terça-feira, 7 de julho de 2020

Gizmodo Brasil

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Vestível da Sony é um ar-condicionado que esquenta e esfria seu corpo via app

Posted: 06 Jul 2020 03:30 PM PDT

Sony Reon Pocket, o vestível da Sony que funciona como ar-condicionado pessoal

Anunciado no ano passado com o objetivo de ser lançado para as Olimpíadas de Tóquio de 2020, o ar-condicionado vestível da Sony finalmente está disponível. A data coincide com o verão do hemisfério norte e deve ajudar algumas pessoas a se refrescarem um pouco mais.

Batizado de Sony Reon Pocket, o dispositivo funciona junto com uma camiseta especial que o suspende no meio de suas costas, logo abaixo do pescoço. O aparelhinho de parece com um Apple Magic Mouse e utiliza o efeito Peltier para servir como uma bomba de calor. Ele promete ajudar a resfriar a temperatura corporal do usuário em até 13 graus Celsius em dias quentes.

O lado do Reon Pocket que fica contra as costas do usuário permanece frio, enquanto o calor é removido por um pequeno ventilador que remove o ar quente do corpo.

Usando um aplicativo para iOS e Android, o aparelho pode ser manualmente ajustado de acordo com o gosto da pessoa. Também dá para configurá-lo em um modo automático que usa sensores de temperatura e movimento para para detectar o que o usuário está fazendo, como ele está se sentindo, e então ajustar adequadamente o modo de resfriamento para assegurar que o nível de conforto desejado seja mantido.

Visão dos componentes do Sony Reon PocketCrédito: Sony

O dispositivo também pode ser usado nos meses frios de inverno, ajudando a elevar a temperatura corporal do usuário em até 8,3 graus Celsius.

Apesar disso, o Reon Pocket não é uma solução para o dia todo. Dado seu tamanho compacto, a bateria interna aguenta cerca de duas a quatro horas, dependendo das temperaturas definidas. É preciso esperar cerca de duas horas para recarregá-lo e poder usá-lo novamente.

No ano passado, a Sony prometeu duas versões do Reon Pocket. A opção Lite, controlada somente no modo manual e a opção Standard, com todas as opções de automatização por meio do app. Parece que apenas a versão mais elaborada chegou ao mercado. Ela está disponível no Japão por meio da própria loja online da Sony por ¥ 13.000 (cerca de R$ 650, na cotação atual). Na Amazon Japão, o produto é um pouco mais caro: ¥ 17.350 (R$ 860). As camisetas custam ¥ 1.800 cada (R$ 90).

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Próxima versão do Chrome vai gastar menos bateria do seu notebook

Posted: 06 Jul 2020 02:30 PM PDT

Interface do navegador Google Chrome. Crédito: Google

O Google Chrome é frequentemente alvo de críticas por consumir muita memória, o que significa que ele tende a consumir mais energia. Isso pode ser péssimo em dispositivos móveis, como notebooks, que dependem de bateria para funcionar. Mas um novo recurso experimental na próxima versão do Chrome pode ajudar a melhorar isso e prolongar a duração da bateria do seu laptop em até duas horas.

O recurso foi visto pelo pessoal do TheWindowsClub. Parece que no Chrome 86, o Google está testando uma nova funcionalidade que limita o timer das ativações do Javascript em segundo plano — ele poderia ser acionado apenas uma vez por minuto. Isso é algo que o Safari, da Apple, já faz há um tempo.

Após analisar dados que mostram que os usuários não se beneficiam do rastreamento de alterações nos sites em segundo plano mais de uma vez por minuto, o Google espera reduzir o consumo de bateria diminuindo a frequência das ativações de Javascript.

Em linhas gerais, essa alteração faz muito sentido: muitas ativações de Javascript servem para verificar o layout atual de um site, gerenciar rastreadores ou responder a chamadas de anúncios. Porém, a coisa fica mais interessante quando olhamos os números.

Em um documento técnico de um teste realizado pelo Google que o TheWindowsClub verificou, o Google descobriu que, ao limitar as ativações de Javascript para uma vez por minuto, eles conseguiam estender em 28% a duração da bateria de um notebook com 36 abas abertas em segundo plano. Isso dá quase duas horas em tempo real.

Mas o Google não parou por aí. A empresa fez outro teste com 36 guias em segundo plano, rodando com um vídeo em tela cheia do YouTube. Ela descobriu que, mesmo com um vídeo reproduzido em primeiro plano, o que gasta bastante bateria, a limitação da ativação do Javascript prolongava o tempo do notebook longe da tomada em 13% — um aumento real de pouco mais de meia hora.

Na versão atual do Chrome (85), o problema é que quando uma página web executa uma ativação de Javascript, isso pode fazer com que todas as guias em segundo plano executem uma verificação de ativação, o que quase sempre é um exagero. Portanto, no futuro, o Google aumentará os intervalos entre essas ativações do Javascript para reduzir o consumo de bateria.

A alteração da ativação no Javascript deve ser aplicada em todas as principais versões do Chrome, incluindo para Windows, Mac, Linux, ChromeOS e Android. O Chrome 86 deve ser lançado em algum momento entre setembro e dezembro.

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Projeto no Kickstarter de perfume com cheiro do espaço já levantou mais de US$ 300 mil

Posted: 06 Jul 2020 01:13 PM PDT

A caixa do Eau de Space, perfume com cheiro do espaço

Existem muitas coisas que as pessoas normais, que não são astronautas, querem saber sobre o espaço. Aparentemente, o cheiro do espaço é uma das questões mais urgentes que elas perguntam a si mesmas. Já que é improvável uma viagem ao espaço num futuro próximo, as pessoas podem fazer algo que está ao alcance delas: comprar um perfume com cheiro de espaço.

Até o início da tarde desta segunda-feira (6), cerca de 8.000 pessoas estavam financiando uma campanha do Kickstarter que tem como objetivo fazer o “Eau de Space”, um perfume que a campanha afirma ter o cheirinho do espaço. Os organizadores já garantiram US$ 340.000 e afirmam que a NASA projetou o perfume a algumas décadas para o treinamento de astronautas.

De acordo com a página do Kickstarter do Eau de Space, a NASA queria simular o ambiente espacial com a maior fidelidade possível, para eliminar quaisquer surpresas que os astronautas poderiam experimentar lá em cima. No entanto, a campanha afirma que a agência espacial havia escondido a simulação do cheiro de espaço durante anos.

“Por meio de pura determinação, coragem, muita sorte e um par de pedidos da Lei de Liberdade de Informação (FOIA), nós conseguimos”, escreveram os organizadores da campanha. “Agora precisamos de sua ajuda para fabricá-la em massa, para que todos possam experimentar o Cheiro do Espaço por si mesmos.”

O cheiro do espaço tem sido comparado a muitas coisas ao longo dos anos, incluindo “bife queimado, metal quente e soldagem a arco elétrico em uma motocicleta [de um astronauta]”.

A equipe da campanha é formada por especialistas em moda, tecnologia, design e logística, de acordo com a página Kickstarter, e também afirma ter parcerias com os melhores perfumistas do mundo. Ela afirma que está pronta para fabricar a Eau de Space e só precisa atender a sua quantidade mínima de pedidos. De acordo com a página do Kickstarter, a meta original era de US$ 1.969, que a campanha levantou em menos de 24 horas, no dia 19 de junho.

Atualmente, você pode comprar uma garrafa de Eau de Space no Kickstarter a partir de US$ 29. Essa opção entrega um frasco de 120 ml e doará outro para um programa local de incentivo à educação de disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). O envio do perfume está programado para começar em setembro.

A equipe afirmou que decidiu tornar disponível o cheiro do espaço para “aumentar o [interesse em] STEM por meio da educação experiencial”.

Matt Richmond, gerente de produto da Eau de Space, disse à CNN que espera que o perfume inicie discussões sobre essas disciplinas, com pais, professores e cientistas.

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Xiaomi prepara função para escolher melhor foto automaticamente e carregador de 120 W

Posted: 06 Jul 2020 10:53 AM PDT

Xiaomi Mi Pro

Uma novidade de software e uma novidade de hardware devem estar a caminho dos smartphones da Xiaomi. Uma delas é uma função que faz a câmera disparar várias fotos em sequência e escolhe a melhor delas automaticamente. A outra é um carregador superpotente de 120 W.

A novidade de fotografia foi encontrada pelo pessoal do XDA Developers em algumas referências do código das últimas versões beta da MIUI 12. A MIUI é o nome que a Xiaomi dá à sua versão do Android, que é bem modificada e bastante inspirada no iOS, da Apple. De acordo com partes do código analisadas, o sistema terá um recurso chamado AI Shutter, que escolhe o melhor momento quando o botão de captura é pressionado.

Se esse recurso parece familiar, não é por acaso. Ele lembra uma das muitas ferramentas de fotografia computacional da linha Pixel, do Google, que aposta bastante em software para conseguir boas imagens.

Desde o Pixel 3, os aparelhos contam com o Top Shot, que mostram uma linha do tempo com vários quadros capturados e sugerem o melhor deles. Isso é bem útil para acertar direitinho aquele momento em que todo mundo sorriu para a foto e ninguém piscou, por exemplo.

A Xiaomi já começou a liberar a MIUI 12 para alguns aparelhos, mas até agora nenhum deles recebeu o AI Shutter. Talvez fique para as próximas atualizações.

Outra novidade vinda da marca diz respeito a hardware: um carregador de 120 W. De acordo com o GSM Arena, o aparelho foi homologado pela 3C, agência chinesa que certifica segurança de diversos tipos de produtos. De acordo com os documentos, o código do modelo do adaptador é MDY-12-ED e ele tem 20 V e 6 A de limite.

Nós já ficamos bastante impressionados com o carregador de 45 W do Motorola One Hyper, então imagine o que esse de 120 W seria capaz de fazer.

Não é a primeira vez que ouvimos falar de um carregador superpotente da Xiaomi. No ano passado, uma demonstração com o presidente da empresa, Lin Bin, comparava um carregador de 100 W da marca com o carregador SuperVOOC, da Oppo, de 50 W. Os números mostrados pela Xiaomi eram promissores: carregar de 0% a 100% um smartphone com bateria de 4.000 mAh em apenas 17 minutos.

Esse adaptador, porém, nunca fui lançado, e a Xiaomi nunca mais falou sobre ele. O fato de o novo carregador de 120 W ter sido certificado dá perspectivas melhores para ele.

Por enquanto, porém, ainda não se sabe com qual aparelho Xiaomi ele viria. Como lembra o GSMArena, a marca já lançou seus smartphones de topo de linha deste ano, então pode ser que ele fique com um futuro aparelho da linha Mi Mix ou até mesmo não seja destinado a um celular, e sim a um notebook.

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Uber compra Postmates nos EUA por US$ 2,7 bilhões de olho no mercado de delivery

Posted: 06 Jul 2020 10:24 AM PDT

Aplicativo do Postmate. Crédito: Chris Delmas/AFP (Getty Images)

A Uber está expandindo sua presença no mercado de delivery. Após vários rumores na semana passada, a companhia anunciou que comprou o Postmates, um app de entrega dos EUA, por US$ 2,65 bilhões em uma transação envolvendo apenas ações.

A Bloomberg noticiou a transação durante a noite deste domingo (5), dizendo que o negócio estava prestes a ser fechado. No entanto, a operação não surpreendeu ninguém. Em maio, a Uber fez algum barulho pela possibilidade de comprar o Grubhub, outra plataforma de entrega dos EUA, em uma transação envolvendo apenas ações, porém não deu certo no fim das contas. Foi relatado no início do ano que a Uber também não conseguiu comprar o DoorDash em 2019. Após não consegui adquirir nenhum dos dois, a lógica seria se concentrar no Postmates.

Apesar de ter demitido 14% de sua força de trabalho por causa da pandemia, o negócio faz sentido, pois entrega de comida tem sido uma das divisões da Uber com crescimento nos últimos meses. A Uber viu uma redução de receitas de US$ 3,5 bilhões no primeiro trimestre, mas o Uber Eats viu as reservas dispararem 52%, para US$ 3,1 bilhões. Enquanto isso, a receita líquida dessa divisão do negócio aumentou 121% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Parece que essa tendência também continuou no segundo trimestre.

"Uber e Postmates há tempos compartilham a crença de que plataformas como as nossas podem oferecer muito mais do que apenas entrega de alimentos — elas podem ser uma parte extremamente importante do comércio e comunidades locais, ainda mais importantes durante a crise do COVID-19", disse o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, em um comunicado. "À medida que mais pessoas e mais restaurantes passaram a usar nossos serviços, os pedidos do segundo trimestre no Uber Eats aumentaram mais de 100% ano a ano. É com muita satisfação que damos as boas-vindas ao Postmates à família Uber, pois inovamos juntos para oferecer melhores experiências para os consumidores, entregadores e comerciantes de todo o país".

Então, o que isso significa para os dois serviços? Para os consumidores, não parece que muita coisa vai mudar. Em seu comunicado de imprensa, a Uber diz que pretender manter o app Postmates funcionando independentemente. A reportagem da Bloomberg também observou que o CEO do Postmates, Bastian Lehmann, e sua equipe continuariam a tocar a companhia.

A grade mudança na operação tem relação com juntar parte da tecnologia de back-end enquanto amplia sua rede de opções de entrega. O comunicado, por exemplo, diz que o pessoal de entrega terá "mais oportunidades de gerar receita", ao fazer referência a pedidos feitos em lote.

A entrega de comida aumentou durante este tempo em que as pessoas estão mais em casa, mas isso não se traduz necessariamente em lucros. Os restaurantes não estão se beneficiando muito devido às taxas aplicadas por estes apps, enquanto, de acordo com o Wall Street Journal, os próprios serviços não estão se equilibrando muito bem.

Principalmente porque eles não podem ser monstros e negar equipamento de proteção para os entregadores, e outras coisas que podem parecer desagradáveis para eles, como a decência de fornecer dias de folga para trabalhadores em quarentena, fundos de assistência médica e benefícios de desemprego. Honestamente, este acordo é basicamente duas empresas que se consolidam para sobreviver e tentar superar seus rivais — enquanto fazem o mínimo possível para trabalhadores e pequenas empresas que tornam esses serviços possíveis.

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OMS para de vez estudos com hidroxicloroquina e drogas contra HIV para tratar COVID-19

Posted: 06 Jul 2020 08:22 AM PDT

Frasco de hidroxicloroquina

A Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou em definitivo ensaios clínicos que pesquisavam a eficácia da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com COVID-19. Testes com as drogas lopinavir e ritonavir, utilizadas contra o HIV, também foram descontinuados.

O anúncio feito no sábado (4) revelou que a agência aceitou a recomendação do comitê que supervisiona o chamado Solidarity Trial, que estava comparando quatro opções de tratamento para pacientes com o novo coronavírus em relação ao tratamento padrão de suporte.

De acordo com o comunicado da OMS, a revisão de resultados clínicos apresentados no final da semana passada e os resultados intermediários dos ensaios mostraram que a hidroxicloroquina, o lopinavir e ritonavir “produzem pouca ou nenhuma redução na mortalidade de pacientes hospitalizados com COVID-19 quando comparados com o padrão de cuidados”.

A agência diz ainda que o uso dos medicamentos não mostrou evidências sólidas de aumento na mortalidade, mas reforçou que havia alguns sinais de segurança nas descobertas clínicas em laboratório. Os resultados provisórios serão preparados para publicação revisada por pares.

A partir desses indícios, a OMS decidiu paralisar todos os seus ensaios com hidroxicloroquina, lopinavir e ritonavir. O programa Solidarity é realizado em 21 países com mais de 5.000 pacientes.

A OMS disse que a decisão não afeta outras análises em que os medicamentos são usados para pacientes fora do ambiente hospitalar ou como profilaxia, mas alerta que há uma preocupação “com relatos de indivíduos que se automedicam com cloroquina, o que pode causar sérios danos”.

O programa Solidarity continua testando outros dois possíveis tratamentos: o uso da droga remdesivir, que já foi testado como tratamento para o ebola, e a combinação de lopinavir e ritonavir com interferon beta-1a.

Os testes com hidroxicloroquina tinham sido interrompidos anteriormente pela OMS em duas ocasiões. Agora, a decisão parece definitiva.

Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA, órgão equivalente à Anvisa) retirou em junho a aprovação para o uso da hidroxicloroquina e cloroquina em casos de emergência de COVID-19. Na ocasião, a agência disse que é "improvável que [a droga] produza efeitos antivirais" e destacou "sérios efeitos colaterais".

O Ministério da Saúde continua orientando o uso da hidroxicloroquina e cloroquina em combinação com a azitromicina. Em 17 de junho, a pasta anunciou a ampliação da orientação de uso, incluindo gestantes e crianças e adolescentes. De acordo com o texto os “medicamentos são indicados para casos leves, moderados e graves” e que “a orientação para a prescrição do medicamento permanece a critério do médico, sendo necessária também a vontade declarada do paciente.”

O Ministério reforçou na época que “está intensificando a produção da cloroquina nos laboratórios brasileiros e fazendo contatos internacionais para trazer ao Brasil o princípio ativo da hidroxicloroquina”.

Recentemente, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS) pediu que o governo federal se abstenha de recomendar o uso da hidroxicloroquina em qualquer estágio da doença e suspenda qualquer contrato de fornecimento. Na sexta-feira (3), ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, deu cinco dias para que o Ministério da Saúde forneça informações sobre a recomendação de uso do medicamento.

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Preocupações de segurança fazem Reino Unido querer acelerar proibição de tecnologia 5G da Huawei

Posted: 06 Jul 2020 07:21 AM PDT

Mulher segurando smartphone é fotografada com o logotipo da Huawei. Crédito: Wang Zhao/Getty Images

Com base em uma reavaliação de segurança, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, agora tem "boas razões técnicas" para começar a eliminar a tecnologia da Huawei de redes 5G, disse um ex-chefe do MI6, o serviço secreto britânico, ao Financial Times neste domingo (5).

De acordo com o Telegraph, as autoridades do Reino Unido estão atualmente trabalhando em propostas para interromper as instalações dos novos equipamentos da Huawei em menos de seis meses e intensificando os esforços de remoção do hardware existente já implementado. Essa seria uma linha do tempo drasticamente acelerada em comparação com as diretivas estabelecidas em maio, que deram à empresa chinesa até 2023 a redução de seu envolvimento nas redes 5G do Reino Unido.

Também marcaria uma reviravolta ainda mais definitiva dos compromissos oficiais feitos em janeiro, quando Johnson parecia dar à Huawei o benefício da dúvida, apesar dos avisos das agências de inteligência dos EUA sobre possíveis riscos à segurança nacional. Como parte dessa decisão inicial, a Huawei teve um papel limitado na infraestrutura 5G do Reino Unido, capaz de participar em não mais de 35% da implementação e somente com a aprovação das agências de inteligência do país.

Agora, parece que o Reino Unido quer remover completamente equipamentos da fabricante chinesa.

"Atualmente, existem boas razões técnicas para o Reino Unido mudar a decisão feita em janeiro", disse Sir John Sawers, ex-chefe da inteligência britânica, segundo o Financial Times. "A avaliação de segurança agora é diferente, porque os fatores mudaram".

Como resultado das novas sanções americanas impostas à Huawei, "fornecedores não chineses confiáveis […] não podem mais trabalhar com a empresa" e "os serviços de inteligência do Reino Unido não podem mais fornecer as garantias necessárias de que o equipamento fabricado na China ainda é seguro para uso na rede de telecomunicações do Reino Unido", disse Sawers.

De acordo com um relatório do órgão do GCHQ (Government Communications Headquarters), o serviço de inteligência britânico, as autoridades não acreditam mais que os riscos de segurança apresentados por uma parceria com a Huawei possam ser gerenciados com segurança, informou o Telegraph.

Essas sanções tiveram um impacto "severo" na capacidade da Huawei de implantar com segurança redes 5G, já que a empresa não pode mais usar a tecnologia que depende de propriedade intelectual americana e, portanto, pode ser forçada a adotar substituições menos seguras. O Conselho de Segurança Nacional do Reino Unido deve confirmar a decisão nas próximas duas semanas.

Em comunicado ao Guardian no domingo, a Huawei disse que as sanções dos EUA "não são sobre segurança, mas sobre posição no mercado" e que está tentando gerenciar as consequências da decisão "para que o Reino Unido possa manter sua liderança atual no 5G".

"Todos os nossos produtos e soluções líderes usam tecnologia e componentes sobre os quais o governo do Reino Unido supervisa estritamente", continuou o comunicado.

A empresa chinesa foi proibida de comprar tecnologia fabricada por empresas americanas desde que o governo Trump a colocou na lista de entidades no ano passado. As autoridades de inteligência dos EUA afirmam há muito tempo que os laços estreitos da Huawei com o Partido Comunista Chinês e o aparato militar da China tornam a companhia um risco de segurança nacional para as redes de telecomunicações dos Estados Unidos.

Na semana passada, Huawei e ZTE foram oficialmente designadas uma ameaça à segurança nacional pela FCC (Comissão Federal das Comunicações dos EUA).

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Pesquisadores afirmam que coronavírus é transmissível pelo ar e dizem que OMS ignora risco

Posted: 06 Jul 2020 06:09 AM PDT

Máscaras faciais penduradas em uma parada. Crédito: Miguel Medina/Getty Images

Um grupo de cientistas publicará uma carta aberta à Organização Mundial da Saúde (OMS) nos próximos dias com uma afirmação alarmante: o novo coronavírus é transmitido pelo ar, o que significa que ele poderia permanecer no ambiente tempo suficiente e em quantidade suficiente para infectar outras pessoas.

A carta, que foi antecipada pelo Los Angeles Times e pelo New York Times, também acusará a OMS de não emitir avisos apropriados sobre o risco de contrair coronavírus por transmissão aérea. Os cientistas estão pedindo à agência de saúde das Nações Unidas que reveja suas recomendações e planejam publicar sua carta na revista Clinical Infectious Diseases.

O documento foi assinado por 239 pesquisadores de 32 países e inclui especialistas em virologia, física de aerossóis, dinâmica de fluxo, epidemiologia, medicina e engenharia de construção, de acordo com um comunicado de imprensa da Queensland University of Technology.

Atualmente, a OMS adverte somente sobre a transmissão por inalação de pequenas gotículas produzidas quando as pessoas infectadas tossem, espirram ou falam, ou por tocarem em uma superfície contaminada e depois tocarem seus olhos, nariz ou boca.

Em orientação provisória sobre prevenção e controle de infecções publicada em 29 de junho, a OMS afirma que a transmissão por via aérea pode ocorrer quando os profissionais de saúde realizam procedimentos médicos que produzem aerossóis, que são gotículas respiratórias extremamente pequenas.

No entanto, segundo o Los Angeles Times, os especialistas argumentam que esta orientação que alerta sobre os dois tipos de transmissão ignora as evidências de que a transmissão por via aérea também desempenha um papel significativo na propagação do vírus.

Na carta, os cientistas supostamente destacam vários estudos que dizem demonstrar que os aerossóis podem ficar no ar por longos períodos de tempo e flutuar dezenas de metros. Isto torna perigosas as salas mal ventiladas, ônibus e outros espaços confinados, mesmo que as pessoas mantenham os 2 metros de distância recomendados uns dos outros.

“Estamos 100% certos disso”, disse Lidia Morawska, uma das autoras da carta, ao Los Angeles Times.

Morawska é professora de ciências atmosféricas, engenharia ambiental e ciências e administração ambiental na Queensland University of Technology em Brisbane, Austrália.

“Numerosas autoridades de saúde atualmente se concentram em informar sobre a lavagem das mãos, na manutenção do distanciamento social e nas precauções com as gotículas”, disse Morawska no comunicado à imprensa. “A lavagem das mãos e o distanciamento social são apropriados, mas é visto como insuficiente para fornecer proteção contra microgotas respiratórias portadoras de vírus liberadas no ar por pessoas infectadas.”

Especialistas que falaram ao Los Angeles Times disseram que a transmissão por via aérea parece ser a única maneira de explicar vários eventos de “super propagação”, incluindo a infecção de pessoas em um restaurante na China que se sentaram em mesas separadas e membros de um coral no estado de Washington que tomaram precauções, como o uso de desinfetantes de mãos e não abraçar ou apertar as mãos, durante o ensaio. Das 61 pessoas no ensaio do coro, 53 ficaram doentes e duas morreram.

A OMS disse ao Los Angeles Times que os 239 pesquisadores tinham baseado suas afirmações em experimentos de laboratório em vez de evidências de campo. A Dra. Benedetta Allegranzi, especialista da OMS em prevenção de infecções, disse que a grande maioria do grupo de mais de 30 especialistas internacionais que aconselham a agência da ONU “não julgou as evidências existentes suficientemente convincentes para considerar a transmissão por via aérea como tendo um papel importante na propagação da COVID-19.”

Allegranzi disse que a transmissão por via aérea “teria resultado em muito mais casos e ainda mais rápida disseminação do vírus.”

Morawska disse que as medidas para reduzir a transmissão por via aérea incluem o fornecimento de ventilação suficiente e eficaz, como o fornecimento de ar limpo ao ar livre e a minimização do ar recirculado, particularmente em edifícios públicos, locais de trabalho, escolas, hospitais e casas de repouso para idosos. Outra medida é complementar a ventilação geral com controles de infecção, incluindo exaustão local, filtragem de ar de alta eficiência, e luzes ultravioleta germicidas.

Além disso, Morawska também observou uma medida que todos nós já estamos bastante familiarizados: evitar aglomerações, especialmente nos transportes públicos e edifícios.

“Estas são medidas práticas e que podem ser facilmente implementadas e muitos delas não são caras. Por exemplo, passos simples, como abrir ambas as portas e janelas, podem aumentar drasticamente o fluxo de ar em muitos edifícios”, disse Morawska.

José Jiménez, professor de química e bioquímica da Universidade do Colorado em Boulder, disse ao Los Angeles Times que a ideia da transmissão por via aérea não deve assustar as pessoas.

“Não é que o vírus tenha mudado”, disse Jiménez. “Achamos que o vírus tem sido transmitido desta forma o tempo todo, e saber sobre ele ajuda a nos proteger.”

[The Los Angeles Times e New York Times]

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Pesquisadores do Instituto Butantan descobrem que cobras-cegas podem ser peçonhentas

Posted: 06 Jul 2020 05:39 AM PDT

Cientistas detectaram glândulas dentárias semelhantes às de serpentes em cobras-cegas, o que significa que essas criaturas podem ser realmente peçonhentas — uma característica inédita entre os anfíbios.

As cecílias — também chamadas de cobras-cegas, apesar de não serem cobras e, sim, anfíbios — secretam uma substância através da pele que as torna mais viscosas. Elas também descarregam uma substância tóxica de suas extremidades traseiras para afastar predadores. E, como aponta uma nova pesquisa publicada na iScience, estes animais também são capazes de dar mordidas venenosas.

“Costumamos pensar em anfíbios — rãs, sapos e similares — como basicamente inofensivos”, disse Edmund Brodie Jr., biólogo da Universidade Estadual de Utah e co-autor do novo estudo, em um comunicado. "Sabemos que vários anfíbios armazenam secreções venenosas e desagradáveis ​​na pele para afastar predadores. Mas descobrir que pelo menos um deles pode causar ferimentos pela boca é extraordinário."

Os pesquisadores brasileiros Pedro Luiz Mailho Fontana e Carlos Jared, do Instituto Butantan, explicam (em vídeo abaixo) a descoberta e a importância dela para a ciência:

Não mexe com a cobra-cega

Na verdade, os cientistas não provaram que a gosma proveniente das glândulas dentárias das cecílias é realmente venenosa, mas suas descobertas preliminares certamente sugerem a possibilidade. Se for verdade, isso representaria “um projeto evolutivo precoce dos órgãos de veneno oral”, informou Brodie, da Universidade de Utah, e possivelmente uma característica que “evoluiu nas cecílias mais cedo do que nas cobras”, disse ele.

A boca de uma cecília, Siphonops annulatus, revelando suas glândulas dentárias semelhantes às de serpentes. Imagem: Instituto Butantan, Brasil

Cecílias são animais semelhantes a serpentes e estão relacionados a salamandras, mas são separados por incríveis 250 milhões de anos de evolução. As espécies podem ser aquáticas e terrestres, preferindo climas tropicais na África, Ásia e América. As cecílias representam um grupo misterioso e pouco estudado de vertebrados, mas os cientistas estão aprendendo mais a cada estudo.

Em 2018, por exemplo, a mesma equipe descobriu que a Siphonops annulatus, uma espécie terrestre de cobra-cega com anéis, pode liberar um lubrificante mucoso das glândulas da pele, permitindo que elas se contorçam rapidamente no subsolo ao evitar ameaças.

Elas também são venenosas (o que é diferente de peçonhentas, como são chamados os animais que possuem uma maneira ativa, e não passiva, de liberar toxinas), secretando toxinas das glândulas da cauda, ​​apresentando uma surpresa desagradável para qualquer predador que esteja atrás delas.

Durante sua última investigação sobre S. annulatus, os pesquisadores encontraram mais uma glândula de gosma em cecílias, embora desta vez nas mandíbulas superior e inferior, "com longos ductos que se abrem na base de cada dente em forma de colher”, explicou Brodie.

Pesquisas posteriores identificaram formalmente essas características como glândulas dentárias, distinguindo-as das glândulas de muco e veneno encontradas em sua pele. O que é fascinante é que essas glândulas dentárias compartilham uma origem evolutiva com as glândulas dentárias encontradas nos répteis, apontando para uma potencial convergência evolutiva.

Brodie e seus colegas acreditam que essas glândulas dentárias entram em ação quando as cecílias mastigam suas presas, incluindo vermes, cupins, sapos e lagartos. Isso ainda precisa ser comprovado, mas a equipe suspeita que seus dentes possam secretar a substância no momento da mordida.

Além disso, “o sulco que circunda a mandíbula superior interconectando os dentes parece desempenhar um papel importante na distribuição uniforme da secreção durante as mordidas”, escreveram os autores do estudo.

Quanto à substância em si, uma análise química mostrou que é uma mistura de muco, lipídios e uma proteína com propriedades comumente encontradas em animais peçonhentos, segundo a pesquisa.

“Embora tenhamos mostrado a presença de glândulas dentárias e seu possível papel durante a predação, ainda são necessárias mais evidências sobre a identidade precisa das proteínas presentes na secreção, bem como dados sobre o potencial tóxico desses compostos”, de acordo com o artigo.

Obviamente, mais trabalhos serão necessários, mas este é um resultado muito surpreendente. Rapidamente, as cecílias deixaram de ser animais somente nojentos para se tornarem animais interessantes e até mesmo fascinantes. Eles não são as criaturas mais agradáveis ​​de se olhar, mas uma coisa que você não pode dizer é que elas são monótonas.

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As drogas inteligentes funcionam?

Posted: 06 Jul 2020 04:16 AM PDT

LIgações neurais de um cérebro. Ilustração por Angelica Alzona/Gizmodo

Se você deseja fazer seu cérebro funcionar melhor, você tem muitas opções. Você pode começar a dormir melhor, investir em um espremedor de suco, passar um tempo em uma academia decente. Ou, se você estiver com pressa, pode tomar um monte de pílulas.

A anfetamina vem ligando as pessoas há anos, assim como a ritalina e medicamentos mais novos, cada qual com seu próprio conjunto especial de efeitos colaterais. Todos esses medicamentos precisam de receita médica, o que limita um pouco o acesso a eles. Mas, nos últimos anos, alimentada pelo fervor de comunidades online obcecadas por auto aperfeiçoamento e por um mundo econômico que incentiva um cérebro em atenção permanente, toda uma nova classe de nootrópicos tem chamado mais a atenção: alguns desses nootrópicos, como a classe de drogas conhecida como racetams, podem ser comprados sem receita.

A questão que paira sobre todos esses medicamentos – com ou sem receita – é: eles realmente funcionam? E se eles funcionam, para que (e para quem) eles funcionam? Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos vários especialistas para descobrir.

Nicole Vincent

Professora Sênior em Inovação Transdisciplinar na Universidade de Tecnologia de Sydney e Bolsista Honorária de Filosofia na Universidade Macquarie.

As drogas inteligentes funcionam, e muitas pessoas as usam. Não quero dizer aquelas que você compra em uma loja online que afirma estar sediada no Vale do Silício, com nomes notáveis como Startup HD ou Turbo Snort. Não desperdice seu dinheiro. Esqueça as falsas “pilhas nootrópicas” ou outras que usam palavras como “nootrópica”, “aprimoramento cognitivo”, “droga inteligente” e assim por diante. Há pouca ou nenhuma evidência de que algum desses produtos funcione. São esquemas de ganhar dinheiro. Nenhum estudo científico sólido e replicável suporta suas alegações.

Quando digo que as drogas inteligentes funcionam, estou falando sobre substâncias como: modafinil, metilfenidato, dextroanfetamina e pseudoefedrina (um pouco menos comum), assim como paracetamol, codeína e vários outros medicamentos que normalmente se pense como tratamentos para doenças e distúrbios.

Mas há uma coisa extremamente importante que precisamos lembrar: não há medicação que, quando tomada, o torne inteligente. O que os chamados “medicamentos inteligentes” fazem é permitir que as pessoas façam coisas. Grosso modo, drogas inteligentes são substâncias que, quando usadas, nos permitem fazer coisas valiosas que, de outra forma, não poderíamos fazer.

Em particular, o que as pessoas parecem mais interessadas, quando falam de drogas inteligentes, são coisas como a capacidade de permanecer acordado e focado por mais tempo, ou de trabalhar com mais rapidez e eficiência. Quando a capacidade de fazer essas coisas é vista como um marcador de inteligência – ou quando o uso dessa habilidade leva à aquisição de coisas ou qualidades que são vistas como marcadores de inteligência -, chamamos esses medicamentos de “drogas inteligentes”.

Entre os mais comuns estão os estimulantes usados ​​no SNC (sistema nervoso central) são metilfenidato (também conhecido como Ritalina), dextroanfetamina (que, combinada com levoanfetamina, usa o nome de marca Adderall), lisdexamfetamina (também conhecido como Vyvanse) e modafinil (também conhecido como Provigil, embora os genéricos sejam Modalert, Modavigil, Alertec e outros). Todos esses estimulantes do SNC podem realmente ser classificados como drogas inteligentes. Eles trabalham, no sentido de que podem permitir que as pessoas façam algumas das coisas descritas acima. Mas fazer essas coisas vale a pena?

Na década em que trabalhei no tópico de aprimoramento cognitivo, houve um aumento muito proeminente do interesse do público pelo conhecimento e uso de drogas inteligentes. Estamos em um ponto da história humana em que raramente estamos desconectados de outras pessoas e, portanto, de suas demandas em nosso tempo. E o fato de muitos de nós poderem trabalhar de qualquer lugar, a qualquer hora que quisermos, significa que acabamos trabalhando em qualquer lugar, o tempo todo. Todos competimos por empregos e/ou contratos e/ou bolsas de estudo e/ou pós-graduação na faculdade, não apenas com outras pessoas em nossa área com habilidades semelhantes, mas potencialmente com todos em todo o planeta em busca de oportunidades semelhantes.

Nesse novo contexto, quem não poderia se beneficiar dos efeitos das drogas inteligentes? Só podemos esperar que essa tendência aumente o interesse e o uso de medicamentos estimulantes do SNC (Sistema Nervoso Central). Afinal, seja pela escassez natural ou pelo fato de os estados modernos operarem como economias de mercado capitalistas, todos vivemos em sociedades competitivas interconectadas e, portanto, provavelmente todos podemos nos beneficiar de ter uma vantagem sobre os outros. Além disso, sabemos que pelo menos alguns de nossos colegas e concorrentes em potencial estão usando esses medicamentos para obter uma vantagem.

Essa é a dura realidade de como um grupo específico de medicamentos passou a ser conhecido como “drogas inteligentes”. Porque as sociedades meritocráticas (ou, se preferir, competitivas) transformaram nossos corpos, cérebros e as preciosas horas de nossas vidas em armas. Precisamos de mais tempo no dia para estar disponível para o trabalho, e precisamos ter a capacidade de fazer melhor uso do pouco e precioso tempo que temos, se quisermos permanecer competitivos e sobreviver. Vou deixar que você decida se isso realmente significa que elas devem ser consideradas drogas inteligentes.

Meu segundo argumento é que, se você concorda que o que faz de algo uma verdadeira droga inteligente é ela permitir que você faça o tipo de coisa que mencionei acima – por exemplo, ficar acordado por mais tempo, permanecer alerta, aproveitar seu trabalho ignorando as distrações, memorizar e se lembrar melhor das coisas – honestamente, não entendo por que uma série de outros medicamentos e não medicamentos também não estão nesta lista.

Todos nós somos usuários habituais de drogas inteligentes que não percebemos o que estão diante de nossos narizes e passamos nosso tempo procurando algo mais novo, de preferência com as palavras “nootrópicos” ou "Aprimorador cognitivo" ou "drogas inteligentes" estampadas na embalagem. No entanto, esses não são os medicamentos que você está procurando. Se diz “nootrópico” no pacote, provavelmente é um esquema de ganhar dinheiro. Os que você deseja, provavelmente você já está usando, e eu suspeito que muito (cafeína, por exemplo). Os que você ainda não está usando, no entanto, porque são ilegais de conseguir sem receita médica, ou porque têm um efeito colateral médico assustador, são outra questão.

Se você acha que pode ter TDAH (déficit de atenção), gaste algum tempo aprendendo sobre a condição, seus sintomas, tratamentos em potencial e seus potenciais efeitos colaterais.

Em seguida, consulte o melhor psiquiatra que você pode encontrar e, juntamente com ele, descubra se você realmente tem uma condição chamada TDAH e, portanto, se você realmente se beneficia do tratamento com medicamentos controlados. Você pode, é claro, descobrir que realmente já está funcionando no seu auge e que não se beneficiaria desses remédios.

Como alternativa, você pode descobrir que, se você tratar seu ambiente (por exemplo, seu local de trabalho ou escola) como uma constante, nesse ambiente você parecerá disfuncional e, para se ajustar a esse ambiente, precisará de um diagnóstico de TDAH e de uma receita médica para esses medicamentos. A questão em aberto para mim, no entanto, é se você precisa ficar em ambientes que exigem que você se drogue para funcionar dentro deles.

"Esqueça as falsas ‘pilhas nootrópicas’, ou outras que usam com palavras como ‘nootrópico’, ‘aprimoramento cognitivo’, ‘droga inteligente’ e assim por diante. Há pouca ou nenhuma evidência de que algum desses produtos funcione. São esquemas de ganhar dinheiro. Não há estudos científicos replicados e sólidos que sustentem suas alegações. "

Veljko Dubljevic

Professor Assistente de Filosofia e Estudos Religiosos, Universidade Estadual da Carolina do Norte e autor de Neuroethics, Justice and Autonomy: Public Reason in the Cognitive Enhancement Debate

Drogas como metilfenidato (Ritalina), modafinil (Provigil) e anfetamina (Adderall) funcionam, no sentido de serem tratamentos aprovados pela FDA (órgão dos EUA análogo à Anvisa) que ajudam populações específicas.

Mas se elas funcionam para pessoas que estão totalmente descansadas e que querem um impulso no seu trabalho ou nas notas das provas – certamente não é o caso.

O modafinil, por exemplo – que os militares começaram a prescrever aos pilotos em vez de anfetamina, que pode ser perigosamente viciante – funciona para o objetivo a que se destina. Os pilotos, que podem ter missões com duração de 30 horas, são mantidos acordados com sucesso. Quem está cansado e toma um comprimido de modafinil poderá trabalhar mais, com menos erros e menos efeitos de fadiga. Mais trabalho é feito, certamente. Mas o modafinil não tornou ninguém mais inteligente, nem melhorou o desempenho de base de ninguém.

A anfetamina é aprovada para o tratamento do TDAH e, desde os anos 90, substituiu o metilfenidato como o principal medicamento prescrito para esse distúrbio. Acredito que essa mudança tenha sido motivada pela sensação subjetiva de ser melhor em fazer algo que a anfetamina gera, assim como por suas propriedades viciantes. Eu acho que temos uma epidemia que está na sombra da epidemia de opióides – especificamente, as populações de estudantes são cada vez mais viciadas em estimulantes. Embora eles possam ajudar um aluno a fazer uma prova, o uso a longo prazo pode ser uma péssima idéia e, na verdade, reduzirá a eficácia. E há um risco profundo de dependência.

Quanto aos nootrópicos vendidos sem receita, é muito difícil generalizar. A questão é que a maioria deles são suplementos, o que significa que a FDA não está regulando eles, pois a FDA perdeu essa batalha nos anos 90. Isso significa que é difícil dizer se algum suplemento está fazendo alguma coisa, porque o que está escrito no rótulo pode não estar realmente lá. Não sabemos se eles estão realmente funcionando de alguma forma. O termo “nootrópico” implica que eles estão melhorando o desempenho padrão, mas duvido muito disso. Eles podem ajudar na manutenção, como café. Mais uma vez, o uso a longo prazo pode levar à tolerância e a uma situação em que você precisa que a substância atue na linha padrão.

“A questão é que a maioria deles são suplementos, o que significa que o FDA não os está regulamentando … Não sabemos se eles estão realmente funcionando de alguma forma.”

Pieter Cohen

Professor Associado de Medicina, Cambridge Health Alliance

É importante entender que existem duas rotas pelas quais os medicamentos aparecem no mercado dos EUA. Um caminho é depois que os estudos clínicos comprovaram sua eficácia e segurança, seguidos pela aprovação da FDA. A segunda rota é diretamente para os consumidores através de suplementos, sem necessidade de testes em humanos. Quando os medicamentos são vendidos diretamente aos consumidores como suplementos, as quantidades no rótulo são geralmente imprecisas. Pior ainda, não há necessidade de realizar estudos em humanos para demonstrar que o medicamento funciona ou é seguro antes de estar disponível para venda. Isso deixa o consumidor à mercê da empresa de suplementos.

O que descobrimos em nossa pesquisa é que os suplementos para melhorar o cérebro podem conter medicamentos ativos em doses imprevisíveis. Não há como garantir que o suplemento contenha o que está listado no rótulo nem que seja seguro consumir; portanto, recomendo evitar todos os suplementos de aprimoramento cerebral até termos certeza de que os frascos contêm apenas o que está listado no rótulo e haja alguma evidência de sua segurança.

"…os suplementos para melhorar o cérebro podem conter medicamentos ativos em doses imprevisíveis. Não há como garantir que o suplemento contenha o que está listado no rótulo".

Barry Gordon

Professor de Neurociência Cognitiva Terapêutica, Professor de Neurologia e Ciência Cognitiva da Universidade Johns Hopkins e Escola de Medicina e Editor-Chefe da Cognitive and Behavioral Neurology

Se por “inteligente” se entende um aumento real da vigilância e/ou inteligência, os chamados nootrópicos de venda livre nunca foram comprovadamente confiáveis ​​para o trabalho, nem é muito plausível que eles realmente funcionem.

Ser "inteligente" é o resultado de muitas funções mentais finamente sincronizadas, orquestradas de maneiras diferentes para enfrentar diferentes desafios mentais.

E mesmo funções mentais relativamente elementares não tem uma correspondência direta com os mecanismos cerebrais que podem ser responsáveis ​​por eles. (Na medida em que tais correspondências sejam um pouco conhecidas ou suspeitas). Portanto, mesmo que fosse possível ajustar um mecanismo cerebral específico, o sistema geral pode não funcionar melhor e sim de maneira pior. Imagine como uma analogia grosseira tentar acelerar a CPU em um computador, sem aumentar a velocidade do acesso à memória.

"Ser ‘inteligente’ é o resultado de muitas funções mentais finamente sincronizadas, orquestradas de maneiras diferentes para enfrentar diferentes desafios mentais".

Amy Arnsten

Professora de Neurociência e Psicologia da Universidade de Yale

É muito difícil realmente aprimorar a cognição. O funcionamento cognitivo requer um padrão intrincado e preciso de atividade neural, geralmente envolvendo o córtex pré-frontal recentemente desenvolvido.

É um desafio melhorar esse processo e fácil estragar tudo. Medicamentos sem receita, como o Prevagen, são basicamente um truque para ganhar dinheiro.

Compostos como Adderall e Ritalina podem realmente ajudar a melhorar a função pré-frontal em muitas pessoas, se a dose for correta. Esses medicamentos aumentam a liberação de dopamina e noradrenalina no córtex pré-frontal, que são essenciais para a função pré-frontal. O mesmo pode ser dito da cafeína, que leva ao aumento da acetilcolina, um neuromodulador que também é necessário para a função pré-frontal. Mas muita cafeína ou estimulante na verdade piora a função – o córtex pré-frontal precisa da quantidade certa de dopamina, noradrenalina e acetilcolina – em excesso apenas prejudica.

"Muita cafeína ou estimulante na verdade piora a função – o córtex pré-frontal precisa da quantidade certa de dopamina, noradrenalina e acetilcolina – em excesso apenas prejudica".

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