sábado, 23 de janeiro de 2021

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Confira esta versão de 10 bilhões de pixels do quadro “Moça com brinco de pérola”

Posted: 22 Jan 2021 05:21 PM PST

Captura de tela: Hirox Europe.

Se algum dia você visitar o museu Mauritshuis em Haia, Holanda, você poderá conferir — mesmo que à distância por conta da multidão ao redor — a popular pintura Moça com brinco de pérola, do pintor Johannes Vermeer. Ou você pode optar por continuar no conforto de sua casa e explorar a obra a partir deste site, que apresenta um alto grau de qualidade a partir de seus 10 bilhões de pixels, mostrando detalhes que a olho nu são impossíveis de notar. A ferramenta que possibilitou tal façanha foi desenvolvida no ano passado pela Hirox Europe, uma empresa que produz microscópios digitais.

Com uma resolução de 93.205 x 108.565 pixels, cada um deles cobre uma área de apenas 4,4 mícrons de tamanho. Para se chegar a este resultado, foram feitas cópias digitais da tela por meio de um software customizado desenvolvido pela Hirox, que elaborou uma montagem com 91.000 fotos individuas tiradas de diferentes áreas da pintura.

A digitalização forneceu uma visualização sem precedentes da pintura, trazendo uma riqueza de detalhes que qualquer fã de arte jamais foi capaz de esperar. O mais bacana de tudo é que historiadores da arte e preservacionistas poderão entender melhor a condição da superfície da pintura, bem como do estado das restaurações anteriores, o que ajudará a informar e orientar as futuras tentativas de preservação.

Além de escanear toda a pintura, a equipe também criou varreduras ainda mais altas em 10 áreas específicas, onde cada pixel representava apenas uma partícula de 1,1 mícron de toda a peça. Não foram apenas fragmentos de alta resolução da pintura criados durante esse processo de digitalização adicional, mas também uma representação 3D de sua superfície, revelando como pequenos pedaços de tinta se deformaram e se enrolaram nas bordas ao longo do tempo.

Pode parecer um tanto excêntrico de minha parte, mas entender o que acontece com obras de arte famosas como Moça com brinco de pérola (com seus 355 anos) ao longo do tempo, em um nível quase microscópico, é uma peça crucial para garantir que nos próximos séculos, as gerações futuras poderão desfrutar do original. Mas se eles não conseguirem, pelo menos temos uma forma de obter uma cópia digital perfeita.

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MediaTek desbanca Qualcomm e assume liderança do mercado de chipsets na China

Posted: 22 Jan 2021 03:28 PM PST

As restrições globais que a Huawei tem sofrido ao longo dos últimos dois anos não afetaram apenas os negócios da empresa, mas também de parceiras em diversos setores. A Qualcomm é uma delas, e o resultado disso foi que a companhia de chips para celular caiu para a segunda posição no ranking das maiores fabricantes de processadores móveis da China.

Os dados são da CINNO Research (via CNBC). De acordo com um relatório da empresa de consultoria, a Qualcomm sofreu um declínio anual de 48,1% no ano passado, fazendo com que sua participação no mercado de processadores system-on-chip (SoC) da China caísse de 37,9%, em 2019, para 25,4%, em 2020. Acredita-se que a principal razão para esse movimento foi, de fato, as sanções dos Estados Unidos contra a Huawei, uma vez que a companhia chinesa equipava muitos de seus smartphones com os chipsets da Qualcomm.

Do outro lado está a MediaTek que, ao contrário da Qualcomm, viu seus negócios crescerem conforme Huawei e outras fabricantes asiáticas, como Vivo, Oppo e Xiaomi, optavam por soluções da empresa e não mais da Qualcomm. Isso também seria um reflexo das restrições estadunidenses à Huawei, além de serem uma medida de precaução dessas fabricantes para evitar a falta de componentes fundamentais na construção de seus respectivos smartphones.

Para efeito de comparação, o uso dos chips da MediaTek nos celulares da Xiaomi aumentou mais de três vezes em comparação com o primeiro semestre de 2020. Coincidência ou não, a Xiaomi foi adicionada recentemente a uma "lista cinza" dos EUA por suspeitas de que a companhia tenha ligação com a área militar chinesa. Logo, a fabricante conseguiu contornar a situação e não ficar mais tão dependente da Qualcomm.

Outro fator que pode ter contribuído para essa decisão é que os chips da MediaTek custam menos do que os processadores da Qualcomm, com preços de US$ 100 a US$ 250 cada, o que torna a MediaTek uma forte fornecedora de chipsets para todos os tipos de celulares — dos mais avançados aos mais básicos, que costumam responder pela maior parte do faturamento das gigantes de tecnologia no mercado de smartphones.

Um outro estudo, este da Counterpoint Research, reforça essa afirmação ao constatar que a MediaTek ultrapassou a Qualcomm como a maior fornecedora mundial de chips para celular no terceiro trimestre de 2020.

[CNBC]

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Google ameaça suspender buscador na Austrália se nova lei for aprovada

Posted: 22 Jan 2021 01:48 PM PST

Imagem: Mitchell Luo (Unsplash)

O Google ameaçou o governo da Austrália nesta sexta-feira (22): a companhia diz que pretende bloquear seu serviço de busca para usuários locais caso o país aprove uma lei que obrigue empresas de tecnologia a pagar aos meios de comunicação por seu conteúdo de notícias. O Facebook também se mostrou favorável à ameaça durante uma audiência no Senado australiano, prometendo bloquear os usuários no país de postar ou compartilhar links para notícias se o projeto for aprovado.

O governo australiano vem tentando aprovar uma espécie de código de conduta com diretrizes de convivência entre os meios de comunicação e grandes empresas de tecnologia que atuam na internet. Os dois alvos principais do governo são as buscas no Google e o portal de notícias do Facebook — plataformas com popularidade parecida, como Instagram e YouTube, não estão na mira das autoridades. Neste caso, as duas companhias seriam obrigadas a pagar empresas de mídia pela veiculação de suas notícias nos resultados das buscas de ambos os serviços, além de aumentar o destaque desses conteúdos.

"O objetivo do código é abordar a posição desigual de barganha entre as empresas australianas de mídia de notícias e as grandes plataformas digitais que têm poder de mercado", disse Rod Sims, presidente do órgão regulador de proteção ao consumidor da Austrália.

Na prática, o que o governo australiano quer é que as gigantes de tecnologia dividam seus lucros de publicidade e de uso de conteúdo de terceiros com jornais, revistas e veículos de mídia, que sofrem para continuar na ativa. A situação desses meios de comunicação tradicionais ficou ainda mais agravada por conta da pandemia de COVID-19. Dezenas de jornais foram fechados e outras dezenas de jornalistas perderam o emprego.

Tanto o Google quanto o Facebook argumentam que já ajudam os veículos de mídia ao destacar os conteúdos desses canais no tráfego de buscas de suas respectivas plataformas. No entanto, o Google, que domina 95% de todas as buscas online feitas na Austrália, passou a não destacar mais os principais sites de notícias do país nos resultados de pesquisa. As duas empresas foram categóricas: o modelo do código de conduta proposto pela Austrália é inviável.

Melanie Silva, diretora-gerente do Google Austrália e Nova Zelândia, declarou que, se o código for aprovado em sua versão atual, a empresa vai suspender seus serviços de busca na Austrália. "Quando você coloca um preço nos links para certas informações, você quebra a forma como os mecanismos de pesquisa funcionam. E você não tem mais uma internet livre e aberta", afirmou.

Em 2019, o Google Austrália arrecadou cerca de US$ 3,3 bilhões de anunciantes australianos, e pagou cerca de US$ 77 milhões em impostos, com um lucro informado de US$ 637 milhões.

A versão original do código de conduta também prevê que as companhias informem os legisladores e usuários sobre mudanças nos algoritmos de busca. Com base nos primeiros rascunhos do projeto de lei, empresas de tecnologia teriam de avisar seus parceiros de mídia de notícias entre 14 e 28 dias de antecedência antes de fazer qualquer alteração que possa afetar a forma como os usuários interagem com o conteúdo. Contudo, Google e Facebook disseram que isso seria impossível, uma vez que os algoritmos são atualizados de maneira constante.

[The New York Times]

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Nasa estende missão Juno até 2025 para explorar mais as luas e anéis de Júpiter

Posted: 22 Jan 2021 11:55 AM PST

A sonda espacial Juno, da Nasa, começou a coletar dados de Júpiter em julho de 2016. Agora, a agência norte-americana autorizou que a missão fosse estendida até setembro de 2025, ou até quando a sonda aguentar.

Além de estudar os anéis do gigante gasoso, Juno deve explorar três luas em específico: Ganímedes, Europa e Io. A missão foi proposta em 2003, lançada em 2011, chegou em Júpiter em 4 de julho de 2016 e estava prevista para ser finalizada em julho de 2021. Agora, a recente extensão do trabalho envolverá 42 órbitas adicionais, o que inclui passagens próximas dos ciclones do pólo norte de Júpiter; sobrevoos em Ganímedes, Europa e Io; bem como a primeira exploração extensiva dos fracos anéis que circundam o planeta.

Os dados coletados pela sonda espacial poderão contribuir com as próximas missões da Nasa, Europa Clipper, e da Agência Espacial Europeia, JUpiter ICy moons Explorer (JUICE). No caso da exploração da lua vulcânica Io, as informações podem ajudar em muitos objetivos científicos identificados pela Academia Nacional de Ciências para uma futura missão dedicada exclusivamente à Io.

Os objetivos de Juno agora serão explorar melhor algumas das descobertas já feitas pela sonda sobre a estrutura interior de Júpiter, seu campo magnético interno, atmosfera e magnetosfera. Uma das suas primeiras tarefas, no entanto, será investigar a misteriosa mancha azul do planeta. Para isso, Juno vai realizar uma busca magnética de alta resolução espacial durante seis sobrevoos na região, que se caracteriza por um intenso campo magnético.

Para contribuir com missões futuras, a sonda vai sobrevoar as luas Europa e Io em diversas ocasiões para estudar a radiação ao redor delas e, assim, preparar melhor as missões Europa Clipper e JUICE em relação às estratégias de observação e planejamento, prioridades científicas e design da missão.

O ponto em que cada órbita aproxima Juno do planeta é chamado de perijove. Durante a missão, esses perijoves têm movido a sonda em direção ao pólo norte de Júpiter. Com a continuidade da missão, será possível obter mais dados dos ciclones na região.

Em 7 de junho deste ano, a sonda sobrevoará a lua Ganímedes a uma baixa altitude, reduzindo o período orbital de cerca de 53 dias para 43 dias. Em seguida, ela se aproximará da lua Europa em 29 de setembro de 2022, diminuindo o período novamente para 38 dias. Por fim, o sobrevoo à Io acontecerá em 30 de dezembro de 2023 e 3 de fevereiro de 2024, reduzindo o período orbital para 33 dias.

Conforme explica Ed Hirst, gerente do projeto Juno, essa continuidade da missão foi projetada para economizar o combustível da sonda ao máximo para que ela possa realizar todas as tarefas atribuídas a ela até 2025.

"Os designers da missão fizeram um trabalho incrível ao criar uma missão estendida que conserva o recurso a bordo mais valioso da missão – o combustível", afirmou Hirst ao SciTech Daily. "A ajuda da gravidade de vários voos de satélite direciona nossa espaçonave através do sistema de Júpiter, ao mesmo tempo que fornece uma grande variedade de oportunidades científicas. Os sobrevoos nos satélites naturais também reduzem o período orbital de Juno, o que aumenta o número total de órbitas científicas que podem ser obtidas."

[SciTech Daily]

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67 cursos para complementar sua formação universitária oferecidos pela Udemy

Posted: 22 Jan 2021 11:11 AM PST

Em 2021, que tal se aprofundar em algumas matérias universitárias para te ajudar a complementar sua formação? Separamos uma lista com 67 cursos das mais diversas áreas, todos a partir de R$ 39,90 e com diferentes durações.

Confira nossas indicações de formações oferecidos pela Udemy:

Ciências biológicas

Matemática

Direito

Pesquisa & TCC

Para professores

Comunicação & arte

Educação física

Arquitetura

Engenharia

Psicologia

Administração & Contabilidade

Preços conferidos na tarde do dia 21 de janeiro – pode haver alterações. Comprando pelos links acima, você não paga nada a mais e o Gizmodo Brasil ganha uma comissão.

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Android 12 pode ter recurso para abrir dois apps em tela dividida com um só toque

Posted: 22 Jan 2021 09:45 AM PST

Imagem: Sebastian Bednarek (Unsplash)

Ainda faltam alguns meses até o lançamento da próxima versão do Android, mas alguns possíveis recursos em breve começarão a aparecer para desenvolvedores que irão testar o sistema antes dos demais usuários. Uma dessas novidades sugere que a plataforma pode ganhar um modo simplificado para dividir dois apps na mesma tela.

Segundo o 9to5Google, o Android 12 deve permitir ativar a função "split screen" com apenas um toque. Isso por meio de uma funcionalidade chamada "App Pairs", que seleciona dois aplicativos de sua escolha e divide automaticamente em duas partes da tela. O processo acontece toda vez que você abrir a gaveta de aplicativos: os dois últimos são exibidos nesse novo formato, caso queira usá-los com tela dividida, mas será possível selecionar as ferramentas que quiser.

O site, inclusive, fez uma simulação de como deve ficar: à esquerda é como a divisão de telas funciona hoje, em que você pode ativar a função selecionando um app a partir da parte inferior da tela; à direita, os apps abertos recentemente já são colocados juntos para facilitar o split screen.

Imagem: 9to5Google

Não chega a ser um recurso inédito, uma vez que fabricantes como LG e Samsung já possuem uma função equivalente em suas respectivas interfaces. O próprio nome "App Pairs" soa como uma referência ao "App Pair" dos dispositivos Galaxy da Samsung. A diferença é que, a partir da próxima versão do Android, isso se tornará nativo do próprio sistema e muito mais fácil de ser ativado.

Vale lembrar que esse recurso ainda não foi confirmado pelo Google e, como estaria sendo testado internamente, pode não chegar à versão final do sistema de imediato – é comum que o Google experimente novas funções, mesmo que algumas delas demorem muito tempo para sair do papel. Se a companhia seguir o cronograma do Android 11, é provável que o Android 12 Developer Preview, primeira grande versão de testes do software, seja disponibilizado em meados de fevereiro.

[9to5Google]

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Motoristas da Uber terão plano de celular exclusivo com 9 GB de internet por mês

Posted: 22 Jan 2021 08:28 AM PST

Adesivo com logotipo da Uber colado em vidro do carro

Quem dirige para aplicativos precisa de muita internet móvel — afinal de contas, sem conexão não dá para acessar a plataforma e aceitar viagens. A Uber parece ter pensado nisso e criou o Uber Chip. Ele é uma operadora virtual exclusiva para motoristas. Seu plano oferece 9 GB de internet por mês por preços que vão de R$ 20 a R$ 50.

O Uber Chip é uma operadora virtual que usa a estrutura da Surf Telecom. Essa empresa é a mesma por trás de iniciativas como a Correios Celular e a Maga+, do Magazine Luiza, além de várias operadoras virtuais de times de futebol. Ela usa a rede da TIM.

Só há uma opção de plano. O pacote oferece mensalmente 9 GB de internet 4G, 100 SMS, ligações ilimitadas para fixo e celular e franquia ilimitada em WhatsApp, Waze e, óbvio, UberDriver. O pagamento é pré-pago e vale por três meses.

A conexão não é cortada ao gastar toda a franquia de internet, mas a velocidade cai para apenas 32 kbps, o que é bem pouco. Dá para comprar pacotes adicionais de internet de 500 MB (R$ 4), 1 GB (R$ 6) e 2 GB (R$ 10).

Os preços variam de acordo com a categoria do motorista no Uber Pro, programa de classificação de motoristas da plataforma. Para quem não faz parte do programa, o preço é R$ 150 por três meses, que podem ser parcelados em três vezes de R$ 50. Os valores vão caindo de acordo com a categoria:

  • Azul: R$ 105 por três meses (R$ 35 por mês);
  • Ouro: R$ 90 por três meses (R$ 30 por mês);
  • Platina: R$ 75 por três meses (R$ 25 por mês);
  • Diamante: R$ 60 por três meses (R$ 20 por mês).

A Uber não revela em seu site quais são as exigências para fazer parte do Uber Pro — ela diz apenas que variam de acordo com a região. Segundo o Tecnoblog, os critérios para fazer parte do programa são:

  • classificação de no mínimo 4,85 estrelas;
  • taxa de cancelamento de corridas de no máximo 8%;
  • taxa de aceitação de corridas de no mínimo 80%.

A partir daí, cada corrida em qualquer categoria ganha um ponto. A pontuação trimestral define para que categoria o motorista passa e a que vantagens ele tem acesso.

Voltando ao Uber Chip: o chip pode ser comprado pelo app Uber Driver e chega em até 10 dias úteis na casa do motorista, com frete grátis. Na primeira compra, o motorista paga o valor do pacote trimestral. O pagamento pode ser feito por boleto, cartão de crédito, cartão de débito ou cartão pré-pago. A renovação do pacote é automática e o desconto da categoria correspondente é aplicado.

O Uber Chip está disponível primeiro para motoristas da cidade de São Paulo, mas a empresa tem planos de expandi-lo para todo o Brasil ainda em 2021.

[Uber, Tecnoblog]

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Na pandemia, cresce o número de acidentes com crianças que passam álcool gel nos olhos

Posted: 22 Jan 2021 07:16 AM PST

Os danos da pandemia de Covid-19 vão muito além da doença e mortes causadas diretamente pelo vírus. Uma repercussão em particular, de acordo com um novo estudo divulgado na quinta-feira (21), tem sido sobre mais crianças lesionando os olhos com álcool em gel.

O estudo, publicado na JAMA Ophthalmology, analisou dados de centros de controle de intoxicação na França. Eles revelaram que os casos relacionados a lesões oculares com desinfetante para as mãos em crianças aumentaram drasticamente em 2020 em comparação com o ano anterior. Entre abril e o final de agosto de 2020, o número de incidentes foi sete vezes maior em relação ao mesmo período em 2019 – o que corresponde a quase 10% de todas as chamadas relacionadas aos olhos envolvendo crianças.

As internações em um hospital oftalmológico pediátrico especializado no país também aumentaram durante esse período. Em seis casos, a lesão foi tão grave que causou úlceras que cobriam mais da metade das córneas das crianças. E em dois casos, os pacientes necessitaram de enxertos de membrana amniótica ocular.

Embora as descobertas sejam limitadas à França, outros países também relataram um aumento nas lesões relacionadas a álcool gel durante a pandemia, incluindo os EUA. Muitos desses casos envolvem crianças que ingeriram acidentalmente o desinfetante, mas houve relatos anteriores de lesões oculares também.

Os autores do estudo têm uma teoria sobre o motivo pelo qual as lesões oculares estão especificamente aumentando. Desinfetantes para as mãos se tornaram onipresentes em locais e prédios públicos e, embora possam ser convenientemente colocados para as mãos de um adulto alcançarem facilmente, eles costumam estar na altura certa para cair nos olhos de uma criança por acidente.

Como evidência para esta teoria, os autores encontraram um grande aumento nas chamadas relacionadas a intoxicações, onde o incidente aconteceu em público. Isso também pode explicar a gravidade dessas lesões, uma vez que pode ser mais difícil para um adulto levar a criança à pia para lavar rapidamente o desinfetante em um ambiente público.

Com a pandemia ainda em pleno andamento, os autores argumentam que mais medidas devem ser tomadas para manter as crianças protegidas dessas lesões oculares.

"Para manter a boa adesão do público à desinfecção das mãos, essas descobertas mostram que as autoridades de saúde devem garantir o uso seguro de desinfetantes de mãos à base de álcool", escreveram eles. "O cuidado ao posicionar os dispensadores em locais públicos, além de ilustrações informativas que enfatizam o risco de exposições não intencionais em crianças, são necessários em todos os países para evitar lesões oculares graves."

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Simulações matemáticas mostram por que idosos devem ser os primeiros a receber vacina

Posted: 22 Jan 2021 06:20 AM PST

A decisão sobre quem deveriam ser os primeiros da fila a receber a vacina contra COVID-19 tem sido amplamente discutida nos últimos meses. Com algumas exceções, a maioria dos países prioriza profissionais de saúde e idosos. Em uma emergência de saúde como a atual, há quem questione se essa é realmente a melhor abordagem para controlar a pandemia. E a resposta é: depende do contexto, mas na maioria das vezes é melhor priorizar os idosos.

Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, nos EUA recorreram à matemática para saber em quais situações idosos devem ser priorizados. O artigo publicado na Science mostra as projeções baseadas em diferentes cenários e estratégias de distribuição de vacinas em países ao redor do mundo.

Os pesquisadores criaram, inclusive, uma ferramenta para você fazer diferentes simulações. Se nós considerarmos que a taxa de contágio seja de 1,2; que 0,1% da população seja vacinada por dia; com uma vacina que tenha 60% de eficácia (é a mais baixa com que a ferramenta trabalha),  aplicar as vacinas em idosos primeiro diminui mais as taxas de mortes.

As informações coletadas que foram levadas em consideração na pesquisa incluem os dados demográficos de cada país, número atualizado de quantas pessoas já testaram positivo para COVID-19, o quão rápido o vírus está se espalhando, a velocidade com que as vacinas estão sendo aplicadas e a sua eficácia estimada.

A partir disso, os pesquisadores decidiram simular cinco cenários diferentes em relação a qual grupo seria vacinado primeiro: crianças e adolescentes; adultos entre 20 e 49 anos; adultos a partir de 20 anos; adultos a partir de 60 anos (considerando que cerca de 30% deles podem se recusar a receber a injeção); e, por fim, qualquer pessoa que quisesse a vacina enquanto os estoques durarem.

O artigo apresentou o resultado encontrado nos Estados Unidos, Bélgica, Brasil, China, Índia, Polônia, África do Sul, Espanha e Zimbábue. As estratégias funcionaram de maneira diferentes em cada país, tendo em vista as peculiaridades locais de cada um. Ainda assim, na maioria dos cenários, a decisão de priorizar adultos acima de 60 anos foi a que resultou em menos mortes.

Os autores observaram que a maioria das vacinas apresenta uma eficácia de 90% a 95% em proteger contra casos graves de Covid-19. No entanto, ainda não há um consenso sobre como elas poderão impedir a infecção ou transmissão do vírus. Caso elas não consigam bloquear isso e o número de pessoas assintomáticas aumente, também faria mais sentido vacinar os mais idosos para que, pelo menos, eles estejam protegidos contra casos graves da doença.

Apenas no caso de o vírus já estar sob controle e a vacina ser capaz de bloquear a infecção e transmissão é que faz sentido colocar os mais jovens no início da fila. Mas isso não é o que acontece na maioria dos países.

Em comunicado da Universidade do Colorado em Boulder, a autora principal do estudo, Kate Bubar, declarou que "para os profissionais essenciais que possam estar se sentindo frustrados por não serem os primeiros, nós esperamos que esse estudo ofereça algum esclarecimento. Nós sabemos que é um grande sacrifício a se fazer, mas o nosso estudo mostra que isso pode salvar vidas".

Outra solução para poupar o maior número de vítimas possível é acelerar a distribuição de vacinas, é claro. De acordo com o estudo, se o ritmo atual de aplicações dobrasse, a taxa de mortalidade por Covid-19 poderia ser reduzida em 23%, ou 65 mil vidas, nos próximos três meses.

Outra sugestão feita pelos autores com base no estudo é que, no caso de países em que o vírus já infectou uma grande parcela da população e não há vacinas suficientes, talvez faça sentido colocar os mais jovens que já testaram positivo para Covid-19 no final da fila.

Os autores ainda ressaltam que as vacinas não devem ser a única estratégia para combater a pandemia de Covid-19. Daniel Larremore, coautor do estudo e biólogo computacional do Instituto BioFrontiers da universidade, afirmou que "para permitir que a vacina chegue às pessoas antes do vírus, precisamos não apenas distribuí-la rapidamente e levá-la às pessoas mais vulneráveis. Temos também que manter o vírus sob controle com máscaras, distanciamento e políticas inteligentes”.

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Pesquisadores usam satélites e deep learning para contar elefantes em risco de extinção

Posted: 22 Jan 2021 03:45 AM PST

Os satélites têm sido cada vez mais utilizado para monitorar crises climáticas e ambientais. Agora, alguns pesquisadores decidiram utilizar a tecnologia espacial para mapear elefantes e estudar como isso poderia ajudar os esforços de conservação de populações ameaçadas.

O estudo foi conduzido por cientistas das Universidades de Bath e de Oxford, ambas no Reino Unido, para detectar elefantes africanos por meio de imagens tiradas pelo satélite WorldView-3, da empresa Maxar.

A contagem dos animais foi feita com tecnologia de deep learning, o que permitiu que a análise fosse feita em apenas algumas horas em vez de meses, o tempo que demoraria caso humanos contassem manualmente os animais. Para treinar os algoritmos, os pesquisadores alimentaram o sistema Convolutional Neural Network (CNN) com um conjunto de dados de mais de mil elefantes sul-africanos.

A partir disso, para testar a eficiência da tecnologia, os resultados foram comparados com a análise feita por humanos. Por meio do sistema de pontuação desenvolvido pelos cientistas, concluiu-se que a precisão do CNN em áreas heterogêneas foi de 0.78, enquanto que a detecção humana foi de 0.77. No caso das áreas homogêneas, o CNN marcou 0.73, e os humanos, 0.80. Ou seja, a precisão do sistema foi muito semelhante à capacidade humana.

Crédito: Maxar Technologies

Mas por que utilizar satélites para contar elefantes? Os pesquisadores explicam que existe uma série de benefícios. Primeiramente, eles ressaltam a importância dos esforços de conservação para proteger espécies ameaçadas, como é o caso dos elefantes africanos. O método mais utilizado atualmente para realizar essas contagens é por meio de aviões, o que pode envolver altos custos, desafios de logística, além de baixa visibilidade dependendo da situação. Assim, erros na contagem podem resultar em alocações equivocadas de recursos já escassos e problemas nas análises das populações.

Os satélites da Maxar, por outro lado, conseguem coletar imagens que cobrem até cinco mil quilômetros quadrados em uma única passagem e apenas em alguns minutos. Isso elimina o risco de contagens duplicadas, além de possibilitar que novas imagens sejam coletadas em um curto intervalo de tempo.

Outra vantagem é o fato de que a técnica não requer a presença de humanos no solo. Assim, além de garantir a segurança de profissionais (principalmente durante a atual pandemia de Covid-19), os animais não são perturbados durante a coleta dos dados. Em relação à logística, também é muito mais fácil, considerando que muitas áreas são inacessíveis ou requerem autorizações terrestres.

Os pesquisadores já falam em possíveis usos futuros para esforços de fiscalização contra caça ilegal de animais. Outros grupos conservacionistas também já demonstraram interesse em utilizar a tecnologia para substituir a técnica com aviões, segundo os cientistas.

[BBC, Maxar]

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Em fevereiro, poderemos ouvir o som de Marte pela primeira vez

Posted: 22 Jan 2021 03:00 AM PST

Sem nenhum sinal de vida, o terreno rochoso de Marte será preenchido com os sons da solidão quando a rover Perseverance, da Nasa, chegar à cratera de Jezero mês que vem. Uma das tarefas da veículo será ouvir o ambiente marciano com seus microfones. Esse será o primeiro esforço de coletar dados acústicos no Planeta Vermelho.

A Perseverance deverá chegar à Jezero no dia 18 de fevereiro, equipada com dois microfones. Um será preso à estrutura do rover, logo acima de suas seis rodas, e o outro na superfície da SuperCam do rover, em elemento óptico que justifica seus quase 2 metros de altura. Essa SuperCam se parece um pouco com o olho do Wall-E.

Os microfones não são muito especiais, mas “eles foram testados para sobreviver ao lançamento, a descida, a entrada e o pouso”, disse Baptisde Chide, cientista planetário do laboratório de propulsão da Nasa, em uma entrevista em vídeo ao Gizmodo.

Chide ainda disse que o microfone do corpo, instalado no meio de uma rede que o protege da poeira marciana, gravará os sons mais graves, enquanto o da SuperCam irá gravar os ruídos mais cotidianos de Marte, como a Perseverance cortando e vaporizando pedras.

Como Marte tem pressão atmosférica, temperatura e composição do ar muito diferentes das da Terra, o ambiente acústico também acaba sendo bem distinto. Isso também vale para qualquer um de nossos vizinhos planetários, cada um com sua própria série de fatores inóspitos.

A atmosfera fria e pesada de dióxido de carbono, que tem cerca de 1% da densidade da Terra, cria um ambiente sonoro como se você estivesse ouvindo tudo através de uma parede. Ou, como Katherine Wu descreveu em um post de blog para a Universidade de Harvard:

“A atmosfera de Marte não é especialmente amigável… Essa combinação é o oposto do ar quente e espesso de Vênus. Lá nossas vozes teriam um tom mais baixo devido às temperaturas geladas e seriam mais roucas devido à velocidade mais lenta do som — isso ainda se pudéssemos nos ouvir o tempo todo. Em Marte, o som viajaria a uma velocidade menor por um gás com maior absorção.”

Se seu vizinho estiver curtindo música eletrônica, por exemplo, você ouve muito mais o grave do que outras frequências que têm maior dificuldade de passar pela parede. O mesmo aconteceria em Marte. Fogos de artifícios no Planeta Vermelho, diz Chide, teriam um tom muito mais baixo e demorariam mais para chegar até você.

Mas é claro que toda essa conversa sobre acústica só tem validade se a Perseverance chegar bem à Marte. Será uma jornada longa e solitária pelo espaço silencioso que culminará até conseguir pousar. Uma vez que ela toque o chão de forma segura, ainda precisará navegar pelo terreno imprevisível de Marte. Assim como a malfadada InSight demonstrou recentemente, você nunca sabe o que pode dar errado.

Se tudo correr bem, o áudio enviado pela Perseverance nos mostrará o ambiente sonoro de Marte pela primeira vez. Esperamos que conseguir ouvir um dos grandes momentos da missão: o primeiro voo de um helicóptero em outro planeta.

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