segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

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[Review] Motobuds Charge: os fones baratinhos da Motorola que quase ninguém vai ter

Posted: 31 Jan 2021 01:40 PM PST

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

Mesmo em um ano repleto de incertezas e atrasos por conta do coronavírus, a Motorola lançou mais de 20 smartphones (isso mesmo: vinte!) em 2020, incluindo as novas gerações das famílias Moto G e Moto Edge. Além dos celulares, a companhia trouxe uma linha completa de novos acessórios, entre ele fones de ouvido. Uma das opções é o Motobuds Charge, que traz um dos melhores custo-benefício que você pode encontrar em um fone true wireless.

Ele não promete nenhum diferencial específico, nem funções de gadgets mais caros, como cancelamento ativo de ruído. Em vez disso, o produto tem uma proposta bem simplista: ouvir suas músicas usando o mais básico possível e por um dos menores preços: R$ 100. Só que há um detalhe importante, e maior problema do produto: ele só pode ser adquirido como um acessório de alguns aparelhos da Motorola, tornando as vendas bastante limitadas.

A seguir eu te conto como foram minhas quatro semanas de teste usando o Motobuds Charge, e se por esse valor tão em conta ele entrega o mínimo esperado.

Motorola Motobuds Charge

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

O que é
Os fones true wireless mais baratos da Motorola

Preço
Sugerido: R$ 100

Gostei
Preço matador; mini conector USB compatível para recarga direto pelo smartphone; sons graves ficam na média para um dispositivo de entrada

Não gostei
Perda constante de conexão com o celular; controles capacitivos não são nada responsivos; não é vendido separadamente

Design

Simplicidade é palavra de ordem no Motobuds Charge. E isso se reflete no design do produto: os fones em si seguem o padrão da maioria dos fones sem fio – me lembrou bastante o formato dos primeiros Galaxy Buds, da Samsung, só que com as pontas um pouco mais ovais. Quando estão ligados, cada um acende uma luz azul ou vermelha, indicando se estão carregados ou se precisam de mais bateria. Gostei do design, mas essa questão das luzes piscando o tempo inteiro é algo que particularmente não me agrada.

O Motobuds Charge inclui três pares com pontas de silicone com tamanhos diferentes, para você testar e descobrir qual delas fica mais confortável. Ainda assim, eu achei que eles pressionaram bastante os meus ouvidos com cerca de 1h10 de uso. Não foi algo extremamente incômodo, e vale citar que essa é uma reação individual, então pode ser que não aconteça com todo mundo. A melhor parte é que os fones ficam bem firmes dentro do ouvido; mesmo durante a prática de 1h de atividade física, em nenhum momento senti que eles fossem cair.

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

Seguindo a linha mais simples, o estojo de carregamento também tem um design minimalista – e fofo, diga-se de passagem. A caixinha tem o mesmo tamanho do estojo dos AirPods, embora seja mais alta. Mas dá para levá-la tranquilamente dentro do bolso da calça. Além disso, o acessório vem com uma entrada USB-C, na parte inferior, e um mini cabo USB-C acoplado no verso da case, que serve para carregar o estojo diretamente de um smartphone.

Um dos pontos fracos do design do Motobuds Charge talvez seja sua construção. Ele é inteiro feito em plástico, o que, querendo ou não, passa a sensação que o produto é bastante frágil. Contudo, isso é compreensível, já que não tem muito o que esperar de um fone tão barato e sem muita firula. Meu conselho é evitar ao máximo possíveis quedas, nem deixá-lo dentro de uma mochila ou bolso com chaves ou muitos objetos, e muito menos expor o dispositivo à água. A Motorola garante certificação IPX5 de resistência contra respingos, mas não a imersão. Portanto, a dica é se limitar a atividades físicas que não te façam suar muito. Chuva então, nem pensar.

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

As ponteiras em cada fone também abrigam funções de toque capacitivo, como pausar/reproduzir uma música, pular/voltar à faixa anterior, atender/recusar ligações e ativar a assistente de voz do seu celular (Google Assistente, Alexa ou Siri). Os controles funcionam bem… quando resolvem funcionar. Foram várias as vezes que eu tentava pular uma música no Apple Music e os fones executavam outro comando. Acredito que isso tenha a ver com a área de contato voltada para os toques capacitivos, que parece ocupar o fone como um todo. Se ela fosse menor, os fones talvez fossem mais precisos.

Conectividade e bateria

Chega a ser repetitivo falar o quanto fones true wireless mais simples não trazem facilidade de conexão nos demais aparelhos. E com o Motobuds Charge as coisas não são diferentes.

O que eu mais senti falta foi o simples fato de abrir a case, colocar os fones no meu ouvido e eles serem reconhecidos automaticamente pelo dispositivo. Eu sei que isso ainda não é uma característica padrão desse tipo de produto, mas chega a ser frustrante toda vez que eu for usar os fones ter de ativá-los manualmente no meu smartphone.

Outra questão é que os fones da Motorola não possuem a melhor estabilidade de conexão. Eu conectei os fones em alguns dispositivos aqui de casa, incluindo smartphone, tablet e Smart TV. Em todos, foi comum que um lado dos fones parasse de funcionar repentinamente, mesmo com a bateria cheia. Na maioria das vezes, eu só precisei manter o dedo encostado em um dos fones para pausar e retomar uma música – aí sim os dois lados voltavam a tocar áudio normalmente.

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

O que preocupa é que essa perda de conexão é mais frequente do que parece. Pior: em muitos momentos eu precisei recolocar os dois fones dentro da case, tirá-los de lá e refazer o pareamento com o celular para conseguir ouvir nos dois lados. Ao mudar de cômodo em casa, também foram perceptíveis algumas interferências no Bluetooth. O princípio inicial de um fone true wireless é facilitar a conexão com um dispositivo e mantê-la estável. E isso, infelizmente, o Motobuds Charge não conseguiu entregar.

Bateria também não é o forte do Motobuds Charge, que tem uma autonomia de apenas cinco horas, e mais cinco contando o estojo de carregamento, totalizando dez horas. É um pouco menos das horas totais que os AirDots 2, da Xiaomi, que oferecem até 12 horas considerando a carga dos fones e da case. Mais uma vez venho reforçar que sim, o Motobuds Charge é um fone de ouvido básico, o que nos faz não exigir muito. Por isso, tenha em mente que ele pode te deixar na mão em viagens mais longas e que precisa estar carregado com mais frequência.

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

Por falar em carregamento, a parte mais legal é um mini conector USB-C na parte debaixo do estojo. Se o seu smartphone tiver esse tipo de conector, é só você plugar no aparelho para o acessório começar a carregar. A Motorola afirma que são necessários apenas 3% de bateria no celular para carregar as 5 horas completas da case, mas essa porcentagem pode variar de acordo com o modelo de telefone.

Qualidade de som

Se na conectividade o Motobuds Charge deixa a desejar, no som ele conseguiu me surpreender positivamente, mesmo se tratando de um fone de ouvido bastante básico. Acredito que isso se deu por causa do volume, que já fica alto o suficiente sem precisar atingir os 100% de capacidade. Mas veja bem: ainda é um produto muito simples, então o jeito é você não ter as expectativas lá em cima.

Os graves se sobressaíram sem apresentar tanto ruído. Faixas como Crimewave e Celestica, ambas do Crystal Castles, têm uma pegada mais eletrônica e com batidas acentuadas que tendem a criar um estouro se o fone não tiver um áudio minimamente decente. No Motobuds Charge, não notei essa característica.

Outros estilos musicais também tiveram a mesma experiência. O pop Cry About It Later, da Katy Perry, foi reproduzido com boa qualidade e sem ruídos. Na faixa PDA, da banda de rock Interpol, os médios e graves não apresentaram queda perceptível na qualidade sonora, sem abrir mão da potência (possivelmente um efeito do volume elevado).

Só não espere por um som super cristalino, principalmente no que diz respeito a vozes. Eu ouvi os discos Pang, da Caroline Polachek, e Fetch the Bolt Cutters, da Fionna Apple. E posso dizer que não há uma distribuição harmônica que destaque mais as vozes das cantoras dos demais instrumentos. Tudo parece ter sido jogado no mesmo recipiente, sem muita diferenciação, o que dificultou ouvir cada elemento separadamente.

Por fim, temos o microfone. E ele não é dos melhores. Além de deixar a voz com um efeito abafado, e em alguns casos meio robótico, qualquer som externo é captado pelos fones, que não consegue limpar esses ruídos o suficiente para tornar o som de uma ligação mais audível. Até em ambientes fechados foi difícil entender o que a outra pessoa dizia do outro lado da linha.

Vale a pena?

Para um acessório de R$ 100, eu acho que o Motobuds Charg entrega até mais do que você encontraria em um fone de ouvido nessa média de preço. O design minimalista é um ponto positivo, e seu grande diferencial é o mini conector USB-C no verso do estojo de carregamento, que permite usá-lo em qualquer smartphone com esse tipo de entrada, e não somente no pacote com o Moto G9 Play. O acessório também traz uma experiência sonora satisfatória, com destaque para o volume do som, que já alcança uma boa potência mesmo sem chegar à capacidade máxima.

Review Motorola Motobuds Charge. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

Em contrapartida, o Motobuds Charge é um fone bastante limitado. Primeiro porque só pode ser comprado como parte de uma edição especial do Moto G9 Play, que custa R$ 1.699, e por enquanto está indisponível no site da Motorola. Eu questionei a fabricante sobre a disponibilidade do produto, tanto no pacote com o G9 Play quanto se há planos para vendê-lo separadamente. A resposta que eu tive é de que, atualmente, os fones são vendidos apenas com Moto G9 Plus, que tem preço sugerido de R$ 1.999. Contudo, em uma simulação que eu fiz no site da marca, o acessório não aparece como adicional.

Em segundo lugar, estão os fatores negativos que descrevi ao longo deste review, como a instabilidade de conexão e pareamento com o smartphone, a bateria de pouca duração e o microfone que não funciona muito bem em qualquer tipo de ambiente. No mais, o Motobuds Charge pode ser uma opção interessante para quem está trocando de smartphone e tem o Moto G9 Play ou o Moto G9 Plus na lista.

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WhatsApp está postando stories para tentar te convencer que respeitam sua privacidade

Posted: 31 Jan 2021 12:06 PM PST

WhatsApp. Imagem: Christoph Scholz (Flickr)

Como muitos de vocês provavelmente já sabem, o WhatsApp anunciou mudanças na sua política de privacidade e confundiu muitas pessoas que tiveram a impressão de que o aplicativo passaria a compartilhar seus dados com o Facebook. Desde então, a empresa tem tentado de toda forma garantir que nada muda nas conversas individuais.

Agora, a nova tática deles: utilizar as mensagens de status (em formato de stories) para dizer que respeitam a sua privacidade. Em uma atualização neste domingo (31),o WhatsApp anunciou que agora também apareceria no status e que usaria a ferramenta para informar os usuários sobre atualizações e recursos.

O anúncio veio junto de dois stories sobre privacidade. A empresa disse que usaria a ferramenta para que as pessoas pudessem ouvir do WhatsApp diretamente. Uma das mensagens diz que “o WhatsApp não pode ler ou ouvir suas conversas pessoais, já que elas são criptografadas de ponta a ponta” e dá o link para uma página sobre privacidade.

A página reafirma que privacidade é uma “prioridade” para o WhatsApp e que as conversas são armazenas apenas no seu dispositivo. Também destaca uma série de recursos — como as configurações de privacidade em grupo e a verificação em duas etapas — para dizer que permite aos usuários controlar sua privacidade.

Os problemas começaram em janeiros, quando o WhatsApp revelou sua nova política e disse aos usuários que eles não poderiam usar o aplicativo a menos que concordassem com o os novos termos. Alguns críticos afirmaram que a novidade parecia dar ao WhatsApp o direito de compartilhar dados pessoais, como o número de telefone ou informações de pagamento com o Facebook, o Instagram ou qualquer outro subsidiário das empresas de Zuckerberg.

Falando honestamente, a nova política era quase impossível de se entender. A maioria dos usuários passou a supor que o o Facebook conseguia ler suas mensagens do WhatsApp, ver sua lista de contatos e saber toda vez que alguém leu uma mensagem. No entanto, se você apenas faz uso pessoal do WhatsApp, nada mudo por enquanto. A nova política de privacidade só vale para as empresas que usam o Facebook.

“Queremos deixar claro que a atualização da nossa política não afeta a privacidade das suas mensagens com amigos ou família de forma alguma”, diz a plataforma em sua página de FAQ. “As mudanças são relacionadas a recursos opcionais para negócios no WhatsApp e fornecem mais transparência sobre como coletamos e usamos dados”, conclui.

De qualquer forma, o estrago já foi feito. Após o incidente, os rivais Signal e Telegram ganharam muitos novos usuários. E vale notar que o Signal foi cofundado por Bryan Acton, um dos cofundadores originais do WhatsApp e que, anteriormente, havia dito para as pessoas deletarem o Facebook.

Além de criar esses stories, o WhatsApp criou uma página de FAQ e adiou o lançamento da nova política de privacidade para maio. Seus executivos, assim como outros executivos do Facebook, como o Adam Mosseri, chefe do Instagram, e Andrew Boswort, vice presidente de AR/VR do Facebook, tentaram acalmar os usuários.

Tudo bem que o WhatsApp está tentando conter a crise, mas algo me diz que não é só com alguns stories que eles vão resolver uma bagunça tão grande.

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Unidade Cibernética do Hezbollah invadiu empresas por anos, diz pesquisa

Posted: 31 Jan 2021 08:33 AM PST

Hezbollah

Uma unidade cibernética ligada ao grupo xiita Hezbollah tem conduzido missões de espionagem por todo o mundo, hackeando provedores de serviços de internet e empresas de telecomunicações para coletar dados.

Pesquisadores chamam o grupo de “Cedro Libanês” e acreditam que ele foi criado em torno de 2012 e seja motivado principalmente por motivos “políticos e ideológicos”. As informações foram divulgadas em um relatório da empresa de segurança ClearSky. O “Cedro” usa suas campanhas de intrusão para entrar silenciosamente em governos e sistemas corporativos para ganhar conhecimento, diz o relatório.

O grupo foi descoberto primeiro pelas empresas de segurança Kaspersky Labs e Checkpoint em 2015 (ele era chamado de “Cedro Volátil”). Na época, pesquisadores afirmaram ter encontrado relações entre a organização e o governo libanês. O relatório da ClearSky confirma as suspeitas.

‘”Endossamos as conclusões da Checkpoint ao associar os softwares Cedro Libanês ao governo libanês ou a um grupo político do país. Além disso, há vários indícios que vinculam as ferramentas do grupo à Unidade Cibernética do Hezbollah”, escrevem os pesquisadores.

O governo dos EUA considera o Hezbollah um grupo terrorista. Ele é conhecido pelo uso de ataques cibernéticos nos seus conflitos com Israel. A organização também é famosa por manipular informações em redes sociais.

“O Cedro” estava discreto desde quando foi descoberto, em 2015. Por meio de suas manobras silenciosas, o grupo conseguiu comprometer aproximadamente 250 servidores em todo o mundo, incluindo EUA, Israel, Egito, Jordânia e Palestina.

Nos EUA, o “Cedro” conseguiu entrar nas redes de entidades como a Frontier Communications — uma empresa de telecomunicações em Connecticut — além do Escritório de Gerenciamento e Serviços Empresariais de Oklahoma, a principal fornecedora de serviços de TI do governo local.

Os pesquisadores enfatizam a capacidade do grupo de realizar missões sem chamar muita atenção para si:

O Cedro Libanês tem orquestrado ataques muito sofisticados, bem desenhados e com ferramentas personaliza personalizadas desde 2012, normalmente sem interrupções por parte da comunidade de segurança global por longos períodos de tempo. A habilidade do grupo de ficar fora do radar não existe ao acaso — é fruto de uma seleção inteligente de alvos, ferramentas e vetores de ataque.

“Avaliamos que há muito mais empresas que foram hackeadas e tiveram informações valiosas roubadas desses grupos por meses e anos”, conclui o relatório.

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