quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Gizmodo Brasil

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Parece que Facebook e Amazon tinham um contrato secreto de compartilhamento de dados, e isso revela muita coisa

Posted: 19 Dec 2018 01:01 PM PST

Em 2015, uma mulher chamada Imy Santiago escreveu um review na loja da Amazon de um romance que ela leu e curtiu. A Amazon imediatamente tirou do ar sua análise e disse para a Santiago que ela tinha "violado as políticas" da empresa. Santiago releu sua análise e não viu nada de esquisito, então ela tentou postar novamente. "Você não pode escrever reviews sobre este produto", informou a Amazon para ela.

Facebook deu acesso a mensagens privadas de usuários para Spotify e Netflix

Quando ela escreveu para a Amazon sobre isso, a empresa disse a ela que "a atividade da conta indica que ela conhecia o autor do romance pessoalmente". Santiago não sabia quem era o autor, então ela escreveu outro e-mail para a Amazon e escreveu um post falando da vigilância à la "big brother" da companhia.

Entrei em contato com Santiago e com a Amazon na época para tentar entender o que tinha acontecido. Santiago, que é uma autora indie de livros, me disse que ela já esteve no mesmo salão que a autora em Nova York meses antes em uma sessão de autógrafos, mas que não falou com ela, e que apenas a seguiu no Twitter e no Facebook após ler os livros. A autora do review disse que nunca a contatou nem via Twitter nem via Facebook.

Na época, a Amazon também não me falou muita coisa. A porta-voz Julie Law comentou comigo por e-mail na época que a empresa "não comentava casos individuais", mas informou que "quando a conta de alguém que escreve uma análise tem elementos de correspondência com uma conta de autor da Amazon, concluímos que existe risco de enviesamento. Isto pode prejudicar a confiança do consumidor, então revemos o review. Posso assegurar que investigamos cada caso."

"Desenvolvemos mecanismos, tanto manuais como automáticos com os anos ao detectar, remover ou prevenir analises que violam nossas diretrizes", concluiu a porta-voz da Amazon.

Uma nova reportagem do New York Times sobre o surpreendente nível de compartilhamento de dados do Facebook com outras empresas de tecnologia pode ajudar a explicar melhor tais mecanismos:

A rede social permitiu que o mecanismo de busca Bing, da Microsoft, visse os nomes de praticamente todos os amigos dos usuários do Facebook sem consentimento, mostram os registros, e deu à Netflix e ao Spotify a capacidade de ler as mensagens privadas dos usuários do Facebook.

O Facebook permitiu que a Amazon obtivesse nomes de usuários e informações de contato por meio de seus amigos e permitiu que o Yahoo visse fluxos de publicações de amigos ainda neste verão [do hemisfério norte], apesar de declarações públicas de que havia interrompido esse tipo de compartilhamento anos antes… Até 2017, Sony, Microsoft, Amazon e outros podiam obter os endereços de e-mail dos usuários por meio de seus amigos.

Se a Amazon estava obtendo dados do Facebook sobre quem conhecemos, isso pode explicar porque a análise de Santiago foi bloqueada. Como Santiago tinha seguido a autora no Facebook, a Amazon ou seus algoritmos veriam o nome dela e seus contatos como se estivesse conectados com a autora, segundo as informações do NYT. O Facebook não deixava que os usuários soubessem que esse tipo de compartilhamento de informações ocorria nem obteve consentimento das pessoas. Dessa forma, Santiago, ou mesmo a autora, não teriam como saber o que aconteceu exatamente.

A Amazon não quis comentar com o New York Times sobre seu acordo de compartilhamento de dados com o Facebook, mas "disse que usou as informações de forma apropriada". Perguntei à Amazon como eles estavam usando os dados obtidos do Facebook, e se eles estava usando para fazer conexões como a descrita por Santiago. A resposta foi abaixo do esperado:

"A Amazon usa APIs fornecidas pelo Facebook para permitir experiências do Facebook para nossos produtos", disse a porta-voz da Amazon em um comunicado em que não responde à minha pergunta. "Por exemplo, dar aos consumidores a opção de sincronizar contatos do Facebook em um tablet da Amazon. Usamos essa informação de acordo com nossa política de privacidade."

A Amazon não quis comentar nada além disso.

Por que o Facebook estava cedendo dados sobre seus usuários para outras gigantes da tecnologia? A reportagem do NYT é um pouco vaga sobre isso, mas é dito que o Facebook "obtém mais usuários" ao ter parcerias com essas companhias (embora não esteja claro como), mas também que obteve dados em troca, especificamente dados que ajudaram nas recomendações da ferramenta "Pessoas que você talvez conheça". Via NYT:

O Times analisou mais de 270 páginas de relatórios gerados pelo sistema — dados que refletem a extensão de acordos mantidos pela rede. Entre as revelações está que o Facebook obteve dados de múltiplos parceiros para uma controversa ferramenta de sugestão de amigos chamada de "Pessoas que você talvez conheça".

O recurso, introduzido em 2008, continua ainda que muitos usuários do Facebook sejam contra, pois não sabem direito como ela funciona e pelo fato de a ferramenta ter conhecimento sobre relações das pessoas na vida real. Gizmodo e outros sites reportaram casos de recomendação de contatos esquisitas, como entre pacientes do mesmo psiquiatra, membros da família afastados ou mesmo entre assediador e vítima.

O Facebook, por sua vez, usou lista de contatos de parceiros, incluindo Amazon, Yahoo e da empresa chinesa Huawei — que tem sido sinalizada por oficiais americanos como uma ameaça — para ter maior conhecimento entre as relações das pessoas e sugerir mais conexões, segundo mostram os dados.

"Você analisa meus algoritmos, e nós analisaremos o seu algoritmo em troca" parece ser a ordem dos contratos do Facebook com as empresas.

Em 2017, perguntei para o Facebook se a rede estava obtendo informações de "terceiros, como corretores de dados" para ajudar a fornecer recomendações esquisitas e precisas de amigos. Um porta-voz me disse por e-mail que "o Facebook não usa informações de corretores de dados para a ferramenta Pessoas que você talvez conheça", o que agora parece ter sido uma resposta evasiva feita de propósito.

O Facebook não quer nos dizer como seus sistemas funcionam. A Amazon não quer também informar como seus sistemas funcionam. Estas companhias estão minerando nossas informações, às vezes em conjunto, para fazer conexões precisas e inconfortáveis, mas também para fazer suposições errôneas. Eles não querem dizer para a gente como funciona, sugerindo que seria muito invasivo revelar. Olha, ainda bem que existem pessoas vazando esses contratos e ações judiciais, pois se dependêssemos das empresas, estaríamos fritos…

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Anéis de Saturno podem desaparecer em apenas 100 milhões de anos, sugere pesquisa

Posted: 19 Dec 2018 11:46 AM PST

Com seu vasto sistema de anéis, Saturno está entre os mais belos planetas do Sistema Solar. Infelizmente, a sua beleza pode ser passageira, de acordo com novas pesquisas. Os anéis de Saturno estão se dissolvendo mais rápido do que os cientistas esperavam, segundo um estudo, e eles poderiam desaparecer em 100 milhões a 300 milhões de anos — um piscar de olhos no tempo cosmológico.

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Os anéis de Saturno são compostos principalmente de gelo de água, mas uma nova pesquisa publicada no periódico Icarus mostra que eles estão sendo atacados pela gravidade e pelo campo magnético do planeta, desencadeando um fenômeno conhecido como “chuva de anel”. Cientistas documentaram a primeira chuva de anel em 2013, mas novas pesquisas, lideradas por James O’Donoghue, do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, mostram que o efeito está acontecendo muito mais rápido do que o esperado, assim como a taxa na qual os anéis de Saturno estão se deteriorando, consequentemente.

Os cientistas não estão completamente certos se Saturno nasceu com seu belo halo ou se adquiriu seu sistema anelar mais tarde. Se for o primeiro caso, os anéis se formaram há cerca de 4,4 bilhões de anos, mas, caso seja o segundo, eles só se formaram há cerca de 100 milhões de anos, provavelmente como consequência de luas colidindo em órbita ao redor de Saturno, segundo pesquisa publicada em 2016.

Se o cenário de formação recente for verdadeiro, isso significa que Saturno não tinha anéis quando dinossauros saurópodes gigantes percorriam a Terra durante o Jurássico. Mas os dinossauros não tinham telescópios, então, não importava muito. Felizmente, os humanos têm telescópios em uma época em que Saturno tem seus gloriosos anéis. Dá para dizer que somos sortudos.

Versão de um artista de como Saturno pode parecer nos próximos cem milhões de anos. Os anéis mais internos desaparecem à medida que chovem no planeta, muito lentamente seguidos pelos anéis externos. GIF: NASA/Cassini/James O’Donoghue

“Temos sorte de estar aqui para ver o sistema anelar de Saturno, que parece estar no meio de sua vida”, disse O’Donoghue em um comunicado. “No entanto, se os anéis são temporários, talvez tenhamos perdido a oportunidade de ver os sistemas anelares gigantes de Júpiter, Urano e Netuno, que têm apenas anéis finos hoje.”

De qualquer forma, quando as sondas Voyager visitaram Saturno há várias décadas, elas detectaram a atmosfera superior eletricamente carregada do gigante gasoso, ou ionosfera, juntamente com variações de densidade em seus anéis e três faixas escuras e estreitas que circundam as latitudes do norte do planeta.

Em 1986, cientistas da NASA ligaram essas faixas estreitas e escuras à forma do campo magnético substancial de Saturno. Essas observações aparentemente não relacionadas levaram à teoria de que as partículas eletricamente carregadas dos anéis de Saturno estavam fluindo ao longo de linhas de campo magnético — um processo que resultou no despejo de água de seus anéis em sua ionosfera, criando as faixas estreitas vistas nas imagens da Voyager.

Da Terra, os anéis de Saturno parecem pacíficos, mas pedaços de gelo de água — que variam em tamanho, de grãos de poeira microscópicos a rochas gigantes — são pegos em um grande cabo de guerra neles. Os anéis estão em um delicado exercício de equilíbrio, presos entre a força gravitacional de Saturno e o puxão gravitacional e rebocadores orbitais que os arrastam para fora, em direção ao espaço. Esse equilíbrio fica perturbado quando partículas de gelo são carregadas pela luz ultravioleta do Sol, fazendo com que as partículas desçam em direção ao planeta ao longo de suas linhas de campo magnético, com a gravidade fornecendo um impulso adicional.

Esse processo, no qual a água interage com a ionosfera do planeta, pode, na verdade, ser detectado da Terra. Para o novo estudo, O’Donoghue usou o Telescópio Keck, em Mauna Kea, no Havaí, para detectar e medir essas interações químicas líquido-ionosfera. Sua equipe comparou a luz nas latitudes norte e sul do planeta para determinar a quantidade de chuva que cai dos anéis, entre outras observações.

Incrivelmente, os pesquisadores estimam que entre 432 a 2.870 quilos de água estão vazando dos anéis de Saturno a cada segundo. A essa taxa de perda, os anéis devem desaparecer em cerca de 292 milhões de anos.

O’Donoghue diz que essa quantidade de chuva nos anéis pode encher uma piscina olímpica em apenas meia hora. Outras evidências coletadas pela sonda Cassini, no entanto, sugerem uma data de validade ainda mais precoce. A Cassini mediu a queda de material do anel no equador de Saturno a uma taxa que sugere que “os anéis têm menos de 100 milhões de anos de vida”, disse O’Donoghue no comunicado, acrescentando: “Isso é relativamente curto, comparado com a idade de Saturno de mais de quatro bilhões de anos”.

Devo dizer que esse estudo está me deixando bem chateado. É triste pensar em Saturno sem seus anéis, mesmo que seja daqui a milhões de anos. Quando (e se) isso acontecer, nosso Sistema Solar será consideravelmente menos espetacular do que é hoje. Mas vai saber… Talvez outro planeta ganhe seu próprio sistema anelar até lá.

[Icarus]

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Hackearam a NASA e, pelo menos dessa vez, não parece que foram brasileiros

Posted: 19 Dec 2018 10:25 AM PST

Alguns servidores da NASA foram hackeados, comprometendo dados de funcionários da agência. A invasão aconteceu em 23 de outubro, mas só agora eles liberaram informações sobre o incidente – foi enviado nesta terça-feira (18), um memorando interno para empregados.

O aviso alegava que os hackers poderiam ter obtido informações pessoalmente identificáveis, incluindo números de segurança social (equivalentes ao CPF no Brasil) pertencentes ao pessoal da agência espacial. O pessoal da SpaceRef conseguiu colocar as mãos no memorando, enviado pela divisão de recursos humanos da NASA.

De acordo com o documento, a NASA está trabalhando junto a investigadores federais para determinar a extensão da brecha e quem pode ter sido responsável. O que nos veio à cabeça imediatamente com esse episódio foi a tentativa patética de um grupo hacker brasileiro que tentou mandar um aviso para a NSA (Agência Nacional de Segurança), mas acabaram fazendo um deface do site da NASA. Esse caso aconteceu em 2013 e foi meio bizarro, afinal, a NASA não estava envolvida com os escândalos de espionagem da época.


Quando hackers brasileiros zoaram o site da NASA achando que era da NSA

Ainda não há informações sobre suspeitos, nem sobre a motivação do ataque. O episódio, no entanto, acontece em momento em que o governo dos EUA está em alerta máximo em relação à espionagem cibernética patrocinada por governos. Aparentemente, as autoridades americanas acreditam que a recente invasão ao sistema de reservas dos hotéis da rede Marriott, que expôs as informações de 500 milhões de hóspedes, foi uma missão de coleta de informações que teve como mandatário o governo chinês.

O memorando enviado nesta semana avisa que os servidores invadidos continham informações pessoais dos funcionários que trabalhavam na NASA entre julho de 2006 e outubro de 2018. A companhia encoraja os empregados a tomarem as precauções necessárias para evitar possíveis roubos de identidade.

Parece que os investigadores ainda não delimitaram exatamente quais funcionários podem ter sido afetados. Apesar disso, a agência promete notificar afetados individualmente, quando conseguir essas informações.

Contatado pelo Gizmodo gringo, um porta-voz da NASA disse que não poderia dizer exatamente a quantidade de informações que foram potencialmente expostas, mas confirmou que a agência “não acredita que nenhuma missão foi prejudicada pela invasão”.

[SpaceRef, ZDNet e Gizmodo US]

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Banco Inter fecha acordo e vai pagar R$ 1,5 milhão de indenização por vazamento de dados

Posted: 19 Dec 2018 09:41 AM PST

Em julho, o Banco Inter foi processado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelo vazamento de informações de 19.961 clientes. O órgão público pedia o pagamento de R$ 10 milhões a título de indenização. Hoje, a instituição financeira e as autoridades chegaram a um acordo, e a empresa pagará R$ 1,5 milhão.

• Como saber se você foi afetado pelo vazamento de dados do Banco Inter, segundo o Banco Central

Segundo o G1, valor será dividido em duas partes: R$ 1 milhão vai para instituições que combatem crimes cibernéticos e o restante será destinado a instituições de caridade. A Justiça não deu mais detalhes sobre o acordo.

O vazamento de informações veio à tona em maio, três dias depois de a empresa começar a negociar suas ações na B3. Inicialmente, o Banco Inter negou que o incidente tinha ocorrido, mas, em agosto, após o processo do MPDFT, a instituição financeira admitiu o vazamento.

De acordo com a investigação conduzida pela Comissão de Proteção dos Dados Pessoais do MPDFT, mais de 13 mil clientes do banco tiveram dados sensíveis vazados, como "como número da conta, senha, endereço, CPF e telefone", e mais de 4 mil clientes de outros bancos que fizeram transações com correntistas do Inter também tiveram dados expostos. A empresa alegou que o vazamento foi de "baixo impacto" e disse acreditar que o responsável era uma "pessoa autorizada".

[G1]

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Não adianta desligar os serviços de localização, pois o Facebook continua monitorando onde você está

Posted: 19 Dec 2018 08:39 AM PST

Alesksandra Korolova desligou o acesso de sua localização no seu Facebook de todas as formas que ela podia. Ela desligou o histórico de localização do app do Facebook e solicitou ao seu iPhone que ela "nunca" quer que o app veja o local onde ela está. Ela não faz check-in em lugares e nem coloca a cidade onde vive no perfil dela.

Apesar disso tudo, ela constantemente vê propagandas baseadas na localização dela no Facebook. Ela vê anúncios voltados para "pessoas que vivem próximo a Santa Monica" (onde ela mora) e para "pessoas que vivem ou estiveram recentemente em Los Angeles" (onde ela trabalha como professora assistente da Universidade do Sul da Califórnia). Quando ela viajou para o Glacier National Park, ela viu uma propaganda para atividades em Montana, e quando ela fez uma viagem a trabalho para Cambridge, em Massachusetts, ela viu uma núncio para uma escola de cerâmica de lá.

"Não Rastrear": a ferramenta de privacidade usada por milhões de pessoas não faz nada
Facebook está dando para anunciantes informações que você sequer forneceu ao site

O Facebook continua a monitorar a localização de Korolova para exibir anúncios, apesar de ela ter sinalizado de todas as formas possíveis que ela não quer que a rede faça isso.

Isso foi especialmente perturbador para Korolova, como ela conta em um post no Medium, pois ela estudou os danos à privacidade das propagandas do Facebook, incluindo como a rede pode reunir dados sobre as curtidas das pessoas, estimar renda e interesses (inclusive ela e Irfan Faizullabhoy ganharam US$ 2.000 do programa de bugs do Facebook), e como a plataforma pode ser usada para enviar propagandas específicas para uma casa ou um prédio — poderia ser usado, por exemplo, por um grupo anti-aborto para exibir propagandas de roupa de bebê para mulheres pró-aborto.

Korolova achou que o Facebook poderia estar obtendo sua localização com base no endereço IP, algo que a rede diz coletar por razões de segurança. Não seria a primeira vez que o Facebook usa informações obtidas por razão de segurança para publicidade; anunciantes podem criar campanhas de usuários do Facebook baseado no número de telefone que eles forneceram para a autenticação de dois fatores. Como o New York Times recentemente reportou, vários apps estão monitorando os movimentos dos usuários em alta escala. O jornal sugere desligar os serviços de localização nos ajustes do seu telefone, mas mesmo assim, os apps conseguem obter informações ao analisar a rede Wi-Fi ou o endereço IP que você estiver usando.

Quando questionado sobre isso, o Facebook disse que é exatamente o que a rede faz, que isso é normal e que os usuários deveriam saber que isso acontece se eles lessem o que dizem várias páginas do Facebook sobre este assunto.

"O Facebook não usa dados de Wi-Fi para determinar sua localização para propagandas, se você desativar os serviços de localização", disse um porta-voz do Facebook por e-mail. "Nós usamos IP e outras informações, como check-ins e a cidade do seu perfil. Nós explicamos isso para as pessoas, incluindo em nosso site de princípios básicos de privacidade [Privacy Basics] e no site sobre propagandas no Facebook."

No Privacy Basics, o Facebook dá conselhos de "como gerenciar sua privacidade" com relação à localização, mas diz que, independente do que você fizer, o Facebook ainda conseguirá "entender sua localização usando itens como…informações sobre sua conexão à internet." Isso é reiterado na área sobre propagandas do Facebook em que é informado que propagandas podem ser baseadas em sua localização, que é obtida "usando onde você se conecta à internet" entre outras coisas.

Estranhamente, em 2014, o Facebook disse em um blog post que "as pessoas têm controle sobre as informações recentes de localização que elas compartilham com o Facebook, e que elas só veem propagandas baseadas em sua localização recente se os serviços de localização estiverem ativados no telefone delas". Aparentemente, a política mudou — o Facebook disse que iria atualizar este post antigo.

É, talvez isso seja esperado. Você precisa de um endereço IP para usar a internet e, pela natureza de como a internet funciona, você revela esse número para um app ou um website quando você os utiliza (embora você possa esconder seu IP usando algum fornecido pelo navegador Tor ou por uma VPN).

Há várias companhias especializadas em mapear a localização de endereços IP, e embora às vezes não consiga muita precisão, esse número dará uma boa aproximação da região de onde a pessoa está, como estado, cidade ou CEP. Muitos websites usam o IP para personalizar ofertas, e muitos anunciantes o utilizam para mostrar propagandas direcionadas. Isso significa, por exemplo, mostrar propagandas de um restaurante em San Francisco, se você vive lá, em vez de propagandas de restaurante em Nova York. Neste contexto, o Facebook está usando esta informação para fazer algo que não é tão incomum.

"Não existe uma forma de as pessoas optarem por não terem sua localização usada inteiramente para publicidade", disse um porta-voz do Facebook por e-mail. "Nós usamos a cidade e CEP, que são dados que coletamos a partir do endereço IP, e outras informações como check-ins e cidade em que a pessoa diz morar — tudo isso para assegurar que estamos oferecendo um bom serviço para as pessoas: de assegurar que elas vejam o Facebook no idioma correto, para verificar que elas estão vendo eventos próximos e propagandas de negócios próximos a elas."

A questão é se o Facebook não deveria ter padrões mais altos, dada a sua relação com os usuários. Os usuários deveriam ter a possibilidade de falar "ei, eu não quero que minha localização possa ser rastreada para fins de publicidade"? E o Facebook não deveria impedir que anunciantes consigam direcionar propaganda baseado na localização deles? Kolokova acha que este seria o caso.

"Os dados de lugares que uma pessoa visita e onde ela vive revelam bastante coisa", escreveu ela no Medium. "Sua coleta e uso clandestino de segmentação podem abrir caminho para anúncios que sejam prejudiciais, segmentar as pessoas quando elas estiverem vulneráveis ou permitir assédio e discriminação."

Neste ponto, o Facebook discorda. Parece que o endereço IP fornece uma aproximação bruta de localização, o que é um uso até perdoável. Para evitar isso, você poderia parar de usar o app do Facebook do seu smartphone (onde o IP tende a ser mapeado com mais precisão) ou usar uma VPN quando for se logar no Facebook. Ou, é claro, tem sempre a opção de sair do Facebook.

Se você não liga de o Facebook saber sua localização, e você tem "os serviços de localização" ativados para o app em seu smartphone, saiba que o Facebook tem muitos detalhes seus! Em uma página para anunciantes sobre monitoramento de pessoas que entram em uma loja após ser impactado por uma propaganda, o Facebook diz que "nós podemos usar as assinaturas de Wi-Fi e Bluetooth para dar a localização delas com mais precisão" e "atualizações de localização que possam ocorrer enquanto o app do Facebook estiver fechado."

Se você não se importa, ok! Se você se importa, é melhor você revisar os ajustes de localização do Facebook.

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[Review] iPhone XR: me disseram que você era o modelo mais acessível

Posted: 19 Dec 2018 07:21 AM PST

Quando se lança um celular de US$ 1.000, as regras do jogo mudam. A Apple subiu o sarrafo no ano passado com o iPhone X e, como de costume, ditou as tendências para os smartphones concorrentes. E depois de se lançar um celular como o iPhone X, não tem como voltar atrás.

[Review] iPhone Xs Max: potência de sobra a preços pornográficos

Se o ciclo de atualizações do iPhone deste ano viesse com um modelo parecido com o iPhone 8, eu apostaria em um fracasso. Por outro lado, chegar no mercado com celulares que custam valores pornográficos também não me parece a melhor estratégia. Por isso, nasceu o iPhone XR, a alternativa “mais barata” entre os iPhones de 2018.

Mas e aí, o iPhone XR é muito pior do que o Xs? Vale a pena gastar menos? Quais são os sacrifícios? O salto em relação ao 8 é grande? Testei o aparelho durante as últimas semanas e conto aqui a minha experiência, tentando responder a essas questões.

Identidade


Aquela primeira olhada para o celular faz os olhos brilharem e o coração dá uma leve acelerada – mais pelo medo de derrubar um objeto de R$ 5.199 do que por qualquer outro motivo. E quando digo que os olhos brilham, é porque as cores são muito vibrantes. Pela primeira vez desde 2013, a Apple decidiu oferecer diversas cores para um iPhone.

O modelo que testei era amarelo, que era bonitinho mas não o meu favorito. Achei o vermelho e o azul bem interessantes, e para quem é mais conservador o negócio é ir no branco ou no preto mesmo. A única cor que realmente não curti foi a coral, achei bem lavada.

Como a cor é questão de gosto pessoal, ter variedade faz bem. Mas, olha, não espere muita discrição caso você pegue um dos iPhones coloridos. Chama muita atenção mesmo. É como se o novo iPhone tivesse uma identidade forte; essa uma das poucas coisas que o diferencia em relação ao iPhone Xs e Xs Max, inclusive.

Falando em construção, é mais fácil compará-lo com o iPhone 8 Plus – além de ter sido o modelo que testei no ano passado, é o que mais se assemelha em tamanho. O iPhone 8 Plus era grandão, pesado (202 gramas) e tinha tela de 5,5 polegadas.

O XR tem um corpinho menor, é ligeiramente mais leve e tem tela de 6,1 polegadas – o ganho da tela que ocupa praticamente todo o espaço frontal é notável e me permite dizer que a Apple chegou em 2018. Ainda assim, não espere um celular levinho: são 194 gramas.

Agora, uma pausa para um desabafo cara a cara com ele, o notch. Bicho, você é zoado, você é feinho. A verdade é que eu tento te ignorar e, olha, até consigo. Às vezes você parece aquela decoração brega na casa da vó: com o tempo meio que desaparece. Mas não fique tão magoado, eu sei que você está aqui para abrigar o FaceID, por isso eu te aturo.

Eu tenho uma outra mágoa com você, mas não é culpa sua… Quando você chegou ao iPhone, fez com que praticamente todas as outras fabricantes quisessem te adotar também. Praticamente ninguém seguiu a boa solução de design da Samsung para as telas infinitas – a LG, por exemplo, tinha adotado uma alternativa similar no G6, mas passou logo a adotar o notch no G7. Bem, é nessas horas que a gente consegue tornar tangível a influência da Apple na indústria, né?

Enquanto você não vai embora, eu sento e contemplo as ideias mirabolantes que as companhias chinesas estão tentando emplacar, até a Apple escolher uma solução e a gente te dar adeus de vez.

Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar

Se você usa um smartphone com leitor de impressões digitais, sabe que a sensação de voltar para o tradicional PIN é como regredir uns 10 anos. Usar o FaceID é a mesma coisa – voltar para o PIN dá a sensação de estar 20 anos no passado e usar um leitor de digital uns 5. O recurso funciona muito bem e quase nunca me deixou na mão – literalmente, afinal é preciso digitar o PIN quando o negócio falha.

Achei bacana porque funciona no claro, no escuro, de cabelo seco, de cabelo molhado, de cima pra baixo, de baixo pra cima, de óculos de grau, sem óculos de grau… Só não rola quando você está de óculos de sol, como o Guilherme mostrou no vídeo do Xs Max.

E agora que São Paulo começou a demo do inferno, fico contente de poder usar o FaceID em vez do TouchID. No caso dos sensores de impressão digital, basta o dedo dar uma leve suada para você não conseguir mais desbloquear o celular de primeira, o que não acontece aqui.

O FaceID, o notch e a tela praticamente sem bordas redefine o jeito de se usar um iPhone. E eu sei que é difícil dar adeus a velhos amigos, mas às vezes é preciso… Sem o botão home, toda a navegação pelo sistema é feito por meio de gestos.

Eu sempre fui entusiasta dos gestos no celular e me recordo com muita nostalgia do Nokia N9, então rapidamente substituí um amigo pelo outro, como mandam as relações líquidas de nossa era. A adaptação para o novo sistema de navegação do iOS se deu em um dia. E a curva de aprendizado é rápida; algumas horas de uso e você já fica craque. Uma das coisas que eu mais curti nesse novo jeito de mexer no celular foi arrastar o dedo sobre a linha para ir e voltar entre dois apps.

A tela e uma ferida

Já que estou falando de mexer no celular, chegou a hora de mexer numa ferida… A tela. Eu não vou tentar fazer uma malabarismo aqui, mas é preciso passar por alguns pontos. Eu acho bem zoado que a Apple coloque uma tela com resolução que fica abaixo do FullHD (1080p) e um pouco acima do HD (720p) em um celular de R$ 5.200. É zoado e não tem desculpa. Mas isso não significa que a tela é ruim.

Para quem gosta de números, vamos à eles:

O iPhone XR tem 828 x 1792 pixels em uma tela de 6,1 polegadas. Isso significa que ele tem 326 pixels por cada polegada e que a resolução fica abaixo do FullHD (1080p) e um pouco acima do HD (720p).

Para efeitos de comparação, o iPhone Xs tem 1.125 x 2.436 pixels em 5,8 polegadas – ou seja, 458 pixels por polegada. Já o iPhone 8 Plus tinha a resolução clássica de 1080 x 1920 pixels em 5,5 polegadas (401 pixels por polegada).

O ponto é que é difícil perceber a diferença de resolução no dia a dia. Se você colocar o celular bem pertinho do seu olho, poderá perceber com mais facilidade – mas ninguém faz isso na vida real.

A tela do iPhone XR é sim, bonita. As cores são bem vivas, embora o preto não seja tão profundo quanto aquele que aparece nas telas OLED dos irmãos mais caros. O brilho é muito, muito bom e não tive problemas para enxergar sob o sol.

A única diferença que eu reparei e fiquei um pouco paranóico foi quando abri o Gmail e o Messenger. Em ambos aplicativos, as letras parecem levemente embaçadas. O curioso é que isso não se repete em apps como WhatsApp, Twitter, Instagram ou Safari – para citar os que eu mais uso. Talvez isso esteja relacionado com o desenvolvimento de cada app e se está rolando algum tipo de upscalling de resolução. Entramos em contato com a Apple para esclarecer isso e vamos atualizar o review quando tivermos alguma resposta.

O que eu posso garantir é que é difícil de notar diferenças na maioria das vezes. Abri lado a lado uma matéria do Gizmodo Brasil no Safari no iPhone XR e no iPhone 8 Plus e a experiência foi melhor com o modelo mais recente, justamente pelo tamanho da tela. A mesma coisa rolou quando eu assisti algum filme na Netflix ou um vídeo no YouTube. Se você está a fim de comprar o modelo, te encorajo a ir em uma loja e pedir para o vendedor mostrar as telas do Xs e XR lado a lado; verá que há pouca diferença.


Agora, o Force Touch me fez falta. Não é daqueles recursos essenciais, mas eu estava acostumado a usá-los para alguns atalhos na tela inicial ou para pré-visualizar um perfil no Facebook ou no Twitter. A Apple diz que em algumas partes do iOS o Force Touch foi substituído por um “pressionamento longo”; alguns aplicativos estão adotando isso aos poucos, também.

Eu não me importo tanto em sacrificar o Force Touch, ainda que seja uma funcionalidade bacana. O problema é sacrificar tanto a resolução. De qualquer modo, você pode xingar muito no Twitter porque me parece sacanagem um celular desse preço com uma resolução mixuruca (embora os números não contem toda a história).

Bateria

Há quem defenda que a resolução menor compense pela autonomia de bateria do iPhone XR. Mas não vejo isso como um argumento tão sólido. E, novamente, meu problema não é com a tela em si, mas com o que parece ser uma economia desnecessária da Apple – o aparelho é muito, muito caro.

Repito o que disse há pouco: nem sempre os números significam a vida real, mas aqui vai uma comparação bem direta: fiz muitos elogios à bateria do iPhone 8 Plus, que tinha uma autonomia monstruosa – afinal, era um celular que eu confiava em sair de casa e voltar com carga sobrando. Era uma célula de bateria com 2691mAh em uma tela com 401 pixels por polegada. A bateria do iPhone XR é maior: 2942mAh e a resolução, como já comentamos, é menor.

Em termos de autonomia, eu esperaria um ganho muito considerável por essa troca. O que acontece é uma melhoria pequena, ainda que muito bem-vinda.

No meu dia a dia, geralmente é este o uso que faço: tiro o celular da tomada perto das 8h, e o uso esporadicamente até meio-dia; a parte mais intensa é entre 12h e 14h, enquanto me desloco para a faculdade (vou ouvindo música no Spotify, trocando mensagens e lendo textos no Safari, então a tela fica quase o tempo toda ligada); depois, checo minhas redes sociais e e-mails de vez em quando; mais ou menos às 18h volto para a casa e faço o mesmo da ida (volto ouvindo música e lendo algumas coisas); chego em casa, troco mais mensagens e assisto uns vídeos no YouTube. Geralmente, ainda sobra pelo menos 35% de bateria. Nesses dias, decidi checar o uso de bateria nos Ajustes do iOS, e o sistema indicava cerca de 6 horas de tela ligada (sempre no brilho automático).

Em algumas ocasiões, precisei usar o GPS, em outras usei a câmera por muito mais tempo. Alguns dias também brinquei bastante com meu priminho usando o animoji, que aparentemente exige bastante do celular (ele ficou quente e houve um consumo maior de bateria). Ainda assim, em todos esses cenários, sempre saí de casa e voltei com carga.

O problema é que demora para carregar o bicho, viu? Eu corro o risco de parecer repetitivo, mas é preciso dizer: a tecnologia de carregamento rápido está disponível para o aparelho, por que um carregador compatível não vem na caixa?

Por que eu tenho que comprar uma fonte considerando que eu já teria pagado mais de cinco mil reais no aparelho? No site oficial da Apple, essa fonte custa R$ 329,00. Eu não sei em que mundo estaria disposto a gastar essa grana em um carregador.

Essa mesma reclamação foi feita em 2017.

Cérebro

Essas qualidades da bateria se dão, em grande parte, por causa do cérebro do celular. O chip A12 Bionic basicamente é pica das galáxias – é um SoC (System on a Chip), cuja CPU tem 6 núcleos, a GPU tem 4 núcleos e ainda há 8 núcleos de neural engine. É o mesmo processador do iPhone Xs e Xs Max, então o poder de fogo está garantido e o gerenciamento de energia é muito competente. Sério, eu não preciso falar muito do desempenho do iPhone XR… É bom demais.

Os testes de benchmark, dos quais eu não sou muito fã por não refletir tão bem o uso no dia a dia, mostram que o A12 Bionic é um monstro. Some isso a uma bateria maior do que a de iPhones anteriores e você tem um celular para durar alguns anos.

Olho de artista

A Apple pode até ter perdido o posto de melhor câmera em smartphone para o Google Pixel, mas ela não perdeu a majestade. O sensor do iPhone XR é o mesmo do iPhone Xs; a diferença é que só veio o principal. O sensor secundário, com capacidade de zoom óptico de 2x, foi pro beleléu nesse modelo. Ainda assim, é uma câmera que faz bonito.

Uma das coisas mais bacanas de se ter dois sensores é a possibilidade de fotografar no Modo Retrato, que desfoca o fundo, imitando os resultados de fotos tiradas com câmeras profissionais. Pois bem, o iPhone XR é capaz de fazer retratos mesmo com apenas um sensor – a mágica acontece graças a inteligência artificial e o cérebro do celular que faz um monte de operações simultâneas (para isso o núcleos de neural engine, por exemplo). Até a câmera frontal faz retratos agora. E você pode ajustar na edição se quer o fundo mais ou menos desfocado.

O software para o modo retrato resolve muitos dos problemas que se tem nos outros modelos. A distância mínima para que o recurso funcione é menor, por exemplo. Além disso, como o sensor desse celular tem uma abertura maior, retratos à noite ficam muito mais claros e nítidos.

É legal, é bacana e os retratos ficam legais. Mas fiquei decepcionado pelo fato da inteligência artificial da Apple reconhecer apenas rostos de pessoas. Nada de tirar retratos do meu cachorro, por exemplo.

Se você quer os números, aí vão eles: a abertura é f/1.8, são 12 megapixels de resolução, suporte a filmagem em 4K com 60 quadros por segundo, ou em câmera lenta de 240 quadros por segundo em Full HD, som estéreo na gravação e estabilização ótica de imagem. Tudo o que você pode pedir num celular de cinco paus. É disso que eu tô falando, Apple!

Ainda assim, parece que a companhia não aprendeu muito sobre fotografia desde o ano passado. Mesmo com uma telona de proporção 19,5:9, o aplicativo nativo de fotografia do iPhone XR faz imagens em 4:3. Que mundo é esse? Onde é que se usa foto 4:3?

É claro, há alternativas em aplicativos. Mas eu realmente não quero baixar outra solução só para tirar minhas fotos na proporção presente em praticamente todos os monitores e telas de celular. Disponibilize isso no seu próprio software, Apple.

Compensa?

É preciso avaliar alguns cenários para responder a essa pergunta.

Vamos ao primeiro. Você tem muito dinheiro para gastar em um celular e você tem preferência por iPhones? Vá de XR. O modelo tem praticamente tudo o que os irmãos mais caros têm e os sacrifícios são mínimos: a tela é ligeiramente pior, embora você não vá reparar uma diferença absurda e você tem uma lente a menos na câmera e perde o zoom óptico. Um outro fator que pode ser determinante para algumas pessoas é o tamanho: ele é um pouquinho maior que o Xs e um pouquinho menor que o Xs Max.

Se o seu negócio é ter um iPhone dos mais novos, essa é a escolha.

Agora, se você abrir mais o seu leque, ainda terá como opções os iPhones 8 e 8 Plus, que ainda dão conta do recado. O problema é que, se você chegar a usar um XR e voltar para algum desses modelos, se sentirá na década passada. Não só pelo FaceID, mas pela parte frontal quase sem bordas e o iOS baseado em gestos.

Os dois cenários acima são importantes porque a Apple tem um ecossistema muito forte e bem construído. A integração entre macOS e outros produtos quase te fazem refém – e quando digo isso, não é de uma forma completamente ruim… É porque a integração é tão boa que faz muita falta quando você sai.

Se você está olhando para outras opções, que incluem smartphones Android, eu confesso que não tenho a resposta; estamos quase que em um limbo quando trata-se de datas para smartphones Android.

Primeiro que os melhores modelos do Android não fogem tanto desse valor durante o lançamento, vide Galaxy Note 9. Depois, o Galaxy S9, lançado no começo do ano, talvez já não seja a melhor opção dada a proximidade para o anúncio de uma nova geração – além disso, ele desvalorizou bastante desde a chegada por aqui.

Esse cenário melhoraria caso tivéssemos mais opções de respeito no Brasil, como o Google Pixel e Huawei P20 Pro, para dar dois exemplos.

O que eu sei é que é duro pagar R$ 5.200 em um celular e isso está fora da realidade para muitas pessoas – inclusive para mim. Se você tiver a oportunidade de viajar para os Estados Unidos, o preço fica mais convidativo; mas saiba que há algumas limitações de banda. Eu sei que também são poucas as pessoas que podem ir para os EUA, mas sejamos francos: os novos iPhones sempre foram para poucos.

A questão é que, se eu disse no início do texto que a Apple subiu o sarrafo na indústria, isso inclui os preços dos novos aparelhos. No ano passado, o modelo mais “barato” da companhia custava R$ 3.999. Agora, a versão do ano mais básica começa em R$ 5.199. Dói.

Considere consultar a sua operadora e ver quais planos podem ser vantajosos, caso você seja uma pessoa do pré-pago. Quem sabe não rola um desconto.

Na Claro, o aparelho de 64 GB pode sair por R$ 3.890 caso você assine o plano com pacote de 30GB de internet, bônus para apps e ligações ilimitadas, que custa R$ 259,99 por mês. Em um plano mais barato, que custa R$ 49,99/mês e tem só 3GB de dados, o celular sai por R$ 4.749.

A TIM também tem algumas ofertas, mas apenas para o modelo de 128GB do iPhone XR. O aparelho sai por R$ 4.799,00 em um pacote com 10GB de internet e ligações ilimitadas. que custa 139,99. Há ainda bônus de franquia para alguns aplicativos.

Por fim, na Vivo, o modelo de 128 GB sair por R$ 4.549 se você comprá-lo junto ao plano Vivo Pós que oferece 10GB de franquia + 10GB para streaming de vídeo e música, que custa 169,99/mês.

O preço absurdo do iPhone XR não quer dizer que ele não seja um celular absurdo. Eu tive uma ótima experiência enquanto usava ele, foi bem bacana. Mas não é um valor camarada.

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Agora você pode colocar o Twitter em ordem cronológica direto da linha do tempo do app

Posted: 19 Dec 2018 06:25 AM PST

E se eu te dissesse que sua linha do tempo do Twitter não precisa ser preenchida com tuítes de três dias atrás selecionados por algoritmos? Na verdade, tem sido assim há algum tempo — o Twitter disponibilizou uma linha do tempo cronológica em setembro. Mas, agora, a rede social está tirando a opção escondida permanente de escolher como sua linha do tempo é exibida e a substituindo por um botão de estrelas na página inicial.

Entre os principais pedidos de mudanças no Twitter está o de que ele devolva a linha do tempo da maneira como seus fundadores desejavam: tuítes mais recentes no topo. Isso significa que, quando alguém que eu sigo tuíta, esse post deve aparecer no meu feed, e, quando a próxima pessoa que eu sigo tuíta, essa deve ser a próxima coisa que aparece na minha linha do tempo.

O Twitter, no entanto, seguiu as pegadas do Facebook e gradualmente adotou tuítes mais antigos que você pode ter perdido e tuítes populares que você pode gostar. O mundo das redes sociais aceita como palavra sagrada que o feed baseado em algoritmos é a melhor maneira de aumentar o engajamento, mas o valor chave do Twitter é que ele nos diz o que está acontecendo neste exato momento.

Em setembro, o Twitter colocou o poder de retomar o controle da linha do tempo nas mãos dos usuários. É verdade que as mudanças que tínhamos que fazer nas configurações não eram exatamente o processo mais intuitivo, e muitas pessoas podem não ter ouvido falar da existência da opção. E é por isso que a atualização do Twitter para dispositivos móveis anunciada nesta terça-feira (18) é, pelo menos em parte, uma mudança bem-vinda.

Com a atualização, os usuários verão o “botão de estrelas” no canto direito superior da página inicial do aplicativo. Clicando nele, a linha do tempo irá alternar entre algoritmo e tuítes mais recentes primeiro. Você ainda estará vendo primeiro a linha do tempo misturada e feita por algoritmos, mas pode obter o feed antigo diretamente com o clique de um botão.

Infelizmente, tem também uma desvantagem nisso tudo. Perguntamos ao Twitter se a novidade afetará a opção nas configurações que dá aos usuários uma escolha permanente de como eles preferem navegar. Um porta-voz nos apontou um tuíte do VP de produtos do Twitter, Keith Coleman.

(“Então, hoje [18], o ✨ está chegando para todos no iOS e estará disponível no Android e na web nas próximas semanas. Você não precisa mais ir até as configurações para alternar entre ‘Home’ e tuítes mais recentes. Está logo ali na sua linha do tempo [e, de fato, não está mais nas configurações].”

É isso mesmo, a opção definitiva de sempre deixar os tuítes mais recentes aparecendo primeiro não existe mais dentro das configurações. Evidentemente, é ótimo que o Twitter esteja colocando uma opção destacada para alternar entre os dois modos, o que fará com que muito mais pessoas aproveitem a possibilidade de mexer na linha do tempo. Mas, para aqueles que já estavam livre do feed composto por algoritmos desde setembro, é uma droga perder essa opção única que não exigia ser ativada o tempo todo.

Além disso, o Twitter tem agora mais algoritmos para você. Conforme você usa o recurso, ele vai prestar atenção em qual linha do tempo você prefere e, gradativamente, irá mostrar sua experiência favorita por mais tempo. Em outras palavras, você terá a linha do tempo do algoritmo inicialmente e, se gostar mais da opção linear, irá vê-la por períodos mais longos antes que ela volte para a opção que o Twitter realmente quer.

Dá para entender o argumento de Coleman de que “as pessoas às vezes se perguntam como os algoritmos afetam o que veem nos aplicativos que usam”, e essa mudança, que torna a alternância mais clara, é muito bem-vinda. Ele não está errado, e nós adoramos ter opções, principalmente se uma delas inclui colocar o Twitter em ordem cronológica.

Essa é uma daquelas mudanças que você não pode evitar, mas não se engane: o Twitter está entregando uma ilusão de liberdade. E está aproveitando uma oportunidade de fazer mais testes com cobaias mais do que felizes em contribuir: nós. Talvez se pessoas o bastante mudarem constantemente para a boa e velha linha do tempo cronológica, o Twitter enfim entenda. Isso seria muito anti-Twitter, mas coisas mais estranhas já aconteceram.

[Twitter via Buzzfeed]

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Puma relança o RS Computer, um tênis inteligente de 1986 bem à frente de seu tempo

Posted: 19 Dec 2018 05:28 AM PST

O conceito atual de wearables inteligentes e conectados simplesmente não existia na década de 1980, época em que sistemas operacionais somente de texto como o MS-DOS ainda eram populares. Mas isso não impediu a Puma de lançar o que foi possivelmente o primeiro rastreador fitness moderno do mundo, prendendo um computador volumoso na parte traseira de um tênis. Trinta e dois anos depois, a empresa trouxe o calçado de volta. Com o mesmo design, mas com tecnologia atualizada por dentro.

Foto: Puma (Hypebeast)

O RS Computer foi relançado na última quinta-feira (13), limitado a apenas 86 pares individualmente numerados e disponíveis apenas em lojas da Puma e de tênis selecionadas em Berlim, Tóquio e Londres. O design e a aparência do calçado não mudaram muito, mas a Puma atualizou sua tecnologia com um acelerômetro de três eixos, memória suficiente para o armazenamento de 30 dias de treinos, Bluetooth para conexão sem fio do tênis com um app de smartphone e uma porta USB para carregar. E, embora a tecnologia envolvida no produto seja comum e relativamente barata hoje em dia, não espere que os tênis também sejam.

O Puma RS (Running System) Computer foi criado em 1986 e ajudou a introduzir a ideia de acompanhar o seu desempenho durante uma corrida — que é a funcionalidade que tudo, do seu smartphone ao seu smartwatch, oferece hoje em dia. Mas, em 1986, colocar tudo em um chip quase invisível não era uma opção. Portanto, o Puma RS Computer tinha uma protuberância distinta na parte de trás, contendo os componentes eletrônicos necessários para contar passos, rastrear calorias queimadas e uma porta para despejar dados de treino em um computador desktop Apple II ou Commodore 64 usando um cabo pesado.

Foto: Puma (Hypebeast)

Sem surpresa nenhuma, os tênis não tiveram exatamente um grande sucesso de vendas em 1986, e a Puma só os produziu em quantidades limitadas. Mas o seu design distinto e o fato de estarem tão à frente do seu tempo fazem deles a isca perfeita para os que procuram nostalgia. E a Puma está pronta para lucrar com a tendência “tudo o que é velho é novo de novo”.

[Hypebeast]

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Wi-Fi 6: a aposta da Aliança Wi-Fi para que o padrão tenha relevância mesmo quando o 5G chegar

Posted: 19 Dec 2018 04:10 AM PST

Temos boas notícias para quem adora baixar as coisas rapidamente — todos nós, no caso. Uma nova versão do Wi-Fi está chegando. O Wi-Fi 6 será melhor que o Wi-Fi atual em todos os aspectos, e o órgão por trás dele acabou de publicar um artigo exaltando suas virtudes, enfatizando que, sim, ainda vamos precisar de boas e velhas conexões de internet Wi-Fi mesmo depois que o 5G chegar.

O nome dos padrões de rede sem fio vai ficar mais simples a partir do ano que vem

Assim como o 5G, há duas melhorias principais que vêm com o Wi-Fi 6: velocidades mais rápidas (para que seus downloads sejam mais rápidos) e maior largura de banda (para que mais dispositivos possam ficar online ao mesmo tempo). Mas o 5G não vai acabar com a necessidade do Wi-Fi? A sua chegada não fará com que nossos roteadores em casa acumulem poeira num cantinho? Bem, não exatamente.

Embora a Aliança Wi-Fi tenha um interesse pessoal na tecnologia, já que toda a sua existência está baseada em torno dela, o artigo “Futuro da Conectividade” (em inglês) que ela publicou traz alguns pontos válidos sobre Wi-Fi 6, 5G e como todos esses padrões sem fio vão coexistir em harmonia em 2019 e além.

Para uma visão mais detalhada do Wi-Fi 6 em particular, recomendamos este guia completo — aqui, veremos como ele se compara com o 5G.

O Wi-Fi já está por toda parte

Foto: Bernard Hermant (Unsplash)

Tudo se conecta ao Wi-Fi… Bom, quase tudo. Ele é um dos protocolos mais onipresentes e padronizados no mundo da tecnologia. Você não precisa verificar se o seu telefone está usando o mesmo Wi-Fi que o café local, a casa do seu vizinho ou o bar no exterior que você frequenta nas férias — ele simplesmente funciona.

De acordo com a Aliança Wi-Fi, mais da metade dos dados do mundo é transportada por Wi-Fi; na Alemanha, por exemplo, 87% dos dados de smartphones são transferidos via Wi-Fi.

Com o Wi-Fi 6 (ou 802.11ax) chegando, upgrades tanto para os dispositivos quanto para os roteadores serão necessários, mas tudo será retrocompatível — seu telefone antigo ainda vai se conectar a um roteador Wi-Fi 6, e seu smartphone com Wi-FI 6 ainda vai se conectar ao seu roteador antigo, você só não vai ter as velocidades mais rápidas ou as outras vantagens.

Neste sentido, é como o 5G: será necessário um novo kit para obter o melhor desempenho, mas o kit antigo ainda funcionará como sempre funcionou. Comprar um telefone com capacidades 5G ou Wi-Fi 6 não vai impedi-lo de entrar em redes 4G ou Wi-Fi 5.

Onde o Wi-Fi pode ter vantagem é na facilidade de implementação, como a Aliança Wi-Fi é avida em apontar no seu novo artigo: indivíduos, empresas e estabelecimentos podem atualizar sua rede Wi-Fi por conta própria, a um custo não exorbitante, sem esperar por grandes mudanças na infraestrutura de back-end, supondo que haja uma velocidade de banda larga rápida o suficiente. Dependendo de onde você mora, você pode ser capaz de atualizar para o Wi-Fi 6 em casa antes mesmo que as operadoras tenham pensado em lhe oferecer o 5G.

O outro lado é que você pode se conectar a torres de celular em quase todos os lugares. Mesmo com a crescente expansão das redes públicas de Wi-Fi, você não consegue se conectar à rede Wi-Fi tão frequentemente quanto com sua rede de telefonia celular.

Mais dispositivos: casas inteligentes e carros conectados

Imagem: Waymo

Uma das maneiras como nos prometem que o 5G irá mudar o futuro conectado é mantendo mais dispositivos online em mais lugares durante mais tempo — pense na câmera de segurança em sua sala de estar ou no carro autônomo que percorrerá sua cidade mais próxima.

O Wi-Fi também tem uma resposta para isso, com o Wi-Fi 6 e uma tecnologia associada chamada Wi-Fi HaLow (ou, mais tecnicamente, 802.11ah). Funcionando em bandas de frequência abaixo de 1 GHz (ao contrário dos 2,4 GHz e 5 GHz do seu roteador principal), o Wi-Fi HaLow troca a velocidade por alcance e consumo de energia — é perfeito para todos os dispositivos de casa inteligente que precisam de um pouco de conectividade ocasional, mas que não têm de estar sempre transmitindo dados.

Como ele não exige muita bateria de um dispositivo, ele também pode funcionar com dispositivos vestíveis e sensores remotos em casa. O novo artigo da Aliança Wi-Fi está empenhado em empurrar o Wi-Fi HaLow como uma alternativa ao 5G em algumas situações: “O Wi-Fi HaLow permite uma série de novos casos de utilização com baixo consumo de energia em casas inteligentes, carros conectados e cuidados de saúde digitais, assim como em ambientes industriais, de varejo, agrícolas e urbanos inteligentes”, afirma.

Velocidades altíssimas para 4K e realidades aumentada e virtual

Imagem: Netflix

O 5G promete velocidades super-rápidas — de até 10 Gbps —, mas o Wi-Fi pretende manter o ritmo aqui também, por meio de uma tecnologia conhecida como WiGig. A próxima atualização do WiGig, tecnicamente conhecida como 60 GHz ou 802.11ay, vai igualar essas velocidades e, assim como o Wi-Fi HaLow, pode ser uma opção melhor do que o 5G em alguns casos.

A contrapartida é que o alcance será muito mais curto do que o Wi-Fi 6 padrão: você vai precisar de uma conexão com fio na sala em que for usá-lo, basicamente. Mas, com isso resolvido, ele deverá ter baixos níveis de latência no streaming de vídeos em 4K e em experiências de realidade aumentada e realidade virtual, entre outras.

Esse é o tipo de melhoria em que você pode investir para sua sala de cinema em casa, ou que um local de eventos pode configurar para garantir que todos possam estar online ao mesmo tempo. Não vai permitir que você fique muito longe de uma sala específica, mas ao menos você terá excelentes velocidades de conexão quando estiver conectado.

Wi-Fi 6 x 5G

Imagem: Huawei

Quando se trata de Wi-Fi 6 x 5G, não é realmente uma situação de ter que escolher um dos dois — ambos provavelmente acabarão sendo amplamente usados nos próximos anos. Como é o caso agora, a tecnologia celular provavelmente continuará sendo usada mais frequentemente ao ar livre em larga escala, enquanto o Wi-Fi provavelmente ainda será mais usado em ambientes fechados.

Toda essa história ainda está para ser escrita. O hype tanto para o Wi-Fi 6 quanto para o 5G está grande. Os padrões estão em vigor, mas operadoras e fabricantes ainda precisam trabalhar no processo de atualização de hardware — e, embora esse processo deva ser mais fácil do que foi para tecnologias desse tipo anteriormente, ainda é muito cedo para dizer exatamente como isso vai funcionar.

Isso também se estende para o 5G funcionando com o Wi-Fi e vice-versa. Ainda que alguns esforços tenham sido feitos para integrar os padrões Wi-Fi atuais com 3G/4G, esse tem sido um processo lento, e é improvável que seja uma prioridade para a indústria enquanto a tecnologia da próxima geração é lançada.

Uma vantagem final que a Aliança Wi-Fi está empenhada em promover no Wi-Fi 6 é a forma como ele pode aproveitar o espectro não licenciado — aquelas frequências de ondas de rádio que atualmente não possuem um propósito específico ou que não exigem aprovação regulatória para operar.

A necessidade de as operadoras de 5G se candidatarem, pagar e registrar partes do espectro também dá ao Wi-Fi uma vantagem em todo o mundo, onde qualquer pessoa (com uma conexão de banda larga) pode configurar sua própria rede Wi-Fi para qualquer propósito e usando qualquer tecnologia que quiser.

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Facebook deu acesso a mensagens privadas de usuários para Spotify e Netflix

Posted: 19 Dec 2018 03:15 AM PST

Este tem sido um ano de 2018 terrível para o Facebook até agora, desde inúmeras revelações sobre suas práticas de privacidade obscuras e disputas políticas de alto escalão a confissões de que a companhia ajudou a possibilitar o genocídio em Myanmar. Com 13 dias restantes no ano, a situação ainda está piorando. E bastante.

• Quer sair do Facebook? Estas são as melhores alternativas para a rede social

De acordo com uma reportagem bombástica do New York Times nesta terça-feira (18), os esforços nos bastidores do Facebook para dar acesso a dados de usuários a parceiros corporativos seletos têm sido muito mais abrangentes do que foi anteriormente relatado. Isso incluiu permitir que certas empresas tenham acesso a listas de contatos de usuários e acesso a mensagens privadas de usuários.

É isso mesmo. O Facebook deu à Netflix e ao Spotify a possibilidade de ler as mensagens dos usuários, e outros gigantes da tecnologia, incluindo Microsoft, Amazon e Sony, tiveram acesso a dados sobre os amigos dos usuários, de acordo com centenas de documentos internos obtidos pelo jornal e entrevistas com dezenas de “ex-funcionários do Facebook e seus parceiros corporativos”. O New York Times escreve:

A rede social permitiu que o mecanismo de busca Bing, da Microsoft, visse os nomes de praticamente todos os amigos dos usuários do Facebook sem consentimento, mostram os registros, e deu à Netflix e ao Spotify a capacidade de ler as mensagens privadas dos usuários do Facebook.

O Facebook permitiu que a Amazon obtivesse nomes de usuários e informações de contato por meio de seus amigos e permitiu que o Yahoo visse fluxos de publicações de amigos ainda neste verão (do hemisfério norte), apesar de declarações públicas de que havia interrompido esse tipo de compartilhamento anos antes… Até 2017, Sony, Microsoft, Amazon e outros podiam obter os endereços de e-mail dos usuários por meio de seus amigos.

Uma terceira empresa, o Royal Bank of Canada, também foi listada nos documentos como tendo acesso às mensagens.

Spotify, Netflix e Royal Bank of Canada negaram ter conhecimento da extensão total com que o Facebook concedeu a eles acesso a dados privados de usuários.

A Apple, segundo o New York Times, está listada nos documentos como tendo recebido a capacidade de “esconder dos usuários do Facebook todos os indicadores de que seus dispositivos estavam pedindo dados”, assim como o acesso a contatos e registros no calendário, independentemente de os usuários terem ou não permitido o compartilhamento. A Apple disse ao jornal que não tinha conhecimento de quaisquer direitos de acesso especiais e que os dados em questão nunca deixaram dispositivos.

De acordo com a reportagem do New York Times, aproximadamente 150 empresas foram incluídas nos acordos especiais, “a maioria dessas empresas eram de tecnologia, incluindo varejistas online e sites de entretenimento, mas também montadoras de automóveis e organizações de mídia” — e os aplicativos dessas companhias teriam solicitado coletivamente dados sobre centenas de milhões de usuários do Facebook por mês. Alguns dos acordos datam de 2010, acrescentou o jornal, e todos estavam ativos em 2017, com alguns se estendendo até 2018. Cerca de uma dúzia deles levanta preocupações de privacidade que vão além do disfarce de compartilhamento anônimo de dados.

A extensão dos acordos questiona a conformidade do Facebook com um acordo de 2011 com a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) para não compartilhar dados de usuários sem obter consentimento explícito — algo que já surgiu no escândalo de compartilhamento de dados da Cambridge Analytica e que pode desencadear multas enormes.

O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, disse à Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes dos EUA no início deste ano que os usuários “têm controle total” sobre seus dados por meio das configurações de privacidade da plataforma, mas os acordos de compartilhamento de dados permitiram que algumas empresas acessassem os dados independentemente das configurações do usuário, escreveu o New York Times.

A reportagem também indica que funcionários do Facebook se concentraram em uma isenção de provedor de serviços no acordo com a FTC, alegando que um número crescente de empresas que tinham pouco em comum entre si eram “parceiras de integração” permitidas pelo acordo.

O objetivo de vários acordos com terceiros era, supostamente, integrar o Facebook em serviços e plataformas em toda a web e, em troca, a rede social obteve ainda mais dados, como contatos dos parceiros, o que ajudou a criar funções como a ferramenta “Pessoas que você talvez conheça” e ajudou a fomentar o engajamento com sua plataforma. Em alguns casos, acrescentou o jornal, o Facebook admitiu que deixou a funcionalidade de compartilhamento de dados ativada muito depois de os próprios acordos acabarem. E a companhia parece ter tomado algumas decisões questionáveis sobre sua escolha de parceiros.

De acordo com o New York Times, registros mostram que a empresa compartilhou até mesmo IDs de usuário exclusivos com a Yandex, uma empresa de pesquisa russa, depois de ter terminado de compartilhar esses dados com outras empresas devido a riscos de segurança:

Uma porta-voz da Yandex, que foi acusada no ano passado pelo serviço de segurança da Ucrânia de desviar seus dados de usuário para o Kremlin, disse que a empresa desconhecia o acesso e não sabia por que o Facebook havia permitido que ele continuasse. Ela acrescentou que as alegações ucranianas “não têm mérito”.

Um porta-voz do Facebook disse ao jornal que a empresa não tinha motivos para suspeitar que nenhuma das empresas parceiras abusava de seus privilégios (como se o Facebook não tivesse divulgado no início deste ano que uma revisão ordenada pela FTC de suas práticas de privacidade em 2013 encontrou apenas “provas limitadas” de que ela monitora parceiros para potencial uso indevido de dados). O New York Times escreveu que porta-vozes de Spotify e Netflix disseram que as empresas sequer sabiam que podiam ver mensagens privadas, enquanto o Royal Bank of Canada emitiu uma negação categórica de que algum dia tenha tido esse poder.

Outro representante, o diretor de privacidade e política pública do Facebook, Steve Satterfield, usou um roteiro já familiar sobre como a empresa ainda tem “trabalho a fazer para recuperar a confiança das pessoas” em uma entrevista com o New York Times. Ele também afirmou que muitos dos arranjos não violavam o acordo da FTC, graças à sua leitura sem sentido sobre a isenção do provedor de serviços:

Ainda assim, executivos do Facebook reconheceram erros no último ano. “Sabemos que temos trabalho a fazer para recuperar a confiança das pessoas”, disse Satterfield. “Proteger as informações das pessoas requer equipes mais fortes, melhor tecnologia e políticas mais claras, e é aí que estivemos focados durante a maior parte de 2018.” Ele disse que as parcerias eram “uma área de foco” e que o Facebook estava no processo de acabar com muitas delas.

… Com a maioria das parcerias, disse Satterfield, o acordo da FTC não exigia que a rede social garantisse o consentimento dos usuários antes de compartilhar dados, porque o Facebook considerava os parceiros como extensões de si mesmo — provedores de serviços que permitiam aos usuários interagir com seus amigos do Facebook. Os parceiros foram proibidos de usar as informações pessoais para outros fins, afirmou Satterfield. “Os parceiros do Facebook não podem ignorar as configurações de privacidade das pessoas.”

Especialistas entrevistados pelo New York Times, em sua maioria, pareceram achar essa explicação inacreditável, com o ex-chefe do departamento de proteção ao consumidor da FTC David Vladeck dizendo: “Isso é dar permissão para que terceiros coletem dados sem você ser informado disso ou dar consentimento para isso”.

[New York Times]

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