesmo assim, a bateria continua com uma autonomia considerável, mais do que suficiente para um dia de uso. Meus padrões de uso acabaram um pouco bagunçados por causa da pandemia e da quarentena: sem sair de casa, eu praticamente não uso o 4G nem ouço música no celular e também não precisei de apps de mapas e transporte público. Por outro lado, acabei ficando mais tempo em redes sociais e brincando com jogos bestas.

Tirando o aparelho da tomada às 8 da manhã e usando umas três a quatro horas de Twitter e Instagram, câmera para tirar fotos e gravar vídeos do meu cachorro e da minha gata e mais uma hora de um jogo simples como o Nonogram, ele chegava ao começo da madrugada com algo entre 40% e 50% de bateria.

No dia seguinte, ele precisava voltar para o carregador mais ou menos no fim da tarde, ainda com alguma folga, entre 10% e 20%. Portanto, não é suficiente para dois dias caso seu uso seja muito intenso, mas dá para chegar ao fim de um dia longo e cheio de tarefas com bastante tranquilidade.

Para quem prefere números, o AccuBattery marcou algo entre 6,5% e 8% de bateria por hora de tela ligada, e entre 1% e 1,2% de bateria por hora com a tela desligada.

Aliás, o carregador rápido de 15 W me deixou bem satisfeito, pois é bastante útil quando a bateria está perto de acabar no meio do dia. Com 45 minutos na tomada, ele consegue levar a carga de menos de 10% para perto de 50%. Com 1h15, ela passa dos 70%.

Podem não ser porcentagens impressionantes, mas lembre-se que estamos falando de um aparelho com bateria de 5.000 mAh. Portanto, se você esquecer de carregar o celular à noite, pode dar um reforço na bateria pela manhã que ela carrega rápido o suficiente para você ficar conectado até o fim do dia.

Conclusão

O Moto G8 Power foi reposicionado e virou meio que um irmão do Moto G8 Plus. Enquanto o Plus ficou com a câmera de resolução altíssima, o primeiro ficou com a bateria gigante. Mesmo assim, ambos têm boas quantidades de RAM e um conjunto versátil de lentes, além de contar com um sistema sem firulas para colocar tudo para rodar.

Particularmente, eu gostei do aparelho. A experiência Moto continua sendo praticamente imbatível em termos de praticidade, as câmeras entregam um bom resultado e a bateria garante bastante tempo fora da tomada.

O que deixa a desejar é o desempenho. O Moto G7 Power do ano passado, com menos RAM e processador mais antiquado, não era lá muito veloz, mas era consistente. A falta de fluidez do Moto G8 Power deve incomodar quem é mais exigente. Quem usa poucos apps e não tem pressa na hora de abri-los pode ficar satisfeito. Com preço na faixa de R$ 1.500 e tudo mais caro por causa da alta do dólar, você dificilmente encontrará um aparelho muito melhor.

Moto G8 Power
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O que esperar da audiência antitruste com as gigantes da tecnologia no Congresso dos EUA

Posted: 29 Jul 2020 04:27 AM PDT

Após um atraso compreensível, uma mudança de local e alfinetadas de todos os lados, quatro dos magnatas de negócios mais conhecidos nos EUA devem explicar aos congressistas do país como exatamente eles se tornaram tão poderosos. Sim, é um grande acontecimento, e não apenas porque será a primeira vez que Jeff Bezos será interrogado pessoalmente pelo Congresso.

Mark Zuckerberg (Facebook), Tim Cook (Apple) e Sundar Pichai (Alphabet / Google) responderam anteriormente por suas infrações, reais ou imaginadas, perante uma variedade de órgãos governamentais. Algumas dessas audiências foram puro teatro político; outras levaram a multas pesadas, embora tenha saído barato.

O objetivo da audiência desta quarta-feira (29), no entanto, é determinar se essas quatro empresas, no valor total de cerca de US$ 5 trilhões — e ostensivamente gigantes da tecnologia em geral — cresceram muito, muito rápido e em detrimento de rivais e consumidores menores.

Como chegamos até aqui?

As investigações sobre possíveis ações antitruste contra a Amazon, Google, Facebook e Apple começaram há mais de um ano.

Anunciada por David N. Cicilline, democrata de Rhode Island e chefe do Subcomitê Antitruste da Câmara dos Representantes dos EUA, em 3 de junho de 2019, o objetivo da investigação não era apenas determinar se as gigantes da tecnologia estavam envolvidas em comportamento anticompetitivo, mas para discutir "se as leis antitruste existentes, as políticas de concorrência e os níveis atuais de aplicação das normas são adequados para tratar dessas questões". (Na humilde opinião deste repórter: não, eles não são.)

Entre lá e cá, a investigação de Cicilline reuniu cerca de 1,3 milhão de documentos comprovativos e resmas de depoimentos. Acredita-se que alguns deles serão revelados ao público pela primeira vez durante a audiência. De acordo com o Washington Post, “os parlamentares planejam produzir nos próximos meses um relatório, e alguns líderes partidários esperam que ele mostre que a indústria contornou as leis federais de concorrência”.

Jack Dorsey, do Twitter, vai estar lá?

Oi? Não.

Mas o representante rebublicano Jim Jordan escreveu uma carta convocando o homem.

Segundo o porta-voz de Cicilline: não.

Mesmo assim, é quase certeza que os republicanos vão falar de um suposto viés contra os conservadores nas mídias sociais como uma distração das questões antitruste em questão.

O deputado Matt Gaetz, membro do comitê, enviou uma carta ao Departamento de Justiça na segunda-feira exigindo uma investigação criminal sobre Zuckerberg por supostamente mentir ao Congresso em 2018 sobre o viés anti-conservador da moderação de conteúdo, então prepare-se para isso.

Você tem outras perguntas? Eu tenho outras coisas para fazer hoje.

Ok, ok. Como esses ricaços vão se livrar desta vez?

Bom, você tem razão, o histórico deles em sofrer consequências é menor do que o ideal.

Não podemos prever o futuro e as declarações desses CEOs estão sendo divulgadas aos poucos. No entanto, fontes disseram à Bloomberg que acreditam que a aposta de Zuckerberg dependerá de um apelo à xenofobia, argumentando essencialmente que qualquer enfraquecimento das empresas de tecnologia dos EUA fortalecerá necessariamente a posição das chinesas.

Historicamente, as gigantes da tecnologia frequentemente afirmavam ser um motor de inovação e crescimento econômico para o país e provavelmente continuarão a exibir essa alegada boa-fé, embora esses argumentos soem cada vez mais vazios a cada ano em que a indústria da tecnologia se consolida nos mesmos poucos monopólios.

Que tipo de sujeira o Comitê encontrou, afinal?

Que bom que você perguntou! Como mencionado, é provável que parte disso só apareça no dia, mas reportagens sugerem que pelo menos parte da ofensiva se concentrará na propensão que os gigantes da tecnologia têm para comprar ou roubar de empresas iniciantes menores.

Veja o Facebook, por exemplo, que usou sua vantagem financeira para comprar o Instagram por US$ 1 bilhão em 2012 (no ano passado, o aplicativo arrecadou cerca de US$ 20 bilhões em receita publicitária).

Em seguida, ele implantou a segunda estratégia de “pegar emprestado” recursos para aprimorar o Instagram, como as “histórias” (Stories) que somem depois de um tempo e filtros de rosto do Snapchat, que tinha recusado duas vezes as ofertas de compra do Facebook.

A Amazon também tem sido acusada repetidamente de fazer engenharia reversa em produtos de concorrentes e de integrar imitações de concorrentes no pacote de nuvem de seu serviço de hospedagem na web, o Amazon Web Services.

Da mesma forma, alega-se que a empresa usa os dados de vendas de seu setor de comércio eletrônico para saber quais produtos lançar como versões genéricas de suas marcas, como a Amazon Basics.

Sem mencionar os bilhões de dólares em aquisições menos familiares que essas empresas fizeram para comprar tecnologia de back-end promissora ou para contratar talentos. Segundo a Crunchbase, os números de aquisições são:

Parece difícil argumentar que a compra de mais de 500 empresas não teria algum tipo de impacto na concorrência…

E isso nem sequer considera investimentos estratégicos, parcerias e as inúmeras outras maneiras pelas quais essas empresas se tornam inevitáveis.

E a Apple e o Google?

Espera-se que o Google enfrente um escrutínio sobre a mão de ferro com que controla a publicidade e as buscas — uma preocupação antitruste já compartilhada por 50 advogados-gerais que estão buscando um processo neste sentido.

É provável que a Apple responda pelas práticas de comissão da App Store, um jardim murado que atualmente cobra uma fatia de 30% nas receitas dos desenvolvedores, sendo a única maneira de instalar novos softwares nos dispositivos iOS.

Novamente, muito disso é especulação com base nas informações que temos e é provável que mais venha à tona durante a própria audiência.

Por que a Microsoft não estará lá?

Sinceramente, não tenho certeza e acho que ninguém sabe direito. Brad Smith, presidente da Microsoft, testemunhou perante o Comitê Antitruste, segundo reportagem do The Information. Ao que parece, seu depoimento envolvia as preocupações da empresa com a Apple. Mas, por qualquer motivo, a Microsoft conseguiu evitar essa situação em particular.

Devo saber alguma coisa sobre quem fará o interrogatório?

A governança realmente só funciona se você participar ativamente. Mas aqui estão os membros do Comitê Antitruste da Câmara.

  • David Cicilline (D-RI, Presidente)
  • Joe Neguse (D-CO, Vice-Presidente)
  • Hank Johnson (D-GA)
  • Jamie Raskin (D-MD)
  • Pramila Jayapal (D-WA)
  • Val Demings (D-FL)
  • Mary Gay Scanlon (D-PA)
  • Lucy McBath (D-GA)
  • Jim Sensenbrenner (R-WI, Ranking Member, o membro mais velho do comitê)
  • Matt Gaetz (R-FL)
  • Ken Buck (R-CO)
  • Kelly Armstrong (R-ND)
  • Greg Steube (R-FL)

Um fato preocupante, como apontou o Business Insider na semana passada, é que Sensenbrenner possui ações das quatro empresas, por um valor combinado de mais de US$ 98.000. Por razões inconcebíveis para mim, isso não é ilegal. E, neste momento, não parece que Sensenbrenner pretende se retirar da audiência.

Mas espera aí, eles não vão se aglomerar em uma grande sala em Washington, né? Até onde eu sei, a pandemia ainda não acabou.

Temos muita sorte. Não, eles não vão até Washington. A audiência será conduzida por software de teleconferência. Este ano está dando poucos motivos para comemorar, mas se tudo correr bem, a audiência virtual resultará em menos cortadas e pelo menos uma gafe no estilo SCOTUS (ou, aqui no Brasil, no melhor estilo Gilmar Mendes).

Minha aposta é que Bezos vai esquecer de desligar o microfone enquanto assiste pornô.

Bom, o dinheiro é seu. Você que sabe.

Ou pelo menos um bebê ou gato vai invadir a câmera. Tomara. Eu estou precisando rir.

Você quer saber como assistir?

Sim, pode ser.

Não parece muito animado.

Abaixo está o link para o o YouTube. Está programado para começar às 10 da manhã no horário de Brasília, quarta-feira, 29 de julho.

Tô cansado.

Eu também.

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