sexta-feira, 5 de julho de 2019

Gizmodo Brasil

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Ação acusa cofundador do Android Andy Rubin de esconder riqueza de sua esposa

Posted: 05 Jul 2019 03:35 PM PDT

Andy Rubin, cofundador do Android, em evento realizado em 2011

Documentos judiciais de uma queixa civil registrada pela ex-esposa do ex-executivo do Google Andy Rubin e obtida pelo BuzzFeed News afirmam que Rubin deixou o Google depois de um "relacionamento inadequado" com um subordinado, escondeu sua fortuna de sua ex-esposa e ainda se envolveu em um comportamento extraconjugal. Ele ainda é acusado de coordenar "uma rede sexual".

Rubin, que ficou conhecido por ser o "pai do Android", deixou o Google em 2014 — mas foi só em outubro de 2018, com uma reportagem do New York Times, que foram divulgadas as circunstâncias que levaram à saída dele. No caso, o jornal norte-americano afirmou que uma funcionária do Google, com quem Rubin "tinha uma relação extraconjugal, disse que ele a coagiu a fazer sexo oral nele em um quarto de hotel em 2013, segundo dois executivos da companhia com conhecimento do episódio".

A equipe de recursos humanos do Google descobriu que isso era passível de punição, mas a gigante das buscas e sua subsidiária Alphabet permitiram que Rubin deixasse a empresa com US$ 90 milhões, além de um adicional em ações no valor de US$ 150 milhões em 2014. Posteriormente, descobriu-se que um outro executivo acusado de ter apalpado uma funcionária em uma festa, Amit Singhal, um ex-vice-presidente executivo da empresa, ganhou US$ 45 milhões ao sair do Google (embora a quantia tenha sido reduzida para US$ 15 milhões).

As revelações provocaram rumores tanto entre acionistas quanto funcionários — esses últimos, inclusive, fizeram uma grande manifestação em 2018 demandando uma mudança por parte da empresa nesses casos. O assunto ainda não foi resolvido, com o Google recentemente negando que funcionários envolvidos nas manifestações tenham sido posteriormente alvos de retaliação.

De acordo com o BuzzFeed News, um processo de outubro feito por Rie Hirabaru Rubin, ex-mulher de Andy Rubin, alega que ele e seu ex-advogado estavam engajados em uma conspiração para "convencê-la a assinar um acordo pré-nupcial que a impediria de compartilhar os ganhos financeiros de seu marido". A ação também alega que Andy mentiu sobre seus ganhos financeiros, chegando inclusive a abrir uma conta bancária separada um pouco antes de sua saída do Google em 2014. Ele teria usado essa conta para pagar as mulhereses. Rie Rubin quer que a Justiça considere inválido o acordo pré-nupcial. Diz o BuzzFeed News:

Rie Rubin, que também havia pedido divórcio em uma corte familiar separada, também está processando para invalidar o acordo pré-nupcial e para potencialmente reivindicar uma parte do patrimônio de Andy Rubin, que está estimado em cerca de US$ 350 milhões.

Embora o processo não explicite que o Google pagou US$ 90 milhões como parte do seu pacote de saída da empresa devido a uma investigação por má conduta sexual, ele diz que "Rubin ocultou sua renda" e que sua esposa "não entendeu o total escopo das finanças dele". Rie Rubin também alegou que seu marido abriu uma conta de banco separada alguns meses antes de deixar o Google em outubro de 2014 para receber seus rendimentos e fazer "centenas de milhares de dólares em pagamentos para outras mulheres".

Como notado pelo Verge, uma das partes mais preocupantes do documento é que Andy Rubin recomendou seu ex-advogado a Rie Rubin para lidar com o acordo pré-nupcial, não deixando claro que ele o representava antes do divórcio. O processo alega que o acordo pré-nupcial foi feito para excluir grande parte do patrimônio de Andy, incluindo ganhos do que "parece ter sido resultado da aquisição da Danger pela Microsoft" — Andy era cofundador da Danger.

No entanto, uma das alegações mais preocupações é que Andy mantinha "casos com múltiplas mulheres" e eles tinham “um relacionamento de propriedade com outras mulheres nos quais [Andy] Rubin pagaria pelas despesas delas em troca de elas saírem com outros homens". O ex-executivo do Google é acusado de comandar muito mais do que uma rede sexual. Isso se encaixa na reportagem do New York Times, que mencionou que Rie Rubin o acusava de tal conduta e que ainda incluía uma captura de tela de um e-mail de agosto de 2015 de uma de suas supostas amantes:

O processo incluía uma captura de tela de um e-mail de agosto de 2015 do senhor Rubin para uma mulher. "Você ficará feliz por ser cuidada", escreveu ele. "É como se você fosse minha propriedade, e eu posso emprestá-la para outras pessoas."

A juíza Susan Greenberg, da corte de San Mateo (na Califórnia), revelou os documentos relacionados ao caso nesta terça-feira (2), mas disse aos advogados de Rie Rubin registrarem uma queixa alterada removendo algumas das acusações mais ultrajantes, escreveu o BuzzFeed.

"Esta é uma disputa de direito familiar envolvendo uma esposa que se arrepende da decisão de ter feito um acordo pré-nupcial", disse a equipe de advogados de Andy ao Verge e ao BuzzFeed News em um comunicado. "Este processo deveria ser julgado inteiramente em uma corte familiar."

Em um comunicado adicional ao Verge, os advogados de Rubin adicionaram que "esta é uma disputa familiar (…) cheia de mentiras e que estamos ansiosos para dizer o nosso lado da história".

[BuzzFeed News/The Verge]

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Radiação espacial não está matando os astronautas, diz novo estudo

Posted: 05 Jul 2019 02:23 PM PDT

A exposição excessiva aos raios nocivos do Sol é um risco ocupacional sofrido pelos astronautas, que estão suscetíveis a contrair câncer e doenças cardíacas como resultado. Pelo menos é o que pensamos. Novas pesquisas mostram que eles não estão morrendo prematuramente, mas os cientistas alertam que as missões de longa duração representarão sérios riscos.

Um estudo publicado nesta sexta-feira (5) na Scientific Reports não conseguiu associar a exposição à radiação espacial com um aumento do risco de morte por câncer ou doenças cardiovasculares entre astronautas e cosmonautas (termo utilizado para se referir a astronautas soviéticos). É um resultado surpreendente, se não encorajador, já que por muito tempo acreditava-se que a exposição a radiações ionizantes prejudiciais acabaria voltando a assombrar os astronautas na forma de doenças no futuro, e possivelmente causar uma morte prematura.

Dito isso, o principal autor do novo estudo, Robert Reynolds, da Mortality Research & Consulting, Inc., na Califórnia, alertou que as missões de maior duração longe do campo magnético protetor da Terra, como uma missão a Marte, têm probabilidade de serem perigosas e potencialmente encurtarem o tempo de vida dos astronautas.

Para o novo estudo, Reynolds e seus colegas realizaram uma análise estatística dos dados históricos disponíveis publicamente. Um total de 418 indivíduos que viajaram para o espaço foram analisados no estudo, incluindo 301 astronautas e 117 cosmonautas.

O estudo considerou todos os astronautas da NASA desde 1959 e todos os cosmonautas soviéticos ou russos desde 1961, que experimentaram uma viagem ao espaço antes de julho de 2018 no caso dos astronautas e em dezembro de 2017 para os cosmonautas. O período médio de acompanhamento para os astronautas foi de 24 anos e para os cosmonautas foi de 25 anos.

Um total de 89 mortes foram registradas, sendo 53 astronautas e 36 cosmonautas. Esses indivíduos morreram por várias causas, mas Reynolds e sua equipe só estavam interessados ​​em duas causas específicas de morte: câncer e doenças cardiovasculares, pois essas condições tinham o potencial de estar ligadas à exposição à radiação. Entre os astronautas, 30% morreram de câncer e menos de 15% morreram de doenças cardíacas. As estatísticas eram um pouco diferentes para os cosmonautas, sendo que 50% morreram de doenças cardíacas e 28% de câncer.

“Se a radiação ionizante está afetando o risco de morte devido a câncer e doenças cardiovasculares, o efeito não é dramático”.

Essas estatísticas podem parecer altas e alarmantes, mas a análise de Reynolds sugere que esses números não são nada fora do comum. Nenhuma tendência ou eventualidade, como exposição à radiação, pode ser detectada nos dados que apontam para uma causa comum de morte. “Se a radiação ionizante está afetando o risco de morte devido a câncer e doenças cardiovasculares, o efeito não é grave”, concluíram os autores do novo estudo.

Mas estas são “doses históricas de radiação espacial”, como os autores descreveram. Além das missões Apollo, os astronautas e cosmonautas na órbita baixa da Terra ainda estavam protegidos pelo campo magnético da Terra. A situação no futuro, quando os astronautas se aprofundarem no espaço, será evidentemente diferente, como observado no novo estudo:

É importante observar que futuras missões de exploração do espaço profundo provavelmente oferecerão doses muito maiores de radiação espacial do que as doses anteriores, o que levará a um perfil de risco diferente para futuros astronautas e cosmonautas. Nos próximos anos, é imperativo que os epidemiologistas continuem a monitorar as populações de astronautas e cosmonautas quanto a possíveis efeitos prejudiciais da exposição à radiação espacial, usando métodos tanto novos como familiares. Isso será essencial para apoiar as ambições humanas de uma exploração maior e eventual colonização do nosso sistema solar.

Infelizmente, uma missão a Marte poderia tirar anos da vida de uma pessoa, impedindo o desenvolvimento de blindagens ou trajes especiais. A pesquisa da NASA de 2013 concluiu que, sem proteção suficiente, os astronautas com destino a Marte receberiam a mesma quantidade de radiação quanto se realizassem uma tomografia computadorizada de corpo inteiro uma vez por semana durante um ano inteiro.

Uma viagem de ida e volta a Marte iria, consequentemente, expor os astronautas a dois terços da exposição permitida durante uma vida. E isso não inclui o tempo na superfície marciana, com sua atmosfera lamentavelmente fina e campo magnético fraco.

A nova pesquisa é encorajadora para os astronautas que se aventuram na órbita baixa da Terra, mas dado o nosso desejo de nos aventurarmos além, precisaremos desenvolver algumas soluções viáveis.

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Novos fones intra-auriculares com cancelamento de ruído da Sony parecem uma elegante evolução

Posted: 05 Jul 2019 01:10 PM PDT

Fones intra-auriculares WF-1000XM3

A Sony se antecipou bastante à onda dos fones de ouvido sem fio com cancelamento de ruído, começando a fazer um bom trabalho em 2017. Agora, a companhia tem uma atualização interessante: os intra-auriculares WF-1000XM3.

Eles custam US$ 230 (R$ 880, na cotação atual) e parecem uma versão pequenininha dos populares headphones com cancelamento de ruído WH-1000XM3. Essa é a intenção mesmo.

Os AirPods da Apple não possuem cancelamento de ruído e o excelente Jabra Elite 65t tem apenas redução de ruído. Excelentes fones intra-auriculares com cancelamento de ruído podem ser algo interessante para muita gente.

Esses fones de ouvido da Sony possuem uma nova versão do mesmo chip que tornou os headphones da marca tão poderosos. A empresa chama-o de Processador de Cancelamento de Ruído HD QN1e, e para ajudar ainda mais, os WF-1000XM3 possuem microfones adicionais em relação ao seu antecessor.

Isso significa que existem dois microfones em cada peça, o que não ajuda apenas no cancelamento de ruído, mas também na qualidade de áudio para as chamadas.

Esse QN1e evidentemente é a estrela da festa, no entanto. A Sony diz que ele é capaz de atingir um novo nível de cancelamento de ruído ao pegar o áudio que chega no sistema duplo de microfones e levá-lo até os chips para cancelar o som do ambiente.

É assim que os headphones com cancelamento de ruído funcionam, mas de acordo com a Sony, ter um chip dedicado torna o trabalho mais eficiente. A companhia diz que o processador QN1e também ajuda a melhor a qualidade do som.

Foto: Adam Clark Estes/Gizmodo

Mas quanta mágica um chip é capaz fazer? Bem, é válido considerar que o irmão maior desses intra-auriculares, os headphones WH-1000XM3, foram os primeiros headphones da Sony a incluir o processador QN1.

Poderíamos considerar se tratar apenas de um jargão tecnológico com intenções marketeiras, mas os headphones WH-1000XM3 realmente cancelavam o ruído melhor do que os seus antecessores WH-1000XM2, que já faziam um trabalho melhor do que o popular Bose QuietComfort 35ii.

Então, ao colocar uma versão desse chip em fones intra-auriculares, a Sony está apostando forte em sua presença. E em nossos testes iniciais, os WF-1000XM3 também cancelou melhor o ruído do que os seus antecessores, os WF-1000X.

Chega dessa sopa de letrinhas. Passei uma semana com um par de pré-produção dos novos intra-auriculares e preciso admitir que eles sem bem bacanas, e eles parecem fazer um trabalho respeitável no cancelamento de ruído.

Eles também são inegavelmente bonitos com um design limpo que ficam destacados na parte externa de sua orelha e tem um controle sensível ao toque na superfície. A borrachinha se projeta bem em relação ao corpo dos fones, então as coisas ficam bem equilibradas no seu ouvido. Até agora, eles me pareceram bem seguros.

Foto: Adam Clark Estes/Gizmodo

Uma coisa que, para mim, foi um grande destaque destes fones de ouvido foi o quão bem eles funcionaram como intra-auriculares normais. Assim como os AirPods, os novos fones da Sony possuem sensores de proximidade, então eles ligam assim que você os coloca no ouvido e desligam quando são tirados.

Eu não precisei me preocupar em deixá-los ligados e conectados ao meu celular. Por outro lado, a Sony diz que eles só se conseguem se conectar em um dispositivo por vez. A Sony também não afirma que eles são à prova d’água, algo importante a se considerar.

A Sony me disse que trabalhou duro para melhorar a conectividade geral nos WF-1000XM3. Ao contrário do modelo de uns dois anos atrás, esses fones possuem Bluetooth 5, e cada um deles mantém uma conexão independente com o seu dispositivo.

Isso foi pensado para minimizar algo que eu chamo de efeito ping-pong. Isso acontece quando o som salta de um dos fones para o outro ou simplesmente deixa de estar sincronizado em um lado. Minha experiência com esse novo método é positiva até agora, mas vale lembrar que estou com eles há apenas uma semana.

Pretendo passar mais tempo com os WF-1000XM3 e escrever uma análise completa. Quero entender se o cancelamento de ruído funciona bem em situações variadas e ver se a promessa da Sony sobre a autonomia de bateria se sustenta.

Os WF-1000XM3 supostamente aguentam seis horas de reprodução com cancelamento de ruído e oito horas sem. Por US$ 230 — que são US$ 70 a mais do que o Jabra Elite 65t, atualmente os meus intra-auriculares sem fio favoritos — eu espero que os fones de Sony cumpram com suas promessas.

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Hacker que derrubou servidores de games em 2013 é condenado a dois anos e três meses de prisão

Posted: 05 Jul 2019 11:51 AM PDT

O hacker Austin Thompson, mais conhecido como DerpTrolling, foi condenado a 27 meses de prisão nos EUA por um ataque distribuído de negação de serviço (mais conhecido como DDoS, sigla em inglês) a provedores de games no Natal de 2013.

Thompson usava o username @DerpTrolling no Twitter para receber pedidos de ataques DDoS e anunciar suas ações. A conta foi encerrada em 2014. Naquele mesmo ano, o hacker sofreu doxing (nome dado a ataques que revelam dados privados, como nome, identidade e endereço) e acabou preso. Em novembro de 2018, ele se declarou culpado.

Documentos obtidos pelo ZDNet mostram que o hacker também concordou em pagar US$ 95 mil como restituição a Daybreak Games, que fazia parte da Sony Online Entertainment à época.

Em 2013, diversos serviços ainda não contavam com proteções para ataques DDoS e foram derrubados. O ZDNet diz que servidores de PlayStation, Xbox, Steam, EA, Nintendo, Quake Live, DOTA2 e League of Legends caíram na ocasião.

Com a repercussão, outros hackers passaram a se inspirar a prática. Ataques desse tipo se repetiram nos Natais seguintes, com motivos bastante variados — como estratégia de marketing para vender esse tipo de ação, para forçar gamers a passarem tempo com suas famílias e apenas pela zoeira. Conforme os servidores foram investindo em proteção, esse tipo de ataque acabou perdendo efetividade, e desde 2017 não mais se repetiu.

Esse tipo de ataque também foi coibido pelas autoridades. Autoridades do Reino Unido e da Holanda, em colaboração com o FBI, derrubaram 15 serviços que ofereciam ataques DDoS sob demanda no ano passado.

[ZDNet]

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Essa casa feita com 612 mil garrafas recicladas resiste a furacões de até 524km/h

Posted: 05 Jul 2019 11:03 AM PDT

Se você está pensando em construir uma casa em águas costeiras, por onde os furacões costumam vaguear, talvez você deva desconsiderar os modelos padrões de cimento e em vez disso começar a beber refrigerante de garrafa. Uma empresa canadense concluiu recentemente a construção de uma casa com paredes externas feitas de plástico reciclado e alegou ser capaz de resistir a rajadas de ventos a mais de 482 quilômetros por hora.

Construído pela JD Composites, a casa de três quartos está situada perto do Rio Meteghan, na Nova Escócia. Além de uma distinta falta de árvores, jardins e vizinhos, a casa se parece com qualquer outra habitação com um design moderno e limpo e uma fachada minimalista. No interior, ela é totalmente mobiliada e finalizada com paredes de madeira cobertas de drywall, mas o exterior é o que torna a casa atraente como um novo e aparentemente muito melhorado, tipo de construção.

Envolvendo a casa, e fornecendo sua estrutura reforçada e extrema durabilidade, estão os painéis de 5,9 polegadas de espessura feitos de algo em torno de 612.000 garrafas de refrigerante que foram trituradas, derretidas e depois injetadas com gás para criar uma espécie de espuma de plástico que tem diversas vantagens essenciais para os materiais de construção mais tradicionais. Eles proporcionam melhor isolamento tanto no inverno quanto no verão, são resistentes à umidade e ao mofo, ajudam a manter os plásticos longe de instalações de lixo e permitem que uma casa seja montada em questão de dias, não de meses, porque os painéis são primeiro criados externamente e montados como um quebra-cabeça gigante.

Foto: JD Composites Inc.

Mas o ponto principal é a extrema durabilidade para muitos construtores de casas, particularmente aqueles que trabalham ao longo da costa leste do Canadá e dos Estados Unidos, onde os furacões representam uma grande ameaça todos os anos. Amostras dos painéis de plástico foram enviadas para uma instalação de certificação que as sujeitou a condições semelhantes às que seriam experimentadas em um furacão de categoria 5. Em comparação, em 2015, o furacão Patricia atingiu a Guatemala com ventos de até 346 quilômetros por hora. Ele foi considerado um dos furacões mais poderosos já registrados, mas os painéis da JD Composites conseguiram sobreviver a velocidades de vento de até 524 quilômetros por hora em testes e possivelmente até mais fortes, considerando que a instalação já havia atingido a capacidade máxima do túnel de vento.

Estima-se que a casa custou algo em torno de US$ 400.000 para ser construída, o que equivale aos custos de material e mão-de-obra tradicionais. Mas a durabilidade do plástico significa que há menos necessidades de reparos e grande potencial para evitar uma reconstrução completa caso ocorra um furacão. Ela está à venda no momento, se você tem planos de se mudar, mas se os construtores não conseguirem encontrar um comprador, eles planejam listar a propriedade no Airbnb, o que deve ajudar a divulgar essa conquista.

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Nova câmera da Canon é do tamanho de um pendrive e vem com fivela

Posted: 05 Jul 2019 08:58 AM PDT

Na esquerda, a IVY REC verde. É um retângulo metálico com uma lente, a marca da Canon e uma borda verde-limão. Na direita, a traseira de uma IVY REC azul. Há um botão giratório para escolher os modos.

As lentes e sensores dos celulares de hoje em dia produzem imagens de qualidade próxima às de câmeras baratas. Talvez seja por isso que a Canon decidiu entrar na onda e fazer uma câmera simples e tão pequena quanto um pendrive, a IVY REC. Um crowdfunding foi lançado para financiar a invenção.

Pode haver um bom motivo para esse aparelhinho existir. Os smartphones estão cada vez mais caros e, por isso, dá medo de usá-los para tirar fotos em algumas situações — na chuva, quando há risco de cair, em lugares perigosos, etc. É aí que a IVY REC entra.

A camerazinha parece o filhote de um cruzamento de um pendrive com um mosquetão (aquela fivela usada em escaladas). Além de juntar essas duas coisas, a IVY REC vem com uma carcaça de plástico, cores neon e uma pequena protuberância que serve como botão para tirar fotos.

A Canon promete que ela é a prova de choques e de água (mas não a uma profundidade muito grande, o que quer dizer que não serve para mergulhar). Na parte câmera da coisa, ela vem com um sensor CMS de 13 megapixels e 1/3 de polegada, que consegue capturar vídeos em alta definição até 60 quadros pro segundo.

Câmera IVY REC azul com a fivela aberta.

Imagem: DPReview

Há até um encaixe para tripé de tamanho padrão na parte inferior e um botão giratório na parte traseira para alternar entre os (poucos) modos disponíveis no IVY REC. Tela LCD? Não, nenhuma. Para enquadrar fotos, os usuários podem usar o vão quadrado da fivela da câmera para ter uma ideia de como a foto vai sair.

Também dá para usar o smartphone — a câmera tem conectividade sem fio, e a Canon oferece um aplicativo que mostra em tempo real o que o sensor fotográfico está captando. A conexão sem fio também serve para transferir as fotos e os vídeos, facilitando o compartilhamento. Não há nenhuma menção a portas USB.

Infelizmente, a Canon ainda não liberou muitos detalhes sobre o IVY REC. Portanto, não dá para saber coisas como preço, duração de bateria ou suporte a cartões microSD.

Câmeras IVY REC rosa e verde.Imagem: Indiegogo

Hoje em dia, os consumidores não estão tão interessados ​​em gastar milhares de reais em uma DSLR grande e desajeitada — seus smartphones são mais práticos e tiram fotos que são boas o suficiente. Por isso, a Canon ainda parece hesitante em abraçar completamente o mercado de fotografia casual.

Com o IVY REC, a empresa vai sentir a temperatura da água antes de mergulhar. A marca vai fazer uma campanha de crowdfunding no Indiegogo para ver se lança ou não o produto. Por enquanto, a arrecadação ainda não começou.

Se você gosta da ideia de manter uma câmera pequena e barata presa ao cinto, sempre pronta, enquanto seu smartphone fica guardado em seu bolso com segurança, a Canon promete que os primeiros apoiadores podem pegar até 30% de desconto sobre o preço de varejo (que ainda não foi anunciado) — supondo, claro, que um número suficiente de pessoas esteja disposta a financiar a invenção.

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Óculos desenvolvidos pela Universidade de Stanford focam automaticamente no que você estiver olhando

Posted: 05 Jul 2019 08:25 AM PDT

Se você ainda não sofre de uma condição chamada presbiopia, você provavelmente vai, quando chegar aos quarenta anos. Basicamente, é quando as lentes dos seus olhos perdem a elasticidade, tornando mais difícil focar em um objeto que está perto, como as páginas de um livro. A solução é usar ocasionalmente óculos para leitura ou com lentes progressivas capazes de limitar o seu foco. Mas pesquisadores da Universidade de Stanford descobriram uma outra solução: óculos que detectam e automaticamente focam naquilo que os seus olhos estão observando.

Óculos com lentes progressivas funcionam suficientemente bem, e muitos preferem eles a ter que pegar os óculos de leitura sempre que precisarem ver um cardápio ou dar uma rápida olhada no celular. Mas eles também exigem que o usuário faça movimentos estranhos com a cabeça para que eles possam focar em determinadas coisas, como um espelho retrovisor de um carro enquanto a pessoa está dirigindo, devido ao foco periférico limitado que eles oferecem, como observado pelos pesquisadores de Stanford.

A solução poderia ser algo muito similar a um protótipo de um par de smart glasses desenvolvido e testado em Stanford chamado de autofocais, que utilizam lentes preenchidas com fluídos que ficam mais espessas ou mais finas para ajustar a distância focal. É parecido com outros protótipos que têm sido criados para imitar como as lentes do olho humano funcionam, mas agora aprimorados com a integração de um sensor de rastreamento dos olhos. Esse sensor trabalha com um software para identificar para onde o usuário está olhando e, então, ajustar automaticamente as lentes para garantir que o alvo esteja sempre em foco perfeito.

Em um teste realizado com 56 pessoas com presbiopia, os indivíduos afirmaram que os autofocais são uma solução melhor que as lentes progressivas na hora de ler. Além disso, é muito mais rápido do que buscar os óculos de leitura. O que eles não gostaram muito foi o tamanho e o peso dos autofocais, que, em seu estado atual, parecem um par de óculos de realidade virtual. Nós estamos acostumados a óculos extremamente finos, leves e discretos, mas, uma vez que você começa a adicionar eletrônicos, sensores, câmeras, baterias e até mesmo telas minúsculas, eles rapidamente se tornam grandes e desconfortáveis de usar.

Os pesquisadores de Stanford esperam miniaturizar a tecnologia nos autofocais para que um dia um único par de óculos auto-ajustáveis possa ser utilizado por uma pessoa por décadas sem a necessidade de uma receita atualizada, mas esse "um dia" vai ter que esperar um pouco até que a tecnologia necessária diminua.

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Ao colidir com um pássaro, avião da Força Aérea dos EUA solta acidentalmente três bombas de teste sobre a Flórida

Posted: 05 Jul 2019 06:31 AM PDT

De acordo com a Federal Aviation Administration (FAA), mais de 14.000 ataques de pássaros acontecem todos os anos nos aeroportos dos EUA. Na maioria das vezes, eles são irrelevantes, ocasionalmente podem causar muitos danos, mas as coisas poderiam ter sido especialmente catastróficas na segunda-feira (1º), quando um pássaro atingiu o A-10C Thunderbolt II, fazendo-o lançar três bombas acidentalmente sobre a Flórida. Felizmente, elas eram apenas modelos projetados para treinamentos.

De acordo com o site da base aérea, o incidente aconteceu no início da tarde de 1º de julho, a cerca de 54 milhas (cerca de 87 km) a sudoeste da base da Força Aérea Moody durante uma missão de treinamento de rotina. Não se sabe exatamente como o choque com o pássaro fez com que o Thunderbolt II liberasse parte de sua carga útil, mas a munição era um trio de bombas de treinamento BDU-33 de mais de 11kg projetadas para simular bombas M1A-82 de quase 227kg, o que teria resultado em um final muito diferente para este incidente.

O BDU-33 é uma bomba de mais de 11kg destinada a substituir a bomba durante exercícios de treinamento. Foto: Moody Air Force Base

Devido à liberação não planejada (e à falta de explosão no momento do impacto), a Força Aérea não tem certeza da localização exata de onde as bombas de treinamento pousaram, mas as autoridades suspeitam que estejam "…nas proximidades de 2 quilômetros a oeste da Rodovia 129 perto de Suwannee Springs". A base também alerta o público para não manipular as bombas se encontradas, porque, embora inativas, elas são equipadas com uma pequena carga pirotécnica e ainda podem ser perigosas. Se localizadas, foi solicitado que o público entre em contato com a 23ª Ala do Posto de Comando com detalhes da localização exata, e para garantir que outros não se aproximem das munições até que sejam recuperadas.

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[Review] LG K12+: boa bateria com desempenho que deixa a desejar

Posted: 05 Jul 2019 06:02 AM PDT

LG K12+ de frente

A LG parece ter atuação tímida no mercado brasileiro de smartphones, mas alguns podem se surpreender com o fato de a marca ser a terceira colocada em participação de mercado por aqui, de acordo com os dados da consultoria Counterpoint. Talvez essa sensação seja porque a empresa não emplaque grandes lançamentos, mas faz algum sucesso com aparelhos da faixa de entrada e intermediária – que são as mais populares. Segundo a própria companhia, a linha “K” é uma de suas principais na gama de produtos.

O LG K12+ não foi lançado exatamente como um “intermediário” – aqui, levando em consideração a faixa de preço apontada por consultorias, e não especificações. Em abril, o modelo tinha preço sugerido de R$ 1.199. Como de costume, ele desvalorizou e, quase três meses depois, é fácil encontrá-lo por cerca de R$ 800 ou R$ 900 – agora, sim, nos valores de aparelhos considerados de gama média.

LG K12 Plus - 3 GB de RAM - 32 GB de armazenamento

O Gizmodo Brasil pode ganhar comissão sobre a venda.

Porém, é difícil de engolir esse preço sugerido original. E talvez nem com a desvalorização dê para dizer que trata-se de um preço justo para um smartphone como ele. Essa introdução pode parecer pesada, mas a real é que foi penoso usar esse celular como o meu aparelho principal por duas semanas. Vem comigo que eu explico:

Começando pelo desempenho

Costumo colocar no primeiro tópico das análises alguns detalhes sobre o design e construção do celular. Como trata-se de um modelo que pode ser considerado mais barato, vamos logo ao desempenho – a razão das minhas frustrações.

Eu já não esperava performance impecável. Inclusive, é natural que modelos nesta faixa de preço não sejam super velozes – mas costumam funcionar bem para tarefas cotidianas. No dia a dia, uso um iPhone XR, mas ajustei minhas expectativas conhecendo as especificações do celular. O LG K12+ tem processador MediaTek MT6762, um octa-core de até 2 GHz, 3 GB de RAM e GPU PowerVR GE8320.

Com esse conjunto, prepare-se para alguns engasgos eventuais ao navegar na internet ou pelos seus apps de redes sociais. De modo geral, é um aparelho que cumpre o papel que todos esperamos: é tranquilo usá-lo para ver coisas.

O meu problema com ele foi especificamente na hora de digitar – aparentemente o meu processador é mais rápido do que o dele. Sabe quando você aperta várias teclas e precisa esperar cerca de um segundo para ver as coisas na tela? Era isso.

Quando eu desisti de usar o meu teclado favorito no Android, o SwiftKey, e passei para o GBoard, as coisas melhoraram um pouco. Por melhoraram, quero dizer que o delay de digitação de tornou menos frequente, mas não ausente. E não dá para ser mais frustrante do que isso, né? Não pude nem escolher meu teclado.

Essa performance baixa significa que não dá para rodar uns games da moda sem sofrer muitos engasgos. Não sou de jogar pelo celular – e definitivamente esse não é o propósito desse aparelho – mas um Fortnite não roda tão bem assim.

O celular tem um leitor de impressões digitais, posicionado na traseira. O reconhecimento em si funciona bem e a taxa de falha é baixa, mas a animação para desbloquear o celular é lenta – às vezes eu colocava o dedo duas vezes pensando não ter funcionado, mas o que tinha rolado é que a tela ainda estava ligando.

Design

Já que toquei nesse ponto, eis as impressões sobre a construção e design do K12+. A LG ostenta uma certificação militar MIL-STD-810G – isso, em tese, dá ao celular mais resistência à quedas, temperaturas extremas e umidade. Eu não cheguei a testar especificamente essas situações, mas vale citar.

Mas esse realmente não parece ser um celular tão suscetível a estilhaços. A traseira é de plástico, assim como o acabamento lateral (que possui apenas uma tinta metalizada). É uma construção mais barata, mas que está de acordo com a expectativa para celulares nessa faixa de preço.

Há um botão dedicado ao Google Assistente que não pode ser remapeado e, pelo menos no meu estilo de uso, se torna inútil. Fiquei decepcionado que a LG não padronizou ainda os seus celulares e há uma entrada microUSB, em vez do USB-C que já tem sido adotado por quase todo mundo.

Ele é leve (150 gramas) e tem uma pegada boa. A tela de 5,7 polegadas tem proporção 18:9, mas não ocupa toda a parte frontal – há bastante borda em cima e em baixo do display. A resolução é HD+ (720p) e a qualidade geral ficou naquelas: nem bom, nem ruim. O nível de brilho é bom o suficiente para você enxergar sob o sol, mas fica a sensação que a resolução poderia chegar no FullHD.

Câmera maluca

O K12+ não vem com especificações modernas como câmera dupla ou tripla. O modelo tem um sensor único na traseira, com 16 megapixels, abertura f/2.0 e flash LED. Para selfies, são 8 megapixels, abertura f/2.0 e também um flash LED.

A experiência com a câmera é doida. As cenas parecem bem feias durante a prévia, conforme você aponta a câmera. Depois do clique, tudo fica mais bonito – já dá uma melhorada na galeria do celular, mas os detalhes da imagem ficam bem evidentes quando você visualiza no computador.

Na prática, a câmera traseira faz fotos relativamente boas quando se tem boa iluminação ou iluminação natural. O nível de detalhes me surpreendeu ao analisar as fotos no computador e as cores não são lavadas nem saturadas demais. Apesar de ter HDR no software, é possível que suas imagens fiquem com regiões estouradas.

A LG incluiu uma inteligência artificial que lê as cenas e aplica um pós-processamento específico para cada imagem. Quando ela lê o assunto, as fotos ficam mais bonitas – mas essa leitura pode demorar.

Se você estiver em um ambiente ligeiramente mais escuro, como em um restaurante para o jantar ou em uma festa, será difícil conseguir um clique bom – ou suas fotos sairão tremidas ou verá bastante granulação.

A câmera tem potencial de dia. À noite, não conte muito com ela. O mesmo vale para as selfies. Agora, eu queria mesmo era saber porque a prévia é tão ruim – fui enganado! Como diria Kevinho: cê acredita?

O ponto positivo: bateria

A bateria não me deixou na mão e é um dos poucos pontos positivos do K12+. O aparelho tem 3.000 mAh, mas não consome tanta energia – afinal, seu processador não é muito poderoso. Após um dia inteiro de uso, ainda restavam entre 25% e 35% de carga – tirando o celular da tomada perto das 8h, usando-o esporadicamente até o meio dia e fazendo uso mais intenso durante a tarde.

O aparelho não tem carregamento rápido – para chegar aos 100% leva mais ou menos duas horas na tomada.

Conclusão

O LG K12+ definitivamente não valia a pena durante o seu lançamento – os R$ 1.200 cobrados não são justificáveis dado o desempenho e a qualidade geral do aparelho. Mesmo agora, custando uns R$ 350 menos, é difícil recomendá-lo.

Poderia ser um celular para um público que não está disposto a gastar muito num smartphone e precisa apenas do básico para o dia a dia – como checar as redes sociais, e-mail e navegar um pouco na internet. Mas ele não cumpre essas tarefas com brilho e eu diria que é um celular bem burocrático quando trata-se de desempenho.

Gastando um pouquinho mais dá pra levar um aparelho com muito mais bateria, como o Moto G7 Power – que, inclusive, tem um desempenho geral mais satisfatório. Alternativas da Samsung como o M20 também podem ser consideradas.

O K12+ é uma bola fora da LG, mas quem sabe eles não reparam os erros nas versões do aparelho que foram recentemente anunciadas.

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Plantas definitivamente não têm consciência, argumentam cientistas

Posted: 05 Jul 2019 04:42 AM PDT

A incrível habilidade das plantas de responderem ao seu ambiente fez com que alguns cientistas acreditarem que esse era um sinal de consciência. Um novo artigo de opinião argumenta contra essa posição, dizendo que as plantas “não possuem ou precisam de consciência”.

Muitos de nós damos como certa que as plantas, que não possuem cérebro ou um sistema nervoso central, não teriam capacidade de consciência. Isso não quer dizer, no entanto, que as plantas não tenham inteligência.

As plantas parecem demonstrar um conjunto surpreendente de habilidades, como comunicação, reconhecimento da superlotação e mobilização de defesas, entre outros truques inteligentes.

A defesa de quem acredita que as plantas têm consciência

Para explicar estes comportamentos, cientistas conhecidos como neurobiólogos de plantas argumentaram que os vegetais possuíam uma forma de consciência. A ecologista Monica Gagliano tem realizado experimentos que supostamente sugerem capacidades como habituação (de aprender com a experiência) e condicionamento clássico (como os cães de Pavlov) em plantas.

Nestes experimentos, os vegetais aparentemente “aprenderam” a parar de encaracolar suas folhas depois de serem derrubadas repetidamente ou a estender suas folhas em antecipação a uma fonte de luz.

Com esta evidência experimental, Gagliano e outros cientistas têm afirmado, de forma bastante controversa, que o fato de as plantas poderem aprender e exibir outras formas de inteligência significado que elas devem ter algum nível de consciência.

Besteira, dizem outros

Tudo isso é tolice, conforme o argumento de um novo artigo publicado na revista Trends in Plant Science. O principal autor do artigo, o biólogo Lincoln Taiz, da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, não nega a inteligência vegetal, mas apresenta um forte argumento contra a consciência das plantas.

“Desde que o grupo de ‘neurobiologia vegetal’ surgiu em 2006, alegando que as plantas têm seus próprios sistemas nervosos e muitas das mesmas características de consciência e disposição que os animais, o tema tem sido objeto de um verdadeiro frenesi alimentar na mídia que não é visto desde a publicação da Vida Secreta das Plantas no início dos anos 1970″, disse Taiz ao Gizmodo.

Para alguns, pode parecer óbvio que as plantas não são conscientes, mas só porque algo parece óbvio não significa que é verdade.

“A grande vantagem da comunidade científica é que ela não rejeita automaticamente tais afirmações, desde que elas pareçam ser apoiadas por algum tipo de evidência”, disse Taiz. “Sabemos pela história que muitas coisas que pareciam óbvias à primeira vista não são necessariamente verdadeiras, por isso é necessário avaliar a evidência e, se necessário, repetir os experimentos ou observações que foram usados para obtê-la”.

Tentando provar

Em particular, Taiz e seus colegas contestaram a afirmação feita por alguns neurobiólogos de vegetais de que o cérebro e o sistema nervoso central não são requisitos para a consciência, e que a sinalização elétrica dentro das plantas efetivamente desempenha a mesma função.

Em um esforço para desmascarar esta afirmação, os autores voltaram-se para trabalhos anteriores do neurocientista Todd Feinberg e do biólogo Jon Mallatt, que recentemente descreveu os requisitos neurológicos específicos para a consciência subjetiva.

Feinberg e Mallatt concluíram que vertebrados (como peixes e mamíferos), artrópodes (crustáceos e insetos) e cefalópodes (lulas e polvos) têm a neurologia básica necessária para a consciência. Taiz e seus colegas foram um passo adiante, alegando que as plantas não têm os requisitos necessários para a consciência.

Além disso, os autores mostraram que as plantas, de uma perspectiva evolutiva, não requerem consciência.

“Feinberg e Mallat têm avançado nossa compreensão da base biológica da consciência com estudos que sugerem que em animais, pelo menos, a consciência não evoluiu com a primeira aparição de um sistema nervoso, mas com a evolução de um cérebro com um nível limiar de especialização funcional e complexidade”, disse Taiz a Gizmodo.

“Tais limiares cerebrais, de acordo com seus critérios, são encontrados apenas nos vertebrados, artrópodes e cefalópodes. É claro que ainda há muitas perguntas sem resposta, mas o ponto que fazemos no artigo é que a análise de Feinberg e Mallat torna a consciência nas plantas altamente improvável”, complementou.

Ele ainda acrescentou que “seria preciso ‘evidência extraordinária’, para usar a frase de [Carl] Sagan, para salvar a hipótese deles.”

E por que as plantas parecem inteligentes?

Como Taiz e seus colegas apontaram, as plantas parecem ser inteligentes por causa de seus comportamentos geneticamente programados. Por exemplo, as plantas usam sinais elétricos para regular a distribuição de moléculas carregadas por meio de suas membranas, o que faz com que as folhas se enrolem.

Quando um inseto pousa em uma folha, estes mesmos sinais podem disparar uma resposta de defesa. A um observador externo, isto pode parecer como se a planta estivesse respondendo conscientemente ao ambiente e fazendo escolhas, mas estas respostas são simplesmente ações pré-programadas, conforme o argumento dos autores.

“Não há evidência de que as plantas requerem, e assim tenham evoluído, faculdades mentais de alto custo energético, tais como consciência, sentimentos e intencionalidade, para sobreviver ou reproduzir-se”, escrevem os autores no estudo. “O desenvolvimento e o comportamento das plantas podem ser considerados como uma série de consequências [não intencionais] que emergem de redes de sinalização internas e externas que evoluíram através da seleção natural”.

Por que isso é importante

Alex Jordan, do Max Planck Institute of Animal Behaviour, disse que, se quisermos compreender a evolução da cognição, consciência e inteligência, temos de estar abertos à ideia de que estes traços podem existir na vida não humana.

“Estou muito feliz em ver a discussão e o debate sobre a consciência não-humana se estendendo além dos mamíferos, dos peixes, dos invertebrados e das plantas”, disse Jordan, que não estava envolvido com o novo artigo, ao Gizmodo.

“Acho que este é um passo essencial para que possamos finalmente entender o nosso lugar na diversidade da vida. No entanto, concordo com Taiz [e seus co-autores] que falta evidência de que as plantas são entidades conscientes, e enquanto paralelos entre a fisiologia das plantas e a neurobiologia podem ser desenhados, estes não são sistemas equivalentes”, concluiu.

A natureza tem valor, seja um mamífero, um peixe, um inseto, uma planta ou mesmo um rio. Só porque algo não é consciente, não significa que se justifique mal tratá-lo.

Ao mesmo tempo, porém, precisamos reconhecer a consciência real porque ela nos permite reconhecer a presença de dor, desconforto e angústia. Como o filósofo inglês Jeremy Bentham disse uma vez:

A questão não é 'Eles são capazes de raciocinar?', nem 'Eles são capazes de falar?', mas sim, 'Eles são capazes de sofrer?'

Pode parecer paradoxal, mas se acreditarmos erroneamente que as plantas podem sofrer, isso pode diminuir nossa apreciação e preocupação com as criaturas que realmente sofrem.

Portanto, é extremamente importante para nós reconhecer quando a consciência é residente em uma entidade, e quando não é.

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