quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Gizmodo Brasil

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Tudo o que você precisa saber sobre o Disney+

Posted: 12 Nov 2019 01:40 PM PST

Interface do Disney+ em uma TV

Mais de um ano após ser anunciado, o Disney+ finalmente chegou aos EUA e está cheio de desenhos animados, super-heróis e mágicos espaciais para você assistir. Na semana passada, o Gizmodo teve a chance de conferir o novo aplicativo de serviço de streaming em sua versão final e conversar com a equipe por trás do lançamento.

O tempo que passei com o Disney+ foi breve (apenas algumas horas), mas admito que a qualidade do aplicativo e do streaming foi surpreendentemente boa — especialmente porque os serviços de streaming tendem a falhar em demonstrações como a que eu participei. Mas essa foi uma das primeiras vezes em que a Disney exibiu o novo produto à imprensa, por isso teria sido profundamente constrangedor se ele tivesse apresentado problemas com o Wi-Fi do edifício. Tenha em mente que sua própria experiência pode variar de acordo com a velocidade da Internet e a qualidade do dispositivo que você está usando.

O lançamento do serviço tem sido confuso até agora. A Disney tem poucos detalhes (além do briefing que participei, que estava sob embargo até 12 de novembro, às 3 horas da manhã). A menos que você tenha mantido um registro constante das notícias divulgadas aos poucos pelos executivos, você pode ter perdido o que exatamente está acontecendo com o serviço da Disney e quando você pode usá-lo, então vamos esclarecer.

Quando posso começar a usá-lo?

Para quem está nos EUA, agora mesmo! No Brasil, o serviço só chega em 2020.

De acordo com Kevin Mayer, presidente da Disney de Direct-to-Consumer and International, a Disney "ligou o interruptor" do Disney+ às 12h (ET) em 12 de novembro. Ele observou que levará um tempo para o sistema se propagar completamente, o que pode ser devido aos diferentes horários de lançamento online na segunda-feira.

Como posso assistir ao Disney+?

O Disney+ está disponível em quase todas as plataformas. Há suporte para iOS, iPad OS e tvOS da Apple, bem como para Android do Google. Os usuários da Amazon terão suporte ao Fire TV. Os usuários do Roku deverão ter suporte na maioria dos Rokus, e os usuários do Xbox One e Playstation 4 também encontrarão um aplicativo disponível. Existe até suporte para algumas plataformas específicas de TV inteligente, como o webOS da LG e o Tizen da Samsung.

Alguns dos títulos do streaming Disney+As opções disponíveis no lado esquerdo da TV devem estar em todas as versões da Disney + UI. Isso foi na Apple TV. Foto: Alex Cranz (Gizmodo)

Os aplicativos foram aparecendo lentamente nas lojas de aplicativos. A partir de 11 de novembro, às 14h ET, ele estará disponível no Play Store do Android, mas não na App Store da Apple.

E se você quiser assistir no seu computador, também deve funcionar em navegadores.

Quanto isso custa?

O Disney+ custará US$ 7 por mês ou US$ 70 por um ano (US$ 5,83 por mês). Para quem é cliente da Verizon FIOS ou possui um plano ilimitado com a Verizon Wireless, também poderá obter o Disney+ gratuitamente por um ano — a Disney começará a cobrar assim que o ano terminar, a menos que você cancele.

A Disney diz que o acordo da Verizon deve liberar o Disney+ para cerca de 17 a 19 milhões de clientes da Verizon.

Por fim, a Disney também está lançando um pacote. Você pode adquirir Disney+, ESPN+ e Hulu por US$ 13 por mês. Mas a ressalva é que essa é a versão suportada por anúncios do Hulu. Se você quiser pular os anúncios ou adicionar televisão ao vivo à assinatura do Hulu, terá que pagar mais.

E se você prefere esperar por um pacote melhor, é bom saber que a Disney diz que não há planos para pacotes adicionais ou um pacote sem anúncios no momento.

No Brasil, ainda não temos informações sobre quanto ele custará quando chegar por aqui. Se serve de parâmetro, o plano padrão da Netflix, com alta resolução e transmissão em duas telas simultâneas, custa US$ 13 por mês nos EUA. Ou seja, o Disney+ custa pouco mais da metade disso, enquanto o pacote com ESPN+ e Hulu sai pelo mesmo preço. Por isso, temos motivos para acreditar que ele será mais barato que os R$ 32,90 mensais que a Netflix cobra por aqui.

Quanto posso assistir e baixar?

Para um serviço de streaming, o Disney+ é surpreendentemente generoso. Você pode ter quatro transmissões ativas ao mesmo tempo, e a Disney diz que não há planos reais para perseguir pessoas que compartilham senhas. Mesmo assim, eles estão monitorando como as pessoas usam o serviço, e isso pode mudar mais tarde. O que isso significa, por enquanto, é que você pode transmitir em Nova York e na Califórnia ao mesmo tempo, se quiser.

Você também pode baixar um número ilimitado de arquivos em até 10 dispositivos por vez. Assim, todos na viagem podem ter sua própria variedade de conteúdo para assistir.

Qual é a qualidade do stream?

Desde que você tenha a Internet e os dispositivos certos, o Disney+ será transmitido em 4K com Dolby Atmos e Vision ou HDR10.

Novamente, isso depende de vários fatores. Você precisará de banda larga rápida o suficiente (a Disney ainda não referenciou um número específico, mas normalmente 20 Mbps ou mais é bom) e seu dispositivo precisará suportar 4K, Atmos e Vision. Se não tiver o Vision, o Disney+ oferecerá uma transmissão em HDR10. Se você não tiver Atmos, HDR ou até 4K, o Disney+ deverá fornecer automaticamente a melhor versão disponível para o seu dispositivo.

Qual conteúdo está disponível em 4K?

Antes do lançamento do Disney+, a empresa anunciou que toda a saga Star Wars estaria disponível em 4K e HDR exclusivamente no serviço. Eu assisti um pouco de Uma Nova Esperança no novo formato, e é impressionantemente nítido. Você pode até ver os traços do pincel que coloriam o capacete de Darth Vader de preto.

Interface do Disney+ exibindo A Dama e o VagabundoFoto: Alex Cranz/Gizmodo

Além de Star Wars, os filmes da Marvel e uma seleção de filmes de animação da Disney também estão disponíveis em 4K. A Disney não forneceu uma lista, mas, ao navegar no aplicativo, notei que eram quase exclusivamente filmes de animação que foram disponibilizados em 4K — incluindo tudo, desde a Bela Adormecida e Caldeirão Mágico até Moana. Inexplicavelmente, o único filme live action não nerd em 4K que apareceu para mim foi o filme The Bears andI, de 1974.

Como posso encontrar o conteúdo 4K?

Desde que o seu dispositivo suporte 4K, haverá uma lista de conteúdo 4K que você pode rolar no menu principal do aplicativo. O aplicativo também observa a mais alta qualidade disponível para o conteúdo quando você seleciona filmes e programas.

Quando posso assistir ao conteúdo exclusivo?

Depende. Algumas coisas, como NoelleHigh School Musical: The Musical: The Series (sim, é esse o nome), a versão live-action de A Dama e o Vagabundo e The Mandalorian estarão disponíveis no lançamento. Outros conteúdos, como todos os programas da Marvel, serão disponibilizados posteriormente.

Vou poder maratonar séries?

Você poderá acompanhar coisas antigas como Gravity Falls e Hannah Montana. No entanto, séries originais exclusivas como The Mandalorian vão ao ar semanalmente, com novos episódios sendo lançados na plataforma toda sexta-feira.

Existem realmente muitos episódios de Simpsons no Disney+?

Sim. Há realmente 30 temporadas completas de Os Simpsons disponíveis. E sim, são todas as boas temporadas. Infelizmente, não é da melhor qualidade — pelo menos nas demos que vi. As primeiras temporadas de Os Simpsons foram feitas na proporção de 4:3, o que significa que deveria haver grandes barras pretas nos lados esquerdo e direito da tela ao assisti-los. Em vez disso, parece que eles foram cortados para que a imagem ocupe a tela inteira em uma TV 16 9. Ou seja, tudo na parte superior e inferior da tela foi cortado.

Interface do Disney+A série não parece tão boa quanto nesta imagem. Foto: Alex Cranz/Gizmodo

Também não houve nenhuma tentativa real de atualizar os episódios antigos para TVs 4K. Então o que você tem é uma imagem muito cortada e feia. Os episódios mais recentes parecem significativamente melhores, mas todo mundo sabe que os melhores episódios foram os primeiros.

Terei que sofrer com trailers irritantes de reprodução automática sempre que estiver procurando conteúdo para assistir?

Não! A Disney queria especificamente evitar que as pessoas que estão navegando pelo menu assistissem trailer após trailer, então você terá que escolhê-los manualmente se quiser vê-los.

Existe uma grande lista do conteúdo que eu posso ver em vez de procurar no aplicativo?

Não há uma lista principal disponível no aplicativo em si, mas compilamos uma lista quando a Disney tuitou tudo o que chegaria ao serviço no lançamento.

Eu quero fotos do Homem-Aranha na minha mesa!

Se você quiser assistir aos desenhos animados do Homem-Aranha da Disney, está com sorte. Eles estarão disponíveis no Disney+. No entanto, os filmes de live-action feitos em colaboração com a Marvel e a Sony não estarão disponíveis no serviço.

Cadê Deadpool?

Deadpool, o herói da Marvel classificado como impróprio para crianças, agora pertence à Disney, mas não espere ver nenhum de seus filmes no Disney+, pois é um serviço para crianças.

Onde estão os conteúdos impróprios e violentos?

O Disney+ é destinado a famílias e nerds. O que significa que reúne principalmente o material da marca Disney para crianças, o National Geographic, a Marvel e Star Wars.

Não espere encontrar coisas realmente violentas, sexuais ou qualquer coisa que possa ser classificada como impróprio para menores… embora alguém seja cortado ao meio no primeiro episódio de The Mandalorian.

Espere, então, onde estão todas as coisas com classificação 18+?

Agora que a Disney é dona do Hulu, você pode esperar encontrar coisas “adultas” chegando ao Hulu, incluindo muitos filmes da Fox Searchlight. Novamente, o Disney+ deve ser apropriado para todas as idades, enquanto o Hulu é para assistir à TV regular e para todo o material para pessoas mais velhas.

Devo assinar o Disney+?

Acho que a decisão de assinar depende de muitos fatores! Se você tem filhos, provavelmente é um ótimo negócio. São US$ 7 por mês e você recebe anos de conteúdo para manter as crianças ocupadas.

Se você está realmente interessado apenas no conteúdo original, pode fazer mais sentido esperar. As séries originais serão exibidas semanalmente. Portanto, se você quiser maratonar ou economizar alguns meses de assinatura, pode esperar até que um programa termine de ser lançado e assinar apenas por um mês para assistir.

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Facebook Pay é o sistema de pagamentos digitais da rede social nos EUA

Posted: 12 Nov 2019 12:50 PM PST

Letreiro do Facebook em uma parede cinza.

Enquanto a Libra está enfrentando muita resistência de governos e órgãos de regulação financeira, o Facebook (ou devemos chamar de FACEBOOK?) lançou um sistema de pagamentos digitais bem mais simples. É o Facebook Pay. Ele começará a ser distribuído entre os usuários da rede nos EUA nesta semana.

Como o Facebook Pay, o usuário poderá transferir dinheiro para amigos, comprar itens vendidos na rede, pagar por itens em jogos e doar para campanhas de caridade e financiamentos coletivos. E tudo isso será feito em moedas já existentes, não uma que o Facebook resolveu criar. “O Facebook Pay é construído sobre as parcerias e a infraestrutura financeira existentes e é separado da carteira Calibra, que será executada na rede Libra”, diz o comunicado da empresa.

Segundo o texto, o plano é começar a disponibilizar o Facebook Pay para usuários de Facebook e Messenger nos EUA nesta semana. O site pay.facebook.com inclusive já está no ar. Depois, o sistema de pagamentos será adicionado também às outras redes da empresa: WhatsApp e Instagram. Ainda não há uma data para isso, porém. Também não há previsão para que o sistema seja lançado em outros países.

O Facebook Pay poderá ser usado com a maioria dos cartões de crédito e débito disponíveis, bem como com contas do PayPal. A empresa diz que usará o próprio PayPal, o Stripe e outros parceiros para processar os pagamentos feitos no sistema. Como lembra o Verge, o PayPal foi justamente uma das primeiras empresas parceiras a se distanciar do projeto Libra. Visa, Mastercard e Stripe tomaram o mesmo caminho logo depois.

A ideia de criar uma moeda própria e levar serviços financeiros para uma grande parte da população mundial, que ainda não tem conta em banco, vem sendo objeto de grande escrutínio por governos e autoridades financeiras do mundo todo. Um relatório do G7 chegou a dizer que projetos desse tipo podem destruir o sistema monetário e desequilibrar a estabilidade financeira. O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou publicamente o projeto, e o governo francês prometeu proibi-la. Mesmo assim, o Facebook parece não ter desistido da ideia até o momento.

[Facebook, The Verge]

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“Sonic: O Filme” faz sua segunda estreia com um trailer divertido e visual repaginado

Posted: 12 Nov 2019 11:31 AM PST

O Sonic está de volta – e desta vez ele está adorável.

Chegou o trailer mais recente de Sonic – O Filme, da Paramount Pictures, trocando frases de efeito por piadinhas bobas e mostrando o redesenho pelo qual valeu a pena esperar.

Depois que o primeiro trailer foi recebido com choque, horror e tudo mais, o diretor Jeff Fowler anunciou que eles voltariam para a mesa de criação. Isso levantou algumas preocupações sobre que tipo de pressão isso colocaria na equipe de efeitos especiais, dada a dificuldade de redesenhar um personagem do zero, mas o filme foi adiado por alguns meses para dar a eles um tempo extra.

Seguindo o novo design, as coisas parecem um pouco melhores para o ouriço azul. Sonic:O Filme ainda parece um filme bobo, mas agora é um filme bobo que meio que funciona. Eles estão apostando no lado mais ridículo de Sonic neste último trailer, em vez de tentar agir como se ele fosse um lutador pela liberdade em guerra contra The Man, ou seja, o Doutor Robotnik (Jim Carrey). A série de desenho animado já fez isso!

Dito isto, se você quiser evitar saber praticamente tudo sobre o filme, talvez não queira assistir ao trailer. Eles praticamente revelam todo o enredo. Há também uma versão internacional, que mantém a maioria das cenas, mas troca a música.

Sonic: O Filme estreia em 13 de fevereiro de 2020.

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App do Facebook no iOS 13.2 usa a câmera sem que o usuário perceba

Posted: 12 Nov 2019 10:23 AM PST

Ícone do Facebook em uma tela de fundo preto.

Já faz um tempo que você pode usar praticamente qualquer app de rede social para tirar fotos ou gravar vídeos. Só que o app do Facebook para iPhone está usando a câmera mesmo enquanto você navega pelo feed de notícias.

A descoberta foi feita pelo usuário Joshua Maddux e compartilhada em sua conta do Twitter. O problema aparece quando ele abre uma foto de perfil no app da rede social — ao fechar a imagem, o feed fica desalinhado, e na borda esquerda da tela, aparecem imagens captadas pela câmera.

Tradução: Encontrei um problema de segurança e privacidade no Facebook. Quando o app está aberto, ele usa ativamente a câmera. Eu encontrei um bug no app que deixa você ver a câmera aberta por trás de seu feed. Observe que a minha câmera estava virada para o tapete.

O site The Next Web testou e confirmou que a tela com imagens da câmera aparece em iPhones rodando o iOS 13.2.2, mas não no iOS 13.1.3. No Android, isso também não acontece. O site também diz que, caso o usuário não tenha autorizado o app a acessar a câmera, o iOS bloqueia o seu uso.

Como outro usuário apontou, esse pedacinho da tela que aparece é a tela de adicionar story. Muito provavelmente, um bug está desalinhando a interface do app e deixando isso à mostra.

Mesmo assim, isso deixa uma dúvida no ar: será que o Facebook, feito por uma empresa que não tem o melhor dos históricos em questões de privacidade, está usando minha câmera sem eu saber? Uma matéria do próprio The Next Web de 2017 diz que qualquer app que tenha acesso à câmera no iOS pode fazer gravações sem que o usuário perceba.

Até o momento, nem o Facebook nem a Apple se manifestaram sobre o assunto.

[TheNextWeb]

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O rio Nilo pode ser uma janela para o manto da Terra

Posted: 12 Nov 2019 09:19 AM PST

Queda do rio Nilo Azul

Alguns cientistas acreditam que o rio Nilo pode revelar mistérios do manto da Terra. Porém, isso tem a ver com um debate sobre a idade do rio.

Existem duas hipóteses. Alguns cientistas defendem que o Nilo se formou a partir de um rio que se redirecionou há cerca de cinco milhões de anos. Outros acreditam que um proto-Nilo já fluía pela região há 30 milhões de anos.

Se o Nilo for mais velho, como as evidências de uma equipe de cientistas sugere, ele pode refletir o curso do manto que circula abaixo dele. O manto é a maior camada da Terra, e consiste em uma rocha de alta pressão que fica imediatamente abaixo da crosta e acima do núcleo.

“Talvez possamos usar os rios para entender como o manto circula”, disse Claudio Faccenna, principal autor do estudo e professor na Universidade do Texas em Austin, ao Gizmodo.

Dois modelos concorrentes tentam explicar o Nilo. Em um deles, o Nilo teria se formado quando uma bacia de drenagem mudou o seu curso de oeste para norte há cerca de 6 milhões de anos, devido aos mesmos processos que formaram uma fissura na placa tectônica africana chamada Vale da Fenda da África.

A outra teoria diz que o rio teria se formado há 30 milhões de anos como resultado de processos geológicos de longa duração no manto que têm empurrado o solo para cima na Etiópia e para baixo mais perto do Mediterrâneo.

A equipe de pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá, Itália e Israel apresentou novas evidências em favor dessa última teoria, incluindo dados e modelagem. A modelagem de como a topografia local mudou ao longo do tempo sugere que o planalto etíope pode ter começado a aflorar há 30 milhões de anos, enquanto a terra começou a afundar no Mediterrâneo oriental, pela foz do Nilo.

Os pesquisadores ligaram esse modelo a um dos mantos que se movimentava como grandes blocos de rocha, de acordo com o artigo publicado na Nature Geoscience.

Pesquisas anteriores dessa mesma equipe de pesquisadores também apoiam a ideia de que o Nilo é mais velho. A análise de rochas com 20 a 30 milhões de anos, chamadas zircões, encontradas na foz do Nilo, mostrou que elas parecem combinar com as rochas encontradas no planalto etíope na fonte do Nilo, sugerindo que o rio tem pelo menos uma idade próxima desses números. A espessura do sedimento, bem como a quantidade de erosão no Nilo Azul (um dos principais afluentes do Nilo) também parecem apoiar a teoria.

Além da idade, os pesquisadores dizem ter demonstrado que alguns rios podem servir como uma ferramenta para entender o comportamento do manto da Terra. Alguns rios tipicamente originam-se de montanhas ou planaltos altos, mas outros, como o Nilo ou o rio Yenisei na Sibéria, simplesmente começam em locais de terras mais altas onde o manto da Terra foi empurrado para cima.

Esses tipos de rios diferem no tipo de sedimento que depositam em sua foz (geralmente é de origem vulcânica, a partir do afloramento do manto).

Esse trabalho é animador para cientistas como Faccenna, que esperam compreender melhor o manto, que é difícil de estudar devido à sua profundidade sob a crosta. “Se pudéssemos encontrar outro sinal do manto profundo na superfície, seria surpreendente”, disse ao Gizmodo.

Obviamente, este trabalho é baseado em um modelo, por isso existem pressupostos humanos embutidos que podem alterar o seu resultado. Mas eu gosto muito da ideia de que existem rios aqui na Terra que podemos usar como janelas para o submundo.

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Instagram ganha recurso que permite fazer vídeos como os do TikTok

Posted: 12 Nov 2019 07:45 AM PST

O TikTok vem se popularizando cada vez mais entre jovens, atingindo o terceiro lugar entre as plataformas mais utilizadas, segundo um estudo publicado recentemente. O Instagram parece determinado a manter sua liderança e, para isso, decidiu incorporar alguns recursos do próprio TikTok. A rede social está lançando nesta terça-feira (12) um teste exclusivo no Brasil do recurso Cenas, uma ferramenta dentro do Stories que permite criar vídeos curtos com música.

A novidade funciona da mesma forma que outras ferramentas já disponíveis no Stories. Basta acessar a câmera pelo próprio aplicativo do Instagram e criar o seu vídeo personalizado. Depois, esse conteúdo pode ser compartilhado com a sua lista de Melhores Amigos ou no Direct. Nessa fase de testes, algumas Cenas também serão destacadas na aba Explorar.

Imagem: Divulgação

Segundo o Instagram, o novo recurso vai disponibilizar as seguintes ferramentas:

  • Música: é possível selecionar uma música a partir da biblioteca do Instagram para incluir na Cena;
  • Velocidade: permite acelerar ou diminuir a velocidade de um vídeo, facilitando na hora de fazer sincronização labial ou criar vídeos em câmera lenta;
  • Temporizador e contagem regressiva: auxilia na hora de gravar com as mãos livres e sincronizar com a música;
  • Ferramenta Fantasma: permite sincronizar diferentes trechos, ordenas as gravações para fazer alterações personalizadas e gravar com várias pessoas.

Imagem: Divulgação

De acordo com o comunicado divulgado pelo Instagram, a ideia de lançar a ferramenta Cenas surgiu após observarem a popularidade dos recursos de Música na plataforma. A rede social afirma que mais da metade dos usuários do Stories viu um adesivo de Música no último mês nos países em que o recurso está disponível.

O movimento é uma estratégia inteligente, visto que o Instagram está aproveitando a sua extensa base de usuários para oferecer a eles um recurso muito popular sem que eles precisem recorrer a uma plataforma concorrente para isso, compartilhando com sua lista de seguidores já existente.

De acordo com o TechCrunch, o diretor de gerenciamento de produtos do Instagram Robby Stein afirmou que o motivo de iniciarem o teste no Brasil se deve ao fato de o país ter uma grande quantidade de usuários da plataforma, com uma profunda cultura musical e uma comunidade criativa em ascensão.

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Google acumulou dados de saúde de milhões de pessoas sem seu conhecimento

Posted: 12 Nov 2019 06:31 AM PST

O Google firmou parceria com uma importante empresa de serviços de saúde para aprimorar suas ofertas de software de saúde. Mas um novo relato alega que os dados que estão sendo usados ​​para o projeto provêm dos registros de saúde de dezenas de milhões de pessoas que não têm ideia de que seus dados estão sendo usados ​​pelo Google para esse fim.

Wall Street Journal informou na segunda-feira (11) que a gigante da tecnologia fez parceria com a Ascension, uma organização católica sem fins lucrativos de sistemas de saúde, no programa chamado “Project Nightingale”. Segundo o Journal, o Google iniciou sua parceria com a Ascension no ano passado, e ela envolve tudo, incluindo diagnósticos, resultados de laboratório, datas de nascimento, nomes de pacientes e outros dados pessoais de saúde – todos eles supostamente entregues ao Google sem primeiro notificar pacientes ou médicos. O Journal disse que isso equivale a dados de milhões de norte-americanos em 21 estados.

"Ao trabalhar em parceria com os principais sistemas de saúde como Ascension, esperamos transformar a prestação de serviços de saúde através do poder da nuvem, análise de dados, aprendizado de máquina e ferramentas modernas de produtividade – melhorando os resultados, reduzindo custos e salvando vidas", disse Tariq Shaukat, presidente do Google Cloud, em comunicado.

Apesar da alarmante realidade de que uma empresa de tecnologia pode coletar dados sobre pessoas sem seu conhecimento para usos próprios, o Journal observou que isso é legal segundo a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguro de Saúde (HIPAA).

Quando procurados para comentar, representantes de ambas as empresas recomendaram ao Gizmodo um comunicado de imprensa sobre o relacionamento – que o Journal declarou ter sido publicado após sua reportagem – que afirma: "Todo o trabalho relacionado ao envolvimento da Ascension com o Google é compatível com HIPAA e é sustentado por esforços de segurança e proteção de dados e aderência aos rigorosos requisitos da Ascension para manipulação de dados".

Ainda assim, o relato do Journal levanta preocupações sobre se o tratamento de dados é realmente tão seguro quanto as duas empresas parecem pensar. Citando uma fonte familiarizada com o assunto e com os documentos relacionados, o jornal norte-americano disse que pelo menos 150 funcionários do Google têm acesso a uma parte significativa dos dados de saúde de milhões de pessoas que o Ascension entregou.

O Google não se provou exatamente infalível quando se trata de proteger os dados do usuário. Lembra quando os usuários do Google+ tiveram seus dados expostos e o Google não fez nada para alertar a fim de proteger sua própria reputação? Ou quando um contratado do Google vazou mais de mil gravações do Assistente e a empresa se defendeu alegando que a maioria dos trechos de áudio não é revisada por humanos? Não é exatamente o tipo de coisa que você deseja ler sobre uma empresa que pode ter seu histórico médico em mãos.

No mínimo, isso parece mais uma negligência ética massiva por parte do Google e da Ascension, considerando que a maioria das pessoas que visita o médico espera que o que acontece lá permaneça entre médico e paciente. Na pior das hipóteses, isso tem o potencial de representar um enorme risco de privacidade para qualquer indivíduo cujos dados estejam acessíveis a dezenas de funcionários da empresa. Vamos torcer para que não seja o caso.

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Boeing 737 MAX deve voltar a voos comerciais a partir de janeiro de 2020

Posted: 12 Nov 2019 05:07 AM PST

Boeing 737 Max voando

A Boeing disse nesta segunda-feira (11) que espera que os órgãos reguladores dos Estados Unidos aprovem o retorno comercial dos aviões 737 MAX já nas próximas semanas. Esse modelo de aeronave está suspenso desde março, após dois acidentes, na Indonésia e na Etiópia, que resultaram na morte de 346 pessoas. O anúncio do retorno fez as ações da companhia subirem 5%, de acordo com a Reuters.

O software do Boeing 737 Max media o ângulo do avião e automaticamente tentava corrigir a aeronave quando ele acreditava que o nariz estava muito alto, o que podia fazer com que o avião perdesse a sustentação.

O sistema, chamado de MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System), pode ter feito uma leitura equivocada nos dois acidentes, mas sem o opcional de luz de "divergência" para indicar que diferentes sensores podem obter leituras distintas, os pilotos não tinham como saber o que estava acontecendo. A Boeing cobrava um adicional para instalar um dos itens de segurança e, por uma falha de software, o item de alerta, que deveria ser independente, não funcionava.

A expectativa da companhia é que a FAA (Administração Federal de Aviação) aprove o retorno do serviço comercial no mês que vem e que as aeronaves voltem a voar em janeiro de 2020.

Apesar dessa previsão, as companhias aéreas é que irão definir o retorno. A American Airlines e a Southwest Airlines disseram na última sexta-feira que precisão de pelo menos um mês para completar o treinamento de seus pilotos e instalar o software corrigido pela Boeing. Neste caso, os voos podem retornar apenas em março de 2020.

“Esperamos que o Max seja certificado, com a diretiva de navegabilidade emitida em meados de dezembro. Esperamos que os requisitos de treinamento de pilotos sejam aprovados em janeiro”, disse o porta-voz da Boeing, Gordon Johndroe.

Já a FAA diz que a agência “não tem nenhum prazo para completar o trabalho”. Na semana passada, a Reuters noticiou que as agências de regulação dos Estados Unidos e Europa não conseguiram completar uma auditoria da documentação do software da aeronave por lacunas e precarização dos documentos. A Boeing, por sua vez, disse que está “tomando o tempo necessário para responder todas as questões” e que está “entregando a documentação detalhada” do avião.

A fabricante e a agência reguladora dos EUA já fizeram uma avaliação de simulador com o software do 737 MAX. Ainda é preciso sessões de simulador com pilotos de todo o mundo e mais outras três etapas de certificação.

No Brasil, o posicionamento da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) continua o mesmo desde março, quando suspendeu as operações do modelo implicando na morte de mais de 300 passageiros. A Gol, a única empresa brasileira com aviões 737 Max, também suspendeu por tempo indeterminado os voos com a aeronave.

A Boeing teve de pagar US$ 4,9 bilhões pelo prejuízo das companhias aéreas por não poderem voar as aeronaves do modelo 737 Max, além do custo dos reparos no início deste ano.

[Reuters]

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Os peixes são realmente inteligentes o suficiente para fugir de manchas de petróleo?

Posted: 12 Nov 2019 04:01 AM PST

Enquanto muitos adultos se identificam como "pais" ou "mães" de cães e gatos (e até de plantas), os peixes costumam ser "pets" mais populares entre crianças. A impressão de muita gente é que esses bichinhos aquáticos não fazem nada além de ficar nadando de um lado para o outro dentro de uma caixa de vidro. No entanto, muitas pesquisas mostram que esses animais são muito mais inteligentes do que imaginamos, sendo capazes até mesmo de usar ferramentas e desenvolver personalidades.

Recentemente, Jorge Seif Júnior, secretário de Aquicultura e Pesca, se pronunciou em um vídeo ao lado do presidente Jair Bolsonaro sobre as manchas de petróleo que têm afetado o litoral brasileiro. "O peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo. Então, obviamente, você pode consumir o seu peixinho sem problema nenhum. Lagosta, camarão, tudo perfeitamente sano", disse o secretário. 

Para entender se o peixe é realmente inteligente o suficiente para fugir do óleo e como esse desastre ambiental pode influenciar seu comportamento, consultamos especialistas sobre o tema para este Giz Pergunta. Todos ressaltaram que os peixes são, de fato, muito mais inteligentes do que as pessoas imaginam e que, obviamente, percebem as manchas de petróleo. Contudo, nem sempre desviar delas é algo simples e isso não impede que eles sejam contaminados. 

“Os peixes, assim como os humanos, podem perceber uma determinada situação de perigo e não ter capacidade de fugir porque esse perigo está ocorrendo em uma escala que é incompatível com sua mobilidade”.

Alexander Turra

Professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), atuando nas áreas de Ecologia Marinha e Gerenciamento Costeiro. É membro do Grupo de Trabalho do GESAMP (Grupo de Especialistas sobre Aspectos Científicos da Proteção do Ambiente Marinho).

Os peixes são muito inteligentes. Eles têm vários sistemas sensoriais, sendo um deles baseado na visão e outro baseado na percepção química do ambiente. Então, eles percebem mudanças da qualidade da água, assim como nós percebemos as mudanças na qualidade do ar. Ou seja, os peixes conseguem perceber a mancha de óleo, mas o grande problema é a sua capacidade de agir. Os peixes, assim como os humanos, podem perceber uma determinada situação de perigo e não ter capacidade de fugir porque esse perigo está ocorrendo em uma escala que é incompatível com sua mobilidade. Por exemplo, se você está em um ambiente e, de repente, começa a sentir um cheiro de gás, você vai tentar fugir disso, mas é preciso ter uma noção de onde é a região que não tem gás. A mesma coisa vale pra uma tempestade, você pode perceber que ela está vindo, tentar ir no sentido contrário, mas às vezes esses fenômenos vêm de uma forma muito forte, muito rápida, muito abrangente, então não tem como fugir. Isso pode acontecer com a mancha de óleo em relação ao peixe. 

Manchas de óleo em Sergipe. Imagem: Ibama

Os peixes têm uma grande capacidade de aprendizado e um bom exemplo disso são aqueles visualmente orientados que acabam se deparando com alimentos que são inadequados para consumo, como esponjas, que são muito coloridas. Assim como as aves com as lagartas, eles acabam associando a cor ao gosto desagradável e aprendem a deixar de consumi-los e evitar aquele determinado tipo de alimento. Além disso, eles têm outros aprendizados relacionados a comportamento reprodutivo. Alguns peixes agora fazem atividades muito elaboradas de cortejamento, de oferta, sinais para as fêmeas de que eles são machos apropriados para o acasalamento – e tudo isso faz parte de um comportamento inato, mas que também tem elementos aprendidos ao longo da vida.

Em termos comparativos, os peixes são vertebrados, assim como aves, répteis e mamíferos. Ou seja, eles têm o cérebro centralizado, razoavelmente bem desenvolvido em relação aos invertebrados, e utilizam basicamente dois mecanismos cruciais para sobrevivência: busca por alimento e fuga de predadores. Porém, dentre os vertebrados, nós temos os mamíferos em um extremo e os peixes e os anfíbios no outro, que apresentam uma clara diferença na capacidade de aprendizado. Os peixes são animais parecidos com os outros vertebrados em termos de centralização do sistema nervoso, mas possuem um repertório um pouco mais rudimentar em relação ao que pode ser visto nos primatas, que somos nós.

Já o comportamento social não é algo muito disseminado em peixes, e eles se manifestam em diferentes graus e níveis. Por exemplo, em um cardume há um comportamento de grupo ou social que acaba diluindo a chance de predação de um indivíduo. No caso da mancha de óleo, um dos principais problemas são os efeitos crônicos, que são imperceptíveis em um primeiro momento, porque eles não levam à morte imediata, eles vão fazer o animal sofrer influências, mudanças fisiológicas que vão impactar a reprodução, o crescimento e o próprio comportamento. Há várias pesquisas que estudam o efeito da exposição a hidrocarboneto em laboratório para mostrar como os animais estão sendo afetados. E tem estudos que mostram efeitos no DNA, levando à fragmentação do DNA, efeitos fisiológicos como a geração de proteínas de estresse ou prejuízo no crescimento e reprodução, além de prejudicar a percepção do ambiente.

E esse fenômeno da percepção do ambiente pode levar a uma complexidade de reações especialmente pelo fato de o animal perder a capacidade de perceber presas, as características do ambiente e acabar tornando-se mais suscetível à predação. Além disso, essas manchas desprendem muitos elementos, muitas moléculas que não são visíveis, mas que ficam presentes na água e que passam a fazer parte do peixe tanto pela absorção pelas brânquias quanto pelo alimento que ele consome via cadeia alimentar. Então, organismos menores vão passar essa contaminação para o peixe ao ser ingerido e isso eventualmente vai parar nos outros predadores ou consumidores desses animais, como nós.

“Em geral, os peixes são tão inteligentes como a maioria dos animais terrestres. Eles têm capacidades fantásticas de aprendizado e memória”.

Culum Brown 

Professor Associado da Macquarie University (Austrália) e editor do The Journal of Fish Biology. Grande parte de seu PhD na University of Queensland e pós-doutorado em Cambridge teve como foco o reconhecimento de predadores e comportamento social dos peixes, com ênfase em aprendizado social. 

Primeiramente, grande parte do óleo estará na superfície da água, então não irá afetar a maioria das espécies de peixes por algum tempo. Apenas quando começar a coagular ou se misturar com a água é que isso terá um impacto. A dificuldade é que isso é um fenômeno não natural e os peixes (ou qualquer outro animal) não estão equipados para lidar com isso. Não existe uma resposta natural de fuga ao óleo. 

Em geral, os peixes são tão inteligentes como a maioria dos animais terrestres. Eles têm capacidades fantásticas de aprendizado e memória. Eles se reconhecem e se associam de forma preferencial, têm personalidades e podem até contar. Alguns deles, como o "tuskfish", usam ferramentas. Suas habilidades de navegação espacial são tão boas, se não melhor, quanto qualquer animal terrestre. Eles conseguem aprender por meio de aprendizado individual ou social e este último pode resultar em tradições ou culturas passadas de geração em geração. No geral, eles são muito mais sofisticados do que as pessoas imaginam. 

Imagem: Pixabay

É possível que os peixes possam detectar os efeitos tóxicos dos compostos de óleo na água e tentem fugir dele, mas é difícil imaginar como isso poderia funcionar, especialmente se o derramamento ocorrer em larga escala. Isso pode, por exemplo, fazer com que eles se movam mais para baixo na coluna de água para evitar as camadas tóxicas da superfície. Isso depende muito da resposta fisiológica ao óleo. Há relatos de rins inchados e mudanças na frequência cardíaca e respiratória, o que sugere que há uma resposta a tóxicos e estresse ao nível fisiológico, mas não está muito claro como isso pode impactar o comportamento deles.

“Os peixes nunca encontraram catástrofes antropogênicas como derramamentos de óleo em sua história evolucionária e, portanto, não estão equipados com as habilidades para demonstrar uma resposta apropriada”.

Alex Jordan

Pesquisador principal no Max Planck Institute Department of Collective Behaviour (Alemanha), membro do conselho editorial do The American Naturalist and Movement Ecology, e é Pesquisador bolsista Senior na  University of Texas, em Austin

Embora seja fantástico saber que políticos estão se tornando mais conscientes da inteligência de outros animais, incluindo peixes, e é verdade que os peixes têm capacidades cognitivas incríveis, essa afirmação [do Secretário Jorge Seif Júnior] parece um pouco exagerada. O principal problema é que mesmo os animais inteligentes precisam ter experiências com um problema para poder resolvê-lo. Os peixes nunca encontraram catástrofes antropogênicas como derramamentos de óleo em sua história evolucionária e, portanto, não estão equipados com as habilidades para demonstrar uma resposta apropriada. 

Imagem: Ibama

Os peixes têm muitas das mesmas capacidades avançadas de mamíferos, sendo capazes de coisas como reconhecimento individual, memória espacial, numerosidade, enganar, inferência transitiva e resolução de problemas muito complexos.

A primeira coisa a se lembrar é que metade de todos os vertebrados são peixes. Por isso, para cada coisa inteligente que outro animal consegue fazer, quase certamente existe um peixe que pode fazer o mesmo. É claro que nenhum peixe tem a combinação de tantos traços de "inteligência" como, por exemplo, de um primata, mas alguns chegam bem perto.   

A interação entre a atividade humana e o comportamento natural dos peixes é algo que estudamos muito em meu laboratório. Embora os impactos exatos dos derramamentos de óleo sejam imprevisíveis, em geral, é correto dizer que muitos comportamentos naturais dos peixes são impactados pelas mudanças causadas por humanos ao meio-ambiente. Por exemplo, em muitas regiões do mundo, o aumento do nível do mar significa que os peixes começaram a habitar locais que antes eram habitados por humanos. Isso pode mudar drasticamente o comportamento social desses peixes assim como sua composição de comunidade. Eu imaginaria que os impactos dos derramamentos de óleo, ao matar grandes quantidades de espécies e limitar o alimento disponível, teria um efeito devastador ainda maior que a maioria das atividades humanas no mar.

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União Europeia aprova vacina contra a ebola

Posted: 12 Nov 2019 03:25 AM PST

A primeira vacina humana contra a doença viral, e muitas vezes fatal, ebola é agora uma realidade. Nesta segunda-feira (11), a União Europeia aprovou uma vacina, desenvolvida pela empresa farmacêutica Merck, chamada Ervebo.

O processo de aprovação do Ervebo teve início em outubro, quando um comitê reunido pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou uma autorização condicional de comercialização para a vacina pela UE. São concedidas autorizações condicionais de comercialização a novos medicamentos ou terapias que atendam a uma “necessidade médica não tratada” dos pacientes. Esses medicamentos são aprovados em um cronograma mais rápido que o novo medicamento típico e requerem menos dados de ensaios clínicos para serem coletados e analisados ​​para aprovação.

No caso de Ervebo, no entanto, os dados até agora parecem ser extremamente positivos. Em abril, a Organização Mundial da Saúde revelou os resultados preliminares de seus testes de “vacinação em círculo” (estratégia utilizada para inibir a disseminação de uma doença vacinando apenas aqueles mais propensos a serem infectados) com Ervebo durante o atual surto de ebola na República Democrática do Congo. Das quase 100.000 pessoas vacinadas até aquele momento, menos de 3% desenvolveram o ebola. Esses resultados, juntamente com os ensaios anteriores que datam do histórico surto de ebola em 2014-2015, que matou mais de 10.000 pessoas, garantiram a aprovação de Ervebo pelo comitê.

“Encontrar uma vacina o mais rápido possível contra esse terrível vírus é uma prioridade para a comunidade internacional desde que o ebola atingiu a África Ocidental há cinco anos”, disse Vytenis Andriukaitis, comissário responsável pela Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia da UE em um comunicado anunciando a aprovação. “A decisão de hoje é, portanto, um grande passo para salvar vidas na África e além”.

Embora os direitos de marketing do Ervebo sejam detidos pela Merck, ele foi originalmente desenvolvido por pesquisadores da Agência de Saúde Pública do Canadá, que ainda mantêm direitos não comerciais.

A aprovação da vacina, por mais significativa que seja , não mudará de maneira tangível as coisas na prática tão cedo. Em outubro, a OMS havia afirmado que doses licenciadas de Ervebo não estarão disponíveis para o mundo até meados de 2020. Enquanto isso, as pessoas em áreas vulneráveis ​​ainda terão acesso à vacina por meio do atual programa experimental. Embora a Merck também tenha submetido o Ervebo à aprovação da Food and Drug Administration nos EUA, a decisão final da agência não é esperada até o próximo ano.

Embora o Ervebo possa ser uma vacina altamente eficaz, os maiores obstáculos para conter o atual surto de ebola foram estruturais. Os profissionais de saúde pública têm se esforçado para tratar e vacinar comunidades vulneráveis ​​em meio à guerra armada no país e, ocasionalmente, foram alvo de violência. A vacina também é aprovada apenas para maiores de 18 anos para proteger contra o ebola Zaire, o subtipo mais comum do vírus perigoso para as pessoas.

De agosto de 2018 a outubro deste ano, foram registrados mais de 3.114 casos confirmados e 2.123 mortes, e a crise do ebola continua sendo uma emergência internacional de saúde pública.

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