quarta-feira, 14 de abril de 2021

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Essas adoráveis espécies de arminhos estavam escondidas até agora

Posted: 13 Apr 2021 06:57 PM PDT

O membro mais fofo da família das doninhas, os arminhos, podem ser encontrados em todas as regiões do norte da América do Norte e da Eurásia. Um olhar mais atento sobre estes bichinhos sugere que eles representam três espécies distintas, em uma descoberta com implicações ecológicas.

Embora os arminhos paressam fofos, seus corpos têm um impacto poderoso. Mesmo medindo algo em torno de 17 a 33 cm de comprimento, eles são caçadores formidáveis, atacando musaranhos, camundongos, ratos, esquilos e até mesmo coelhos. Aliás, os arminhos, também conhecidos como doninhas-de-cauda-curta, não são comedores exigentes e são frequentemente encontrados mastigando insetos, vermes e frutas silvestres.

Eles têm rosto pequeno, pernas curtas, orelhas ovais e cauda peluda. Sua pelagem é normalmente marrom, mas torna-se um branco brilhante durante o inverno, exceto pelas pontas de suas caudas, que permanecem pretas (as populações do sul não ficam brancas no inverno). Nativos da América do Norte e da Eurásia, esses mamíferos adaptáveis se sentem confortáveis em uma variedade de habitats, incluindo florestas, pântanos, prados e pastagens abertas.

Seu nome científico é Mustela erminea, mas conforme argumenta uma nova pesquisa publicada no Diversity and Distributions, existem três espécies de arminhos, e não apenas um, como era de conhecimento comum. Que seja esse o caso, não é uma grande surpresa, visto que existem 34 subespécies diferentes de arminhos. Além do mais, alguns deles ficaram presos em ilhas por centenas de milhares de anos, resultando no surgimento de características distintas e, como resultado, populações diversas.

Um arminho, também conhecido como doninhas-de-cauda-curta. Imagem: US Fish and Wildlife Service

"Até este estudo, havia apenas uma espécie reconhecida de arminho – Mustela erminea – distribuída por todo o Holártico", explicou Jocelyn Colella, bióloga evolucionista da Universidade de Kansas e primeira autora do novo estudo. Por "holártico", Colella está se referindo às regiões setentrionais da América do Norte Neártica e da Eurásia Paleártica.

Para o estudo, Colella e seus colegas analisaram sequências de genoma inteiras de arminhos descritas em um artigo anterior (o DNA foi analisado a partir de espécimes encontrados na América do Norte, Europa e Ásia), seguido por uma análise física de crânios pertencentes a 27 subespécies.

Um crânio de arminho analisado no estudo. Imagem: Jocelyn Colella

A análise desses dados apontou para a presença de três espécies distintas, com o complexo Mustela erminea sendo dividido em três espécies: Mustela erminea da Eurásia (que inclui 18 subespécies), Mustela richardsonii encontrada na América do Norte continental (com 13 subespécies), e Mustela haidarum do arquipélago Haida Gwaii da Colúmbia Britânica e da Ilha do Príncipe de Gales no sudeste do Alasca (três subespécies). Das 34 subespécies, 12 ainda requerem estudos adicionais, de acordo com o jornal.

Das três espécies recém-descritas, a M. haidarum é provavelmente a mais fascinante. Esses arminhos "parecem ser o resultado de um antigo evento de hibridização entre as duas [novas] espécies, seguido por um isolamento prolongado em um refúgio glacial e agora em uma ilha", disse Colella. Esta população ficou presa em suas respectivas ilhas por volta de 375.000 anos atrás, e eles estão em suas próprias jornadas evolutivas desde então, de acordo com a pesquisa.

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Os autores acreditam que suas novas descobertas devem informar estratégias de gestão de conservação sensatas para proteger as espécies da ilha de ameaças como colheitas de madeiras antigas, mineração e turismo. Doenças comuns a animais de estimação também podem se espalhar para arminhos, e "os relatórios devastadores da recente transmissão de SARS-CoV-2 de humanos para [doninhas] são mais um desafio potencial de conservação", escrevem os autores. Inclusive, ocorreram massivos abates a visons cultivados no ano passado, à medida que aumentavam os temores de que o coronavírus estava sofrendo mutação neles e se espalhando de volta para os humanos.

A nova pesquisa sugere que mais espécies únicas pertencentes a outros grupos de animais ainda estão esperando para serem encontradas, particularmente em ilhas isoladas. Nós apenas temos que encontrá-los.

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Um novo acordo prevê reduzir o consumo desenfreado de energia das criptomoedas

Posted: 13 Apr 2021 04:37 PM PDT

Imagem: Dmitry Demidko/Unsplash

O aumento no uso das criptomoedas tem levantado questões relacionadas ao meio ambiente. Acontece que processar as moedas virtuais e suas transações consome uma quantidade massiva de energia — mais até do que países inteiros. E, agora, um acordo recém anunciado prevê diminuir o impacto ambiental do bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas.

Batizado de "Acordo de Criptomoedas Sobre o Clima", ele é liderado por empresas do setor privado e não tem envolvimento do governo. Entre as companhias que participam da iniciativa está a empresa de criptomoedas Ripple, o conglomerado de tecnologia blockchain Consensys e o milionário e defensor do clima Tom Steyer.

Entre os principais objetivos do acordo está a transição de todas as cidades do modelo de energia atual para energia renovável até 2030 (ou antes disso); zerar as emissões relacionadas à criptografia por moedas até 2040; e desenvolver um padrão de contabilidade de código aberto para medir constantemente as emissões geradas pela indústria de criptografia. Além disso, o acordo espera a criação de um software que possa verificar quanta energia renovável um blockchain utiliza para movimentar as moedas digitais.

Em entrevista ao The Verge, o diretor comercial da ONG Energy Web Foundation, Jesse Morris, afirma que a ideia é tornar as criptomoedas em um recurso mais sustentável e verde. "Eu tenho conversado com pessoas do ecossistema bitcoin, e é um argumento muito simples: se pudermos torná-lo mais verde, será muito mais fácil e menor o risco para outras organizações comprarem mais bitcoin", declarou. A entidade também assinou o acordo.

Pode dar certo?

As metas são ambiciosas, mas prováveis de saírem do papel a curto prazo ou resultem em mudanças significativas. O bitcoin sozinho tem aproximadamente a mesma emissão de carbono que Hong Kong, enquanto as emissões anuais de Ethereum são equivalentes com as da Lituânia. E como as criptomoedas parecem ser um caminho sem volta, a tendência é que esse consumo desenfreado cresça ainda mais nas próximas décadas.

O bitcoin, por exemplo, responde por mais da metade de toda a capitalização de mercado das criptomoedas, e é alimentado por dezenas de máquinas que mineram as transações financeiras. Cada máquina consome quantidades expressivas de energia para resolver soluções matemáticas que ficam cada vez mais difíceis com o passar do tempo. Por isso, não é possível aplicar conceitos de energia renovável às criptomoedas, pois não tem o que reaproveitar.

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A preocupação de cientistas e pesquisadores da área é que, em algum momento, o consumo de energia elétrica das criptomoedas seja tão alto que a demanda de eletricidade não consiga atender às necessidades da tecnologia. Dessa forma, as empresas poderiam recorrer a combustíveis fósseis da natureza, prejudicando ainda mais o meio ambiente.

Segundo os organizadores do acordo de criptografia, a ideia é limpar as fontes atuais de energia e aumentar sua eficiência energética para combater as mudanças climáticas. Os objetivos do acordo devem ser finalizados em novembro, quando está prevista uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima.

[Crypto Climate Accord, The Verge]

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Por que a indústria do combustível fóssil é racista

Posted: 13 Apr 2021 03:59 PM PDT

Há um consenso científico de que carvão, petróleo e gás estão fritando o planeta e terão que ser eliminados completamente para garantir um futuro habitável. Também está claro que cada uma dessas três fontes de energia fósseis gera poluição tóxica e mortal, proporcionando mais um motivo para a indústria se aposentar. Um novo relatório — divulgado pelo Greenpeace, o Movimento para Vidas Negras e o Centro de Legislação e Política da Costa do Golfo na manhã de terça-feira (13) — argumenta que há uma terceira razão pela qual devemos desacelerar a economia de combustível fóssil: ela é racista.

O novo relatório é uma meta-análise de mais de 300 estudos anteriores para colocar essas peças individuais em contexto. Isso cria uma imagem mais coerente do que estudos pontuais de um local ou poluente específico. As descobertas mostram como os combustíveis fósseis e o racismo estão interligados.

"Estudos anteriores ofereceram evidências convincentes dos danos desproporcionais da poluição por combustíveis fósseis em locais específicos ou dentro de indústrias específicas", disse Tim Donaghy, especialista sênior em pesquisa do Greenpeace EUA e principal autor do relatório. "Mas sabemos que o racismo nos combustíveis fósseis vai além de uma única empresa ou refinaria — está embutido no modelo de negócios dos combustíveis fósseis."

Os autores detalham como cada estágio do ciclo de vida dessas fontes de energia — incluindo extração, processamento, transporte e combustão — gera poluição que afeta desproporcionalmente as minorias étnicas e as comunidades pobres. Cada aspecto dessa cadeia também contribui para a crise climática, que os autores mostram que também prejudica mais as comunidades negras pobres.

Uma das ilustrações mais claras dos danos desiguais do petróleo, gás e carvão é a distribuição da poluição do ar. A má qualidade do ar associada à queima de combustível fóssil já matou mais de 350 mil pessoas nos EUA em um ano. Mas o relatório observa que o fardo não é distribuído igualmente; os autores encontraram evidências de que o material particulado — um tipo mortal de poluição que inclui fuligem, fumaça, poeira e outras partículas sólidas e líquidas que pairam no ar — ligado ao carvão e carros tem um impacto desproporcional sobre norte-americanos negros, pardos, indígenas e pobres. Na verdade, a pesquisa sugere que as minorias étnicas — especialmente comunidades negras e pobres — estão expostas a 50% mais partículas em comparação com a população geral dos EUA. Esses compostos podem prejudicar as funções cardíacas e respiratórias.

O relatório também inclui pesquisas originais conduzidas pelos autores com foco específico nos efeitos do refino petroquímico para coisas como plásticos, nos quais a indústria está apostando seu futuro. Donaghy usou uma análise existente do Instituto de Pesquisa de Economia Política da Universidade de Massachusetts, em Amherst, que examinou dados da Agência de Proteção Ambiental federal sobre quais tipos de comunidades estão sendo impactadas pelas emissões atmosféricas de instalações poluentes. Ele descobriu que a maioria das 133 instalações petroquímicas do país impactam comunidades negras pobres.

Donaghy então comparou o setor como um todo a outros setores poluentes e descobriu que petróleo, gás e refino petroquímico estão entre os setores mais desproporcionalmente poluentes da economia, mesmo quando comparados a outras grandes fontes de poluição, como processamento de aço e manufatura pesada.

As mudanças no clima que a indústria gerou também estão impactando comunidades negras. Ainda assim, o relatório observa que existem soluções para lidar com essas injustiças.

Análise original do Greenpeace das usinas petroquímicas dos EUA. Ilustração: Greenpeace EUA, Centro de Legislação e Política da Costa do Golfo e Movimento para Vidas Negras

"Nós realmente precisamos reduzir nosso consumo de combustível fóssil na produção", disse Donaghy. "E isso abre a possibilidade de que muitas dessas comunidades possam ter esse problema de saúde retirado delas, que têm suportado por décadas."

O relatório inclui estudos de caso específicos sobre como as comunidades podem ser beneficiadas pelo fechamento de instalações poluentes. Por exemplo, o fechamento de uma refinaria de petróleo em Oakville, no Canadá, um subúrbio de Toronto, eliminou 6 mil toneladas de poluição de dióxido de enxofre a cada ano e, assim, ajudou a reduzir a taxa de hospitalização por doenças respiratórias na área. Da mesma forma, quando as autoridades fecharam uma série de usinas de carvão e petróleo em toda a Califórnia no início dos anos 2000, os residentes da área viram um “declínio significativo nos nascimentos prematuros”.

Tudo isso significa que a política climática pode beneficiar a saúde pública. Mas não basta qualquer política climática.

"Precisamos ter certeza de que não estamos indo para um loop ou beco sem saída de pensar apenas no carbono e não na poluição do ar", disse Donaghy.

Isso significa evitar políticas como compensações de carbono, que não fazem nada para conter os impactos locais da extração e, em vez disso, adotar políticas ousadas e ambiciosas. O relatório endossa a recentemente introduzida Lei THRIVE, que visa investir um mínimo de US$ 1 trilhão por ano na próxima década para criar 15 milhões de empregos bem remunerados, reduzir a poluição climática pela metade até 2030 e garantir que pelo menos 50% dos novos investimentos beneficie diretamente comunidades da linha de frente e menos favorecidas.

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O documento também defende a Lei de Justiça Ambiental para Todos e a Lei de Equidade Climática, que priorizam soluções climáticas para comunidades negras de baixa renda. O relatório ainda pede a institucionalização de políticas rígidas para forçar as empresas a obter consentimento livre, prévio e informado das comunidades indígenas afetadas antes de construir novos projetos poluentes.

"Precisamos solucionar o problema do carbono. Mas também estamos dizendo o que as comunidades de justiça ambiental têm dito por muitas décadas, é claro", disse Donaghy. "Estamos dizendo que a política climática precisa realmente abordar a poluição do ar e da água e as disparidades de justiça ambiental, além de garantir a redução das emissões de carbono."

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Apple confirma evento para o dia 20 de abril e deve revelar novos iPads

Posted: 13 Apr 2021 03:06 PM PDT

A Apple confirmou nesta terça-feira (13) a data de seu primeiro evento de 2021. Seguindo os protocolos impostos pela pandemia de covid-19, mais uma vez a companhia fará uma transmissão online exatamente daqui uma semana, no dia 20 de abril. O evento será pré-gravado no Apple Park, e terá início às 14h pelo horário de Brasília.

Este deve ser o evento planejado para março, e deve marcar o anúncio dos novos iPads. Inclusive, a arte do convite enviado à imprensa mostra o logo da Apple desenhado com um Apple Pencil. Também há rumores que a empresa vai enfim revelar as chamadas AirTags, acessórios que devem ajudar usuários mais desatentos a rastrear e encontrar objetos perdidos.

Também há especulações que a Apple mostre dois novos produtos. Um deles seria a nova geração do iPhone SE, que não traria grandes mudanças no design, mas ganhar o processador mais recente da Apple — a versão 5G ficaria para 2022. Vale lembrar que este é o modelo de iPhone mais barato vendido pela companhia.

O segundo produto alvo de rumores são as novas versões dos AirPods. Atualmente, é possível diferenciar os modelos tradicional e Pro, mas com os supostos novos modelos, o formato de ambos ficaria bem igual. Tem também um rumor de que uma nova Apple TV fará sua estreia no evento, mas é provável que ela fique para a Worldwide Developers Conference (WWDC) 2021, em junho — que também será totalmente virtual.

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Essa vai ser a primeira vez em anos que a Apple começa sua rodada de eventos anuais com atraso. Tradicionalmente, a companhia inicia os trabalhos em março, com o anúncio de novos iPads. Agora, devido ao agravamento dos casos de coronavírus, é provável que os próximos eventos também aconteçam algumas semanas antes do que era originalmente previsto.

[9to5Mac]

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Governo japonês quer despejar águas residuais de Fukushima no Oceano Pacífico

Posted: 13 Apr 2021 12:49 PM PDT

O governo japonês disse nesta terça-feira (13) que começaria a liberar no Oceano Pacífico a água contaminada do desastre nuclear ocorrido em 2011 na província de Fukushima. Este plano já era há muito esperado e está, compreensivelmente, incomodando muitas pessoas.

Cerca de 1,25 milhão de toneladas de água se acumularam em um local nuclear após o tsunami e terremoto de 2011. Esse desastre matou mais de 19 mil pessoas e causou o desligamento de três dos seis reatores da usina, desencadeando o pior acidente nuclear desde Chernobyl. Desde então, o governo mantém a água do local desativado em centenas de tanques de armazenamento enormes. Cerca de 170 toneladas de água são adicionadas a cada dia, e, nessa velocidade, o espaço para construir mais tanques para manter toda a água deve acabar no próximo ano, segundo o proprietário da usina.

A discussão sobre o que fazer com a água vem ocorrendo nos últimos sete anos. O governo frisou que a água foi tratada de forma a filtrar o pior do material radioativo. A Agência Internacional de Energia Atômica disse que a decisão de liberar água tratada no oceano está embasada em avaliações de impacto ambiental e é "usada rotineiramente por usinas nucleares em operação em todo o mundo". Mas ela ainda contém trítio, um isótopo radioativo do hidrogênio. Pesquisas publicadas no ano passado também encontraram outros isótopos. Isso significa que a água é tecnicamente radioativa, o que complica ainda mais a situação.

Esse é um dos principais pontos de discórdia da comunidade pesqueira de Fukushima, que está vivenciando cotidianamente os resultados da tragédia há mais de 10 anos. Eles estão preocupados com qual será o prejuízo do despejo desta água radioativa para seus meios de subsistência. Após o desastre, mais de 20 países proibiram a compra de peixes da região.

"Este processo de tomada de decisão é bastante antidemocrático", disse Ayumi Fukakusa, ativista da Friends of the Earth Japan, à NPR. "O governo e [o dono da usina] disseram que sem o consentimento das comunidades pesqueiras, eles não vão descarregar a água contaminada. Essa promessa foi completamente quebrada."

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A Organização das Nações Unidas (ONU) disse ao governo japonês no mês passado que lançar a água contaminada no oceano violaria os direitos humanos dos cidadãos japoneses e de seus vizinhos coreanos, e autoridades da China e da Coreia do Sul criticaram o anúncio. Os críticos dizem que adquirir mais terras para construir mais tanques de armazenamento seria uma solução mais simples e segura, e que despejar água no oceano é simplesmente a opção mais barata. Por sua vez, o governo japonês disse que estava preocupado com a possibilidade de mais terremotos ou tsunamis causarem a ruptura e vazamento dos tanques, e que a criação de mais armazenamento interferiria nos esforços para tornar a área mais segura.

Apesar dessas preocupações, o governo japonês disse que começaria a liberar água em dois anos. Alguns sugeriram que os Jogos Olímpicos de Tóquio — o revezamento da tocha começará a menos de 32 km do local nuclear — estão acelerando a discussão sobre como descartar a água radioativa. Inclusive, “hotspots” de radiação já foram encontrados nas proximidades em 2019. Nos últimos anos, o governo japonês tem feito um esforço máximo para dar início à vida em áreas ao redor de Fukushima que foram afetadas pelo derretimento da usina, mesmo que as preocupações com a radioatividade permaneçam.

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Girafas são resgatadas de ilha que está desaparecendo no Quênia

Posted: 13 Apr 2021 11:23 AM PDT

Uma mãe e uma filhote são as últimas das nove girafas ameaçadas de extinção a serem transportadas para o Quênia continental enquanto a elevação das águas ameaça sua ilha natal no Lago Baringo.

Usando uma barcaça customizada, oito fêmeas e um macho foram resgatados com sucesso da ilha, de acordo com um comunicado enviado por e-mail da Save Giraffes Now. O ousado resgate — que levou 15 meses de planejamento e trabalho — envolveu a Ruko Community Conservancy, a Northern Rangelands Trust e o Kenya Wildlife Service, além da Save Giraffes Now, com sede em Dallas.

Girafas resgatadas. Imagem: Save the Giraffes

Apenas 2.100 girafas Rothschild existem na África, das quais apenas 800 vivem no Quênia. Uma subespécie da girafa-do-norte, esses animais criticamente ameaçados de extinção já habitaram todo o Vale do Rift Ocidental no Quênia e em Uganda, mas a perda de habitat e a caça furtiva reduziram significativamente seu número.

Os níveis das águas no Lago Baringo vêm subindo há algum tempo, mas a situação começou a piorar no ano passado, levando ao esforço de realocação. O aumento das águas está inundando casas e empresas ao longo do lago ao mesmo tempo que torna precária a vida para uma pequena população de girafas que vive na ilha. Os guardas florestais de Ruko levavam comida para o local, mas isso se mostrou uma solução implausível a longo prazo. Além dos gastos, temia-se que a falta de alimentos pudesse causar doenças e piorar a saúde dos animais.

Para fazer o resgate acontecer, os conservacionistas construíram a barcaça, apelidada de “GiRaft”, e reservaram um santuário de 17,8 km² localizado dentro da Ruko Conservancy. Depois que o Kenya Wildlife Service deu sua aprovação, a primeira girafa, chamada Asiwa, foi retirada da ilha em dezembro de 2020. A barcaça fica sobre 60 tambores vazios e as laterais são reforçadas para evitar que os magros animais caiam.

Cada girafa foi previamente adaptada à barcaça, uma tarefa que foi feita por meio do fornecimento de generosas quantidades de folhas de acácia, vagens e mangas. A comida era colocada na barcaça diariamente até que as girafas se sentissem à vontade para subir nela por conta própria. Um pequeno barco puxa a barcaça e seus passageiros de pescoço comprido na jornada de 1,6 km até o continente.

A barcaça com uma girafa de Rothschild a bordo. Imagem: Save the Giraffes

A viagem final envolveu Ngarikoni e sua filha Noelle, que nasceu em dezembro. Mais cuidados foram necessários para transportar a dupla devido à tenra idade da girafa jovem.

"Sentimos um grande senso de urgência para concluir esse resgate", disse David O’Connor, presidente da Save Giraffes Now, em um comunicado. "Com estas girafas sofrendo uma extinção silenciosa, é importante proteger cada uma que pudermos, tornando este resgate um passo importante no apoio à sobrevivência desta espécie."

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Com as girafas realocadas, os conservacionistas agora esperam povoar o parque com mais girafas Rothschild provenientes de outras regiões do Quênia, a fim de revigorar o pool genético. Eventualmente, e presumindo que tudo corra bem, as girafas serão soltas no ecossistema do Grande Vale do Rift. Enquanto isso, a receita gerada pelo turismo resultante será alocada para a conservação e para a comunidade local para investimentos em saúde e educação.

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Butão vacinou quase todos os adultos do país contra Covid-19 em duas semanas

Posted: 13 Apr 2021 11:09 AM PDT

Os EUA, Israel e alguns outros países têm feito um trabalho decente ao vacinar rapidamente seus residentes contra a Covid-19 — mas nenhum se compara à pequena nação asiática do Butão. Em cerca de duas semanas, o país foi capaz de vacinar quase toda a sua população adulta.

De acordo com a AP, 93% dos residentes adultos já receberam pelo menos uma dose da vacina, o que representa 62% da população geral do país. Isso por si só supera lugares como os EUA, onde 46,5% da população adulta está parcialmente vacinada, e até mesmo Israel, onde 58% de todos os residentes já receberam pelo menos uma dose.

Mas isso é ainda mais notável quando você considera que o Butão realizou esse feito em apenas 16 dias, desde que as primeiras doses foram distribuídas ao público em 27 de março. Em contraste, os Estados Unidos começaram a vacinar as pessoas há mais de três meses, em meados de dezembro.

O Butão, localizado entre o Tibete e a Índia, contou com algumas vantagens na vacinação de residentes, como seu pequeno tamanho. A nação predominantemente budista, liderada por uma monarquia constitucional, tem apenas cerca de 800 mil residentes, tornando-se o 165º país mais populoso do mundo. Mas a implantação foi bem-sucedida devido aos voluntários altamente motivados que a administraram, bem como à experiência anterior com campanhas de vacinação em massa que envolvem armazenamento em cadeia refrigerada, relata a AP.

O país experimentou um salto relativo no número de casos em dezembro e janeiro, mas também conteve em grande parte a pandemia todo esse tempo, com apenas 910 casos e uma morte relatada até o momento. Espelhando outros países de sucesso como a Nova Zelândia, o Butão impõe uma quarentena estrita de 21 dias aos viajantes que entram no país.

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Embora a campanha do país vá terminar em breve, Pandup Tshering, secretário do Ministério da Saúde, disse à AP que as pessoas que não puderam ser vacinadas inicialmente ainda podem solicitar sua dose, enquanto o país tem vacinas suficientes para imunizar toda a sua população.

Outros pequenos países como a República das Maldivas e Seychelles também têm obtido sucesso semelhante em vacinar seus residentes. Infelizmente, grande parte do mundo ainda não pode dizer o mesmo.

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Nova falha no WhatsApp suspende sua conta usando apenas seu número de telefone

Posted: 13 Apr 2021 10:49 AM PDT

WhatsApp. Imagem: Tim Reckmann (Flickr)

Mais um dia, mais uma falha encontrada no WhatsApp. A novidade da vez permite que um usuário mal intencionado consiga desativar o mensageiro de outra pessoa usando apenas o seu número de telefone. Nem mesmo a autenticação de dois fatores, que tecnicamente adicionaria uma camada extra de segurança, é capaz de barrar a vulnerabilidade.

A falha foi descoberta pelos pesquisadores Luis Márquez Carpintero e Ernesto Canales Pereña e divulgada pela Forbes no dia 10 de abril. O processo de invasão ocorre em dois momentos críticos de utilização do WhatsApp: a instalação da ferramenta e a inserção do número de celular para ativar a conta — quando você precisa colocar o código enviado por SMS para confirmar o número e que é você mesmo quem está tentando habilitar o dispositivo.

O problema começa nessa segunda etapa: ao tentar ativar a conta com o código enviado, o mensageiro não reconhece o dígito de seis números. Conforme você for fazendo mais tentativas, o login acaba bloqueado temporariamente por 12 horas pelo atacante, que então envia um e-mail ao suporte do WhatsApp solicitando o bloqueio da sua conta. Aparentemente, qualquer e-mail pode ser inserido nessa solicitação junto ao aplicativo, sob a alegação que o aparelho foi roubado ou perdido.

Para piorar, a segurança fica comprometida mesmo que você tenha ativado a autenticação de dois fatores, e o próprio WhatsApp responde à mensagem do cibercriminoso sem te avisar do problema, já que a companhia não faz nenhum procedimento de segurança para confirmar que você é o autor daquela solicitação. Como resultado, sua conta no app pode sofrer um novo bloqueio, desta vez quase permanente, já que o atacante repete várias vezes o processo de confirmação via SMS. Isso fica confirmado caso apareça a mensagem "Tente novamente após -1 segundo" quando você tenta confirmar a veracidade da sua conta.

É assim que o usuário saberá que sua conta foi bloqueada devido ao número excessivo de tentativas de uso do código SMS. Imagem: Forbes

É verdade que essa falha pode inutilizar por completo a abertura do WhatsApp em novos dispositivos. Mas, no geral, é apenas isso: o mensageiro não poderá ser aberto. De acordo com os pesquisadores que detectaram a vulnerabilidade, ela não permite que o autor do ataque acesse conteúdos dentro do WhatsApp, o que significa que contatos, imagens e textos estão protegidos.

Os pesquisadores ainda afirmam que a falha não está sendo explorada, pelo menos por enquanto, porque ela foi descoberta em uma prova de conceito.

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Em resposta à Forbes, um porta-voz do WhatsApp contou que "fornecer um endereço de e-mail com a verificação em duas etapas ajuda nossa equipe de atendimento ao cliente a auxiliar as pessoas caso elas encontrem esse problema improvável", e que "as circunstâncias identificadas pelos pesquisadores violariam nossos termos de serviço e encorajamos qualquer pessoa que precise de ajuda a enviar um e-mail para nossa equipe de suporte para que possamos investigar".

[Forbes]

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Semana Gamer: confira ofertas de notebooks, acessórios e jogos na Amazon

Posted: 13 Apr 2021 08:39 AM PDT

De 13 a 20 de abril, a Amazon estará com ofertas incríveis de jogos e acessórios para os viciados em games. As promoções incluem microfones, relógios, jogos para videogames, monitores e muito mais! Vale a pena conferir.

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Esta geleira do Alasca está se movendo de forma extremamente rápida

Posted: 13 Apr 2021 07:01 AM PDT

Se você visitar o Alasca este ano, poderá experimentar um evento geológico único. Uma geleira no Parque Nacional Denali começou a se mover entre 50 e 100 vezes mais rápido do que o normal.

No mês passado, um piloto que sobrevoava Denali — um parque que abriga a montanha mais alta dos EUA — avistou uma topografia incomum ao redor da geleira Muldrow e tirou fotos da paisagem irregular para enviar a um amigo geólogo. Usando a dica do piloto, o Serviço de Parques Nacionais (NPS, na sigla em inglês) confirmou que a geleira, que fica perto de Denali (anteriormente conhecido como Monte McKinley), está passando pelo que é conhecido como um evento de onda glacial.

Ondas glaciais são "eventos realmente estranhos", disse Jonny Kingslake, professor assistente de ciência ambiental da Universidade de Columbia, em uma videochamada. "São essas coisas que fascinam os glaciologistas há décadas".

Qualquer pessoa que já fez uma caminhada ao longo de uma geleira pode considerá-las um tanto inativa. Mas, a maioria das geleiras do mundo está constantemente em movimento, fluindo a taxas glaciais (muito literais) de milímetros por dia e recuando e avançando com as estações. Em uma configuração glacial normal, disse Kingslake, você veria a queda de neve no topo da geleira, derretendo ou esculpindo na parte inferior, e então o gelo “fluindo como um material viscoso, como o mel” entre os dois, mantendo as geleiras em equilíbrio.

Contudo, algumas geleiras (cerca de 1% das geleiras do mundo), agrupadas em áreas geográficas específicas como o Alasca e partes do Tibete, passam por períodos cíclicos em que se movem muito mais rápido do que o normal, seguidos por um período de descanso. Esses períodos são conhecidos como ondas glaciais, vagamente definidos como quando uma geleira ganha uma velocidade pelo menos 10 vezes maior do que seu ritmo normal.

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Suposta parceria entre Samsung e Olympus deve trazer câmera de 200MP para novos Galaxy

Posted: 13 Apr 2021 05:58 AM PDT

Muitas marcas de smartphones recorreram recentemente a fabricantes de câmeras tradicionais para ajudar a melhorar a qualidade de imagem de seus telefones. Vivo fez parceria com Zeiss, OnePlus fez parceria com Hasselblad, e agora, de acordo com vários relatos, parece que a Samsung pode estar procurando uma parceria com a Olympus para atualizar as câmeras em futuros aparelhos Galaxy.

Esta possível parceria entre a Samsung e a Olympus foi divulgada no perfil do Twitter conhecido como Yogesh, que afirmou que, embora a natureza exata da parceria ainda não estivesse totalmente clara, ela poderia levar a uma nova tecnologia no Galaxy Fold 3 (que deve ser lançado em algum momento no segundo semestre deste ano) ou no Galaxy S22 Ultra (que não está programado para chegar até o início do próximo ano).

Relatos sobre a colaboração foram aparentemente confirmados mais tarde pela IceUniverse, que alegou que uma fonte disse que a parceria entre a Samsung e a Olympus era uma "notícia confiável". A Olympus supostamente foi a primeira a iniciar as conversas.

Enquanto ainda não se sabe que tipo de efeito a Olympus terá nas câmeras móveis da Samsung, o site holandês GalaxyClub.nl relata que a Samsung também está considerando adicionar tecnologia de mudança de sensor ao Galaxy S22, que coincidentemente (ou não) é a tecnologia que a Olympus apresentou em várias de suas câmeras sem espelho.

A mudança de sensor é uma técnica normalmente encontrada em câmeras mirrorless de última geração, que permite que a câmera mova seu sensor de imagem independentemente do resto do dispositivo, o que pode reduzir as vibrações e o movimento para ajudar a capturar imagens mais nítidas e sem tremores. E, em alguns casos, fabricantes de câmeras como a Olympus também usaram a tecnologia para mover o sensor de imagem de uma câmera em até um pixel em várias direções enquanto capturavam uma série de fotos, antes de juntar essas imagens para criar uma outra com maior resolução e detalhes mais nítidos do que você obteria em uma única fotografia.

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A tecnologia de mudança de sensor dedicada não apareceu muito em câmeras de smartphones. A maioria dos fabricantes de dispositivos adotou a tecnologia de estabilização ótica de imagem (OIS, na sigla em inglês), que normalmente ajusta o sensor da câmera e sua lente juntos para reduzir as vibrações e, ao mesmo tempo, é mais barato de implementar. No entanto, no outono passado, a Apple adicionou estabilização de mudança de sensor à câmera grande angular do iPhone 12 Pro Max, e rumores dizem que a Apple está planejando expandir o uso da tecnologia de mudança de sensor para toda a linha do iPhone 13 ainda este ano.

Adicionar a tecnologia de mudança de sensor pode representar uma grande atualização para os telefones Galaxy da Samsung. O Galaxy S21 Ultra possui um zoom ótico de 10x impressionante, que poderia ser aprimorado ainda mais com uma melhor estabilização. E embora essas especificações não sejam confirmadas, a Let's Go Digital se uniu à Technizo Concept para criar renderizações de como seria um Galaxy S22 Ultra com um sensor de 200 MP e uma nova tecnologia de câmera da Olympus.

A Samsung usou essencialmente os mesmos sensores de imagem em seus dois últimos telefones Galaxy S principais (com melhorias no processamento de imagem entre as gerações), então a empresa poderia realmente se beneficiar de algum hardware de câmera aprimorado nos próximos telefones Galaxy. Recorrer à Olympus pode ser uma maneira interessante de fazer isso acontecer.

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Pesquisadores querem conversar com as aranhas por meio da vibração de suas teias

Posted: 13 Apr 2021 05:00 AM PDT

Nesta segunda-feira (12), uma equipe de pesquisadores do MIT relatou que eles haviam conseguido traduzir as vibrações transmitidas pelas aranhas em tons musicais. Além disso, eles levantam a perspectiva de um dia se comunicarem com as aranhas, usando seu mundo vibracional como um meio para a linguagem.

A equipe apresentou sua pesquisa durante a reunião de primavera da American Chemical Society. Para descobrir os sons de uma teia, eles hospedaram uma aranha em seu laboratório e escanearam a teia que ela construiu em seções transversais bidimensionais.

"As aranhas vivem neste universo vibracional. Elas vivem neste mundo de vibrações e frequências, que agora podemos acessar", disse o coautor do artigo Markus Buehler, cientista de materiais do MIT, por telefone ao Gizmodo. "Uma das coisas que podemos fazer com este instrumento e abordagem é que, pela primeira vez, vamos nos sentir um pouco como uma aranha ou experimentar o mundo como ela."

Também músico, Buehler regularmente combina seu conhecimento de ciência computacional com composição e faz música a partir de processos do mundo natural. O projeto teia de aranha é maior (literalmente) do que seu trabalho anterior, que se concentrou em traduzir proteínas em composições musicais. Também tem um projeto recente que traduziu em som uma proteína-chave do novo coronavírus.

Se você ficou curioso, saiba que muitas dessas interpretações musicais do mundo estão no Soundcloud de Buehler, além de mais sons que tocam naturalmente em frequências vibratórias além da capacidade do ouvido humano. Mas, como podemos perceber, Buehler e seu time de sete pessoas os transpõem em nossa faixa audível. O artista Tomás Saraceno digitalizou as redes 3D, transformando-as em visualizações que revelam sua verdadeira complexidade.

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"Ao contrário de uma proteína, onde temos que seguir as leis da mecânica quântica, uma teia de aranha segue a mecânica newtoniana", disse Buehler. "Podemos usar as mesmas equações que usamos para uma corda de violão. As propriedades do material são diferentes, mas essencialmente é a mesma equação para a vibração em si. "

Mapeada em três dimensões, a teia de aranha parece a imagem espectral de uma nebulosa (como você confere abaixo). A equipe atribuiu frequências sonoras específicas a fios da teia, da mesma forma que o tom de uma corda de violão aumenta à medida que você a encurta. Eles fizeram suas varreduras ao longo da construção da teia, esclarecendo como as vibrações que as aranhas sentem assumem diferentes tons e timbres ao longo do tempo.

Uma imagem sobreposta de diferentes partes da teia da aranha do laboratório. Imagem: Markus Buehler.

Eles estão um passo além de produzir a paisagem sonora da teia. A equipe desenvolveu um programa de realidade virtual em que um espectador assume o papel da aranha e é capaz de "tocar" qualquer parte da teia para ouvir como o som ressoa nela.

Ao tocar a teia, os pesquisadores isolaram o som proveniente de uma parte dela. Caso contrário, disse Buehler, o som seria cacofônico para o ouvido humano. Dependendo da sua perspectiva, a música da teia de aranha pode soar como sinos de vento ou um forte zumbido.

Não é a nossa língua musical nativa, embora tenha uma semelhança com o início de "Me and Your Mama" de Childish Gambino. Para uma aranha, os sons significam sobrevivência, pois podem ouvir o impacto da presa na teia ou sentir o sapateado de um pretendente.

O objetivo de longo prazo é ser capaz de se comunicar com uma aranha em uma teia, disse Buehler. Para iniciar esse processo, os pesquisadores irão "tocar" a teia de uma forma que obtenha uma resposta de sua criadora e residente. Mais tarde, imitar outra aranha na conversa pode abrir o caminho para falar com os aracnídeos.

"As aranhas são silenciosas e a própria teia também é algo que você não associa ao som", disse Buehler. "Estamos tentando dar voz à aranha… para que possamos um dia ter um bate-papo e talvez tocar uma música juntos e fazer um som."

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Genoma do axolote pode revelar segredos para a regeneração

Posted: 13 Apr 2021 04:00 AM PDT

Além de ser extremamente fofo, o axolote mexicano é uma salamandra de particular interesse para os cientistas. No nível molecular, o animal parece ter um código capaz de burlar as leis da vida: ele pode regenerar seus membros e órgãos vitais, uma habilidade que os pesquisadores querem entender melhor para aplicações médicas.

Agora, os geneticistas obtiveram uma visão mais clara do genoma dessa salamandra sorridente, reproduzindo-o na escala cromossômica. A pesquisa foi publicada esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Compreender uma estrutura genética em detalhes completos leva muito tempo, muito mais do relatar pela primeira vez o mapeamento de um genoma, como fizemos com os humanos em 2003 e o ornitorrinco em 2008. Os segredos permanecem ocultos naqueles supostamente acabados códigos genéticos, então os geneticistas continuam a ir em busca de respostas.

Decifrar o genoma do axolote em particular foi uma tarefa difícil; enquanto um pedaço de um genoma humano encarregado de fazer uma proteína pode abranger entre centenas e milhares de pares de bases, em um axolote, são necessárias centenas de milhares de pares de bases. Ainda assim, o genoma completo do axolote foi anunciado em 2019 pela mesma equipe que publicou a pesquisa recente.

"Usamos algumas técnicas que estavam relacionadas aos nossos métodos clássicos de mapeamento genético anteriores", disse o coautor Jeramiah Smith, geneticista da Universidade de Kentucky, em uma videochamada. "Mas isso nos permitiu costurar esses milhões de pares de bases em um bilhão, ou mais de um bilhão de estruturas de pares de bases que representavam o comprimento dos cromossomos."

Foto: Orizatriz

Axolotes são fiéis à evolução. Enquanto o resto das salamandras aprenderam a viver como anfíbios, o axolote permaneceu na água e evoluiu basicamente para permanecer em sua fase larval ao longo de sua vida. Comparar o axolote a um Pokémon é incrivelmente preciso; um século atrás, pesquisadores descobriram que quando você alimenta estes animais com tecido tireoidiano, eles ocasionalmente passam por metamorfose, perdendo as guelras semelhantes a samambaias que brotam de suas cabeças e a barbatana caudal semelhante a um girino.

O artigo recente examinou especificamente como o genoma é dobrado dentro do animal no nível molecular e onde as sequências de DNA que regulam os genes estão localizadas em relação aos locais onde a transcrição do gene começa. Isso é notável quando você considera a escala e a compactação extrema da dobra; um filamento de DNA humano tem cerca de 1,8 metro quando esticado, mas um de axolote teria mais de 9 metros. Todo esse material genético está sendo sequestrado nas células de um animal 200 vezes menor que o humano médio — é um exemplo impressionante de eficiência no empacotamento, tudo em uma escala microscópica.

"O trabalho ordenou as peças sequenciadas do DNA genômico do axolote na ordem correta, como está no cromossomo", Elly Tanaka, bioquímica do Instituto de Patologia Molecular do Biocentro de Viena que também trabalha com a genética do axolote, mas não é afiliada à nova pesquisa, disse em um e-mail. "Isso é importante porque, em todos os animais com vértebras, os genes são ativados e desativados por sequências de controle que, na verdade, estão bem distantes do próprio gene." A pesquisa, acrescentou ela, será importante para ver se a capacidade de regeneração poderia ser ativada em humanos.

Um axolote selvagem em um laboratório de conservação na Cidade do México em 2014. Foto: RONALDO SCHEMIDT/AFP via Getty Images (Getty Images)

A forma como os genes se dobram é importante para descobrir como o axolote desenvolve seus pedaços iniciais e, então, quais sequências são colocadas em ação quando qualquer um desses componentes precisa ser substituído. Para descobrir a localização de diferentes filamentos de DNA, a equipe fez com que proteínas distintas do animal apresentassem fluorescência, destacando os locais de interesse.

"Há muitos detalhes envolvidos na regeneração de um membro", disse Smith. "Não estamos apenas pensando no genoma como uma estrutura linear, mas também nas ordens superiores de estruturas 3D que ele assume."

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Hoje, existem populações de axolotes mantidas em várias instituições de pesquisa, sem falar nos animais vendidos em pet shops. Mas as populações em cativeiro sofrem de endogamia (acasalamento entre indivíduos aparentados ou geneticamente semelhantes), e o número de animais selvagens, que habitam exclusivamente as águas do lago Xochimilco, na Cidade do México, está diminuindo. "Eles estão em perigo em seu habitat nativo", disse Smith. "Devemos considerar que esta é uma espécie real que vive em um habitat real."

Conservação e investigação genética obviamente não se opõem, mas se quisermos continuar aprendendo e, eventualmente, nos beneficiando dos superpoderes desta espécie, devemos garantir que a população selvagem continue a sobreviver e prosperar.

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