quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

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Apple Maps vai ficar mais parecido com o Waze no iOS 14.5

Posted: 10 Feb 2021 04:18 PM PST

Recursos bem parecidos com os do Waze estarão disponíveis em breve no Apple Maps. A nova versão do aplicativo está disponível na versão beta do iOS 14.5 e deve chegar a todos até o fim do primeiro semestre. Nela, é possível relatar radares, acidentes ou qualquer tipo de perigo na estrada. O recurso foi projetado para ser usado sem as mãos, usando os comandos de voz da Siri no iPhone ou no CarPlay.

Para alertar, basta dizer “E aí, Siri, informe…” e o tipo de evento, seja um acidente, perigo na estrada, radar ou apenas “incidente”. Os usuários da versão beta do recurso também podem dizer coisas como “Tem um acidente à frente” ou “Tem um radar aqui”. A assistente também entenderá comandos como “não tem mais perigo” ou “não tem mais acidente”, bem como “o acidente continua aqui”.

Resta saber se o recurso vai funcionar no Brasil e também se ele será útil, já que a base instalada de iPhones no País fica em torno dos 13% — com menos pessoas reportando incidentes, pode ser que os alertas não sejam tão atualizados assim.

O aplicativo também vai ganhar rotas de bicicleta para Portland e San Diego. Aí, serão cinco cidades com o recurso, todas nos EUA — Los Angeles, San Francisco e Nova York completam a lista.

Por fim, a empresa continua a expandir seus Guias, que oferecem dicas sobre onde fazer caminhadas, comer, fazer compras e se aventurar. A Apple diz que o Maps agora apresenta mais de 500 desses guias selecionados, e eles são atualizados automaticamente com novos adicionados a cada semana.

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Este peixe é igual aos fósseis de seus ancestrais primitivos, mas seu DNA continuou evoluindo

Posted: 10 Feb 2021 02:38 PM PST

Uma análise de DNA do peixe celacanto sugere que seu genoma passou por algumas mudanças significativas na história evolutiva recente, potencialmente dissipando a imagem popular desses peixes icônicos como sendo “fósseis vivos”.

A descoberta de um celacanto vivo na costa da África do Sul em 1938 foi um choque, pois se acreditava que esses animais estavam extintos. Os grandes peixes foram posteriormente chamados de "fósseis vivos" devido à sua semelhança com espécies quase idênticas encontradas no registro fóssil.

Uma nova pesquisa publicada na Molecular Biology and Evolution apresenta evidências que mostram que pelo menos uma espécie de celacanto, formalmente conhecida como Latimeria chalumnae, não é o fóssil vivo que se presumia que ele fosse, tendo adquirido dezenas de novos genes nos últimos 23 milhões de anos – uma surpreendente descoberta e muito diferente da ideia de que a espécie quase não mudou desde que seus ancestrais surgiram há mais de 300 milhões de anos. Além do mais, essa é mais uma evidência de que o conceito de fóssil vivo está desatualizado e um tanto inadequado.

Não se sabe muito sobre os celacantos, mas eles não são particularmente agressivos e, na verdade, são até sociáveis, explicou Isaac Yellan, o principal autor do novo estudo, por e-mail. O L. chalumnae vive no oceano Índico e nas águas da costa do sudeste da África e, embora não esteja extinto, o peixe é evasivo e está criticamente ameaçado de extinção, disse Yellan, um estudante de graduação do Departamento de Genética Molecular da Universidade de Toronto.

Cientistas e marinheiros posam com um celacanto de 54 quilos capturado na costa de Madagascar em 1953. Imagem: Associated Press (AP)

Yellan e seus colegas fizeram a descoberta enquanto pesquisavam sobre proteínas que se ligam ao DNA, com foco em uma proteína chamada CGG Binding Protein 1 (CGGBP1). Outros pesquisadores estudaram a função dessa proteína em humanos, mas seu papel na história evolutiva é pouco compreendido, assim como sua aparente semelhança com uma família específica de transposons – sequências de DNA capazes de mudar de posição dentro de um genoma. Isso levou a equipe a estudar proteínas de ligação em outras espécies, em uma jornada que acabou levando-os ao peixe tão peculiar.

"O celacanto africano entrou em cena quando começamos a procurar CGGBPs (proteínas de ligação ao DNA) em genomas publicados e descobrimos que ele tem 62 genes CGGBP – muito mais do que qualquer outro vertebrado", explicou Yellan. "Começamos então a investigar de onde essa grande família de genes poderia ter vindo."

Conforme observado, os 62 genes são transposons, que costumam ser chamados de “genes saltadores”, porque eles “saltam” em torno do genoma, mas também podem fazer cópias de si mesmos. Os transposons são considerados genes parasitas, com o único foco de autorreplicação, mas alguns deles podem influenciar a função. Portanto, com 62 desses genes encontrados em celacantos, esses genes saltadores provavelmente estão desempenhando um papel importante.

Na verdade, o novo artigo destaca a influência drástica que os transposons podem ter no genoma geral de uma espécie e sua evolução contínua.

Um espécime preservado em exibição em um museu na Áustria. Imagem: Alberto Fernandez Fernandez

Os transposons são "frequentemente parasitas e podem ser muito prejudiciais se interromperem os genes, mas às vezes eles formam relacionamentos cooperativos com seus hospedeiros", disse Yellan. "Isso pode ocorrer de muitas maneiras diferentes", disse ele, e uma quantidade limitada de replicação pode aumentar a diversidade genética do hospedeiro. Às vezes, no entanto, os transposons perdem sua capacidade de se replicar, "da qual seu hospedeiro pode tirar vantagem, como é o caso do CGGBP1".

Isso tudo parece muito estranho, mas basicamente, a espécie hospedeira às vezes é capaz de alavancar a situação, na qual os transposons imóveis são retidos devido às suas qualidades benéficas. Pense nisso como outro mecanismo de evolução, uma forma alternativa de mutação e seleção. Esse parece ser o caso aqui, com o lote sem precedentes de 62 transposons do celacanto, que são genes genuínos derivados de transposons imóveis, explicou Yellan.

"Eu também gostaria de salientar que os transposons que estudamos não são mais capazes de pular no genoma do celacanto", acrescentou. "O que resta são seus próprios ‘fósseis’ mortos e os genes CGGBP."

Os pesquisadores não têm certeza do que esses 62 transposons estão fazendo, mas provavelmente estão desempenhando um papel na regulação do gene, de acordo com o artigo.

Yellan e seus colegas, incluindo o geneticista molecular Tim Hughes, também da Universidade de Toronto, encontraram genes relacionados nos genomas de outros animais, mas a distribuição desses genes apontou para uma origem fora dos ancestrais comuns.

Na verdade, alguns, mas não todos os transposons, são adquiridos por meio de interações com outras espécies, incluindo aquelas com parentesco distante, em um processo conhecido como transferência horizontal de genes. Os autores não conseguem identificar a origem exata dos transposons documentados em L. chalumnae, mas eles têm algumas ideias.

"Uma maneira de os transposons serem captados e transportados entre as espécies é por meio de um hospedeiro intermediário parasita, como uma lampreia, que se alimenta do sangue de peixes", disse Yellan. "Isso é corroborado pelo fato de termos encontrado um desses transposons em uma espécie de lampreia, embora não saibamos se os celacantos o receberam da lampreia ou vice-versa".

Como o novo artigo também aponta, esses genes apareceram em vários pontos durante os últimos 22,3 milhões de anos, um número alcançado por meio de uma análise comparativa dos peixes africanos com Latimeria menadoensis, seu correspondente indonésio (a única outra espécie existente de celacanto), já que essas duas espécies de celacanto divergiram naquela época.

O que nos leva ao conceito de fósseis vivos – espécies cujos genomas quase não mudaram em longos períodos de tempo. Outros exemplos incluem o peixe pulmonado e o tuatara (um animal que se assemelha ao ancestral das cobras e dos lagartos), mas, como Yellan explicou, os genomas desses animais, como o celacanto, não são estáticos.

“Pesquisas anteriores descobriram que, embora os genes do celacanto tenham evoluído lentamente em comparação com outros peixes, répteis e mamíferos, seu genoma como um todo não evoluiu de forma anormalmente lenta e dificilmente é inerte”, disse Yellan.

Ao que ele acrescentou: “Acho que, à medida que mais e mais genomas são publicados, o conceito de ‘fóssil vivo’ está se tornando cada vez mais um equívoco, e acho que muitos cientistas provavelmente hesitariam em atribuí-lo a qualquer espécie.”

Sempre gostei do conceito de fósseis vivos, mas estou suficientemente persuadido de que é um conceito falso. Claro, os animais podem parecer superficialmente com seus ancestrais distantes, mas são as partes sob o capô que contam toda a história.

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CEO da Riot Games é acusado de assédio moral e sexual

Posted: 10 Feb 2021 02:11 PM PST

Imagem: Reprodução/Riot Games

De acordo com os sites Daily Esports e Vice, o CEO da Riot Games, Nicolo Laurent, está sendo processado por assédio sexual e discriminação de gênero. As denúncias foram feitas pela ex-assistente executiva da empresa, Sharon O’Donnell, que foi demitida em julho do ano passado, conforme escrito no processo aberto em janeiro deste ano no Tribunal Superior do Estado da Califórnia, no condado de Los Angeles.

Segundo as informações encontradas no documento, O’Donnell e outras funcionárias sofriam constantes situações de assédio, inclusive com teor sexual e com avanços inoportunos, como convidá-la para ir à sua casa sem o conhecimento de sua esposa. Toda esta situação as deixaram complemente desconfortável. Segundo o documento, ao ameaçar denunciar Laurent, a executiva foi demitida, sem receber pelas horas em que trabalhou, incluindo horas extras.

Um porta-voz da Riot Games disse à Vice que estão sendo investigadas as acusações “Neste caso, como algumas das reivindicações se referem a um líder executivo, um comitê especial de nosso Conselho de Administração está supervisionando a investigação, que está sendo conduzida por um escritório de advocacia externo. Nosso CEO prometeu total cooperação e apoio durante este processo e estamos empenhados em garantir que todas as reclamações sejam totalmente exploradas e devidamente resolvidas.”

A Riot Games disse ainda que “a funcionária foi demitida da empresa após múltiplas queixas documentadas por várias pessoas”.

No entanto, é não é a primeira nem a segunda vez que a Riot Games é acusada de sexismo. Em 2018, o Kotaku publicou um artigo expondo a cultura sexista da companhia, com depoimentos de empregados e clientes, como o caso de três mulheres que recebiam em seus emails fotos de genitálias masculina de chefes ou colegas. “É dolorosamente real. É como trabalhar em uma fraternidade gigante", revelou uma delas.

Outros dois grandes casos, de 2019, também vieram a público, mas se encerraram com acordos entre as partes. Ainda assim, a Riot Games parece não apresentar nenhuma solução estrutural para evitar novas vítimas.

[Washington Post]

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Se empilhássemos todos os vírus da Covid-19 do mundo, eles caberiam em uma latinha de Coca-Cola

Posted: 10 Feb 2021 12:19 PM PST

Estrutura do novo coronavírus COVID-19

A Covid-19 já foi responsável por mais de 2,3 milhões de mortes em todo o mundo e contabiliza mais de 107 milhões de casos registrados. Os efeitos da pandemia são devastadores e mostram como estávamos despreparados para lidar com um evento dessa dimensão. Enquanto acompanhamos as notícias sobre novas descobertas em relação ao vírus e celebramos a chegada das vacinas, é fácil esquecer que tudo isso está sendo causado por um vírus tão minúsculo.

Para ilustrar esse abismo entre o tamanho do agente causador e o tamanho do estrago, o matemático britânico Kit Yates, da Universidade de Bath, decidiu calcular a quantidade de vírus SARS-CoV-2 que circulam no mundo. O resultado? Todos os dois quintilhões de partículas do vírus caberiam em uma única latinha de Coca-Cola.

Yates explica que se baseou no diâmetro do SARS-CoV-2, que tem em média 100 nanômetros, para calcular o volume. Mesmo considerando as proteínas spike que fariam com que houvessem lacunas entre as partículas quando elas fossem empilhadas, o volume de todo o vírus causador da Covid-19 no mundo não ultrapassaria os 330 ml de uma latinha.

Em comunicado, Yates afirmou que "é impressionante pensar que todos os problemas, as interrupções, as dificuldades e as mortes que aconteceram no último ano caberiam em apenas alguns goles".

[Reuters]

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Um dia após Emirados Árabes, missão chinesa Tianwen-1 também chega à órbita de Marte

Posted: 10 Feb 2021 11:17 AM PST

Ilustração artística do orbitador e rover Tianwen 1 em Marte. Crédito: CNSA / Academia Chinesa de Ciências/Astronomia da Natureza

Após a sonda Hope entrar na órbita de Marte na tarde ontem, a missão chinesa Tianwen-1 também conseguiu se aproximar do Planeta Vermelho nesta quarta-feira (10), por volta das 9h (horário de Brasília). Esta é a primeira ação interplanetária da China, tornando o país o sexto a ter uma sonda orbitando Marte, seguido dos Estados Unidos, a ex-União Soviética, a Agência Espacial Europeia, Índia e Emirados Árabes. Ela deve retornar à Terra até 2030.

Ela foi lançada em 23 de julho de 2020 no foguete mais poderoso da China, chamado de Long March 5. A queima foi iniciada às 6h52 da manhã, permitindo que a espaçonave de cinco toneladas reduzisse a velocidade e fosse capturada gravitacionalmente por Marte. Esta é mais uma etapa das ambições espaciais do país, que levou mais de três décadas para iniciar sua própria trajetória de forma significativa.

A Tinwan-1, cujo nome significa “busca pela verdade celestial”, é composta por um orbitador, um módulo de pouso e um rover de seis rodas carregando instrumentos científicos, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA). O astromóvel é encapsulado dentro de um escudo térmico para sua proteção no momento da descida. Depois de ser liberado da nave-mãe orbital, o módulo de pouso entrará na atmosfera do Planeta Vermelho, abrirá um paraquedas e, em seguida, disparará um foguete de frenagem para desacelerar para o pouso. Abaixo, você pode conferir um vídeo ilustrativo sobre sua performance:

Conforme informações das autoridades chinesas, o Tianwen-1 foi projetado para operar por pelo menos dois anos. O veículo espacial é movido à energia solar, equipado com seis rodas para mobilidade e possui uma expectativa de vida de pelo menos 90 dias. A sua finalidade é contribuir com pesquisas globais sob re Marte, como na composição dos seus solo e  rochas, busca por sinais de gelo enterrado, além de estudar a magnetosfera e a atmosfera marciana. O orbitador e o rover também observarão o clima e sondarão a estrutura interna.

O seu radar de penetração do solo seria um dos primeiros instrumentos científicos desse tipo a alcançar a superfície de Marte. O mesmo pode ser encontrado no robot Perseverance da NASA, que escaneia camadas subsuperficiais da crosta marciana em busca de depósitos de gelo de água. Inclusive, esta missão americana tem previsão do pouso em Morte para 18 de fevereiro.

Uma câmera ejetada da Tianwen 1 a caminho de Marte capturou esta imagem da sonda no espaço no ano passado. Crédito: Administração Espacial Nacional da China.

Mas a extração de componentes espaciais não é novidade para a China, pois a espaçonave Chang'e-5 trouxe amostrar do solo lunar para a identificação e pesquisa de uma região inexplorada da Lua chamada Oceanus Procellarum, ou "Oceano das Tempestades". Para os especialistas, é nesta área que teriam se formado vulcões no passado, o que ajudaria a entender melhor a evolução do nosso satélite natural.

Nas próximas semanas ela deve se aproximar ainda mais do planeta e realizar o pouso na superfície marciana em maio ou junho, com o objetivo de um pouso em uma vasta planície no hemisfério norte de Marte chamada Utopia Planitia, com diâmetro aproximado em 3.300 km, causada por algum asteroide. Se ela conseguir cumprir tal feito, será o terceiro país a conquistar este marco histórico, como União Soviética e EUA.

Enquanto a NASA e os cientistas dos EUA ajudaram o orbitador Hope em sua viagem, a Tianwen-1 da China não teve a mesma assistência, pois a rede internacional de antenas Deep Space Network (DSN) da NASA, que fornece rastreamento e cobertura de comunicações para várias sondas espaciais dos EUA e internacionais, não foi convocada para apoiar a excursão.

[Space Flight Now, CNN]

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Não é notícia repetida: vazaram dados de mais de 100 milhões de contas de celular no Brasil

Posted: 10 Feb 2021 11:17 AM PST

Enquanto ainda tentamos entender quais são as consequências do megavazamento de janeiro, que expôs dados de mais de 223 milhões de CPFs, surge a notícia de uma nova brecha de segurança de grandes proporções, desta vez envolvendo linhas de celular. Descoberto pela PSafe e noticiado em primeira mão pelo NeoFeed, este vazamento inclui dados de mais de 100 milhões de celulares.

Segundo a empresa de cibersegurança, o vazamento envolve informações como tempo de duração de ligações, número de telefone e dados pessoais, entre outros. Mesmo pessoas famosas, como o presidente Jair Bolsonaro e os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes, estão na lista de afetados.

Ao NeoFeed, Marco DeMello, CEO e fundador da PSafe, diz que o hacker que possui os dados não é brasileiro e não revela como obteve as informações. Ele está vendendo os registros na deep web ao preço de R$ 6.200 por registro, em bitcoins, mas este valor cai na compra de quantidades maiores. A empresa também diz ter identificado a carteira de bitcoin responsável por receber os pagamentos das vendas.

Ao NeoFeed, a PSafe disse que o hacker forneceu os dados de Jair Bolsonaro e de Fátima Bernardes. Os registros do presidente incluem número de celular, valor da conta telefônica, número de minutos de ligação por dia, data de nascimento, CPF, filiação e outras informações. No caso da apresentadora global, há o número de telefone, o endereço de e-mail e o CNPJ, além de outros dados.

Em um comunicado divulgado na noite desta quarta (10), DeMello diz: "A maneira com que os dados foram obtidos ainda não são claras para nossa equipe. O que podemos afirmar é que os vazamentos de dados empresariais têm sido cada vez mais frequentes e os colaboradores em home office têm sido o principal alvo dos cibercriminosos. É uma briga injusta para as empresas, basta um dispositivo desprotegido e uma ameaça bem sucedida para que um vazamento ocorra. A proteção aos dados precisa ser ativa em tempo integral."

O cibercriminoso diz que as informações foram obtidas de duas grandes operadoras, mas a PSafe diz que não pode “tomar como evidência a alegação” dele. Ao NeoFeed, Vivo e Claro negaram vazamentos de suas bases.

DeMello afirma que sua empresa tem relacionamento próximo com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados e que as autoridades já foram comunicadas.

Atualizado às 19h48 com informações do comunicado da PSafe.

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Mineração de bitcoin já consome mais energia do que Argentina, Holanda e Emirados Árabes

Posted: 10 Feb 2021 11:05 AM PST

Imagem: Dmitry Demidko (Unsplash)

A bitcoin voltou ao centro das atenções nas últimas semanas, talvez por conta do impulsionamento causado pelas falas da Tesla, que comprou US$ 1,5 bilhão em criptomoedas, e de Elon Musk, que tem feito tweets sobre elas. E o uso desse tipo de transação está tão em alta que a “mineração” de bitcoin já consome anualmente mais eletricidade do que toda a energia gerada na Argentina.

Esse é o resultado de uma análise da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. De acordo com o relatório, minerar criptomoedas demanda bastante energia, uma vez que envolve cálculos pesados de computador para verificar e autorizar milhares de transações feitas simultaneamente. A estimativa é que esse consumo tenha uma média de 121,36 terawatts-hora (TWh) por ano, e dificilmente perderá força, a não ser que seu valor de mercado seja reduzido.

O número supera o consumo anual de energia de países como Argentina (121 TWh), Holanda (108,8 TWh) e Emirados Árabes (113,20 TWh). Se continuar nesse ritmo, em breve também passará a Noruega (122,20 TWh).

Os pesquisadores de Cambridge atribuem essa demanda surreal a alguns fatores. Com mais gente conhecida falando sobre a criptomoeda, como foi com o caso da Tesla, maior é seu valor no mercado. Só esta semana, foi registrado um novo recorde: US$ 48 mil, ou R$ 257 mil na conversão atual. Com esse aumento do preço, os mineradores de bitcoin ganham um incentivo a mais para operar cada vez mais máquinas que realizam esse processo. Logo, cresce o consumo de energia para manter esses equipamentos funcionando, uma vez que os computadores ficam ligados praticamente o tempo inteiro.

A mineração de bitcoin acontece por meio de computadores específicos que ficam conectados à rede de criptomoedas. Os dispositivos verificam as transações que utilizam essa forma de pagamento, seja pessoas que enviam ou recebem bitcoins. O processo envolve um complexo sistema de criptografia para solucionar uma equação e, com o passar do tempo, as equações vão ficando cada vez mais difíceis. É justamente nesse processo que os usuários responsáveis por essa mineração recebem pequenas quantias de bitcoins. Para aumentar os lucros, os mineiros geralmente conectam milhares de mecanismos de mineração à rede principal.

Com o aumento no consumo de energia, também se levanta questões envolvendo o impacto ambiental. Em entrevista à BBC, o autor David Gerard afirma que o bitcoin se tornou um meio anti-eficiente, pois não importa o tipo de tecnologia desenvolvida: as criptomoedas sempre vão demandar mais estrutura e, consequentemente, uma energia muito maior. Talvez elas não destruam o planeta, mas soluções a longo prazo podem diminuir esse impacto negativo. Gerard sugere que uma das alternativas seria a criação de um importo específico para bitcoin.

[BBC]

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Esta gosma cinzenta um dia poderá servir de combustível para motos e carros

Posted: 10 Feb 2021 09:11 AM PST

Em vez de gasolina e diesel, pode ser que em um futuro muito próximo você abasteça seu carro ou motocicleta usando um cartucho de pasta grudenta que lembra uma massa corrida cinza. Pelo menos é isso que pesquisadores do Instituto Fraunhofer de Tecnologia de Manufatura e Materiais Avançados (IFAM) da Alemanha esperam com sua nova criação.

A gosma é chamada de POWERPASTE e é concebida como uma maneira mais segura e prática de usar hidrogênio como fonte potencial de combustível para tornar veículos mais sustentáveis.

O problema é que o hidrogênio, especialmente na forma gasosa, é volátil. Embora as células a combustível de hidrogênio tenham sido testadas em carros, a pressão envolvida no reabastecimento torna sua utilização impraticável para formas menores de transporte. Além disso, os custos para construir uma rede alternativa de postos de abastecimento seriam altíssimos.

A POWERPASTE é uma mistura de pó de magnésio e hidrogênio que cria o hidreto de magnésio. São adicionados à fórmula ainda éster, que é um tipo de composto químico formado a partir de um álcool e um ácido, além de um sal de metal. Segundo os pesquisadores, a pasta seria armazenada em um cartucho e liberada por meio de um cilindro interno. No entanto, a pasta armazena apenas metade do hidrogênio necessário — a outra metade viria de um tanque de água a bordo do veículo. Quando a água e a pasta se misturam, a reação cria gás hidrogênio em uma quantidade que pode ser ajustada para atender às necessidades da célula de combustível.

"A POWERPASTE armazena hidrogênio em uma forma química em temperatura ambiente e atmosférica para ser liberado sob demanda", disse Marcus Vogt, pesquisador associado do Fraunhofer IFAM, em comunicado à imprensa. Ele ainda conta que a pasta tem uma densidade de armazenamento de energia muito maior do que um tanque de alta pressão normalmente usado para células movidas a combustível de hidrogênio. "E em comparação com as baterias, tem dez vezes mais densidade de armazenamento de energia", acrescentou.

Os pesquisadores observaram que a pasta só começa a se decompor ao atingir 250°C de temperatura, o que significa que não é grande coisa mesmo se uma bicicleta elétrica ou motocicleta ficar ao sol por horas. Além disso, os cartuchos de pasta eliminariam a necessidade de construir redes de abastecimento, já que os usuários poderiam apenas reabastecer em casa ou carregar um cartucho extra — teoricamente, eles poderiam ser vendidos em postos de gasolina regulares. E o custo não ficaria elevado, uma vez que a pasta é baseada em pó de magnésio, um dos elementos mais abundantes disponíveis atualmente.

A pasta pegajosa não se limita a scooters ou motocicletas. De acordo com os pesquisadores, por causa de sua enorme densidade de armazenamento de energia, ela poderia ser usada em carros e também como “extensores de alcance em veículos elétricos movidos a bateria”. A pasta também poderia ser aplicada como fonte de alimentação para drones maiores.

Claro, isso não significa que todos estaremos usando veículos movidos a uma pasta gosmenta agora em 2021. Esses tipos de tecnologias conceituais geralmente levam anos para chegar ao mercado – se é que chegam. No entanto, o IFAM diz que está planejando construir uma planta de produção para a pasta ainda este ano, que será capaz de produzir até quatro toneladas de POWERPASTE anualmente. Não é uma garantia de que o lançamento vai mesmo acontecer, mas já é alguma coisa.

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ONU acusa hackers norte-coreanos de roubarem R$ 1,6 bilhão para comprar armas nucleares

Posted: 10 Feb 2021 09:00 AM PST

Um relatório preliminar da Organização das Noções Unidas divulgado nesta quarta-feira (10) acusa o exército de hackers da Coreia do Norte de ter roubado US$ 316,4 milhões (R$ 1,6 bilhão) em ativos virtuais, principalmente bolsas de criptomoedas, para financiar os programas nucleares e balísticos do país. A investigação tem como base as acusações feitas por um país não identificado que é membro da ONU.

De acordo com o documento, o regime do líder Kim Jong Un conduziu “operações contra instituições financeiras e casas de câmbio virtuais" para pagar por armas e sustentar a economia da Coreia do Norte, além de “produzir material fóssil, manter instalações nucleares e atualizar sua infraestrutura de mísseis balísticos" enquanto continuava "a buscar material e tecnologia para esses programas no exterior. O furto dos milhões de dólares teria acontecido entre 2019 e 2020.

Os hackers visaram instituições financeiras globais e casas de câmbio virtuais para adquirir ilegalmente moedas estrangeiras. O dinheiro então foi usado para apoiar os programas nucleares da Coreia do Norte, que figuram entre os principais investimentos do governo norte-coreano. O Business Insider diz que, para Kim Jong Un, a aquisição de mais energia nuclear evitaria uma intervenção internacional no país, onde mais de 40% da população está desnutrida e os cidadãos são enviados a campos de trabalhos forçados como punição por pequenas infrações.

O país que fez a denúncia e que se mantém no anonimato não disse especificamente quais tipos de armas ou sistemas teriam sido construídos a partir do suposto hack. Contudo, avaliou que é "altamente provável" que a Coreia do Norte possa montar um dispositivo nuclear em um míssil balístico de qualquer alcance, mas que ainda é incerto dizer se esses mísseis seriam capazes de reentrar na atmosfera terrestre com sucesso.

O relatório é de autoria do Painel de Especialistas na Coreia do Norte da ONU, órgão encarregado de monitorar a aplicação e eficácia das sanções impostas contra o regime de Kim como punição por suas armas nucleares e desenvolvimento de mísseis balísticos. A CNN, que obteve detalhes do documento por meio de uma fonte diplomática do Conselho de Segurança da ONU, afirma que o relatório tem “informações recebidas de países membros da entidade, de agências de inteligência, da mídia e de pessoas que fugiram do país".

Nos quatro anos que esteve à frente da presidência, Donald Trump tentou diminuir as tensões com a Coreia do Norte ao conduzir negociações presenciais com Kim Jong Un. No entanto, as conversas não chegaram a lugar algum, uma vez que o regime norte-coreano não desistiu de seu programa nuclear. Ainda não está claro como o presidente recém-eleito, Joe Biden, irá abordar a questão. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden, disse na semana passada que o governo está conduzindo uma revisão de políticas e que ele não "se antecipará a esse estudo" em público.

[CNN, Business Insider]

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Facebook usa algoritmo que reduz conteúdo político no Brasil

Posted: 10 Feb 2021 07:50 AM PST

Ícones de aplicativos de redes sociais

Após o anúncio do comprometimento em diminuir a quantidade de conteúdo político que exibe na timeline, o Facebook já iniciou o processo de modificação do seu algoritmo, com testes nos feeds de países como Brasil, Canadá e Indonésia, com expansão para os Estados Unidos na próxima semana.

A redução será temporária e para uma pequena porcentagem. "Durante esses testes iniciais, exploraremos uma variedade de maneiras de classificar o conteúdo político nos feeds das pessoas usando diferentes sinais e, em seguida, decidiremos as abordagens que usaremos no futuro", diz Aastha Guopta, diretora de gerenciamento de produto do Facebook. Entretanto, informações oficiais sobre a Covid-19 e de agências do governo continuarão sem ser afetadas.

O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, já havia indicado, em conferência de acionistas realizada no final de janeiro, que as mudanças seriam feitas por conta das inúmeras denúncias e reclamações feitas pelos usuários. "Um dos principais comentários que estamos ouvindo de nossa comunidade no momento é que as pessoas não querem que brigas por conta de política dominem sua experiência em nossos serviços".

Contudo, a rede social foi uma das principais plataformas para engajamento político, especialmente após os casos da Cambridge Analytica nas eleições de Donald Trump.

De acordo com o Facebook, o conteúdo político equivale apenas a 6% do total que é visto na plataforma. Ainda assim, causa tanta animosidade que sete das 10 páginas com mais interação nos EUA, eram sobre política, incluindo as do ex-presidente Donald J. Trump e dos sites Fox News, Breitbart e Occupy Democrats.

Ainda não está totalmente clara a atuação do algoritmo e de que forma a sua funcionalidade vai afetar o feed dos pessoas. Mesmo assim, Lauren Svensson, porta-voz do Facebook, disse que a empresa continuará "refinando esse modelo durante o período de teste para identificar melhor o conteúdo político e podemos ou não acabar usando esse método por um longo prazo".

[The New York Times]

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Procon-SP e Samsung fecham acordo para dar carregador a compradores do Galaxy S21

Posted: 10 Feb 2021 07:40 AM PST

Samsung Galaxy S21. Imagem: Sam Rutherford (Gizmodo)

A nova linha Galaxy S21 chega oficialmente no início de março, e com ela as críticas que envolve a remoção dos fones de ouvido e do adaptador de tomada da embalagem dos produtos. Agora, um acordo entre a Samsung e a Fundação Procon-SP parece reverter essa decisão, pelo menos temporariamente, já que o consumidor poderá escolher se deseja receber o carregador gratuitamente.

Em comunicado à imprensa, o Procon-SP diz que a Samsung assinou um Termo de Compromisso Voluntário para que seja disponibilizado, sem custo algum, um carregador para todos os consumidores que comprarem um Galaxy S21, S21+ ou S21 Ultra. A medida vale somente para o período de pré-venda dos novos dispositivos, que teve início nesta quarta-feira (10) e vai até o próximo dia 7 de março.

A solicitação deve ser feita pelo site Samsung Para Você, e o acessório será entregue em até 30 dias corridos a partir do registro do pedido. É importante destacar mais duas coisas: a medida não vale para os fones de ouvido, que continuarão ausentes da caixa dos produtos, e é válida para o Brasil todo. Em outros países, a empresa manterá o item de fora da embalagem.

“Trata-se de um acordo histórico com a Samsung válido somente para o Brasil, que sai na frente do mundo inteiro e que em março deverá ser transformado em acordo definitivo, já que não existe uma justificativa de caráter ambiental para esse tipo de procedimento. É uma promoção puramente de caráter econômico", destaca Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

Quando Capez diz "de caráter econômico", ele se refere à justificativa da Samsung de que a remoção dos fones e carregador é por questões de sustentabilidade. É exatamente a mesma explicação adotada pela Apple, que iniciou essa nova era de smartphones sem acessórios essenciais na caixa dos produtos com o iPhone 12. "Se existe a preocupação ambiental, o Procon-SP irá exigir a adoção de políticas de logística reversa a todos os fabricantes de eletrodomésticos e também montadoras de automóveis e celulares", completa.

No final de 2020, a entidade notificou a Apple para que a empresa explicasse sobre a venda de novos modelos de iPhone sem o carregador incluso na caixa. O Procon-SP alega que, mesmo informando que a exclusão desses itens promoveria redução da emissão de carbono, mineração e materiais preciosos, a companhia não demonstrou esse ganho ambiental.

A conduta da companhia está sendo analisada pela diretoria de fiscalização do Procon-SP. O diretor da fundação informou ainda aguardar que a Apple siga pelo mesmo caminho da Samsung e forneça o adaptador de tomada gratuitamente ao consumidor, mesmo que por um período temporário. "O Procon-SP está analisando e entende que se trata de venda casada. Obrigar o consumidor a adquirir o aparelho e depois o carregador não tem justificativa, e a questão ambiental é uma simples desculpa", diz.

[Procon-SP]

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Coluna: Sobre pedagogia que liberta a tecnologia

Posted: 10 Feb 2021 07:20 AM PST

Neste primeiro artigo, gostaria de me apresentar, dizer qual é o chão que eu piso e o que isso tem a ver com tecnologia. Me chamo Taís Oliveira, tenho quase 31 anos, nasci e cresci na periferia de Guarulhos, em São Paulo.

A primeira vez que tive contato com um computador foi em 1998. Eu tinha oito anos. Meu irmão, sete anos mais velho, sempre foi entusiasmado com tecnologia. Estudava, montava e desmontava eletrônicos em casa, fazia diversos cursos, me ensinou datilografia numa arcaica máquina de escrever antes de ganharmos, da ex-patroa da minha mãe, o nosso tão sonhado Compaq Presario branco, tela de tubo, mouse de bolinha com fio e uma CPU imensa e barulhenta.

Meu irmão ia para a escola e dizia "pode usar o computador, só não formata ele" e aos oito anos meu passatempo era brincar no Paint, descobrir para que servia todos os Fn's do teclado, conversar com o clipe do Word e fazer capas coloridas no WordArt. Anos depois meu irmão passou a trabalhar em uma papelaria e então ele conseguia CDs da America Online mais baratos e assim tive minha iniciação com a internet, mesmo que discada, depois da meia-noite ou nos fins de semana.

Sempre nerd, passava horas jogando no site Fliperama do IG, treinando testes de lógica e às vezes tentando decorar meu número de ICQ. Durante os três anos do ensino médio o meu cursinho foi o site Vestibular 1 que traz, ainda hoje, vários conteúdos e roteiros de estudo para processos seletivos. Eu passei a maioria destes três anos certa que ia tentar Psicologia, mas, no último ano, depois de uma palestra sobre Marketing e de pesquisar mais sobre a área da comunicação decidi por cursar Relações Públicas.

Obra Onipresente e Imortal N. 4 – Adinkra Asante | Abdias Nascimento

Ainda na faculdade, em 2009, criei junto com um amigo um blog sobre Relações Públicas. Esse projeto durou dez anos e foi uma sala de aula à parte para minha formação. Por meio do blog conheci pessoas que eu admirava de longe, fui a eventos, viagens e congressos. Ganhamos reconhecimento, demos palestras, nos envolvemos em discussões políticas em relação à categoria. Foram excelentes 10 anos.

Essa constante aproximação com internet e tecnologia me motivou a atuar profissionalmente com comunicação digital. Mais tarde me tornei mestre em Ciências Humanas e Sociais pesquisando as relações e aspectos sociais de afroempreendedores a partir das mídias sociais. E atualmente, no doutorado, estudo o impacto da desinformação e do discurso de ódio em comunidades racializadas.

Toda essa história é importante para pontuar o quanto a tecnologia pode ser benéfica do ponto de vista individual. Para mim foi. Eu desenvolvi minha intelectualidade, aprendi, conheci pessoas e descobri meu campo de atuação a partir das minhas experiências individuais. Mas nós não podemos nos distanciar da análise crítica da tecnologia do ponto de vista coletivo e social.

Para tanto, gostaria de abrir os caminhos desta coluna com uma reflexão a partir de Abdias Nascimento (1914-2011). Abdias foi uma pessoa extremamente interdisciplinar, o que é muito importante em contextos complexos. Era poeta, dramaturgo, artista plástico, ativista pan-africanista, fundou o Teatro Experimental do Negro e o Museu de Arte Negra. Além disso foi professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, deputado federal, senador da República e secretário do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Formou-se em Economia na Universidade do Rio de Janeiro, pós-graduado no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e em Estudos do Mar no Instituto de Oceanografia. Além da formação, Abdias Nascimento também coleciona títulos de Doutor Honoris Causa de instituições de ensino como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, da Universidade Federal da Bahia, da Universidade de Brasília, da Universidade do Estado da Bahia e da Universidade Obafemi Awolowo em Ilé-Ifé, da Nigéria.

Ele definitivamente é um dos maiores e mais importantes pensadores do Brasil e parte de sua história pode ser lida aqui, mas gostaria de compartilhar um trecho específico do livro O Quilombismo cujo título é "A respeito da Ciência e da Tecnologia", um discurso proferido por Abdias Nascimento no VI Congresso Pan-Africano, em junho de 1974.

Ele fala a partir de um contexto pan-africano e há 47 anos, mas acredito que podemos, no atual contexto, aproveitar suas reflexões. Abdias inicia encorajando a investigação e a apropriação independente da ciência e tecnologia para o desenvolvimento das nações e em benefício do ambiente e da realidade humana. Ressalta isso sobretudo ao criticar os grandes monopólios que “vendem” uma suposta liberdade tecnológica ou uma liberdade a partir do uso das tecnologias. Para Nascimento, esta dependência científica e tecnológica equivale à criação de sistemas de opressão pois, em seu modelo neocolonial, está baseada puramente em lucro.

O uso no sentido social da tecnologia a partir de uma cooperação tecno-cientifica implicaria num sistema de valores amparados na soberania de consciência, no conhecimento e nas projeções tecnológicas rumando ao objetivo de emancipação. Dessa forma, Abdias vê na autonomia tecnológica não somente a fundação de justiça social e respeito à dignidade humana, mas também um requisito para o progresso econômico internacional da humanidade e da soberania dos povos.

O primeiro ponto que chama atenção é o estímulo à investigação científica. Mais do que nunca estamos vendo e vivendo o quanto a ciência é importante em momentos decisivos, como uma pandemia. E isso não é somente sobre as chamadas "ciências duras", mas, assim como Abdias, todas as maneiras de pensar, teorizar, discutir, desenvolver e executar soluções a partir de uma interdisciplinaridade que dê conta deste contexto complexo.

Falei sobre os meus benefícios individuais em que a tecnologia foi minha aliada para provocar principalmente a respeito dessa tal liberdade tecnológica. Hoje, 47 anos depois do discurso de Abdias, estamos num patamar bastante preocupante em relação à interferência das tecnologias e dos conglomerados em assuntos que são da ordem pública e social.

Há de fato sistemas de opressão amparados em tecnologia operando na sociedade. Talvez nem todos sejam novos sistemas de opressão, mas são sistemas intensificados com a tecnologia, como é o caso da desinformação, do discurso de ódio, da discriminação algorítmica, dos vazamento de dados, da manipulação e clonagem de informações, entre outros. Como afirma Ruha Benjamin, a tecnologia é um dos muitos meios pelos quais as formas anteriores de desigualdade são atualizadas.

Vamos falar um pouco dessas questões e seus impactos por aqui, mas também falaremos das contra-narrativas possíveis e caminhos rumo a essa emancipação da qual já era necessária em 1974 e hoje se faz urgente. Pois assim como Abdias Nascimento, eu também "acredito na pedagogia que liberta a tecnologia de sua atual tendência de escravizar o ser humano".

 

  • Tais Oliveira é mestre e doutoranda em Ciências Humanas e Sociais na UFABC e pesquisa sobre tecnologia, sociedade e relações étnico-raciais. Escreve sempre na segunda quarta-feira do mes no Gizmodo Brasil.

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Contagem de estrelas pode revelar como a Covid-19 afetou a poluição luminosa

Posted: 10 Feb 2021 06:23 AM PST

Não podemos ir a bares ou restaurantes, mas para uma noite romântica durante a pandemia, considere ir a um parque para contar as estrelas. Como um bônus adicional, seu pequeno encontro pode ajudar a ver se os lockdowns devido à Covid-19 afetaram a poluição luminosa (quando há um excesso de luz artificial, como ocorre nos grandes centros urbanos).

A sugestão vem da 14ª campanha anual de "contagem de estrelas" da instituição de caridade britânica CPRE (a instituição de caridade rural anteriormente conhecida como Campaign to Protect Rural England) e da Comissão para Céus Escuros da Associação Astronômica Britânica. As organizações estão convocando pessoas em toda a Inglaterra para documentar quantas estrelas elas podem ver dentro da constelação de Orion de vários locais em todo o país, e registrando suas observações até o Dia dos Namorados (celebrado em 14 de fevereiro na região). O CPRE diz que a visibilidade de 10 ou menos estrelas "indica poluição luminosa severa".

Onde procurar estrelas. Imagem: CPRE

O CPRE usará os dados para mapear as localizações mais estreladas da Inglaterra e também comparar as descobertas dos participantes com as da pesquisa do ano passado para determinar se os lockdowns durante a pandemia aumentaram ou não a visibilidade das estrelas devido à diminuição da atividade industrial e comercial. Campanhas científicas semelhantes foram realizadas pela International Dark Sky Association e pela Universidade de Melbourne da Austrália.

A contagem de estrelas da CPRE em 2020 – realizada apenas um mês antes do início das restrições da pandemia – revelou que 61% dos participantes viviam com poluição luminosa severa. E o problema vai muito além da Inglaterra; dados do Atlas Mundial de Brilho Celeste Artificial Noturno mostram que mais de 80% das pessoas em todo o mundo, incluindo 99% das que vivem nos EUA e na Europa, residem em áreas onde a Via Láctea é praticamente invisível devido ao excesso de luz artificial. A organização quer usar as descobertas dos cientistas cidadãos para defender soluções para a poluição luminosa.

"Ao participar do Star Count, as pessoas estarão nos ajudando a fazer lobby com o governo por mais proteção contra essa questão muitas vezes esquecida, mas vital, de nossas áreas rurais", disse Crispin Truman, presidente-executivo da CPRE, em um comunicado.

Esperemos que o lobby da CPRE não deixe outras questões importantes caírem no esquecimento. No passado, a organização foi criticada por se opor à construção de habitação a preços acessíveis na zona rural inglesa. Felizmente, existem maneiras justas e não conflituosas de limitar a poluição luminosa, incluindo reprimir o uso desnecessário de luz pelas empresas e implantar luminárias com uma potência mais limitada.

Se bem feitas, as ações para preservar a escuridão podem ser importantes para além de simplesmente melhorar a observação das estrelas. A poluição luminosa pode ser – como o termo sugere – perigosa. O excesso de brilho pode ameaçar plantas e animais que prosperam em ambientes escuros e também pode atrapalhar a bioquímica dos seres humanos. Está até relacionado a complicações na gravidez e redução do peso ao nascer, de acordo com uma pesquisa publicada no mês passado. Grande parte da luz usada globalmente também é criada pela rede de energia movida a combustíveis fósseis, o que significa que regiões excessivamente brilhantes podem indicar que a energia poluente está sendo usada desnecessariamente.

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Cientistas criam DNA artificial para proteger privacidade alheia

Posted: 10 Feb 2021 05:26 AM PST

Já vimos computadores criarem imagens de pessoas que não existem. Mas, e se agora eles conseguirem criar o mapeamento genético completo de alguém que nunca nasceu? Isso pode ser muito útil para proteger a privacidade alheia.

Uma equipe de geneticistas e cientistas da computação tem usado redes neurais para construir novos segmentos de genomas humanos, de acordo com um artigo publicado na revista PLOS Genetics. Seu trabalho pode ajudar a contornar as questões de privacidade inerentes ao trabalho com o DNA de pessoas reais.

Imagine um livro que pode ser continuamente reorganizado em uma história nova e perfeitamente legível, nunca revelando o texto original. Os genomas fabricados oferecem essa possibilidade para pesquisas futuras, possivelmente sem a preocupação de comprometer o código genético de qualquer indivíduo.

"Muitos biobancos, incluindo o Estonian Biobank, exigem procedimentos de aplicação e autorizações éticas para se ter acesso. Essas etapas são cruciais porque os dados genômicos são dados confidenciais e são importantes para manter a privacidade dos doadores. Por outro lado, isso cria uma barreira científica", disse Burak Yelmen, geneticista da Universidade de Tartu, na Estônia, e principal autor do novo artigo, por e-mail. "Os genomas artificiais podem desempenhar um papel importante no futuro como substitutos de alta qualidade de bancos de dados de genomas reais, tornando-os facilmente acessíveis a pesquisadores de todo o mundo."

Os dados genéticos oferecem o que talvez seja o maior campo minado ético na privacidade médica, devido ao poder que os genes têm em nos definir. A equipe de pesquisa usou pedaços de informação genética acessível para treinar suas redes, que foram capazes de desenvolver de forma independente pedaços de dados imaginários de genoma que eram quase indistinguíveis da informação genética real.

Haviam alguns indicadores que permitiam diferenciar de um genoma real, Yelmen disse, incluindo a forma que os pedaços de DNA artificiais foram montados. Diferentes pedaços de informação genética foram codificados por cores, ou "pintados", para ver suas localizações no produto final, e a equipe descobriu que mais pedaços curtos de DNA artificial estavam sendo produzidos do que seria esperado com base em amostras reais do genoma humano.

A equipe não foi capaz de gerar genomas artificiais inteiros devido a limitações computacionais e algorítmicas, mas eles sugeriram "costurar" vários pedaços juntos para obter a ideia genômica completa de um indivíduo inventado.

"O treinamento do modelo é o gargalo aqui. Uma vez que o modelo é treinado, você pode gerar quantos genomas artificiais quiser em segundos", disse Yelmen. "O treinamento de um fragmento de genoma de 10.000 posições pode variar drasticamente, dependendo de vários fatores." Com tantas posições – referindo-se às localizações dos pares de bases de um nucleotídeo que ocorrerão em qualquer lugar do código genético – Yelman disse que os modelos às vezes podem ter dificuldade em gerar resultados precisos de forma aleatória.

Um cromossomo (material genético) sobreposto ao código binário. Imagem: Burak Yelmen

O deep learning envolvido na pesquisa utilizou duas abordagens diferentes. Um envolveu redes adversárias geradoras, que usam duas redes neurais em seu processo; o primeiro (o "gerador") criou instâncias possíveis ou conjuntos de dados sobre os quais o modelo pode aprender. Nesse caso, os conjuntos de dados eram linhas de códigos genéticos gerados aleatoriamente. A outra rede era o "discriminador", que avaliava a validade da primeira.

Esse resultado foi alimentado de volta para o gerador para tentativas mais precisas. A outra abordagem era uma máquina de Boltzmann restrita, que é uma rede neural de duas camadas que aprende estruturas ao longo do tempo, ajudando a produzir melhores resultados no futuro. No geral, as redes adversárias geradoras são o método preferido para o aprendizado profundo.

A rede adversária geradora da equipe levou alguns dias para treinar inteiramente usando uma unidade de processamento gráfico, acrescentou Yelmen. GPUs são processadores pesados ​​usados ​​para uma variedade de tarefas, desde renderização 3D detalhada até aprendizado profundo.

"Esses genomas que emergem do ruído aleatório imitam as complexidades que podemos observar em populações humanas reais", disse o coautor Luca Pagani, geneticista também da Universidade de Tartu, em um comunicado do Conselho de Pesquisa da Estônia. "Para a maioria das propriedades, eles não são distinguíveis de outros genomas do biobanco que usamos para treinar nosso algoritmo, exceto por um detalhe: eles não pertencem a nenhum doador de gene."

 

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Amazon pode estar desenvolvendo um Echo com tela para ser instalado na parede

Posted: 10 Feb 2021 03:52 AM PST

Se você já desejou que seu dispositivo Echo fosse um painel de controle, bem, boas notícias: a divisão de hardware Lab126 da Amazon está supostamente projetando um aparelho para instalar na parede, e ele poderia fazer chamadas de vídeo, controlar itens de casa inteligente e mudar a música que está tocando.

As informações são da Bloomberg e foram obtidas de fontes anônimas. Elas dizem que o Echo para parede será um "centro de comando digital". Os usuários vão poder ver os próximos compromissos, controlar lâmpadas e fechaduras e tocar músicas e vídeo. Claro, também vai ter a Alexa, microfones e câmeras, como é típico da Amazon. A empresa estaria considerando versões com telas de 10 ou 13 polegadas. As fontes da Bloomberg dizem que o dispositivo será muito mais fino do que os Echos atuais.

Se tudo correr bem, a Amazon pode lançar o produto no final deste ano ou no próximo, com um preço que varia de US$ 200 a US$ 250.

É uma sacada boa da Amazon. Você já deve ter visto tablets em paredes de salas de conferência ou prédios de apartamentos mais modernos. Ter uma aparelho desses na casa do consumidor é um passo natural, principalmente levando em consideração o monte de itens de casa inteligente disponíveis atualmente no mercado, como câmeras de segurança, alto-falantes, lâmpadas e fechaduras.

Mesmo assim, nós temos algumas perguntas. Quem vai ficar parado em frente a um painel de controle para fazer chamadas de vídeo? Se você embarcar na onda dos produtos de segurança da Ring, que são assustadores, talvez dê para ver quem está do lado de fora da sua casa por este painel na parede, também. Mas, para chamadas de vídeo, parece melhor usar um Echo Show. Outra questão é a instalação. Vai ser fácil de pendurar na parede? Precisa furar? Precisa abrir um buraco? Vou precisar chamar um pedreiro? E quem mora em apartamento? Além disso, o que acontece se o Wi-Fi cair?

Claro, é muito cedo para dizer. De acordo com a Bloomberg, o gadget ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento e o produto final — caso venha a ver a luz do dia — pode ser muito diferente. Se bem-sucedido, entretanto, pode levar a alguns desenvolvimentos interessantes na frente de casa inteligente.

Tecnicamente falando, este nem seria o primeiro gadget Echo montado na parede. Essa honra pertence ao duvidoso Echo Wall Clock, que a Amazon lançou em 2018. Aquilo, no entanto, era um relógio analógico alimentado por bateria que também dava uma ideia de quanto tempo restava em seus timers, quando a maioria dos gadgets Echo não tinha telas. Comparado a esse dispositivo, um painel de controle completo seria um grande avanço. Só resta saber se a conveniência vai ser suficiente para convencer quem ainda não tem um Echo a entrar na onda.

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