sexta-feira, 23 de abril de 2021

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Césio-137 de testes nucleares da Guerra Fria é encontrado em mel nos EUA

Posted: 22 Apr 2021 05:10 PM PDT

Uma tarefa de recesso escolar para estudantes de geologia resultou na descoberta de isótopos radioativos em níveis mais altos do que o esperado no mel produzido ao longo da costa leste dos EUA. A quantidade de radiação não é considerada perigosa, mas a descoberta aponta para o legado dos testes nucleares feitos durante a Guerra Fria.

Em 2017, os alunos do primeiro ano de geologia da William & Mary, no estado da Virginia, foram encarregados de coletar amostras de alimentos durante suas férias de primavera. O objetivo do exercício era demonstrar como, mesmo 60 anos depois, a precipitação radioativa dos testes nucleares da Guerra Fria ainda persiste nos alimentos.

No início, as amostras produziram os traços típicos, mas as coisas ficaram estranhas quando Jim Kaste, professor associado do Departamento de Geologia da universidade e principal autor do novo estudo, usou seu detector gama para escanear uma amostra de mel. O aparelho mostrou que o césio-137, um isótopo radioativo, estava em níveis 100 vezes maiores do que os outros alimentos.

"Eu medi novamente porque pensei que algo aconteceu com o recipiente ou meu detector poderia estar maluco", explicou Kaste em um comunicado da universidade. "Eu reproduzi a medição. E era, novamente, 100 vezes mais quente do que qualquer um desses outros alimentos."

Deste modo, o que era para ser uma simples e interessante tarefa para estudantes de geologia foi subitamente transformado em um estudo completo, cujos resultados agora aparecem na Nature Communications. Kaste e seus colegas obtiveram amostras de mel de produtores locais verificados ao longo da costa leste americana, descobrindo que 68 das 122 amostras de mel, do Maine à Flórida, continham quantidades variáveis de césio-137 radioativo, embora em níveis não considerados perigosos para a saúde humana. E não estamos falando de potes de mel que ficaram parados nas prateleiras das lojas por anos ou décadas — mas sim do seu estado natural.

"Não estou tentando dizer às pessoas que não devem comer mel. Eu alimento meus filhos com mel", disse Kaste. "Eu como mais mel agora do que quando comecei este projeto."

O risco de a precipitação radioativa atingir a cadeia de produção de alimentos depois dos desastres nucleares de Chernobyl e Fukushima é uma preocupação legítima. Mas, de novo, volto a enfatizar: os níveis de césio-137 detectados no mel dos EUA não são um problema para a saúde. O que o novo artigo mostra, no entanto, é até que ponto os testes de armas nucleares feitos durante a Guerra Fria continuam a afetar a atmosfera.

Dos testes para o mel

"Durante meados do século 20, cinco países testaram mais de 500 armas nucleares no ar, que, juntas, liberaram muito mais radiação ionizante para a atmosfera do que qualquer outro evento ou combinação de eventos na história da humanidade", indica o novo estudo.

A maioria desses testes foi realizado nas Ilhas Marshall no Oceano Pacífico e na região do arquipélago russo de Novaya Zemlya na antiga União Soviética. Em grande parte, esses testes atmosféricos foram interrompidos após o Tratado de Proibição de Testes Nucleares de 1963, exceto por alguns feitos na China e na África durante as décadas de 1960 e 1970. As evidências desses testes ainda podem ser encontradas em todo o planeta na forma de césio-137 — um subproduto da fissão nuclear.

Não é possível comparar os níveis atuais desta precipitação radioativa com um teste nuclear específico, mas os cientistas “sabem que a produção de césio-137 do Pacífico e da Rússia foi 400 vezes maior do que a produção das explosões do Novo México e Nevada”, disse Kaste. Na verdade, uma única Tsar Bomba soviética era pelo menos "50 vezes mais poderosa do que todos os testes de Nevada e Novo México combinados", acrescentou.

Mas como as consequências nucleares da Guerra Fria foram para no mel? Essa é uma excelente pergunta, e o novo artigo narra a provável rota tomada pelo césio-137 enquanto ele viajava por todo o planeta e, especificamente, para a costa leste dos Estados Unidos. Além do mais, o documento também fornece uma explicação de por que parte dessa radiação residual aparece em maiores quantidades em certos locais.

Como explicam os geólogos, a maior parte das partículas radioativas pousaram nas imediações dos testes, mas algumas subiram para a estratosfera. Com isso, os ventos predominantes a leste levaram os isótopos aos céus dos EUA, e as chuvas frequentes ao longo da parte leste do continente os trouxeram para a superfície. Então, 60 anos depois, o césio-137 (que apresenta meia-vida de aproximadamente 30 anos) continua sendo a forma dominante de poluição por radiação ionizante no meio ambiente, de acordo com o estudo.

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Os níveis de césio-137 variaram ao longo da costa, com o mel da Virgínia exibindo praticamente nenhuma porcentagem, enquanto as amostras da Flórida continham uma quantidade considerável. Taxas variáveis ​​de precipitação podem parecer uma explicação lógica, mas os pesquisadores dizem que este não é o caso, apontando em vez disso para o teor de potássio dos solos locais. As regiões com baixo teor de potássio produziram as maiores quantidades de césio-137 no mel, enquanto as regiões com alto teor de potássio produziram alguns dos menores índices. Acontece que as plantas absorvem potássio para a alimentação e, como os átomos de césio e potássio parecem semelhantes, as plantas famintas em solos com baixo teor de potássio estão devorando o césio-137 disponível.

Insetos polinizadores — principalmente abelhas — coletam esses isótopos da Guerra Fria durante suas rondas diárias, resultando no mel (ligeiramente) radioativo. Como escrevem os geólogos, essa cascata de solo, plantas e polinizadores "pode aumentar" a presença de césio-137 em "várias ordens de magnitude" no mel proveniente de regiões específicas com baixo teor de potássio no solo. Contudo, embora não haja preocupação com a saúde humana, há preocupação com os insetos polinizadores.

"O que vemos hoje é uma pequena fração da radiação que estava presente durante as décadas de 1960 e 1970", disse Kaste. "E não podemos dizer com certeza se o césio-137 tem algo a ver com o colapso das colônias de abelhas ou o declínio da população."

Na verdade, nenhuma conexão foi feita para ligar essa poluição da Guerra Fria ao declínio dramático nas populações de abelhas, mas provavelmente é algo que vale a pena examinar. Infelizmente, o legado desses testes continua a nos assombrar, de maneiras que nunca poderíamos ter imaginado.

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Nova técnica consegue transformar plástico de volta em petróleo

Posted: 22 Apr 2021 02:25 PM PDT

Existe plástico demais no mundo — e estamos produzindo mais a cada dia, mesmo enquanto lutamos para encontrar uma maneira de nos livrarmos do material antigo. Um novo estudo apresenta uma solução interessante: derreter sacos plásticos e garrafas para transformá-los de volta no óleo do qual foi originalmente feito.

A nova pesquisa, publicada na quarta-feira (21) na Science Advances, analisa uma técnica chamada pirólise, que essencialmente derrete a poliolefina em sua forma original — isto é, petróleo e gás. As poliolefinas são um tipo muito comum de plástico em itens do dia a dia, desde canudos até embalagens, roupas íntimas térmicas e filmes plásticos. É responsável por dois terços da demanda mundial de plástico.

A produção desses tipos de plástico tem sido um grande benefício para a indústria de petróleo e gás e está dando aos produtores de combustíveis fósseis um vislumbre de esperança para o futuro; enquanto plásticos representam apenas 14% da demanda de petróleo hoje, projeções indicam que eles representarão metade da demanda mundial de petróleo em 2050.

O estudo detalha um novo tipo de técnica para tratar plásticos descartáveis ​​que, dizem os pesquisadores, pode quebrar todos os tipos de plásticos difíceis de reciclar — incluindo garrafas e bolsas de polietileno — em petroquímicos líquidos. Uma das coisas mais notáveis ​​sobre a nova técnica é que ela é capaz de quebrar o plástico em temperaturas mais baixas do que outros métodos de pirólise, o que ajuda a transformar o material em um combustível mais denso e usa duas a três vezes menos energia.

"A maioria dos trabalhos anteriores se concentra na pirólise que aquece o plástico a altas temperaturas de 400-800 [graus Celsius]", disse por e-mail o autor do estudo Dionisios Vlachos, professor de engenharia química e biomolecular da Universidade de Delaware. "A demanda de energia é super alta."

Essas técnicas de alta temperatura, disse Vlachos, quebram a maioria das ligações químicas no plástico, o que faz com que o produto final se pareça com gases leves como o xisto. Esta nova técnica, por outro lado, pode criar combustíveis líquidos com calor mais baixo — cerca de 225 graus Celsius — produzindo “combustíveis quase prontos para uso em carros, caminhões ou aviões e lubrificantes”, disse Vlachos.

Plásticos descartáveis, como sacolas, canudos e anéis de latas, são basicamente feitos para irem pro lixo logo após o uso. Essas coisas fáceis de serem descartadas representam metade das 300 milhões de toneladas de plástico produzidos no mundo todo a cada ano, então há muito trabalho a ser feito. É também o que mais está obstruindo o meio ambiente, à medida que pedaços maiores se quebram em microplásticos que podem representar uma ameaça para humanos, animais e ecossistemas.

Claramente, porém, transformá-lo em combustível não é uma cura para todos os nossos problemas ambientais. Basicamente, isso não vai conter as mudanças climáticas. Os combustíveis fósseis, é claro, emitem poluentes quando você os queima; usar um galão de petróleo derretido de um monte de Tupperware não vai mudar isso.

Ainda assim, há uma necessidade urgente de descobrir o que fazer com todo esse lixo de plástico que está obstruindo o planeta. Ele está poluindo os corpos d’água e matando a vida selvagem. Nosso melhor método atual de se livrar dele — simplesmente queimar o lixo — também libera emissões tóxicas e que aquecem o planeta.

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Converter o plástico de volta ao material do qual foi originalmente feito pode não ser uma solução perfeita, mas com certeza é melhor do que nada (e potencialmente tem um bônus adicional de criar menos fluxos de receita para empresas de petróleo e gás à medida que encontramos maneiras de reutilizar as coisas que eles nos venderam). E agora é a hora, disse Vlachos, de dedicar esforços a técnicas de pesquisa como essas, antes que nosso vício em plástico fuja do nosso controle.

"Precisamos agir em relação ao problema do plástico e desenvolver tecnologias e políticas para eliminá-lo do meio ambiente", disse Vlachos. "Pesquisas levam mais de 10 anos antes de se tornarem úteis. Investir neste campo agora é uma prioridade."

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Como ter uma conta digital nos EUA sem taxa de abertura e mensalidade

Posted: 22 Apr 2021 01:00 PM PDT

Contas digitais são a nova tendência do mercado financeiro. A facilidade de guardar o seu dinheiro a um toque é muito vantajosa. Hoje, é até possível abrir contas em outros países e guardar dinheiro em moedas diferentes. Por isso, é compreensível que cada vez mais pessoas estejam buscando abrir uma conta digital nos EUA.

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Descoberta de fósseis reforça a teoria de que os tiranossauros caçavam em grupo

Posted: 22 Apr 2021 12:28 PM PDT

Um notável sítio arqueológico em Utah, nos Estados Unidos, no qual vários tiranossauros foram encontrados enterrados juntos, reforça a teoria crescente de que essas criaturas temíveis caçavam em grupo, de modo semelhante aos lobos.

A possibilidade de os tiranossauros serem caçadores sociais já vêm sendo considerada pelos paleontólogos há mais de 20 anos. Em 1910, pesquisadores que trabalhavam em Alberta, no Canadá, encontraram os restos de 12 tiranossauros que parecem ter morrido juntos. Praticamente todo mundo esqueceu essa história até que o paleontólogo canadense Philip Currie, agora na Universidade de Alberta, revisitou a antiga descoberta em 1998, argumentando que era uma evidência de "comportamento gregário" em tiranossauros e que esses animais caçavam em grupo.

Sete anos depois, Currie, junto com vários colegas, relatou uma descoberta semelhante feita em Montana (EUA), na qual os restos mortais de três tiranossauros pertencentes ao gênero Daspletosaurus também foram encontrados juntos. E em 2014, paleontólogos descreveram pegadas fossilizadas encontradas na Colúmbia Britânica, no Canadá, que pareciam mostrar três tiranossauros movendo-se na mesma direção ao mesmo tempo.

Apesar dessa evidência, os cientistas relutam em atribuir comportamento gregário aos tiranossauros, alegando que as capacidades cognitivas limitadas dos dinossauros não poderiam permitir isso. Os críticos dessa teoria agora terão que considerar um terceiro local de morte em massa, conforme descrito em um novo artigo publicado na PeerJ.

Uma mandíbula superior de Teratophoneus, encontrada na "Rainbows and Unicorns Quarry" em Utah. Imagem: Bureau of Land Management

O sítio arqueológico fica dentro do Monumento Nacional Grand Staircase-Escalante, e reúne os restos mortais de quatro, possivelmente cinco, tiranossauros, que parecem ter morrido ao mesmo tempo. Os fósseis estavam enterrados no local de um antigo rio. Os autores do novo artigo dizem que suas mortes foram provavelmente o resultado de enchentes sazonais.

"O novo local de Utah contribui para o crescente corpo de evidências que mostra que os tiranossauros eram grandes predadores complexos, capazes de comportamentos sociais que são comuns em muitos de seus parentes vivos, os pássaros", Joe Sertich, coautor do artigo e curador de dinossauros no Denver Museum of Nature & Science, explicou em um comunicado à imprensa. "Essa descoberta deve ser o ponto de inflexão para reconsiderar como esses carnívoros se comportaram e caçaram no hemisfério norte durante o Cretáceo."

Currie, que não estava envolvido no novo estudo, disse que a descoberta “aumenta o número crescente de evidências de que os tiranossaurídeos são capazes de interagir como grupos gregários”, conforme declaração dele no comunicado à imprensa do Bureau of Land Management de Utah.

Membros da equipe mapeando ossos no local. Imagem: Bureau of Land Management

Os ossos desses dinossauros foram encontrados enterrados no final da da Idade Campaniana, na Formação Kaiparowits do sul de Utah, que atende pelo maravilhoso apelido de "Rainbows and Unicorns Quarry" ("Pedreira Arco-Íris e Unicórnios", em tradução livre). O coautor do estudo, Alan Titus, do Bureau of Land Management, descobriu o local em 2014, e ele representa o primeiro local de morte em massa de tiranossauros a ser encontrado no sul dos Estados Unidos.

Titus e seus colegas descobriram os restos mortais de vários Teratophoneus, um gênero de tiranossauro que viveu no Cretáceo aproximadamente 77 milhões a 76 milhões de anos atrás. Este gênero é conhecido por uma única espécie, Teratophoneus curriei, cujos maiores membros mediam algo entre 6,4 e 7,9 metros de comprimento. Os tiranossauros, ou tiranossaurídeos, descrevem uma família de dinossauros carnívoros enormes que se erguiam sobre duas pernas, sendo os exemplos mais famosos o Tiranossauro rex, o Albertossauro, o Daspletossauro e o Tarbossauro.

Além dos fósseis de Teratophoneus, Titus e os seus colegas descobriram vários tartarugas, peixes e espécies de raias, um esqueleto quase completo de um jacaré Deinosuchus de 3,7 metros de comprimento, e outras duas espécies de dinossauros (acredita-se que nenhum destes animais morreu no evento que matou os espécimes de Teratophoneus). Além desses ossos, os cientistas coletaram fragmentos de pequenas rochas e depósitos de bancos de areia do antigo rio do período Cretáceo.

"Percebemos imediatamente que este local poderia ser usado para testar a ideia do tiranossauro social. Infelizmente, a história antiga do local é complicada", disse Titus. "Os ossos parecem ter sido exumados e reenterrados pela ação de um rio. Por isso, o contexto original em que estavam foi destruído. No entanto, nem tudo foi perdido."

Na verdade, as evidências químicas e físicas recuperadas do local permitiram que a equipe atribuísse um sentido a essa cena antiga, apesar das interrupções geológicas mencionadas. A análise de isótopos estáveis ​​de carbono e oxigênio, junto com concentrações de elementos de terras raras, rendeu "uma assinatura relativamente homogênea", como escreveram os paleontólogos em seu artigo. Isso sugere fortemente que os fósseis foram todos derivados da mesma população de origem e que os animais morreram e se fossilizaram juntos. Também sugere que nenhum outro animal foi introduzido no local de enterro em uma data posterior.

Os cientistas suspeitam que uma enchente sazonal matou os tiranossauros, levando seus corpos para um lago próximo, onde eventualmente foram enterrados. A equipe considerou várias outras possibilidades para explicar as mortes em massa, incluindo envenenamento (por exemplo, água potável contaminada com cianobactérias), seca, incêndio e até mesmo afogamento em areia movediça. Desses cenários, o dilúvio é considerado a explicação mais plausível, segundo os cientistas.

A descoberta na Rainbows and Unicorns é obviamente importante, pois é uma evidência potencial não apenas da caça cooperativa entre os tiranossauros mas também para a sociabilidade em geral, o que poderia se aplicar a outras características, como cuidado parental estendido. Dito isso, nem todo mundo está convencido pelas novas evidências.
"É um pouco mais difícil ter tanta certeza de que esses dados significam que esses tiranossauros viveram juntos no passado", disse Kristi Curry Rogers, professora de biologia do Macalester College, à Associated Press. "É possível que esses animais tenham vivido na mesma vizinhança uns dos outros sem viajar juntos em um grupo social, e apenas se reuniram em torno de recursos cada vez menores à medida que os tempos ficavam mais difíceis."

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Justo. Só porque esses corpos de dinossauros foram enterrados juntos não significa automaticamente que eles realmente caçavam em grupo. Como sugere Rogers, os dinossauros Teratophoneus podem ter se reunido para se alimentar de uma presa, o que pode ou não ter sido o comportamento típico desses terópodes. Os abutres, por exemplo, se alimentam de uma refeição comunitária, mas esses pássaros dificilmente poderiam ser descritos como animais que caçam em grupo.

Consequentemente, outras evidências serão necessárias para sustentar essa hipótese, especificamente evidências que mostrem que esses animais andavam em grupo por vontade própria e de maneira cooperativa. Isso não será algo fácil de provar, mas, bem, ninguém disse que a paleontologia seria fácil.

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O que realmente diz o estudo que relaciona vacinas contra Covid-19 com herpes zóster

Posted: 22 Apr 2021 11:14 AM PDT

Uma nova pesquisa alega ter encontrado uma ligação entre uma vacina de mRNA (ou RNA mensageiro) contra Covid-19 e herpes zóster em certas pessoas com doenças autoimunes. Mas, embora valha a pena estudar essa relação, não é preciso se preocupar com esse possível risco ou prestar muita atenção às notícias duvidosas que divulgaram a pesquisa.

O estudo foi publicado na semana passada na revista Rheumatology por cientistas de Israel. Eles estudaram pessoas com doenças reumáticas inflamatórias autoimunes, condições que incluem artrite reumatoide, e as compararam a um grupo semelhante de pessoas que não tinham nenhuma doença autoimune. De quase 500 pacientes com essas condições, eles identificaram seis (1,2%) que desenvolveram herpes zóster logo após receberem a vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech, em comparação com zero pessoas no grupo de controle que também receberam o imunizante.

Os resultados, escreveram os autores, mostram que mais pesquisas são necessárias para "esclarecer a associação" entre a vacina de mRNA da Pfizer e o herpes zoster, uma doença causada pelo vírus varicela-zóster. É importante ressaltar que isso não significa que a vacina transmitiu o vírus do herpes zóster.

A autora principal Victoria Furer teve o cuidado de dizer ao Jerusalem Post na segunda-feira (19) que eles não podiam dizer que a "vacina é a causa" neste momento. No máximo, ela acrescentou, a vacinação "pode ser um gatilho para alguns pacientes". Mas isso não impediu o New York Post de divulgar os resultados da forma mais indevida possível, com o título: "Infecção por herpes possivelmente ligada à vacina de Covid-19, diz estudo".

O que foi dito pelo jornal é tecnicamente verdade. A herpes zóster é causada pelo mesmo vírus responsável pela varicela ou catapora, um membro da família do vírus da herpes chamado varicela-zóster. Mas quando as pessoas lerem as palavras "infecção por herpes", a maioria sem dúvida vai pensar que estamos falando sobre herpes genital, a infecção sexualmente transmissível causada por dois outros vírus. O Jerusalem Post, por sua vez, deixou claro que o estudo era sobre herpes zóster, mas as pessoas nos EUA provavelmente reconheceriam a doença mais comumente como "shingles", em inglês. No Brasil, a doença também é conhecida como “cobreiro”.

Simplesmente chamar a herpes zóster de infecção por herpes leva a outro possível equívoco. Não se trata de uma nova infecção, mas sim da reativação do vírus que ficou latente no corpo por anos ou décadas, após um caso inicial de varicela. Isso geralmente acontece devido ao enfraquecimento do sistema imunológico à medida que envelhecemos, mas também é mais provável de acontecer em uma idade mais jovem em pessoas com doenças autoimunes.

Uma vez que a herpes reaparece, pode causar erupções cutâneas distintas e, às vezes, dores nos nervos intensas, que podem persistir depois de a infecção ser novamente derrotada. Felizmente, os vacinados contra a varicela parecem ter um risco muito menor de herpes zóster, e agora existe uma vacina disponível especificamente para isso.

Diante disso, não é implausível que a vacina de Covid-19 possa aumentar o risco de uma pessoa ter uma reativação de herpes zóster. Há algumas evidências de que a própria Covid-19 pode desencadear o herpes zóster devido aos seus efeitos no sistema imunológico ou ao estresse que causa nas pessoas. E pelo menos alguns cientistas, desde o final dos anos 1990, têm demonstrado preocupação sobre a resposta imune causada por qualquer vacina temporariamente tornar as pessoas mais vulneráveis ao herpes zóster.

Todos esses riscos teóricos podem ser amplificados em pessoas cujo sistema imunológico já está comprometido ou que estão tomando medicamentos para regular seu sistema imunológico hiperativo, como foi o caso de alguns dos pacientes do estudo.

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Pelo menos um outro caso e várias relatos de médicos também sugeriram uma ligação entre as vacinas de Covid-19 e o herpes zóster. Mas outros especialistas, com razão, advertiram que nós simplesmente não temos fortes evidências de uma relação causal direta entre os dois neste momento. Mesmo neste novo estudo, a relação não parece ser extremamente clara, dado que apenas 1,2% dos pacientes com uma condição autoimune desenvolveram herpes zóster após a vacina. Enquanto isso, não há até agora nenhuma indicação de aumento do risco da doença após a vacinação no público em geral.

Portanto, sim, embora os cientistas precisem continuar estudando essa conexão, é improvável que seja algo mais do que um risco muito raro entre algumas pessoas já vulneráveis ​​ao herpes zóster. E não, a vacina contra Covid-19 não vai te dar herpes.

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Facebook diz ser ‘normal’ e ‘um problema do setor’ que vazamentos de dados aconteçam

Posted: 22 Apr 2021 10:34 AM PDT

Foto de Solen Feyissa no Unsplash

O Facebook teria classificado como "normal” e um "problema geral do setor" o fato de acontecerem tantos incidentes envolvendo coleta e vazamento de dados com o uso da técnica conhecida como data scraping ou raspagem de dados. A declaração foi revelada por um jornalista, que obteve um e-mail interno no qual a companhia usou as duas expressões para se referir a um caso recente de coleta de informações, em que dados de cerca de 533 milhões de usuários da rede social foram expostos online.

Neste mês de abril, Pieterjan Van Leemputten, editor do site belga Data News, enviou algumas perguntas ao Facebook solicitando uma atualização sobre o vazamento das mais de meio milhão de contas da plataforma, incluindo mais clareza sobre como ocorreu a violação. Só que a empresa de Mark Zuckerberg incluiu o jornalista em um tópico de discussão interno enviado por e-mail para funcionários da companhia.

Foi aí que Leemputten recebeu a mensagem em que o Facebook destaca sua posição quanto ao vazamento dos dados. "Supondo que a divulgação da imprensa continue diminuindo, não estamos planejando declarações adicionais sobre esse assunto. A longo prazo, contudo, esperamos por mais incidentes desse tipo e pensamos ser importante enquadrá-los como um problema geral do setor e normalizar o fato de que essa atividade ocorre regularmente", dizia o e-mail, que foi enviado às equipes de relações públicas do Facebook na Europa, Oriente Médio e África.

O e-mail ainda afirma que a equipe do Facebook propôs um post de acompanhamento nas semanas subsequentes ao vazamento para "fornecer mais transparência em torno da quantidade de trabalho que estamos fazendo nessa área". "Embora isso possa refletir um volume significativo de atividade desse tipo, esperamos que ajude a normalizar o fato de que essa atividade está em andamento e evitar críticas de que não estamos sendo transparentes sobre incidentes específicos", continua.

Além disso, o e-mail do Facebook destaca veículos de imprensa que, segundo a companhia, "ofereceram interpretações mais críticas da resposta do Facebook, enquadrando o site como evasivo, [por estar] desviando da culpa, e destacando a ausência de um pedido de desculpas para os usuários afetados". Entre as páginas estão sites como ZDNet, CNET, Reuters, The Guardian e The Wall Street Journal. A companhia também teria usado menções no Twitter como estatísticas para esse tópico descrito no e-mail.

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Em resposta ao ZDNet, um porta-voz do Facebook disse que a empresa está empenhada em continuar educado seus usuários sobre a raspagem de dados. Também afirma que a companhia entende as preocupações das pessoas, e que os sistemas da rede social serão fortalecidos para evitar novos vazamentos. "Continuaremos desenvolvendo nossas capacidades para nos manter à frente desse desafio", declarou.

O hack sofrido pelo Facebook que ocasionou a divulgação de 533 milhões de perfis incluía informações pessoais como números de telefone, nomes de usuários, nomes completos e data de nascimento. Aparentemente, nenhuma conta foi afetada por vírus — os dados "somente” foram colocados à venda em fóruns na internet.

[ZDNet]

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Astrônomos não sabem o que o buraco negro da Via Láctea comeu, mas viram ele brilhar

Posted: 22 Apr 2021 09:22 AM PDT

Em maio de 2019, os astrônomos testemunharam uma explosão brilhante vindo do centro de nossa galáxia. O evento foi causado pelo acúmulo de matéria em nosso buraco negro local, um monstro de 4,6 milhões de massas solares chamado Sagitário A*. A causa do brilho era desconhecida, embora uma pesquisadora agora diga que os enigmáticos "objetos G" possam ser os responsáveis.

Estrelas e outros objetos cósmicos passam por Sagitário A* o tempo todo, mas o que quer que tenha chegado muito perto alguns anos atrás “levou o buraco negro a um estado estranho onde ele continuou produzindo algo extraordinário”, disse a autora do estudo Lena Murchikova, astrofísica do Institute for Advanced Study, em um telefonema. "Não vimos qualquer tipo de atividade como essa desde o início da observação, que foi há cerca de 25 anos."

Durante o evento observado em 2019, o núcleo da Via Láctea brilhou duas vezes mais intensamente em luz infravermelha do que qualquer explosão registrada anteriormente, e 100 vezes mais do que o brilho normal de seu centro. Isso durou duas horas e meia, enquanto a matéria caía no buraco, iluminando as leituras do Observatório Keck do Havaí. Alguns brilhos adicionais continuaram até pelo menos o final daquele ano.

O núcleo da Via Láctea, com o Sagitário A* no canto superior direito. Imagem: Raio-X: Nasa/UMass/D.Wang et al., IR: NASA/STScI (Uso Justo)

Anteriormente, os pesquisadores sugeriram que as explosões podem ter sido causadas por um tipo particular de estrela cuja órbita oscila precipitadamente perto do buraco negro, que puxa a matéria com sua intensa gravidade. Murchikova determinou que o tempo não estava alinhado — a estrela passou pelo buraco negro quase um ano antes da explosão de luz e sua matéria demoraria mais do que aquele ano para chegar ao disco de acreção.

Uma alternativa eram os chamados objetos-G, cujas identidades permanecem desconhecidas, mas podem ser nuvens de gás, estrelas ou um pouco de ambos. Os objetos-G passaram em momentos diferentes, mas sua matéria teria chegado à boca do buraco negro ao mesmo tempo. Murchikova conclui que o brilho foi causado pela queda conjunta das massas dos objetos-G. A pesquisa foi publicada no The Astrophysical Journal Letters.

"Não há nada para provar que [o timing] não é uma coincidência, porque não podemos voltar no tempo e calculá-lo", disse Murchikova. "Mas é o melhor que temos; parece combinar, e isso é muito estranho, obviamente."

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Se o brilho foi de fato causado por esses objetos-G, ele logo passará, sendo uma anomalia interessante no centro de nossa galáxia. Se as explosões de luz foram perpetradas por qualquer outro culpado celestial, talvez mais eventos ocorram — teremos apenas que esperar por mais dados de nossos observatórios.

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Como o chip M1 da Apple é a maior prova daquilo que usuários Android estão perdendo

Posted: 22 Apr 2021 08:37 AM PDT

Como usuário do Android, às vezes me sinto derrotado depois de assistir a um evento da Apple, especialmente quando há novos dispositivos vindo aí, como é o caso do iPad Pro. Isso me lembra que existem poucas alternativas viáveis ​​na terra do robozinho verde.

Os tablets Android estão em um estado deprimente. Mesmo aqueles que valem a pena comprar não são tão chamativos ou capazes de alcançar o desempenho do dispositivo que a Apple anunciou esta semana. O preço inicial do novo iPad Pro de US$ 799 também não é tão exorbitante nos Estados Unidos (N.T: no Brasil, por R$ 10.799, é muito caro!). E com a adição do chip M1, suporte para redes 5G e uma câmera frontal ultra-angular de 12 MP com recurso Center Stage (mais suporte LiDAR na parte de trás), confesso que estou sentindo muita inveja de quem vai ter um aparelho desses.

Então, o que um usuário do Google deve fazer se quiser um tablet sem iOS? Esperamos que o Google revele um processador próprio para a nova geração de dispositivos Pixel. Os últimos rumores indicam que os smartphones serão a primeira a ser equipada com a CPU Whitechapel "GS101" do Google. Isso não significa necessariamente que a companhia lançaria com sucesso um matador de iPad. Mas ajudaria a facilitar alguns dos outros tropeços do ecossistema e talvez pavimente o caminho para o que poderia ser um tablet Android que você gostaria de comprar — talvez até um tablet Android que você consideraria em vez do iPad.

Processador Pixel

O Google já moldou o Pixel em sua visão, mas tem menos controle sobre os componentes dentro dos smartphones. Ele vem equipado com os chips Snapdragon da Qualcomm desde os primeiros dispositivos Pixel, e é por isso que os Pixels 2, 3, 4 e 4a tinham um Visual Core ou Neural Core adicionado para ajudar o telefone a processar funções de inteligência artificial e fotos de alta resolução.

Imagem: Sam Rutherford/Gizmodo

No entanto, não há necessidade de adicionar o poder de processamento extra se ele já estiver integrado. Como aponta o Android Intelligence, construir o chip Pixel internamente significa que ele seria desenvolvido especificamente para o que o dispositivo foi feito:

“Da forma como está agora, o Google depende de empresas como a Qualcomm para fornecer essa estrutura e determinar muito do que pode fazer com seus produtos Pixel. E para uma empresa que se concentra em áreas como aprendizado de máquina e um serviço de assistente sempre atento, isso cria algumas limitações sérias com os tipos de experiências que é capaz de fornecer.”

Desenvolver um “chip Pixel” especificamente para hardware da marca Pixel também ajudaria a prolongar a vida de alguns dispositivos mais antigos.

Suporte estendido

As classificações de satisfação do cliente da Apple estão nas alturas — em parte porque ela oferece suporte a dispositivos mais antigos, permitindo que as pessoas tenham mais tempo antes de atualizar seus aparelhos. O iOS 14, por exemplo, é compatível com o iPhone 6S, que já tem quase seis anos.

Imagem: Alex Cranz/Gizmodo

Imagine ver esse tipo de suporte de longo prazo em um dispositivo Android. A plataforma ficou exponencialmente melhor em atualizações de software desde que o Google separou elementos do sistema operacional para que eles pudessem ser atualizados por meio da Google Play Store, em vez de esperar que as operadoras e fabricantes os implementassem. Em smartphones da linha Pixel, os updates são garantidos por até três anos.

Um chip Pixel pode ajudar o Google a fornecer suporte ainda mais estendido para seus celulares. Mesmo com todos os hacks pós-mercado e versões de terceiros do Android circulando por aí, isso não é algo com que seu consumidor médio queira lidar no final do dia. Esse tipo de suporte prolongado também pode ajudar a estabelecer mais lealdade à marca, algo o que o Google tem enfrentado dificuldade segundo as últimas vendas de Pixel.

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Tablet Android

O Google lançou o Nexus 9, um tablet Android fabricado pela HTC, lá no ano de 2014. Era um dispositivo com tela de 9 polegadas e o poderoso Nvidia Tegra K1 de 2,3 GHz, além de um excelente tablet para desenvolvedores Android. Mas fora isso, era quase impossível atingir a dominação do iPad no mercado.

Em seguida, o Google fez uma nova tentativa com o Pixel Slate, só que, desta vez, o dispositivo usava Chrome OS, que tem compatibilidade com Android. O aparelho tinha benchmarks de desempenho impressionantes, uma tela vibrante de alta densidade e incluía suporte para a caneta Pixel Pen, embora não tenha conseguido ganhar força nas comunidades criativas da mesma forma que o Apple Pencil. A caixa do teclado não era muito estável, tornando difícil acoplar o tablet para longos períodos de digitação. No final das contas, o Slate não vendeu bem, e o Google parou de vendê-lo um tempo depois.

Imagem: Alex Cranz/Gizmodo

A Samsung é a única empresa a fazer tablets Android competitivos, e o Galaxy Tab S7+ não é uma alternativa ruim se você está comprometido com a ideia de continuar com o sistema do Google. Ele oferece alguns dos recursos disponíveis no iPad Pro, como uma tela grande e uma S-Pen precisa com carregamento magnético integrado. No entanto, a Samsung está vendendo sua versão do ecossistema Android que, assim como acontece nos smartphones, não é atualizado com frequência. Sem mencionar o fato de que o Android ainda precisa de alguns ajustes antes de ser totalmente competente para produtividade em um tablet.

Não há indicação de que o Google tem planos de se aventurar novamente nos tablets Android ou que até mesmo tentaria lançar algo que pudesse competir com o iPad Pro, que é o modelo mais avançado da Apple. É mais provável que veremos um tablet Chrome, especialmente após relatos de que o suposto chip Pixel poderia encontrar vida em outras categorias de produtos além de um smartphone.

Seja qual for o plano, esperamos que o Google siga em frente com esses rumores internos sobre chips próprios. Cada evento da Apple que traz um novo iPad é mais um lembrete do que estamos perdendo no reino do Android: uniformidade da plataforma. Um chip personalizado para os dispositivos Pixel seria apenas o começo da união total do ecossistema do Google e tornaria seu hardware uma alternativa viável à Apple.

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EUA deverá ter vacinas sobrando até o fim de maio

Posted: 22 Apr 2021 07:00 AM PDT

Esta semana, os 50 estados dos EUA abriram oficialmente a elegibilidade para a vacinação contra Covid-19 para todos os residentes adultos. Mas, embora milhões de norte-americanos ainda fazem fila para receber sua dose, os especialistas afirmam que o país está se aproximando rapidamente de um excedente de vacina, com poucas pessoas restantes em relação ao suprimento disponível. Uma vez que isso acontecer, ainda não sabemos se os EUA distribuirão suas vacinas indesejadas a países que precisam delas desesperadamente ou mesmo se lhes dará a oportunidade de fazer as suas próprias.

Na terça-feira (20), uma análise da Kaiser Family Foundation concluiu que os EUA chegarão a um ponto de inflexão na busca pela vacinação contra Covid-19 nas próximas duas a quatro semanas.

Atualmente, pouco mais de 50% dos adultos elegíveis receberam pelo menos uma dose da vacina. De acordo com a pesquisa mais recente da KFF no final de março, cerca de 61% dos adultos elegíveis foram vacinados ou estão definitivamente interessados ​​em ser vacinados. Mas ainda existe um contingente estável de norte-americanos — 10% a 15%, com base em várias pesquisas — que dizem abertamente que nunca receberão uma vacina por vontade própria. E mesmo no melhor cenário — onde metade das pessoas que ainda duvidam da vacina eventualmente mudam de ideia — levaria apenas 28 dias para que todos que desejam uma vacina a recebessem, estima a KFF.

Provavelmente ainda nesta semana, o país atingirá a meta estabelecida anteriormente pelo presidente Biden de administrar 200 milhões de doses nos primeiros 100 dias de sua presidência. E é provável que os níveis projetados de cobertura vacinal ainda sejam suficientes para reduzir drasticamente a propagação da pandemia e limitar as mortes e doenças graves causadas pela Covid-19, semelhante ao que aconteceu em países como o Reino Unido e Israel.

Mas os EUA podem não atingir a imunidade coletiva — níveis de cobertura vacinal e imunidade natural que protegeriam totalmente as pessoas que não podem ou não querem ser vacinadas de surtos localizados. Quando o interesse acabar, o suprimento de vacinas dos Estados Unidos também corre o risco de ser desperdiçado, mesmo que a maior parte do mundo continue não vacinada.

No início deste mês, a Vanity Fair relatou que as negociações dentro do governo Biden começaram sobre como os EUA doariam suas futuras doses indesejadas. Mas essas discussões foram suspensas porque o país continuou a ter níveis relativamente altos de novos casos e muitos especialistas temiam que surgisse um quarto pico da pandemia.

Desde então, embora alguns estados como Michigan tenham experimentado picos alarmantes de novos casos, os EUA como um todo permaneceram em um patamar precário. No entanto, não foram apenas os problemas locais que atrasaram esses esforços. Muitos dos contratos existentes do governo com fabricantes de vacinas — negociados pelo governo Trump — teriam que ser retrabalhados primeiro, uma vez que a linguagem atual parece impedi-los de dar doses excedentes a outros países.

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Os EUA e outros países ricos, como membros da Organização Mundial do Comércio, também impediram as tentativas dos países mais pobres de garantir doses por meio de suspensões temporárias de patentes que lhes permitiriam produzir suas próprias vacinas localmente a um custo muito menor. E apesar dos recentes apelos de alguns legisladores para mudar a mente do governo e apoiar essas suspensões antes da próxima assembleia geral da OMC em maio, não está claro se os EUA o farão.

Todos esses contratempos e decisões intencionais poderiam deixar os EUA predominantemente, mas não totalmente, protegidos da pandemia, enquanto muitas das nações mais pobres do mundo permaneceriam desprotegidas até 2024, de acordo com algumas projeções recentes.

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[Review] LG Tone Free FN6: som mediano e a promessa de tecnologia autolimpante

Posted: 22 Apr 2021 06:53 AM PDT

Review Fone LG Tone Free FN6. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

É seguro dizer que 2020 continuou o legado de 2019 como o ano dos fones de ouvido sem fio. Foram dezenas de modelos, de inúmeras fabricantes, e muito provavelmente isso deve se repetir agora em 2021.

Mas com tantas opções no mercado, as empresas começam a apresentar recursos que realmente podem ser um diferencial entre si. O Tone Free FN6 é um deles: lançado em alguns países em meados de 2020, os fones true wireless foram um dos últimos produtos que a LG trouxe ao Brasil no final do ano passado. Ele tem as características básicas que você encontra na maioria dos fones da categoria, porém traz uma função autolimpante que, segundo a marca, elimina 99,9% das bactérias que podem se acumular no acessório.

Como todo acessório que traga uma novidade assim, o Tone Free FN6 não é barato: o preço sugerido é de R$ 1.200, colocando os fones da LG para bater de frente com os AirPods de primeira e segunda geração, da Apple. Eu venho testando o aparelho há algumas semanas, e nos parágrafos a seguir conto as minhas impressões.

LG Tone Free FN6

Review Fone LG Tone Free FN6. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

O que é
Um fonte true wireless com um estojo de carregamento autolimpante, prometendo eliminar 99,9% das bactérias.

Preço
Sugerido: R$ 1.200. No varejo: em média, R$ 999.

Gostei
Muito confortável de usar por várias horas seguidas; estojo de recarga rápida; conectividade e pareamento quase que instantâneos.

Não gostei
O som não é dos melhores, com graves abafados e muito ruído; autonomia de bateria poderia ser maior; tecnologia autolimpante é um diferencial, mas não mostrou a que veio.

Design

Disponível nas cores preto e branco, o Tone Free FN6 segue o padrão de fones de ouvido sem fio que começou lá atrás com os primeiros AirPods. E apesar de isso deixar os fones praticamente todos iguais, é difícil errar quando se aposta em um design mundialmente conhecido e bem aceito pelo público. No caso dos fones da LG, eles se aproximam mais dos AirPods Pro, pois as "perninhas” são menores e garantem mais discrição durante o uso.

Como nem todo mundo tem exatamente o mesmo tamanho de ouvido, a LG inclui três pares diferentes de ponteiras de silicone para que uma delas deixe os fones o mais confortável possível. De fato, houve dias em que passei cerca de três horas seguidas usando o Tone Free FN6, e em momento algum senti que eles estavam lá. Também não notei nenhuma pressão excessiva, já que fones intra-auriculares (que ficam para dentro do ouvido) tendem a me causar esse tipo de desconforto — o que, reforçando, é algo totalmente individual.

Review Fone LG Tone Free FN6. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

Os fones também contam com controles por toque capacitivo, que ficam na parte superior de cada peça. Você pode usá-los para pausar/continuar a reprodução de músicas, ajustar o volume, responder/negar chamadas telefônicas e para ativar ou desligar o modo de som ambiente. Essas opções podem ser personalizadas por um aplicativo da LG para Android e iOS.

Acredito que esses controles poderiam ser um pouco mais consistentes, pois são bastante sensíveis e podem ser ativados mesmo se o seu dedo estiver longe. Foram várias as vezes que eu ia ajustar um dos fones no meu ouvido e, mesmo sem encostar meu dedo no acessório, ele pausava ou voltara para a faixa anterior. Além disso, a resposta não é tão instantânea; ao pausar uma música, precisei esperar meio segundo entre o toque no fone e o áudio começar a sair.

Vale citar que o Tone Free FN6 tem certificação IPX4, o que garante resistência pingos de água e suor. Portanto, entrar no mar ou piscina, nem pensar.

A case

O grande apelo do LG Tone Free FN6 é o estojo de carregamento com a tecnologia autolimpante UV Nano que, segundo a marca, promete eliminar 99,9% das bactérias. Logo ao abrir o case, você verá luzes LED em cada encaixe, iluminando a parte interna do acessório. Mas a luz ultravioleta responsável pela limpeza em si é invisível e só funciona com o case fechado. Para completar um ciclo de higienização, é preciso deixá-los lá dentro por dez minutos e com o cabo USB-C conectado à tomada.

Review Fone LG Tone Free FN6. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

O UV Nano é um diferencial interessante porque, no momento, o Tone Free FN6 é o único fone sem fio com essa função de se autolimpar. A LG não afirma se os fones são capazes de matar vírus, o que poderia ser ainda mais útil em tempos de Covid-19. Contudo, eu não estranharia se as próximas versões do Tone Free FN6, ou dos fones de outras fabricantes, adotarem esse conceito. No mais, é ótimo saber que na próxima vez que eu abrir a case, os fones estarão um pouco mais limpos do que de costume. Se você já usa um fone true wireless, com certeza sabe do que estou falando quando digo que não importa o quão limpo seja o seu ouvido: os fones costumam acumular muita sujeita facilmente. Nos da LG, isso é menos pior.

Bateria e conectividade

De acordo com a LG, o Tone Free FN6 oferece seis horas de bateria. E foi isso  (talvez um pouco menos) que ele durou. Com o estojo de recarga, você ganha 12 horas de autonomia extra.

Em condições normais, acho difícil alguém ficar tanto tempo com os fones sem colocá-los no case ao menos uma vez. Por isso, deve ser mais do que suficiente para o uso diário. Mesmo assim, ter pouco menos de seis horas de autonomia ainda é abaixo da média da maioria dos fones totalmente sem fio, que geralmente duram em média oito horas contínuas.

Felizmente, a recarga é realmente ultrarrápida. Uma carga de apenas cinco minutos garante uma hora de bateria. Nos meus testes, para ir do zero ao 100%, os fones precisaram de apenas 38 minutos.

Review Fone LG Tone Free FN6. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

O pareamento com dispositivos também é mais rápido do que a maioria dos fones da categoria. Usando Bluetooth 5.0, que por si só já é bastante veloz, eu levei cerca de 14 segundos para fazer a primeira conexão com o meu celular. Depois disso, era só eu abrir o case e colocar os fones no meu ouvido para o smartphone reconhecê-los automaticamente. Ao longo desses 30 dias, não passei por nenhum problema de lentidão ou queda de conexão.

A LG ainda disponibiliza o aplicativo TONE Free para personalizar os comandos capacitivos em cada fone, controlar volume, selecionar modos de som, customizar equalizadores e localizar o acessório. É pelo app que você também pode ativar e atribuir o modo de som ambiente a um dos fones. E tem ainda uma função para leitura de notificações que chegam no smartphone, sem que você precise ligar a tela do aparelho.

Qualidade de som

Definitivamente, o LG Tone Free não é o fone de ouvido para quem deseja a melhor qualidade de som. Não que ele seja ruim: é uma performance mediana. Mas para um aparelho de R$ 1.200, eu esperava mais.

Para começar, eu ouvi This story is dedicated to all those cyberpunks who fight against injustice and corruption every day of their lives! (DJ Mix) – sim, é esse o nome -, novo álbum da Grimes (melhor dizendo: de sua personagem, Lizzy Wizzy) para o jogo Cyberpunk 2077. As músicas misturam pop eletrônico com batidas de hip-hop, indie-pop e outros gêneros. O som não sai tão limpo ou cristalino quanto eu pensava, e os graves, que costumam se sobressair em todas as faixas do disco, não se destacaram nos fones da LG.

No rock de Death Magnetic, do Metallica, e do pop rock do After Laughter, do Paramore, os graves também ficaram em segundo plano. Eu notei, inclusive, um certo ruído em algumas faixas que não sumiam mesmo ao escolher um preset no app da LG ou elaborar um equalizador manualmente. Aliás, os ajustes não são tão eficazes na hora de aprimorar a intensidade do adio, em especial dos graves.

A impressão que eu tive é que o Tone Free FN6 entrega uma qualidade mais satisfatória em faixas instrumentais e sem muitos elementos. Nos álbuns do Explosions in the Sky e do musicista Ólafur Arnalds, que não possuem vocais, o som saiu bem mais limpo do que na maioria dos demais discos cantados que eu ouvi.

O LG Tone Free não tem uma função específica de cancelamento de ruído, mas sim um recurso que apenas diminui o barulho externo. Mesmo no máximo, a opção não elimina por completo o som ambiente – tudo o que ela faz é deixar os ruídos mais abafados. Eu tenho para mim que isso está mais relacionado ao encaixe do dos fones no ouvido do que uma funcionalidade dedicada.

Vale a pena?

Por R$ 1.200, o LG Tone Free FN6 cumpre menos do que promete. O gadget se encaixaria bem mais na categoria de fones intermediários do que premium, uma vez que qualidade de som não é o forte do produto. Como eu disse, não é que o áudio seja ruim – só é bastante básico e não justifica o valor cobrado. Ele seria muito melhor se tivesse graves mais potentes e sem tanto ruído, principalmente em músicas com diversos instrumentos e vozes tocando simultaneamente.

Review Fone LG Tone Free FN6. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil)

O Tone Free pode até ter um design ergonômico, além de uma conectividade bastante veloz, graças ao Bluetooth 5.0. Mas acredito que existem opções mais vantajosas no mercado. A linha Samsung Galaxy Buds possui fones com preço entre R$ 600 e R$ 900, e todos possuem som superior ao produto da LG. O Sony WF-1000XM3 sai pelo mesmo preço, mas é ainda melhor. E de quebra você ganha a função de cancelamento ativo de ruído, que neste caso realmente funciona.

Daí temos o estojo autolimpante que, nas palavras da LG, elimina 99,9% de bactérias que podem se acumular nas ponteiras dos fones. Sem dúvida, é um diferencial, mas sinto que faltou mais transparência por parte da marca. Que tipo de estudos foram feitos? E onde os consumidores podem acessá-los? Ao que tudo indica, essa é uma tecnologia que ainda está nos primeiros estágios, e talvez levaremos um bom tempo até que, de fato, ela traga algum benefício real para os usuários.

 

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