sábado, 15 de maio de 2021

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Em carta, cientistas pedem investigação séria sobre as origens do coronavírus

Posted: 15 May 2021 02:41 PM PDT

Cientistas em vários países estão pedindo uma investigação séria sobre a origem do Sars-CoV-2, o coronavírus que causou a pandemia de Covid-19. Em carta aberta divulgada na quinta-feira (13), o grupo afirma que ainda há muitas perguntas sem resposta sobre como a pandemia começou e que a chamada teoria de "vazamento de laboratório" continua plausível, assim como a teoria da origem natural.

No início de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde revelou os resultados preliminares de sua investigação sobre o início da pandemia em dezembro de 2019, que envolveu pesquisadores que viajaram para algumas das primeiras áreas conhecidas de transmissão em Wuhan, China. A equipe não descartou a possibilidade de que o vírus tenha atingido a população humana depois de ser liberado de um laboratório de virologia próximo, mas eles chamaram essa hipótese de ‘extremamente improvável’. A explicação mais provável, eles concluíram, era que o vírus havia saltado de animais (provavelmente morcegos) para humanos, possivelmente por meio de um hospedeiro intermediário como os pangolins.

Mesmo na época, nem todo mundo comprou as conclusões da OMS. Algumas pesquisas de opinião pública sugerem que uma parcela considerável da população continua a acreditar que o vírus foi deliberadamente criado como uma arma biológica e liberado na natureza. No entanto, outras pessoas, incluindo o ex-chefe do CDC — Robert Redfield — afirmam que o vírus pode simplesmente ter vazado de um laboratório sem que houvesse má intenção. Segundo essa teoria, o vírus pode ter escapado após ser manipulado no laboratório anteriormente, mas também poderia simplesmente ter vindo da natureza e atingido as pessoas sem ter sido alterado.

Muitos cientistas criticaram as versões mais fantásticas dessas teorias. Ele mostram evidências de que não há nada inerentemente suspeito na genética do Sars-CoV-2 que poderia sugerir que ele foi criado como uma arma biológica. Eles também apontam que os vírus rotineiramente saltam de uma espécie para outra, então é completamente plausível que a pandemia possa ter começado em um desses eventos zoonóticos.

Os autores desta nova carta, publicada na Science, não contestam esses pontos. Mas eles dizem que é muito cedo para fechar a porta para a teoria do vazamento de laboratório, pelo menos até que haja mais evidências. "As teorias de liberação acidental de um laboratório e propagação zoonótica permanecem viáveis", escreveram os autores.

O ponto principal é que não há pesquisas suficientes para chamar a teoria de vazamento de laboratório de extremamente improvável. Como evidência, eles citam o próprio diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Em seus comentários finais após a divulgação final das descobertas da equipe da OMS no final de março, Ghebreyesus disse que a investigação da organização sobre a possibilidade de um acidente de laboratório não foi extensa o suficiente e que “mais dados e estudos serão necessários para chegar a conclusões mais robustas” — estudos para os quais ele estaria disposto a empregar mais recursos.

A suspeita persistente de um vazamento de laboratório ter sido o ímpeto para a pandemia também não tem tudo a ver com ciência, mas com a política do país onde surgiu. A China é famosa por censurar informações desagradáveis para o governo, muitas vezes a ponto de silenciar seus próprios cidadãos. Independentemente de suas verdadeiras origens, a China tentou limitar as informações sobre a pandemia desde o início, inclusive de médicos e cientistas que tentaram alertar o mundo sobre a ameaça potencial da Covid-19. E o país também impôs restrições aos investigadores da OMS enviados a Wuhan.

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Os autores da carta são de universidades e instituições de pesquisa nos Estados Unidos, Reino Unido e Suíça, incluindo Harvard, MIT e a Universidade de Cambridge. E eles dizem que apenas uma investigação verdadeiramente imparcial poderá esclarecer como a Covid-19 surgiu. Até que isso seja possível, nenhuma das teorias sobre o vírus deve ser descartada de imediato.

"Devemos levar a sério as hipóteses sobre disseminações naturais e laboratoriais até que tenhamos dados suficientes", escreveram eles. "Uma investigação adequada deve ser transparente, objetiva, baseada em dados, incluir ampla experiência, sujeita a supervisão independente e gerida de forma responsável para minimizar o impacto de conflitos de interesse."

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Quais são as mudanças que o jornalismo precisa?

Posted: 15 May 2021 01:15 PM PDT

Como será o mundo pós-Covid-19 para o jornalismo? Para Kyle Pope, editor-chefe da Columbia Journalism Review, teremos que tentar voltar a um normal pré-2020 ou buscar mudanças profundas. É o que ele diz na última edição da revista, que tem um tom bem existencial.

"Quem pode ser chamado de jornalista?" é a pergunta feita no primeiro capítulo da edição. No Brasil, a discussão há algum tempo passava por ter ou não passado por uma faculdade de jornalismo. Isso de alguma maneira ficou no passado, até porque a briga não é mais com quem faz a mesma coisa que você sem ter um diploma.

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Neste primeiro capítulo há um artigo escrito pela jornalista Clare Malone. Na verdade, é uma espécie de perfil de Phillip De Franco, de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas que tem 7 milhões de assinantes no YouTube e 1,2 milhões de seguidores no Twitter. De Franco representa bem os youtubers jornalistas: caras que têm uma audiência online muito maior do que a de apresentadores dos "antigos meios". Nenhum deles "produz" jornalismo, embora isso não seja exclusividade dos youtubers – as maiores estrelas da TV a cabo americana hoje em dia também são comentaristas.

Se você, como eu, tem crianças pequenas em casa e elas em algum momento furaram o isolamento que as protegia do YouTube, você sabe que lixo mal produzido domina a rede – e que, para as crianças, tanto faz. Porém, quem acompanha os conteúdos produzidos pelos canais que cresceram produzindo lixo, percebe uma inflexão. 

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O youtuber Luccas Neto, irmão do Felipe Neto, é um produtor de lixo comparável a usinas nucleares. Seus vídeos, que aparecem em destaque, são dele comendo doces e abrindo brinquedos diversos. Os conteúdos mais recentes do canal, porém, além de serem muito mais bem produzidos, têm trazido mensagens para mostrar que são, entre outras coisas, "acompanhados por um pedagogo". Se é verdade ou se o pedagogo está fazendo um bom trabalho podemos até discutir, mas o que é evidente é que há uma preocupação em mostrar preparo.

Essa preocupação certamente não vem espontaneamente do YouTube, que quer saber de audiência e dinheiro, e que permite que a quantidade de lixo se multiplique. Para os anunciantes, porém, faz diferença. Casos recentes e não tão recentes de youtubers fazendo merda e arrastando para a lama o nome dos anunciantes são numerosos. Hoje provavelmente não há uma marca grande que anuncie com um influenciador sem tomar os devidos cuidados de imagem. 

Luccas Neto certamente não está preocupado com a sua criança, mas se a supervisão de um pedagogo ajudá-lo a conseguir que anunciante pague para ele comer sorvetes em Miami, está tudo certo.

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O que nos traz à notícia de que o Youtube vai investir nada menos do que US$ 7 milhões em dois programas jornalísticos. Segundo o Axios (link lá embaixo), serão dois programas, que vão dar entre US$ 50 mil e 200 mil para jornalistas independentes (foco de um dos programas) e redações (foco do outro). Tim Katz, chefe de parcerias em jornalismo do Google, disse ao Axios: "Vemos nossos usuários acessando a plataforma em busca de notícias. Acreditamos que é nossa responsabilidade com esses usuários dar-lhes acesso a notícias e informações confiáveis​.​”

Voltando ao texto do começo desta coluna: não se trata de emular no Youtube o modelo de jornalismo que vigorou até a disseminação de redes sociais e do próprio Youtube, mas sim de descobrir novos caminhos. Embora o Google já tenha distribuído dinheiro para este mesmo fim, é a primeira vez que ele faz sob a bandeira do YouTube.

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Um dos problemas que os programas não conseguem enfrentar com muito sucesso, porém, é a falta de criatividade dos jornalistas em sair do modelo tradicional. Programas do tipo no Brasil quase sempre acabam atraindo interessados no dinheiro que não têm nenhuma perspectiva de construir modelos sustentáveis, e que têm uma cabeça muito mais de ONG do que de empreendedor. Todos têm modelos que fazem total sentido do ponto de vista do papel social do jornalismo, mas poucos pensam em quem vai pagar essa conta quando acabar o dinheiro do Google. Um dos programas do Google se propõe a enfrentar também isso, dando subsídios para que as redações busquem a sustentabilidade financeira.

A crise de sustentabilidade do jornalismo é profunda e sua solução passa por entender o próprio papel do jornalismo. Passa por entender que para ampliar a base de leitores é necessário ampliar o topo também, ter diversidade entre os produtores e curadores de informação. O problema não é limitado a plataformas, mas é claro que novas plataformas historicamente também ampliam a base.

O dinheiro do YouTube ajuda, mas não resolve nada sozinho. Como mostra a Columbia Journalism Review, superar a crise depende de sangue, suor, lágrimas e criatividades.

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Se você acha que esta coluna começa muito focada no fora do Brasil, somos dois. Quero acreditar que é porque a inovação em mídia não está concentrada aqui mas a verdade é que o conteúdo sobre o tema ao qual tenho acesso é majoritariamente americano. Se tiver sugestões de coisas daqui mesmo que eu não estou vendo, manda no midiagiz@f451.com.br.

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Aqui as publicações citadas acima: a "Existential Issue" da CJR você encontra aqui. O Axios está aqui

A dica da semana é uma série japonesa chamada Midnight Diner, baseada no mangá de mesmo nome, que se passa em um restaurante de Tokyo que abre das 00:00 às 07:00. É difícil de descrever, dá uma olhada, os episódios são curtos.

Outra dica é o ABFP, podcast dos veteranos Paulão Martin, André Forastieri e André Barcinsky, e que de vez em quando conta também com Álvaro Pereira Junior. A edição dessa semana tem como substituto do Álvaro ninguém menos que o grande Flávio Gomes. Aqui.

Aliás, enquanto eu escrevo isso aqui estou ouvindo um álbum sensacional, um dos meus preferidos de todos os tempos que é o Electric, do Cult. Se você gosta de rock com guitarra pesada, é um clássico.

Caio Maia é publisher da F451 e escreve aos sábados. Suas opiniões não necessariamente refletem as do Gizmodo Brasil.

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3 aplicativos e extensões para ajudar na concentração: Forest, StayFocusd e 5217

Posted: 15 May 2021 12:18 PM PDT

Trabalhar em frente a um computador é um convite às distrações. A internet é uma fonte inesgotável de informações, passatempos, redes sociais e muito mais, e tudo isso pode ser bem mais interessante para nossos cérebros do que as tarefas que temos que fazer. Por isso, às vezes uma ajudinha para se concentrar pode ser muito bem-vinda.

Na lista de hoje, escolhemos três ferramentas e métodos para quem quer se concentrar melhor e melhorar sua produtividade.

Forest

Cuidar de plantinhas é uma atividade bem zen. O Forest propõe que você plante árvores virtuais para ficar bem zen no trabalho ou em outras atividades. Funciona assim: você define um período para se concentrar e planta sua árvore virtual. Ela só vai crescer se você se mantiver concentrado por aquele período. Caso contrário, ela morre.

A mecânica parecida com a de um game ajuda a motivar o usuário a fazer sua floresta crescer e também ajuda no mundo real, já que o aplicativo tem uma parceria com a organização Trees for the Future e faz doações a cada plantinha virtual que nasce.

O Forest está disponível como extensão para navegador e também como aplicativo para smartphone, para você se concentrar independente da plataforma usada.

Forest: Android | iOS | Chrome | Firefox

StayFocusd

Vídeos sem fim no YouTube? Brigas com estranhos no Twitter? Páginas de curiosidades na Wikipédia? Grupos de Facebook sobre todos os assuntos? Acompanhar discussões no Reddit?

Seja lá qual for a forma de distração que mais te atrapalha, o StayFocusd te ajuda a bloqueá-la. Ele é uma extensão para o Google Chrome que define um tempo limite para sites da sua lista proibida. Assim, você é forçado a acessá-los menos e fica mais fácil se concentrar no trabalho.

Além disso, o StayFocusd tem uma “opção nuclear” que bloqueia imediatamente tudo que você não deve acessar — pode ser a internet inteira, inclusive.

StayFocusd: Chrome

5217/Be Focused

Você já deve ter ouvido falar da técnica Pomodoro, que propõe 25 minutos de trabalho alternados com intervalos de descanso de cinco minutos. A técnica 52-17 funciona de um jeito parecido: períodos de 52 minutos de trabalho intercalados com intervalos de 17 minutos de descanso.

Os números podem parecer aleatórios, mas eles têm sua explicação. O aplicativo de produtividade DeskTime, que monitora quanto tempo seus usuários passam em cada atividade, descobriu que os 10% mais focados trabalham e descansam por períodos mais longos — na média, 52 minutos de trabalho e 17 minutos de descanso.

Uma boa forma de usar essa técnica é com o app 5217 para Android. Tem também um web app. Ele é bem simples, leve e direto ao ponto. No iOS, não encontramos um aplicativo próprio para isso, mas dá para usar o Be Focused e personalizar os intervalos.

5217: Android | web

Be Focused: iOS

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Milhares de casos de Covid-19 foram evitados graças a app de rastreamento no Reino Unido

Posted: 15 May 2021 07:41 AM PDT

Imagem: Kevin Grieve/Unsplash

Desde setembro de 2020, o Reino Unido vem testando um aplicativo de celular que rastreia quando os usuários estão muito próximos uns dos outros — tudo em prol do distanciamento social contra Covid-19. E parece que o uso da ferramenta deu certo, já que um artigo publicado na revista Nature concluiu que o app teve um impacto significativo na redução de casos transmissíveis da doença.

De acordo com os pesquisadores, dos quais alguns também fizeram parte do estudo, o aplicativo NHS Covid-19 evitou "centenas de milhares de casos do novo coronavírus e milhares de mortes". O serviço foi "usado regularmente" por 16,5 milhões de pessoas, o que equivale a 28% da população do Reino Unido.

O app funciona usando os sensores do smartphone para medir a proximidade do dono do aparelho para os demais usuários, além de quanto tempo eles permanecem juntos. Se o teste de alguma dessas pessoas der positivo para Covid-19, o app então emite um alerta avisando todas as outras pessoas que estiveram em contato com ela, recomendando a quarentena.

Com base nesse conceito, o aplicativo enviou cerca de 1,7 milhão de "notificações de exposição" depois de pelo menos 560 mil utilizadores da plataforma testaram positivo para a doença.

No período que vai de setembro a dezembro de 2020, os pesquisadores estimam que cada aumento de 1% nos usuários do NHS Covid-19 resultou em uma redução de novos casos entre 0,8%, para cálculos de "modelagem” (quando são feitas apenas suposições sobre a transmissão), e 2,3%, com base em análise de dados das autoridades locais sobre casos reais. No primeiro cenário, os casos evitados chegaram a 284 mil, enquanto que no segundo modelo esse número salta para 594 mil. As mortes evitadas por sua vez, foram 4,2 mil e 8,7 mil, respectivamente.

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Inicialmente, o app NHS Covid-19 foi pensado como uma ferramenta desenvolvida pelo próprio governo do Reino Unido. Contudo, as autoridades optaram mais tarde por utilizar um sistema de rastreamento centrado na privacidade e oferecido por Apple e Google — o funcionamento ocorre por meio de Bluetooth. Por conta disso, as duas empresas determinaram desde o início que os desenvolvedores do aplicativo não poderiam acessar dados que mostrassem a intensidade sinal Bluetooth, preservando a identidade dos usuários.

[BBC News 1, 2]

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