terça-feira, 9 de abril de 2019

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A Estação Espacial Internacional é um terreno fértil para bactérias e fungos, descobre estudo

Posted: 08 Apr 2019 03:23 PM PDT

Uma ampla pesquisa de bactérias e fungos em superfícies dentro da Estação Espacial Internacional (ISS) revelou um número surpreendente de micro-organismos vivendo entre os astronautas — e os impactos disso sobre a saúde não estão totalmente claros.

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Desde que foi fundada em 1998, a Estação Espacial Internacional já foi visitada por centenas de astronautas (227 para ser exato). Essas viagens, assim como os carregamentos levados, invariavelmente introduziram uma série de micróbios no posto orbital avançado. Os astronautas voltam à Terra, mas seus germes ficam para trás.

Uma nova pesquisa publicada nesta segunda-feira (8) na Microbiome traz o catálogo mais completo já feito das bactérias e fungos que vivem na ISS, detalhando o perfil microbiológico distinto e em constante mudança da estação. Essa pesquisa será agora utilizada pela NASA e outras agências espaciais para desenvolver medidas de segurança para a ISS e outras missões espaciais de longo prazo.

Como um ambiente hermeticamente fechado, a ISS apresenta um microbioma distinto. A vida no espaço é um pouco diferente para os germes do que na Terra — um ambiente com gravidade baixíssima, maior exposição à radiação e poucos micro-organismos concorrentes. A NASA está muito interessada em saber quais germes e em que quantidades eles estão presentes na ISS e como o microbioma da estação está mudando ao longo do tempo.

“Micróbios específicos nesses espaços fechados demonstraram ter impacto sobre a saúde humana, influenciando nossa suscetibilidade a alergias, doenças infecciosas ou síndrome do edifício doente“, escreveram no estudo os autores, liderados por Checinska Sielaff e Camilla Urbaniak, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA. “A influência do microbioma interno na saúde humana se torna mais importante para os astronautas durante os voos, devido às alterações na imunidade associadas ao voo espacial e à falta de intervenções médicas sofisticadas disponíveis na Terra.”

Os micróbios na ISS são influenciados por vários fatores, incluindo ventilação, umidade, pressão do ar e a configuração da estação. A quantidade e diversidade deles também são afetadas pelo número de astronautas a bordo e pelos tipos de atividades realizadas.

A NASA e outras agências espaciais já tentaram monitorar a população microbiana da ISS usando métodos de cultura tradicionais. O problema é que uma parte significativa dos micróbios — entre 40% a 46% — não pode ser cultivada (isto é, cultivada numa placa de Petri), dificultando ou até tornando impossível a detecção.

Para o novo estudo, um novo protocolo de amostragem e teste foi desenvolvido utilizando tanto o método de cultura tradicional quanto técnicas com base em moléculas, permitindo o levantamento mais abrangente de micróbios na ISS até hoje.

Os oito locais de amostragem na ISS. Imagem: A. C. Sielaf et al., 2019/Microbiome/NASA

Os astronautas da NASA coletaram amostras com toalhetes esterilizados em oito locais predefinidos na ISS, em três ocasiões diferentes, durante um período de 14 meses. Os locais incluíram áreas de tráfego intenso e baixo, incluindo a janela de visualização, o banheiro, a plataforma de exercícios, a prateleira de estiva, a mesa de jantar e os dormitórios.

O astronauta da NASA Terry Virts realizou as duas primeiras sessões de amostragem em 4 de março de 2015 e, três meses depois, em 15 de maio de 2015. O astronauta da NASA Jeffrey Williams tirou a terceira amostra um ano depois, em 6 de maio de 2016. As amostras foram enviadas à Terra para análise.

A ISS pode parecer um lugar frio e estéril no espaço, mas a análise mostrou que ela é um verdadeiro campo fértil para micróbios. As bactérias mais prolíficas, de acordo com os resultados de cultura, foram a Staphylococcus (26% de amostras totais), Pantoea (23%), Bacillus (11%), Staphylococcus aureus (10%) e Pantoea conspicua e Pantoea gaviniae (ambas em 9%). A população fúngica foi composta principalmente pelo Rhodotorula mucilaginosa.

A maioria dos micróbios na ISS tem uma ligação humana. A Enterobacter, por exemplo, está associada com o trato gastrointestinal humano, e a Staphylococcus aureus é frequentemente encontrada na pele humana. Alguns desses bichos são “patógenos oportunistas”, o que significa que eles são altamente adaptáveis e podem se aproveitar de condições incomuns para infectar um hospedeiro. O fascinante foi que o perfil microbiano na ISS é bastante representativo do que vemos em outros ambientes construídos por humanos na Terra, incluindo academias e hospitais.

“Não se sabe se essas bactérias oportunistas poderiam causar doenças em astronautas na ISS”, disse Sielaff em um comunicado. “Isso dependeria de uma série de fatores, incluindo o estado de saúde de cada indivíduo e como esses organismos funcionam enquanto estão no ambiente espacial. Independentemente disso, a detecção de possíveis organismos causadores de doenças destaca a importância de mais estudos para examinar como esses micróbios da ISS funcionam no espaço.”

Os resultados da análise mostraram que as comunidades fúngicas são estáveis ao longo do tempo, enquanto as populações de diversas bactérias tendem a diminuir e fluir, provavelmente como resultado da presença de diferentes astronautas a bordo da ISS, segundo os autores.

Alarmantemente, algumas estirpes de bactérias podem formar comunidades biológicas prejudiciais conhecidas como biofilmes, como os pesquisadores apontaram no estudo:

A formação de biofilme na ISS poderia diminuir a estabilidade da infraestrutura, causando obstruções mecânicas, reduzindo a eficácia da transferência de calor e induzindo corrosão por influência microbiana. Alguns dos micro-organismos que foram identificados na ISS e que foram implicados na corrosão induzida por micro-organismos na Terra foram as Methylobacterium, Sphingomonas, Bacillus, Penicillium, e Aspergillus; no entanto, o papel que elas desempenham na corrosão a bordo da ISS ainda não foi determinado. Elucidar a capacidade potencial de formação de biofilmes e a magnitude da formação de fato de biofilmes em superfícies da ISS é importante durante missões espaciais de longo prazo para manter a estabilidade estrutural do veículo da tripulação quando a manutenção interna de rotina não pode ser tão facilmente realizada.

Equipada com esse conhecimento, a NASA pode agora estudar os efeitos potenciais desses germes sobre a saúde humana e a integridade estrutural da ISS. Esses conhecimentos serão importantes não só para a estação espacial, mas também para os futuros voos de longa duração para Marte e mais além.

Como observação final, é importante lembrar que nem todos os micróbios são ruins. E, na verdade, dependemos de muitas bactérias para a nossa saúde. O importante aqui é entender como certas bactérias e fungos podem agir de forma diferente em condições espaciais e como essas mudanças podem comprometer a saúde humana. Algumas bactérias são mais difíceis de matar no espaço, por exemplo. Eliminar todos os germes da ISS não é desejável nem possível, mas esse estudo vai ajudar a garantir a saúde e a segurança dos seus visitantes.

[Microbiome]

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Câmera interna do Tesla Model 3 vai fiscalizar passageiros de futuro concorrente da Uber

Posted: 08 Apr 2019 02:35 PM PDT

Os carros Model 3, da Tesla, têm uma câmera interna. Ela fica logo acima do retrovisor, perto do teto do carro. Apesar de ter sido descoberto em 2017, ainda não se sabia exatamente para que o componente seria utilizado. Elon Musk, presidente da empresa, finalmente revelou: a câmera faz parte das ambições da Tesla para competir com Uber e Lyft usando carros autônomos.

O responsável pela conta LivingTesla, uma espécie de “fan account” da montadora, publicou no Twitter que, enquanto a função da câmera não fosse esclarecida, ele deixaria a lente encoberta. O próprio Elon Musk respondeu à publicação, explicando que a câmera está lá para quando a Tesla começar a competir com Uber e Lyft.

“[A câmera] está aí para quando começarmos a competir com Uber e Lyft e os donos autorizarem que seus carros ganhem dinheiro para eles, como parte da frota compartilhada autônoma da Tesla. Caso alguém danifique seu carro, você pode checar o vídeo.”

Musk disse que, no futuro, donos dos carros elétricos poderão permitir que os veículos rodem por aí sozinhos, graças à direção autônoma, e ganhem dinheiro para eles transportando passageiros. A câmera, portanto, serviria para garantir que os usuários não baguncem o carro — e, caso façam, o dono poderia ver quem foi e cobrar o prejuízo.

Como nota o Verge, Musk também comentou em outro tuíte que o hardware dos atuais Model 3 já é suficiente para que eles sejam usados no futuro como uma frota autônoma compartilhada. O que falta, no entanto, é aprimorar o software para que os carros possam rodar sozinhos por aí e ter a autorização dos órgãos responsáveis por regulamentar os transportes.

Além disso, a câmera servirá para complementar o modo sentinela, que protege o veículo enquanto o dono não está por perto contra a ação de ladrões. O componente poderia ser usado para filmar a ação dos bandidos. Por enquanto, porém, a câmera está completamente desativada, segundo Musk.

Os planos para tornar os carros da Tesla completamente autônomos não são novos. Em 2016, ao revelar a parte dois dos planos para a companhia, Musk falou sobre compartilhamento e direção autônoma. A ideia, de acordo com o empreendedor, é fazer com que o serviço de compartilhamento ajude os donos a pagarem por seus carros, tornando-os mais acessíveis — se bem que, se muita gente comprar um Tesla e colocá-lo nas ruas para compartilhamento de caronas, seria difícil ver motivo para comprar um. Em maio de 2018, o executivo disse que a previsão é que o serviço seja lançado até o fim de 2019.

Como o Verge nota, os táxis autônomos da Waymo — companhia de carros elétricos da Alphabet, a holding que controla o Google, entre outras empresas — que rodam em Phoenix, no estado americano do Arizona, têm câmeras para fiscalizar os passageiros e avisar de objetos esquecidos no carro.

Como pesquisadores já alertaram que os carros autônomos devem ser usados para fins que, digamos, vão muito além do transporte, é bom mesmo ter uma câmera para saber se vão deixar tudo limpinho.

[Verge, Mashable]

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Um holandês fez a viagem mais longa já registrada com um carro elétrico

Posted: 08 Apr 2019 01:41 PM PDT

O holandês Weibe Walkker ao lado de seu carro elétrico

Em uma épica viagem que durou mais de três anos, passou por 33 países e percorreu mais de 95 mil quilômetros, o holandês Wiebe Wakker estabeleceu o recorde de "viagem mais longa já feita com um carro elétrico".

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Wakker deixou Amsterdam, na Holanda, em 15 de março de 2016, como parte do seu projeto Plug Me In. A viagem foi financiada por doações, além de alguns patrocínios de empresa como Bundles (empresa de aluguel de máquina de lavar roupa), Canon e Adobe. Voluntários podiam se inscrever no site de Wakker para oferecer comida, lugares para dormir ou até mesmo uma tomada para ele carregar seu carro.

Quanto ao carro de Wakker, o holandês não optou por um veículo conhecido, como os da Tesla. Em vez disso, ele dirigiu uma caminhonete adaptada que ele apelidou de "blue bandit", que tem uma autonomia de 207 km por carga.

De acordo com o site de Wakker, a rota foi determinada por onde simpáticos estranhos emprestariam uma tomada para ele carregar o carro. A viagem passou pelo leste europeu, Turquia, Irã e o Oriente Médio, antes de passar por Índia, Myanmar, Malásia e, por fim, a Austrália.

Walkker disse à AFP que, antes de modificar o carro dele, ele teria usado quase 7 mil litros de gasolina. No entanto, tudo que Wakker gastou para locomoção foram US$ 300 para carregar seu carro — boa parte desse dinheiro foi no interior da Austrália.

Wakker documentou sua viagem tanto nas redes sociais como em uma série de vídeos diários, nos quais ele fazia interrupções para fazer chat com os organizadores e ativistas sobre sustentabilidade.

"Exigiu algum esforço, mas, no geral, foi uma viagem muito fácil e que só foi possível por causa de centenas de pessoas que se cadastraram em meu site a me ajudaram no caminho, além de pessoas online que entraram em contato para ajudar", escreveu Wakker em seu Instagram. "As pessoas estão me parabenizando por mostrar as possibilidades dos carros elétricos, mas estou mais feliz com a ajuda que recebi das pessoas durante minha jornada."

 

Visualizar esta foto no Instagram.

 

I MADE IT!!! What an incredible day! We started with an Electric Parade driving from the North of Sydney to the @rbgsydney! I expected a few cars to join but there were at least 40, maybe even more! Thanks everyone who attended the parade! At 3pm I arrived at the Botanic Garden and there were a lot of people waiting for me and even two helicopters from news channels who were doing a live broadcast of the arrival, pretty insane! So glad I made it. It took some effort but overall I had a pretty easy trip, made possible by hundreds of people who signed up on my website, offered help on the way or people online who reached out to help. People are congratulating me as I have show the possibilities of electric cars but I am more happy with all the help I received from people during my journey. Wow what a trip! Big thanks to @bundles_official for supporting me the Blue Bandit and letting me drive it all the way to Sydney. Also thanks to SSE Australia for supporting the event and the Royal Botanic Garden for hosting me at the most beautiful spot in the world! Wowowwow. I'm going to party now and full with adrenaline! #PlugMeIn #Finish #wow #Amazing #nowords #hashtag

Uma publicação compartilhada por Wiebe Wakker / Plug Me In (@plugmeintravel) em

Carros elétricos percorreram um longo caminho desde sua apresentação, e Wakker não é o único entusiasta da área a fazer viagens de longa distância (embora ele certamente tenha sido o que percorreu o maior caminho). Dois homens em Denver estabeleceram a distância recorde de um Model 3, da Tesla, no ano passado, atingindo uma distância de 975 km até a bateria do carro ficar sem carga.

[AFP, Engadget]

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Observações desoladoras sugerem que gorilas também ficam de luto

Posted: 08 Apr 2019 12:42 PM PDT

Um jovem gorila-das-montanhas olha o corpo de sua mãe horas depois de ela morrer no Parque Nacional dos Vulcões, em Ruanda

Gorilas selvagens na República Democrática do Congo e em Ruanda apresentam comportamentos de luto ao encontrar indivíduos mortos, de acordo com novas pesquisas. Em alguns casos eles fazem carinho, em outros cheiram ou cutucam. Em um caso específico, um jovem gorila tentou se amamentar ao encontrar sua mãe morta.

“Os humanos já foram considerados únicos por terem um conceito de morte, mas um número crescente de observações de como os animais respondem [a membros do grupo] que estão morrendo ou já morreram sugere o contrário”, destaca o estudo publicado no PeerJ.

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De fato, insetos sociais, como formigas, removem e sepultam seus mortos. Elefantes e primatas acompanham, e até mesmo se envolvem em comportamentos de cuidado com companheiros falecidos. Porém, ainda não sabemos muito sobre como esse luto se apresenta com base na sua relação social dos indivíduos, incluindo diferenças de sexo, idade, familiaridade ou posição social.

A pesquisa

O novo estudo, liderado por Amy Porter e Damien Caillaud do Dian Fossey Gorilla Fund International de Atlanta, foi um esforço para documentar e identificar respostas comportamentais únicas de gorilas-das-montanhas na presença de um indivíduo recentemente falecido. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis, Universidade de Uppsala e do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza também ajudaram com a pesquisa.

Um grupo de gorilas-de-grauer ao redor do corpo de um gorila macho encontrado na floresta do Parque Nacional Kahuzi-Biega.Um grupo de gorilas-de-grauer ao redor do corpo de um gorila macho encontrado na floresta do Parque Nacional Kahuzi-Biega. Imagem: Dian Fossey Gorilla Fund International

O novo estudo analisou as respostas de gorilas em três situações distintas.

A primeira envolveu a morte de um gorila-das-montanhas dominante de 35 anos, chamado Titus, no Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda, e a segunda envolveu a morte de uma fêmea dominante de 38 anos, chamada Tuck, da mesma espécie no parque nacional. Em ambos os casos, os gorilas mortos foram visitados por membros de seu grupo social.

O terceiro caso, no entanto, envolveu o cadáver de um gorila-de-grauer, que foi descoberto por membros de um grupo social diferente, embora da mesma espécie. Este terceiro gorila morreu no Parque Nacional Kahuzi-Biega, na República Democrática do Congo (RDC).

Para o estudo, os pesquisadores documentaram os comportamentos dos gorilas com observações de campo, fotos e vídeos. Em todos os casos, os gorilas haviam morrido poucas horas dentro do período de observações. Os dois gorilas do Parque Nacional dos Vulcões provavelmente morreram devido à idade avançada.

Laços afetivos

Os pesquisadores estavam curiosos para ver como os gorilas responderiam de acordo com suas diferentes classificações sociais. Nos dois primeiros casos, os pesquisadores tinham a expectativa de que os gorilas prestassem alguma atenção aos cadáveres, mas não tinham certeza sobre o que aconteceria no terceiro caso, que envolvia um indivíduo desconhecido.

Nos três casos, os animais sentaram-se ao lado do cadáver, permanecendo perto ou em contato com o corpo. Algumas vezes lambiam, cheiravam, cutucavam e faziam carinho. Alguns gorilas também exibiram comportamentos beligerantes, como bater no peito, esmagar plantas e bater ou chutar o cadáver.

No caso dos dois gorilas-das-montanhas, os indivíduos que tinham uma estreita relação social com os mortos passaram a maior parte do tempo à volta do cadáver, o que não foi surpreendente.

Um jovem macho chamado Ihumure, por exemplo, tinha se aproximado de Tito, e permaneceu em contato próximo com o corpo por dois dias, até mesmo dormindo no mesmo ninho.

E em um momento particularmente doloroso, Segasira, o jovem filho de Tuck, fez carinho no cadáver de sua mãe e tentou se alimentar do peito dela, apesar de já ter sido desmamado – um comportamento potencialmente indicativo de angústia.

Machos e fêmeas de todas as idades e classes sociais mostraram essas respostas comportamentais, mas os pesquisadores observaram uma “ausência notável” de fêmeas adultas ao redor do cadáver do gorila-de-grauer. Em todos os casos, apenas os jovens machos exibiram o comportamento beligerante em relação aos cadáveres.

“O mais surpreendente foi definitivamente como as respostas comportamentais foram semelhantes em relação aos cadáveres que integravam o grupo e o de um membro presumivelmente desconhecido”, explicou Porter em um e-mail para o Gizmodo. “Na sociedade dos gorilas, as interações entre grupos ou entre um grupo e um macho – concorrente potencial – geralmente são evitados ou ocorrem agressões com ou sem contato físico. Nos três casos, quase todos os membros do grupo sentaram-se calmamente ao redor do cadáver e muitos indivíduos cheiraram, lamberam e fizeram carinho no cadáver”.

Estes comportamentos são inegavelmente sofisticados e complexos, mas será que são realmente de luto? Eis o que os autores tinham a dizer sobre essa possibilidade no artigo:

Um dos temas mais controversos em torno da morte de animais é se eles choram a perda de um membro da família ou de um membro do grupo com quem ele tem uma ligação íntima. Entre os primatas, especialmente os grandes símios, há evidências convincentes de respostas comportamentais e fisiológicas à morte que eles ficam de luto. Sabe-se que os chimpanzés compartilham circuitos [cerebrais] com humanos que são ativados durante estados emocionais, como o luto.

No caso da morte da gorila-das-montanhas Tuck, seu filho adolescente Segasira tentou se amamentar em seu cadáver, apesar dele já ter sido desmamado. Esta foi presumivelmente uma demonstração de “amamentação de conforto”, que pode estimular a liberação de ocitocina, um hormônio que tem efeitos inibidores do estresse. Esta observação, e possivelmente a proximidade persistente do jovem gorila Ihumure com o corpo de Titus, pode sugerir que os humanos não são únicos em sua capacidade de ficar de luto.

Em um e-mail para o Gizmodo, Porter admitiu que é difícil discernir as emoções dos gorilas, e é tentador argumentar que, nos dois casos dos gorilas-das montanhas, os animais que mais se envolveram com os cadáveres estavam sofrendo a perda de um companheiro próximo.

“No entanto, não temos como saber exatamente o que eles estavam sentindo”, disse Porter ao Gizmodo. “Muitos pesquisadores rapidamente desprezam o luto como uma explicação para os comportamentos observados porque trata-se de uma especulação. Da minha perspectiva, eu acho que temos muito a aprender sobre as formas como os animais se envolvem com o mundo, especialmente animais como gorilas que são incrivelmente inteligentes, pois estou certa de que eles experimentam emoções que são muito mais complexas do que nós muitas vezes levamos em consideração”.

Os perigos desse luto

No artigo, Porter e seus colegas disseram que não está claro se essas observações podem ser generalizadas a outros gorilas, dizendo que estudos futuros “devem prestar especial atenção à frequência com que os cadáveres são encontrados e às circunstâncias que levam ao abandono dos membros do grupo antes da morte e àqueles que recebem presença prolongada”.

A pesquisa também sugere que os comportamentos dos gorilas em torno dos mortos poderiam contribuir para a propagação de doenças perigosas. O tempo passado com os cadáveres, às vezes com grande intimidade, pode resultar na disseminação de doenças transmissíveis como o ébola, ao qual os gorilas são extremamente vulneráveis.

“Essa via de transmissão pode ter graves implicações para os grupos de gorilas que têm sobreposição de áreas residenciais”, disse Porter. “A estreita inspeção de cadáveres por quase todos os membros do grupo em todos os três dos nossos casos sugerem a transmissão direta de macaco para macaco, bem como a transmissão de grupo para grupo poderia desempenhar um papel substancial na amplificação de surtos de doenças entre os gorilas”.

É uma possibilidade perturbadora e claramente digna de mais pesquisas.

[PeerJ]

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Caçador ilegal de rinoceronte morre pisoteado por elefante e é devorado por leões

Posted: 08 Apr 2019 10:34 AM PDT

Um homem suspeito de ter entrado no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, perto da fronteira com Moçambique, na semana passada, com quatro compatriotas para caçar rinocerontes protegidos foi supostamente morto por um elefante antes de virar refeição para um grupo de leões, de acordo com uma reportagem do Letaba Herald, posteriormente confirmado por outros veículos.

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O porta-voz Isaac Phaahla disse ao jornal que, “de acordo com a família do falecido, eles foram chamados pelos cúmplices do homem que os notificaram que seu parente tinha sido morto por um elefante enquanto eles estavam no Parque Nacional Kruger para caçar um rinoceronte na noite de terça-feira (2).

Os guardas do Parque Nacional Kruger, juntamente com oficiais do Serviço de Polícia Sul-Africano de Komatipoort e Skukuza, encontraram os restos mortais na seção da Ponte do Crocodilo do parque, durante uma busca em 4 de abril, escreveu o Letaba Herald.

O Letaba Herald descreveu também que, depois de o homem ser repentinamente atacado pelo elefante, leões devoraram grande parte de seu corpo:

De acordo com Phaala, as indicações encontradas na cena sugeriram que um grupo de leões tinha devorado os restos, deixando apenas um crânio humano e um par de calças. A polícia de Skukuza foi notificada imediatamente e está atualmente ocupada com mais investigações sobre o incidente.

… “Entrar no Parque Nacional Kruger ilegalmente e a pé não é sensato, tem muitos perigos, e este incidente é prova disso. É muito triste ver as filhas do falecido de luto pela perda de seu pai, e, pior ainda, só poder recuperar muito pouco de seus restos mortais”, disse Glenn Phillips, diretor executivo do parque.

Segundo a CNN, três pessoas suspeitas de participar da caça ilegal foram presas na semana passada, o que resultou em apreensões de armas de fogo. Elas estão detidas sob a acusação de “posse de armas de fogo e munição sem licença, conspiração para caçar e invadir propriedade privada” e foram mantidas sob custódia até o pedido formal de fiança, escreveu a CNN.

O Parque Nacional Kruger, uma zona altamente protegida e vigiada por tudo, desde cães a aviões, diz ser o lar de cerca de 349 a 465 rinocerontes-negros seriamente ameaçados de extinção, que, segundo aponta a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), costumavam contar entre as centenas de milhares de indivíduos. Acredita-se agora que o número seja de cerca de cinco mil, com quase todos vivendo em áreas protegidas em África do Sul, Namíbia, Zimbábue e Quênia. A CNN escreveu que o parque também diz abrigar entre 6,6 mil e 7,8 mil rinocerontes-brancos, que a Lista Vermelha da IUCN classifica como quase ameaçados e tem uma população de aproximadamente 19.600 a 21.100 indivíduos concentrados nos mesmos países (embora a subespécie do norte esteja à beira da extinção).

Tanto os rinocerontes-negros como os rinocerontes-brancos estão sujeitos à caça ilegal por seus chifres, que são vendidos no mercado negro internacional tanto como espécie de medicina alternativa quanto como símbolo de status. De acordo com a CNN, o Serviço de Polícia da África do Sul fez 680 prisões por caça ilegal e tráfico em 2016, das quais 417 foram “dentro e ao redor” do Parque Nacional Kruger. Como a BBC observou, as autoridades de Hong Kong recentemente fizeram sua maior apreensão do tipo em meia década, confiscando aproximadamente US$ 2,1 milhões em chifres de rinoceronte.

[Letaba Herald/CNN]

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Windows 10 vai parar de pedir para você remover pendrive com segurança

Posted: 08 Apr 2019 10:21 AM PDT

Toda vez que você conecta um pendrive ou outro dispositivo de armazenamento USB em um computador com Windows, um ícone aparece próximo ao relógio do sistema. Você, ao menos teoricamente, deveria clicar nele e pedir para remover o hardware com segurança. O risco de não fazer isso é causar algum erro no armazenamento. No mínimo, você leva uma bronca do sistema operacional. Uma futura atualização do Windows 10, no entanto, vai dispensar esse procedimento.

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O Windows tem duas políticas para lidar com dispositivo de armazenamento removíveis: “Melhor desempenho” e “Remoção rápida”. Atualmente, o sistema operacional usa a primeira como padrão. Ao salvar arquivos em um pendrive, por exemplo, ele cria um cache. Esse cache precisa ser esvaziado antes de remover o dispositivo. Esse modo garante mais segurança e rapidez. Em contrapartida, não permite que dispositivos sejam removidos sem aviso.

A partir da versão 1809 do sistema operacional — a chamada “atualização de outubro de 2018”, que está sendo distribuída aos poucos depois de causar alguns problemas –, o Windows vai passar a usar a política “Remoção rápida” como padrão. As operações de salvar arquivos em pen-drives podem ficar mais lentas. Por outro lado, vai dar para puxar o dispositivo a qualquer momento sem qualquer problema.

Quem quiser que o comportamento continue como sempre foi poderá optar por isso. Basta seguir as instruções dadas pela própria Microsoft em seu site de ajuda para mudar a política e voltar para o modo “Melhor desempenho”. Como nota o ZDNet, talvez isso seja útil para quando você precisar colocar arquivos grandes em um pendrive — depois, volte à opção padrão para poder puxar o pen-drive a qualquer momento.

E você, já teve algum problema puxando pendrives sem avisar o sistema operacional?

[Microsoft via Slashgear e ZDNet]

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Anatel mudará cadastro de linhas para evitar crimes com CPF de inocentes

Posted: 08 Apr 2019 08:56 AM PDT

Homem falando no smartphone

As regras para cadastrar um número pré-pago irão mudar até 2020. A Anatel irá implementar mudanças no sistema de cadastro de usuários, que precisão incluir mais dados para habilitar a linha. Atualmente, é possível registrar um número no nome de qualquer pessoa, só é preciso um CPF.

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Conforme aponta a reportagem da Folha, a facilidade para a habilitação de chips faz com que pessoas inocentes sejam investigadas e até presas pela polícia. Muitas vezes, criminosos utilizam dados de terceiros para ativar linhas.

As operadoras propuseram a criação de um portal na internet com informações e formulário para limpeza de cadastros indevidos. Além disso, elas defendem mais rigor com o cadastro remoto de linhas. Entre as medidas está a implementação de um sistema de validação de identidade do usuário – se a iniciativa for adotada também para a transferência da linha entre chips, golpes de SIM Swap poderiam ser evitados.

No final de 2017, a Anatel fez uma fiscalização em 157 milhões de usuários de pré-pago. A agência encontrou grande ocorrência de CPFs inválidos, cadastros incompletos ou sem dado algum e cadastros com mais de 50 linhas em um único CPF. Na maioria das vezes, essas linhas foram usadas pelo crime organizado.

"[O novo sistema] vai identificar se aquele CPF é válido, se é de alguém que ainda está vivo ou algum de falecido", disse Gustavo Santana Borges, o gerente de Controle de Obrigações de Qualidade da Anatel, à Folha.

A iniciativa mudará algumas características do pré-pago, que sempre foi uma linha fácil de ser ativada. O advogado Luiz Flávio Gomes, eleito deputado federal pelo PSB, afirma que existe necessidade de regulamentação por parte da polícia para que as prisões não aconteçam com base apenas nesses cadastros.

A intenção parece boa, mas falta a Anatel dar mais detalhes de como será este processo na prática — na reportagem da Folha é citado uso da identidade nacional e até validação de informações com impressão digital. Apesar de o número de linhas pré-pagas estar diminuindo, é preciso criar um sistema esperto e que não seja muito burocrático — aliás, é de interesse das operadoras conseguir vender rapidamente serviços de telefonia. 

[Folha]

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Qual é o som mais alto do espaço sideral?

Posted: 08 Apr 2019 07:33 AM PDT

Ilustração de um planeta "tapando" os ouvidos

A tolerância humana ao som é, em escala galáctica, insignificante. Erupções vulcânicas, trabalhos de construção intensivos com britadeiras, shows do My Bloody Valentine – esses fenômenos que induzem zumbido nos ouvidos são apenas sussurros comparados às explosões e colisões majestosas que acontecem no espaço sideral.

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É claro que grande parte dessa atividade é tecnicamente silenciosa – a atmosfera do espaço não possui o material que torna as ondas sonoras possíveis. Então, para o Giz Pergunta desta semana, perguntamos a especialistas em astronomia e astrofísica qual som seria o mais alto, se o som como entendemos existisse lá em cima. E na verdade parece que às vezes acontece – e quando não acontece, às vezes podemos converter as emissões relevantes em um som tolerável para nossos minúsculos ouvidos aqui na Terra.

Greg Salvesen

Membro de Pós-Doutorado na National Science Foundation em Astronomia e Astrofísica, Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.

Até onde eu sei, o aglomerado de galáxias Perseus é o atual detentor do recorde para o mais alto som descoberto no universo. Gerar som requer duas condições. Primeiro, deve haver um meio pelo qual as ondas sonoras possam passar, como o ar ou outro gás. De fato, há gás muito quente que permeia o espaço entre as milhares de galáxias que compõem o aglomerado de galáxias Perseus. Esse gás brilha como luz se usarmos raios X, e podemos observá-lo com telescópios de raios X no espaço, como o Observatório de Raio X Chandra.

A segunda condição para o som é uma fonte que produza as ondas sonoras em si. Um poderoso buraco negro está no centro de uma dessas galáxias que formam o aglomerado de galáxias Perseus. Periodicamente, esse buraco negro ejeta uma enorme quantidade de energia no gás quente circundante, que transporta a energia como ondas sonoras viajando pelo aglomerado como bolhas em expansão.

O que torna o som alto é a capacidade do gás de transportar eficientemente a energia liberada pelo buraco negro, o que equivale a uma energia comparável a 100 milhões de estrelas explodindo! Embora esse som do aglomerado de galáxias Perseus seja muito alto – isto é, a amplitude das ondas sonoras é enorme -, não conseguimos ouvi-lo com nossos próprios ouvidos. Isso porque o som corresponde a um Si Bemol cerca de 57 oitavas abaixo do Dó médio de um piano. Isso significa que leva cerca de 10 milhões de anos para uma onda sonora passar, o que é um pouco mais do que você provavelmente viverá, mesmo se você se exercitar regularmente e comer de forma saudável.

“O que torna o som alto é a capacidade do gás de transportar eficientemente a energia liberada pelo buraco negro, o que equivale a uma energia comparável a 100 milhões de estrelas explodindo!”

Puragra Guhathakurta

Astrônomo e professor do Observatório UCO/Lick na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

O som é na verdade uma forma de transmissão de energia, é vibração. O problema é a transmissão dessa energia na forma de som – não há som no espaço. Mas a energia é transmitida de outras formas – a onda de choque de uma explosão, por exemplo. As explosões de raios gama são consideradas os eventos mais energéticos do universo – elas não são totalmente compreendidas, mas são quase certamente explosões de estrelas, e liberam mais energia em 10 segundos do que o sol em seus dez bilhões de anos de vida.

Robert Erdelyi

Professor de Matemática e Estatística, Universidade de Sheffield, cuja pesquisa é focada em física solar, espacial e de plasma, ondas MHD, ondas lineares e não lineares.

O som não pode realmente viajar no espaço vazio. Para existir o som, você precisa de algum meio – como o gás presente na atmosfera da Terra – e no espaço esse material é muito, muito raro – talvez um átomo por quilômetro cúbico, ou menos. Mas isso não significa que uma grande explosão não possa gerar ondas acústicas.


Sons musicais criados por vibrações longitudinais dentro da atmosfera do Sol, registrados pela Universidade de Sheffield.

O espaço é preenchido pelo plasma, que é o quarto estado da matéria, sendo os outros (de acordo com nosso conhecimento atual) o sólido, o líquido e o gasoso. O universo em si está 99,9% em estado de plasma. Somente na Terra que não existe muito plasma.

No espaço, existem campos magnéticos por toda parte. O mesmo acontece na Terra, mas não sentimos isso. No espaço, se o campo magnético não for muito forte e houver plasma nessas circunstâncias, o som poderá se propagar.

As energias envolvidas na geração dessas ondas acústicas tem bilhões e bilhões e bilhões de vezes o poder de uma bomba atômica. As explosões que produzem esses sons são absolutamente enormes – você não pode imaginar.

"As estrelas estão continuamente borbulhando, você poderia dizer, através de um processo chamado convecção. Esse tipo de perturbação no estado de plasma gera muitas ondas acústicas – ondas sonoras".

As estrelas estão continuamente borbulhando, você poderia dizer, através de um processo chamado convecção. Esse tipo de perturbação no estado de plasma gera muitas ondas acústicas – ondas sonoras. O próprio Sol faz isso. Às vezes, esses períodos acústicos podem durar horas, às vezes apenas alguns segundos. Você pode interpretar esses tipos de ondas acústicas como sons muito altos.

Jim Fuller

Professor Assistente de Astrofísica Teórica, Caltech.

O som mais alto do universo definitivamente vem de fusões de buracos negros. Nesse caso, o "som" sai em ondas gravitacionais e não em ondas sonoras comuns. Enquanto os buracos negros estiverem na faixa de aproximadamente 1-100 massas solares (o que é o caso das fusões de buracos negros recentemente detectadas pelo LIGO), o som está na faixa de audição humana! Essas fusões geram algo como 10^52 Watts de potência. Isso é cerca de um bilhão de um bilhão de vezes a produção de energia do sol. Se traduzido para a escala de Watt em decibéis, isso equivale a algo como 520 decibéis. Isso não parece muito grande, mas lembre-se que a escala de decibéis é logarítmica, então um aumento de 10 decibéis é um fator de dez em volume.

Donald Gurnett

Professor de Física e Astronomia da Universidade de Iowa, cuja pesquisa é focada em física experimental de plasma espacial.

Não seria um som, seria mais como uma emissão de rádio – mas você pode convertê-la em som.

O sinal chega para nós como uma forma de onda e então a partir daqui nós o convertemos em um som que você pode ouvir, e é muito, muito alto.

É algo chamado emissão de rádio heliosférica. Há um receptor de rádio muito especial na Voyager que cobre a faixa de freqüência de cerca de 10 kilohertz a 50 kilohertz – uma freqüência muito baixa, bem abaixo de um rádio de carro, por exemplo. Detectamos uma intensa emissão de rádio, produzida na fronteira entre o vento solar (o vento que sai do sol e flui a cerca de um milhão de milhas por hora, expandindo para o infinito) e o plasma interestelar (chamado de heliopausa) que eventualmente pausa o vento solar.

Então, houve uma intensa série de explosões no sol – muitas vezes chamadas de explosões solares – em 1991. Isso causou uma onda de choque no sistema solar. Detectamos essa onda de choque com quatro espaçonaves: Pioneer 10, Pioneer 11 e Voyagers 1 e 2. Também a detectamos quando ela passou pela Terra. Ela estava se movendo a 600-800 km por segundo. Eu postulei que esta emissão de rádio foi produzida quando a onda de choque finalmente alcançou a heliopausa e correu para o plasma interestelar.

Acho que esta é a emissão de rádio mais poderosa que já detectamos. Em 1995, citei o poder irradiado como 10^13 watts. No que diz respeito às emissões detectadas perto do nosso sistema solar, é claramente uma das mais intensas.

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É muito provável que a maconha que você compra na rua esteja cheia de fezes

Posted: 08 Apr 2019 06:16 AM PDT

Homem fuma um cigarro de maconha

Se você precisar de outra razão para que haja a legalização da maconha, um novo estudo mostra por que a maconha vendida ilegalmente nas ruas tem níveis inaceitáveis de fezes.

Cientistas da Universidade Complutense de Madri reuniram 90 amostras de maconha de revendedores das ruas de Madri (Espanha) e, então, testaram os produtos para determinar se else eram "adequados para o consumo humano".

Os resultados, publicados na última edição do Forensic Science International, mostram que 83% das amostras testadas não eram adequadas, porque havia muita merda nelas.

Especificamente, as amostras tinham vestígios de fungos Aspergillus e da bactéria E.coli. Os pesquisadores consideraram esta maconha cheia de fezes um "problema de saúde pública".

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Após comprar a maconha, a equipe de pesquisadores dividiu o material em dois grupos baseados no formato do pacote em que a droga era vendida — embalagens em formato de bolota e embalagens em formato de bloco. O estudo mostrou que 29,4% das amostras em forma de bloco tinha vestígios de fezes, enquanto 93% das amostras em forma de bolota tinha vestígios de fezes.

Falando ao jornal espanhol El País, um dos pesquisadores do estudo, o farmacologista José Manuel Moreno Pérez, explicou a razão pela qual acredita que as embalagens em formato de bolota são mais propensas a ter mais fezes: os contrabandistas costumam engolir os sacos em forma de bolota, chamados localmente de "bellotas", depois de viajar do Marrocos para a Espanha. "Quando eles chegam aqui, tomam um laxante e expelem as 'bellotas'", disse Pérez. "E então elas são colocadas à venda."

O estudo menciona que pacientes com câncer estão cada vez mais se medicando com cannabis e que eles podem ter sistemas imunológicos enfraquecidos com o consumo dessa maconha contaminada.

O jornal espanhol adverte que os fumantes podem achar que o processo de acender o baseado ajuda a esterilizar a bactéria, mas Pérez disse ao El País que "você não está respirando apenas a fumaça, mas também as partículas".

E quando os usuários lidam com maconha com fezes, eles podem ainda pegar mais bactérias em suas mãos.

Embora os pesquisadores tenham testado apenas a maconha da Espanha, o método de deglutição é usado por "mulas" (como são chamados os contrabandistas de drogas) em várias partes do mundo.

[Forensic Science International via BBC]

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Talvez estejamos próximos da primeira imagem já feita de um buraco negro

Posted: 08 Apr 2019 04:32 AM PDT

O Event Horizon Telescope (EHT), uma rede de telescópios em uma missão para observar buracos negros supermassivos nos centros de galáxias, está programado para divulgar seus primeiros resultados em uma coletiva de imprensa nesta semana.

Não sabemos quais serão os resultados, mas eles têm o potencial de mudar completamente visões de mundo.

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“O horizonte de eventos de buracos negros representa os limites de nosso conhecimento”, disse Priyamvada Natarajan, professora de astronomia e física da Universidade Yale, em entrevista ao Gizmodo. “Para mim, (o Event Horizon Telescope) é quase uma peça precisa do que a mente humana é capaz de fazer. Estou tendo uma reação emocionalmente empolgada com tudo isso.”

Buracos negros são objetos tão compactos e densos que eles contêm uma região em seu campo gravitacional, seu horizonte de eventos, além do qual o espaço é tão distorcido que a luz não consegue escapar. Temos muitas evidências de que buracos negros existem, de explosões de radiação emitidas de centros galácticos a ondulações no espaço-tempo chamadas de ondas gravitacionais. Mas nunca vimos um de perto.

É este o objetivo do Event Horizon Telescope, que opera sob um princípio chamado Interferometria de Longa Linha de Base, ou VLBI, na sigla em inglês. O “telescópio” é, na verdade, uma colaboração de telescópios ao redor do mundo, dos Estados Unidos ao Chile e ao Polo Sul, todos observando o mesmo objeto distante ao mesmo tempo. Os dados são juntados em uma localização central e então decodificados para produzir imagens de resolução mais alta do que seriam possíveis com apenas um telescópio. É como transformar toda a Terra em um grande telescópio. O aumento de resolução é impressionante. Com sorte, o telescópio será capaz de solucionar o centro da galáxia, uma região a cerca de 25 mil anos-luz de distância cujo tamanho é apenas aproximadamente o da órbita de Mercúrio em torno do Sol.

Os alvos das tentativas de observação do telescópio até agora foram Sagittarius A*, uma região emissora de ondas de rádio da nossa galáxia que se parece muito com um buraco negro supermassivo com uma massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol, assim como o centro da galáxia M87, onde supostamente existe outro buraco negro supermassivo, este cerca de sete bilhões de vezes a massa do Sol e lançando um jato de matéria de alta energia.

Na semana passada, a Fundação Nacional da Ciência, dos EUA, anunciou que ela e a colaboração Event Horizon Telescope fariam uma coletiva de imprensa em Washington, D.C., com coletivas simultâneas em Bruxelas, Santiago, Shanghai, Taipei e Tóquio, para anunciar “um resultado revolucionário”. Infelizmente, não sabemos qual resultado será esse — e eu prefiro não alimentar as expectativas. Porém, se o resultado for o que esperamos que seja, será incrível, possivelmente mostrando a sombra que o buraco negro cria contra o pano de fundo do cosmos. Isso se tornaria uma das mais importantes imagens da história científica.

Para uma amostra do que estou falando, no ano passado, Avery Broderick, professor associado da Universidade de Waterloo, nos enviou uma simulação de como poderia ser um buraco negro observado pelo EHT:

Simulação de um buraco negro observado pelo EHT. Imagem: Avery Broderick

Se pudermos ver a sombra, “seria completamente de cair o queixo”, afirmou Grant Tremblay, astrofísico do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics que esteve em um comitê que aprovou uma melhoria ao EHT, em entrevista ao Gizmodo. “Se virmos uma sombra como achamos que veremos, será muito empolgante, uma confirmação de que, embora não saibamos como a natureza funciona, estamos no caminho certo.”

Porém, ainda não sabemos o que os resultados mostrarão. Se mostrarem algo diferente das expectativas dos astrônomos, isso também seria emocionante. Seja qual for o resultado, os cientistas estão entusiasmados com todas as perguntas e potenciais linhas de pesquisa que sairão do lançamento dos dados.

Estou tentando tratar tudo isso com um otimismo cauteloso, já que, novamente, não sabemos que tipo de imagens vamos ver na próxima semana. Entretanto, quando cientistas convocam grandes coletivas de imprensa internacionais como esta, normalmente é porque eles têm um grande resultado.

A entrevista coletiva começará às 10 da manhã (horário de Brasília) de 10 de abril, e nós definitivamente estaremos de olho.

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