sábado, 21 de dezembro de 2019

Gizmodo Brasil

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Governo do Havaí pausa projeto da construção do Telescópio de Trinta Metros

Posted: 20 Dec 2019 01:25 PM PST

Montanha Mauna Kea

Muitos havaianos têm protestado em relação a proposta de construção do Telescópio de Trinta Metros sobre o vulcão Mauna Kea, considerado sagrado. Os nativos conseguiram uma vitória nesta quinta-feira (19), quando o governador do Havaí, David Ige, anunciou que o projeto será pausado.

O governador também anunciou que o estado irá retirar as tropas estaduais do local até segunda ordem, embora os manifestantes tenham sido instruídos a se retirarem — com a ameaça de serem presos.

Mesmo sem uma previsão clara sobre o início das construções, os manifestantes disseram que têm a intenção de continuar a proteger o vulcão.

“Uma coisa é clara, não importa os planos do estado, nós estaremos aqui para proteger os Mauna”, escreveu a conta do Twitter do grupo que acampa na estrada de acesso ao Mauna Kea.

O governador e o grupo responsável pelo Telescópio de Trinta Metros disseram que os planos de construção estão paralisados por tempo indefinido, mas as iniciativas das autoridades para lidar com o acampamento na base de Mauna Kea que bloqueia a estrada de acesso têm sido fonte de confusão.

Os manifestantes disseram que após o anúncio de Ige, as autoridades disseram que eles tinham até 26 de dezembro para desobstruir a estrada ou que seriam presos.

“Depois de gastar US$ 15 milhões em operações policiais desde julho, o Estado decidiu que continuarão nos enfrentando, ameaçando retirar os Kiaʻi [protetores] caso permaneçam até o dia 26”, prosseguiu o grupo via Twitter.

Foram meses de protestos para chegar a esse ponto, e é improvável que os havaianos nativos recuem. A luta pela Mauna Kea é a mais recente frente numa luta pelos direitos dos nativos havaianos à terra e pela forma como as instituições do Estado desapossaram pessoas sem consentimento.

Há anos que o grupo responsável pelo projeto tenta assegurar a continuidade da construção, mas os protestantes não vão dar trégua. Como resultado, esses parceiros — que incluem o Instituto de Tecnologia da Califórnia e o Observatório Astronômico Nacional do Japão — conseguiram obter licenças para um local numa das Ilhas Canárias Espanholas e estão considerando mudar a construção para lá.

O grupo diz que o Mauna Kea seria um local melhor para a astronomia, e a equipe ainda está dedicada a construir o telescópio na região. Mas como os protestos continuaram, eles tiveram que se preparar para uma alternativa caso a construção se torne impossível.

A construção do telescópio gerou discórdias na comunidade científica. Centenas de astrônomos se colocaram do lado dos manifestantes, destacando que a ciência não é mais importante do que os direitos humanos. O telescópio traria a possibilidade de enxergar mais longe no universo, mas a que custo para as pessoas e para os lugares que elas consideram sagrados?

Eu quero saber sobre a criação do universo tanto quanto milhares de outras pessoas, mas quando uma comunidade revida, a ciência precisa ouvir. Para muitas dessas pessoas, a Mauna Kea não é apenas uma montanha. É como se fosse um parente. É o cemitério de antepassados e, do modo como eles a vêem, o vulcão merece ser visto como mais do que um local de construção de um telescópio.

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Dados de localização anonimizados não são nada anônimos, mostra reportagem do NYT

Posted: 20 Dec 2019 12:47 PM PST

Smartphone com Google Maps

O New York Times publicou uma análise fascinante dos históricos de localização de 12 milhões de telefones celulares, um estoque fornecido por fontes de uma empresa de dados de localização não identificada que coleta dados de aplicativos móveis. Sim, é real. Já faz muito tempo que sabemos que as operadoras de telecomunicações vendem nossos dados de localização para intermediários que podem vendê-los para caçadores de recompensas. Elas não responderam por isso, e seus amigos na FCC [órgão regulador das telecomunicações nos EUA] não as fiscalizam por isso.

Geralmente, nos preocupamos com a vigilância de dispositivos inteligentes e câmeras — e algumas delas são até mesmo vulneráveis ao ponto de deixar um invasor falar com crianças. Nesse caso, a solução é fácil: é só se livrar desses aparelhos.

Mas é mais difícil escapar do estado de vigilância invisível global abstraído por grandes estatísticas e empresas sem rosto com nomes chatos como “Gimbal” e “Safegraph”. Nesse caso, a resposta é desligar os serviços de localização e rezar para isso ser suficiente. No entanto, geralmente nós ignoramos essa questão.

Os dados obtidos pelo Times abrangem Washington, Nova York, San Francisco e Los Angeles, com vários pontos no Pentágono e na Casa Branca, durante um período de vários meses entre 2016 e 2017. Eles localizaram facilmente um funcionário do Departamento de Defesa na Marcha das Mulheres e foram capazes de inferir os endereços residenciais de funcionários de inteligência em seus deslocamentos diários. “Uma pesquisa revelou mais de uma dúzia de pessoas visitando a Mansão da Playboy, algumas inclusive passando a noite lá”, eles relatam.

“Sem muito esforço, vimos visitantes das propriedades de Johnny Depp, Tiger Woods e Arnold Schwarzenegger, conectando os proprietários dos dispositivos às residências por tempo indeterminado”.

O Times poderia ter arruinado vidas com as informações que possui, se escolhesse, por exemplo, divulgar um usuário que fazia frequentes paradas curtas em motéis — e algo como um pequeno crime poderia voltar a assombrá-lo anos depois, já que seu histórico de localização é armazenado permanentemente. A NYCLU conseguiu fazer exatamente a mesma coisa há quatro anos, usando dados de localização coletados por leitores de placas de carros. Em 2017, pesquisadores da Universidade de Washington provaram que qualquer pessoa com US$ 1.000 e acesso ao ID do seu celular (que eles poderiam conseguir facilmente na sua rede Wi-Fi quando ela fosse compartilhada por quem mora com você) pode rastrear sua localização colocando anúncios em um aplicativo. Mas a vastidão sem precedentes da coleta de dados do Times e a longa linha do tempo permitiram identificar histórias muito mais granulares.

Isso não afeta apenas pessoas com reputação a perder (o Times conseguiu rastrear moradores da casa de Johnny Depp e visitantes da Mansão da Playboy) ou funcionários da inteligência; a vigilância é mais preocupante em populações cujos dados estão vinculados à sobrevivência.

Rachel E. Dubrofsky, professora associada de comunicação da Universidade do Sul da Flórida e coautora de Estudos Feministas de Vigilância, diz ao Gizmodo que ela se preocupa principalmente com pessoas que buscam assistência do governo, pessoas que foram encarceradas e imigrantes de um país que o governo dos EUA considera uma ameaça. Ela teme que isso adicione outra ferramenta para perseguidores e agressores rastrearem mulheres, principalmente mulheres não brancas.

Os dados de localização também afetam os trabalhadores, salienta Lewis Maltby, presidente do Instituto Nacional dos Direitos dos Trabalhadores dos EUA. Os empregadores não têm acesso aos bancos de dados dos consumidores, mas fornecem celulares da empresa e não têm obrigação de divulgar se estão rastreando funcionários ou não. Em algumas situações, diz ele, os chefes não permitem que seus funcionários desliguem seus telefones depois do trabalho. “O que acontece quando seu empregador pró-vida encontra você em uma clínica de aborto?”, questiona Maltby.

O Times conclui que, na ausência de regulamentação, não há esperança (além de talvez desativar o compartilhamento de local e desativar seu ID móvel). Mas todas essas coisas que eles coletaram sobre você anos atrás ainda estão por aí e estão no mercado. “Estamos vivendo no sistema de vigilância mais avançado do mundo”, escreve o Times. “Ele foi construído através da interação do avanço tecnológico e da motivação do lucro. Foi construído para ganhar dinheiro.”

A Cuebiq, empresa de coleta de dados de localização como a que está por trás da matéria publicada pelo New York Times, disse ao Gizmodo que coleta dados “com fortes controles de privacidade e em conformidade com as leis da UE e dos EUA, como GDPR e CCPA”, e que segue sua própria política de privacidade.

O problema é que os EUA não têm nenhuma lei considerável sobre esse assunto.

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Ataque hacker a jogos da Zynga roubou dados de 170 milhões de usuários

Posted: 20 Dec 2019 11:48 AM PST

Um hacker que utiliza o pseudônimo Gnosticplayers conseguiu invadir dois jogos da Zynga em setembro, Draw Something e Words With Friends. Agora, um novo relato do Have I Been Pwned revelou a dimensão do ataque: 170 milhões de pessoas afetadas. Com isso, o incidente foi classificado como o 10º maior ataque hacker já realizado a informações de usuários. 

Na época em que a invasão ocorreu, a Zynga entrou em contato com os usuários afetados, mas não divulgou nenhuma informação oficial sobre o tamanho da violação. Porém, a empresa afirma que nenhum dado financeiro foi acessado. 

O Gnosticplayers havia enviado ao Hacker News uma amostra das informações adquiridas por ele, o que incluía nomes, endereços de e-mail, IDs de login, senhas criptografas, números de telefone e IDs do Facebook. 

Na última quinta-feira (19), um porta-voz da Zynga reforçou que a empresa não vai se pronunciar sobre o caso além do comunicado que já havia divulgado em setembro. 

Com uma base de 67 milhões de usuários ativos mensais (até novembro deste ano), a Zynga foi apenas mais uma das vítimas do Gnosticplayers. O hacker já havia roubado cerca de 932 milhões de registros de 44 empresas em abril, com planos para colocar os dados de um bilhão de usuários à venda.

[The Verge]

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Já é Natal: mergulhe no clima natalino com essas recomendações

Posted: 20 Dec 2019 11:19 AM PST

natalino

Natal é uma data indissociável à memória afetiva. Não importa a idade que você tenha. Nos primeiros anos da vida, é impossível não lembrar do frio da barriga ao esperar o badalar do sininho e a chegada dos presentes debaixo da árvore de Natal. Mais adiante, impossível não associar a data à reunião dos entes queridos que a vida às vezes teima em distanciar. É uma ocasião de fartura e de reencontros: dois eixos que enchem o coração de qualquer um de alegria.

Pensando nisso, em parceria com o Telecine, separamos algumas indicações multiplataformas para você entrar no clima nostálgico, característico do espírito natalino. Confira!

Filme

O homem que Inventou o Natal

"O Homem que Inventou o Natal" foi baseado no livro de Les Standiford e conta a história do romancista Charles Dickens, que em 1843 lançou "Um Conto de Natal". A ideia é tão onipresente quanto à jornada do herói: alguém com algum problema moral, na época do Natal, recebe a visita de três fantasmas que lhe mostram o que realmente importa na vida e o destino terrível que podemos ter caso nos mantenhamos presos às coisas que não são realmente importantes. 

A história vai muito além de explicar como Dickens chegou à ideia de seu livro. Em dado momento, a narrativa se encaminha para uma conversa direta do autor e seu personagem: criador e criatura conversando frente a frente. A direção de Bharat Nalluri transita muito bem entre os momentos de fantasia e realidade e em dados momentos os mescla de forma altamente visual e didática. Misturando inspirações da vida real com uma imaginação incomparável, ele é capaz de criar personagens inesquecíveis que mudaram o Natal para sempre.

No Telecine, você pode assistir "O Homem que Inventou o Natal" a hora que quiser e do dispositivo que quiser pelo serviço de streaming de plataforma. Conheça!

Conto

Um conto de Natal, de Charles Dickens 

"Um Conto de Natal", de Charles Dickens, é a obra retratada em "O Homem que Inventou o Natal", nossa indicação anterior. A narrativa conta a história de Ebenezer Scrooge, uma pessoa de idade, sem amigos, que vivia olhando para seu próprio umbigo e nada o desagrava mais que o Natal. 

Scrooge vivia em um edifício fúnebre como ele. É quando na véspera de Natal, um espírito aparece em seu quarto, representando seu antigo e falecido sócio, Jacobo Marley, que disse estar ali para fazê-lo repensar de como vivia, porque agora ele teria que sofrer a vida toda pelo que foi anteriormente. Disse-lhe que nas noites seguintes viriam 3 espíritos visitá-lo. O do primeiro dia representava os natais passados; já o segundo o natal do presente; o último representava os natais do futuro. Essa jornada o faz repensar sobre como conduzira toda sua vida e torna-se o gatilho para uma mudança sem precedentes.

Álbum 

Elvis' Christmas Album, Elvis Presley

Além de virtuoso senso rítmico, força interpretativa e um timbre de voz que o destacava entre os demais cantores populares, Elvis Presley conseguiu emplacar no panteão do rock um álbum de Natal, feito no mínimo interessante. 

O lado A do disco é rock'n roll; o lado B contém explorações gospel de seus mais tradicionais hinos. Não seria um verdadeiro álbum de Natal sem uma versão emocionante de “Silent Night”. E mesmo que o suave e sulista Elvis diminua um pouco demais as coisas, os estilos variados fazem toda a gravação valer a pena. É um dos únicos LPs clássicos de Natal.

Série

Black Mirror, episódio White Christmas

White Christmas é a prova definitiva de que Black Mirror é uma das séries mais impactantes da atualidade. Como de costume, nos faz pensar, preenchendo-nos de angústia através de suas críticas à tecnologia e a sociedade que estamos nos tornando. A estrutura narrativa é muito interessante, pois divide a trama em três distintos atos que funcionam quase como capítulos separados da série, embora todos eles se conectem no terceiro ato.

White Christmas fala sobre fugas e como a tecnologia novamente é um leme que se direciona no sentido dos anseios humanos e não, como muitos ainda a veem, uma panaceia para os males da vida. O episódio também apresenta algumas questões éticas. É discutível, no mínimo, uma estratégia de confissão forçada, assim como a escravização que uma personagem faz de sua representação em uma tecnologia, usando métodos de tortura para domesticá-la.

Este conteúdo é apresentado pelo Telecine, única plataforma dedicada exclusivamente a filmes. E vale lembrar que agora o Telecine é bem mais do que canais na sua televisão. Ele é também streaming para você assistir ao filme que quiser, pelo dispositivo que quiser e onde quiser.  Ao todo, o catálogo é formado por mais de 2.000 títulos, dos clássicos aos lançamentos saídos do cinema. Conheça os planos disponíveis e assine já!

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Algoritmos de reconhecimento facial são enviesados, diz órgão dos EUA

Posted: 20 Dec 2019 10:38 AM PST

Para diversos especialistas, o reconhecimento facial não deveria ser utilizado por forças policiais e outras aplicações da lei. Esse argumento ganhou mais evidências ao seu favor, com a publicação de um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologias dos EUA (NIST).

O órgão avaliou centenas de algoritmos de identificação e reconhecimento facial e mostrou que existe enviesamento na maioria dos programas, e que o número de erros é maior entre negros, mulheres e indígenas. O estudo está disponível (em inglês) neste link.

“Embora geralmente seja incorreto fazer afirmações sobre os algoritmos, encontramos evidências empíricas da existência de diferenciais demográficos na maioria dos algoritmos de reconhecimento facial que estudamos”, disse Patrick Grother, cientista da computação do NIST e o principal autor do relatório, em um comunicado.

Grother disse que o relatório não explora a fundo o que pode causar o enviesamento, mas que “os dados são valiosos para legisladores, desenvolvedores e usuários finais que estão pensando sobre as limitações e o uso apropriado desses algoritmos.”

Como o estudo foi feito

O estudo foi conduzido por meio do programa de testes do NIST e avaliou algoritmos de reconhecimento facial que foram enviados pela indústria e por desenvolvedores acadêmicos. Não foram realizados testes nos produtos comerciais finalizados, mas nas soluções oferecidas pelos fornecedores. No total, foram 189 softwares de 99 desenvolvedores — que, segundo o NIST, representa a maior parte da indústria.

Foram analisados dois elementos principais dos algoritmos:

  1. A habilidade de confirmar se uma foto combina com uma foto diferente da mesma pessoa, uma tarefa conhecida como combinação “um para um” que geralmente é utilizada para fazer verificações, como desbloqueio de um smartphone, checagem de identidade de passaporte, entre outros;
  2. A habilidade de identificar de a foto de alguém tem alguma combinação possível dentro de um base de dados variada, conhecida como combinação “uma entre muitos”, geralmente utilizada para identificar uma pessoa, como em suspeitas de crimes.

Além disso, os pesquisadores fizeram duas avaliações:

  1. Falsos positivos, para quando o software considerava incorretamente fotos de duas pessoas diferentes como se fosse a mesma;
  2. Falsos negativos, quando o software falhava ao combinar duas fotos que, na verdade, eram da mesma pessoa.

Os falsos positivos são muito mais perigosos, uma vez que podem identificar incorretamente uma pessoa acusada de um crime, por exemplo. No campo dos negócios, pode facilitar as fraudes, também. Os falsos negativos também costumam ser corrigidos com uma segunda leitura.

O NIST utilizou quatro coleções de fotos que continham 18,2 milhões de imagens de 8,4 milhões de pessoas, vindas de bases de dados do Departamento de Estado dos EUA, Departamento de Segurança Nacional dos EUA e o FBI. Os pesquisadores ressaltam que não foram utilizadas imagens retiradas da internet, nem de câmeras de vigilância. Além disso, todas essas imagens incluem metadados que indicavam a idade, sexo, raça e país de nascimento — isso foi importante para que eles conseguissem avaliar como cada algoritmo se saía perante a cada grupo social.

O enviesamento

Foi justamente com esses metadados que o estudo identificou que há taxas maiores de falsos positivos em verificações “um para um” para rostos de pessoas asiáticas e afro-americanos, em comparação a pessoas caucasianas. Um dos dados mais preocupante é a taxa de erro, que variou de 10 a 100 vezes, dependendo do algoritmo.

Algoritmos desenvolvidos por empresas americanas tinham taxas similares de falsos positivos para verificações “um para um” para asiáticos, afro-americanos e grupos nativos (como indígenas e nativos da região das ilhas do pacífico). Os indígenas americanos tiveram as maiores taxas de falso positivo nesse caso.

Já algoritmos desenvolvidos por empresas asiáticas apresentaram menos falsos positivos em verificações “um para um” entre faces asiáticas e caucasianas. Isso provavelmente se deve ao fato de empresas asiáticas usarem bases de dados mais diversas para treinar seus algoritmos.

Grother disse que o estudo do NIST não explorou as relações entre causa e efeito, mas disse que “esses resultados são um sinal encorajador de que dados de treinamento mais diversificados podem produzir resultados mais equitativos, caso seja possível aos programadores utilizar tais dados.”

As verificações “uma entre muitos” mostraram taxas maiores de falsos positivos para mulher afro-americanas, o que levanta preocupações em relação ao uso dessas tecnologias para a segurança e a justiça. Uma taxa maior de falso positivos pode representar acusações injustas.

O comunicado do NIST reforça que nem todos os algoritmos apresentaram taxas altas de falso positivos entre diferentes grupos demográficos nos algoritmos que fazem leituras “uma entre muitos”. A conclusão, no entanto, é importante: algoritmos diferentes tem performances diferentes.

Foram avaliados softwares de empresas como Intel, Microsoft, Panasonic, SenseTime, entre outras. O Washington Post destacou que a Amazon não estava na lista — a companhia desenvolve o Rekognition, um algoritmo que recebeu duras críticas recentemente — e o NIST disse que a empresa não enviou o seu produto para a avaliação, mas que os testes ainda estão abertos.

Segurança pública e vigilância permanente

Diversas cidades dos Estados Unidos decidiram proibir o uso de reconhecimento facial por autoridades públicas, entre elas San Francisco, Oakland, Somerville e Brookline, além do estado da Califórnia, que baniu esse tipo de software em câmeras corporais da polícia. No Brasil, essas soluções já estão sendo utilizadas em 37 cidades, incluindo Campinas, Salvador e Rio de Janeiro. As discussões sobre a validade do uso são incipientes e os projetos de lei costumam propor a ampliação da aplicação.

O reconhecimento facial é visto como uma solução mágica para a segurança pública, já que, em tese, poderia identificar rapidamente pessoas que são procuradas pela polícia. O índice de erros dos softwares, no entanto, apontam que essa não é uma solução definitiva e pode ampliar injustiças.

Além disso, a linha entre o uso dos sistemas de reconhecimento facial para segurança pública e para a vigilância permanente da população e a perseguição de determinados grupos étnicos pode ser rompida a qualquer momento. De acordo com o New York Times, o governo chinês está usando a tecnologia para rastrear os uigures, a minoria muçulmana do país. Os manifestantes pró-democracia de Hong Kong temem, por exemplo, que a China utilize o reconhecimento facial para reprimi-los e puni-los — o governo chegou a banir máscaras e pinturas faciais em mais uma tentativa de frear as manifestações. Há preocupações em outros países, como na Índia, onde os sistemas estão se ampliando rapidamente e há uma divisão forte entre religiões.

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Criminosos de ransomware tiveram um ótimo 2019, com pelo menos 948 ataques relatados só nos EUA

Posted: 20 Dec 2019 08:26 AM PST

Os operadores de ransomware estão encerrando um ano de extorsão de governos locais, hospitais e escolas em todo o país, com pelo menos mais quatro cidades norte-americanas sendo vítimas de golpes sofisticados apenas neste mês e um relatório recente registrando o número total de incidentes em quase mil.

Em Pensacola, na Flórida, um ataque cibernético usando o malware Maze que exigiu um milhão de dólares em resgate obrigou as autoridades da cidade a desconectar muitas máquinas da rede para impedir que a infecção se espalhasse. Autoridades do Departamento de Polícia da Flórida disseram que o ataque parecia envolver o mesmo malware Maze que um incidente separado contra a empresa de segurança Allied Universal em novembro.

Nova Orleans declarou estado de emergência em 13 de dezembro, depois de ter sido atingida com força por outra variante chamada Ryuk, que afetou pelo menos 4.000 computadores da cidade. Na quinta-feira, a prefeita LaToya Cantrell anunciou que os danos excederam a apólice de seguro cibernético de US$ 3 milhões da cidade e que Nova Orleans aumentaria sua cobertura para US$ 10 milhões no próximo ano.

Em Galt, Califórnia, um subúrbio de Sacramento, o gerente interino da cidade, Tom Haglund, disse a repórteres em 17 de dezembro que o ransomware havia corrompido o servidor de e-mail e os sistemas telefônicos, resultando em um “impacto significativo” e forçando os funcionários da cidade a se comunicarem por meio de mensagens de texto e e-mails pessoais.

Finalmente, em St. Lucie, na Flórida, o ransomware direcionado ao escritório do xerife do condado atingiu recursos de TI como e-mails, impressões digitais, visitas à prisão e verificações de antecedentes offline, de acordo com o TCPalm. O xerife Ken Mascara se recusou a fornecer o nome do malware envolvido, mas disse a repórteres em 17 de dezembro que as operações continuavam normalmente, em geral, e que o departamento estava “bastante confiante de que devemos estar em funcionamento dentro de alguns dias”.

O ransomware funciona obtendo acesso a uma determinada rede, geralmente através de métodos como phishing, antes de espalhar uma carga maliciosa o mais longe possível. Quando é ativado, ele criptografa sistemas de arquivos inteiros de uma maneira que é impossível desfazer sem conhecer a “chave de descriptografia”. Os invasores geralmente se oferecem para descriptografar os sistemas de arquivos em troca do pagamento de um resgate, normalmente pagos em criptomoeda, mas em alguns casos nenhuma demanda de resgate é transmitida.

O FBI pediu às vítimas que não paguem resgates, o que não garante que os operadores por trás do ataque realmente divulguem os dados e incentivem futuros ataques. Mas a agência também quer que as vítimas relatem quando o fizerem, para que possam criar perfis mais detalhados das organizações de crimes cibernéticos que fazem as exigências. O FBI alertou em outubro que, embora o número de incidentes “tenha diminuído acentuadamente…os prejuízos por ataques de ransomware aumentaram significativamente, de acordo com as reclamações recebidas pelas informações de casos do IC3 e do FBI”. Eles também disseram que esperam que essa tendência continue.

Essas perdas podem superar em muito as demandas de extorsão. Os hackers que tomaram posse do governo da cidade de Baltimore por semanas em maio de 2019 exigiram apenas US$ 102.000 em bitcoin, mas destruíram grandes quantidades de dados e custaram cerca de US$ 18,2 milhões em custos de recuperação e perda ou atraso na receita.

De acordo com um relatório recente da empresa de segurança Emsisoft, houve pelo menos 948 ataques de ransomware documentados em 2019 nos Estados Unidos. Isso inclui 103 em “entidades governamentais”, 759 em prestadores de serviços de saúde e 86 em instituições educacionais. A Emsisoft descreveu a série de ataques em andamento como uma "barragem sem precedentes e implacáveis", resultando em situações potencialmente graves, como interrupção dos serviços de emergência, perda de registros médicos, sistemas de vigilância que ficaram offline e a polícia incapaz de acessar os sistemas de TI. Isso sem contar com operações urbanas de todos os tipos, desde sistemas de pagamento de impostos e renovações de carteira de motorista, que foram sendo desativados. Os governos estaduais também foram interrompidos, como no caso de um ataque de agosto de 2019 a pelo menos 23 agências no Texas.

Os atacantes começaram recentemente a extorquir alvos com a ameaça de liberar seus dados na internet. No ataque da Allied Universal usando o Maze ransomware, por exemplo, os operadores envolvidos exigiram US$ 2,3 milhões em bitcoin e publicaram 700 megabytes dos arquivos da empresa de segurança quando ela não pagou. No ataque de Pensacola, os operadores do Maze ameaçaram fazer o mesmo com os dados do governo municipal.

Um site supostamente gerenciado por operadores do Maze publicou dados que parecem ter sido roubados de várias empresas, incluindo um mercado de alimentos de Ann Arbor, Michigan, que escreveu um post em seu blog explicando que não pagou os “ciberterroristas” envolvidos.

"A mudança para ataques ‘double whammy’ nos quais os dados são filtrados antes de serem criptografados provavelmente é apenas um experimento para verificar se essa abordagem é mais lucrativa do que os ataques tradicionais de criptografia”, disse o porta-voz da Emsisoft, Brett Callow, ao Gizmodo por e-mail. "Em outras palavras, agentes mal-intencionados acreditam que a alavancagem adicional pode aumentar a probabilidade de as vítimas pagarem. Ainda não se sabe se esse é o caso. As empresas realmente pagarão com base em uma promessa feita por criminosos de não divulgar dados? "

A Emsisoft não conseguiu chegar a uma estimativa confiável dos custos, mas observou que “as deficiências de segurança existentes nas organizações e o desenvolvimento de mecanismos de ataque cada vez mais sofisticados, especificamente projetados para explorar essas fraquezas” criaram uma “tempestade perfeita” durante o ano. Ela acrescentou que os incidentes estão expondo práticas de TI ruins a nível estadual e local e em muitas instituições grandes, com problemas que variam de falta de padrões uniformes a subfinanciamento. Um relatório do ProPublica de agosto enfatizou que algumas cidades e empresas contam com reembolsos de seguros para pagamentos de resgate como uma alternativa mais barata à perda de receita e à contratação de consultores caros.

Bret Padres, CEO da empresa de segurança Crypsis, disse ao ProPublica que "há realmente um bom dinheiro envolvido em ransomware" não apenas para os atacantes, mas também para especialistas em recuperação que são contratados após os ataques e as companhias de seguro que lucram com a venda de cobertura contra ameaças de extorsão. Padres disse ao site que é um "círculo vicioso" e um "ciclo difícil de quebrar porque todos saem no lucro: nós, as operadoras de seguros, os atacantes".

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Netflix revolta assinantes com reprodução automática do trailer de um documentário sobre um assassino de gatos

Posted: 20 Dec 2019 07:49 AM PST

Em um momento em que sua posição de principal serviço de streaming dos EUA nunca esteve tão ameaçada, o fato de a Netflix decidir agora divulgar uma série documental sobre uma pessoa que tortura e mata gatinhos entre outros atos horríveis é…uma escolha. Mas é uma escolha que eu até consigo compreender. O que eu não entendo, no entanto, é o porquê de – até recentemente – os assinantes serem capazes de se depara com esse tipo de conteúdo horrível sem um aviso prévio.

Vários assinantes da Netflix postaram no Twitter e no Reddit esta semana sobre como ficaram traumatizados após o trailer de Don’t Fuck With Cats: uma caçada online começar a ser reproduzido automaticamente enquanto eles navegavam pela plataforma (a partir de quinta-feira, 19, a Netflix parece ter solucionado o problema e removeu a reprodução automática especificamente para este conteúdo, pois outros permaneceram inalterados, mas ainda estamos aguardando confirmação).

Como parte da interface do usuário da Netflix, sempre que você permanece na página inicial ou passa o mouse sobre um título por mais de um segundo, uma visualização começa a ser reproduzida sem qualquer ação por parte do usuário. Mas, apesar de alguns títulos conterem avisos de conteúdo sensível – Don’t Fuck With Cats, por exemplo, exibe um alertando que ele é classificado como "para maiores" por conter imagens perturbadoras e de maus-tratos de animais – a Netflix não inclui esses avisos nos trailers.

Então, você pode imaginar como os assinantes não ficaram felizes quando um trailer que parece ser sobre a cultura da internet e vídeos de gatos rapidamente se torna algo muito, muito mais perturbador.

A série documental dividida em três partes foi divulgada no início desta semana e mostra como um grupo de detetives da internet que adoram gatos ajudou a lançar uma caçada ao assassino canadense Luka Rocco Magnotta depois de encontrar seus horríveis vídeos de abuso de animais envolvendo gatinhos. Eu acho pesado demais para eu assistir, mas pelo que ouvi, a série não economiza nos detalhes sangrentos.

Até a Netflix descreveu como “muito difícil de assistir em alguns momentos” em um tuíte recente. O nome da série vem de um provérbio da internet, que os investigadores amadores entrevistados para o documentário chamam de uma espécie de “regra zero” online: não mexa com gatos.

Embora o trailer da série (aviso de conteúdo sensível, obviamente) não mostre algo explícito, ele ainda contém vários trechos dos vídeos de Magnotta com os gatinhos, além de um áudio no qual você pode ouvir vários miados angustiados enquanto ele comete esses horrores. As capturas de tela das postagens nas redes sociais que aparecem rapidamente durante o preview também revelam detalhes sangrentos adicionais que fizeram essa repórter tirar um momento para abraçar seu gato, Cheeto, muito forte.

Vários assinantes começaram a postar avisos sobre o trailer de Don't Fuck With Cats nas redes sociais após serem surpreendidos por ele. Muitos expressaram sua frustração de a Netflix atualmente não ter uma opção para desativar a reprodução automática em trailers sem a ajuda de um plug-in como o Netflix Classic ou o Netflix Tweaked, que não funcionam em todas as plataformas nas quais a Netflix está disponível. (Desativar o Início Automático, um recurso da Netflix que incentiva as pessoas a maratonar séries exibindo um episódio após o outro automaticamente, não afeta os previews).

Não está claro exatamente quantas pessoas ficaram traumatizadas depois de assistirem sem querer ao trailer. Um usuário do Reddit que iniciou um chat ao vivo com a equipe de suporte da Netflix na quinta-feira para reclamar do problema compartilhou uma captura de tela de sua conversa com o Gizmodo por e-mail; nele, um porta-voz da Netflix diz que a empresa “já recebeu vários feedbacks iguais” sem entrar em mais detalhes.

Quando o usuário do Reddit perguntou como eles poderiam evitar ser desnecessariamente traumatizados por sua conta da Netflix no futuro, o porta-voz sugeriu que eles deveriam clicar no ícone de "descurtir" em Don't Fuck With Cats para tirá-lo da lista de recomendações da Netflix. O que não é realmente uma solução, mas é melhor que nada, suponho.

Embora a Netflix não tenha respondido imediatamente ao pedido de informações do Gizmodo, como mencionei anteriormente, parece que o alvoroço online passou de alguma forma desde que a pré-visualização de Don’t Fuck With Cats deixou de ser reproduzida automaticamente. Ou, pelo menos, eu não consegui visualizá-la, mesmo depois de tentar em vários dispositivos e em várias contas. Parece que a única maneira de assistir ao preview agora é clicar ativamente na página do trailer. Agora, a página inicial da Netflix apresenta um anúncio para um filme de Natal para famílias, um conteúdo muito mais adequado para a temporada de festas em que tenho certeza de que zero gatinhos foram feridos.

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Seus genes não são bons para prever sua saúde, diz estudo

Posted: 20 Dec 2019 06:48 AM PST

Homem observa cotonete, geralmente usado em testes genéticos caseiros

Um novo estudo deste mês é o mais recente a sugerir que nossos genes realmente não fazem muito para prever nossa saúde, pelo menos na maioria das vezes.

O estudo, publicado no periódico PLOS One, é uma revisão da ciência que envolve estudos de associação do genoma completo (ou GWA na sigla em inglês). Estes são estudos que observam genes de milhares, e em alguns casos até milhões, de pessoas de uma vez para checar se alguma das variações mais comuns, chamadas de polimorfismos de nucleotídeo único (SNP), está ligada ao surgimento de uma condição médica ou característica.

Muitos SNPs, ou marcadores genéticos, foram apontados como fatores de risco para centenas de doenças e aspectos de nossa humanidade. Mas, como o Gizmodo relatou antes, nossa genética tende a ter apenas uma pequena influência sobre o motivo pelo qual você pode desenvolver algo como diabetes tipo 2 ou doenças cardíacas — muito mais importantes são nossos ambientes e hábitos de vida.

Os autores por trás deste novo estudo queriam quantificar melhor a influência da genética na saúde, além de como essa influência se compara a outros marcadores e preditores de saúde, como as proteínas encontradas em nosso sangue ou no nosso metabolismo. Eles criaram um novo modelo para analisar dados publicamente disponíveis de mais de 500 GWAs, cobrindo mais de 200 condições médicas.

Algumas condições, como a doença de Crohn, foram fortemente impactadas pela genética, de acordo com o modelo, com genes responsáveis por até 50% de risco de uma pessoa desenvolvê-la. Mas, em geral, esses marcadores têm pouco poder preditivo, mesmo quando combinados, descobriram os autores.

"De forma direta, o DNA não determina seu destino, e os SNPs são um fracasso na previsão de doenças", disse o autor do estudo David Wishart, biólogo e pesquisador da Universidade de Alberta, no Canadá, em comunicado divulgado pela universidade. "A grande maioria das doenças, incluindo muitos tipos de câncer, diabetes e doença de Alzheimer, tem uma contribuição genética de 5 a 10%, na melhor das hipóteses".

Isso não quer dizer que não valha a pena continuar a analisar a conexão entre nossa saúde e genes. Novas causas genéticas importantes para várias doenças estão sendo descobertas o tempo todo e, no futuro, provavelmente entenderemos melhor como os genes interagem com fatores do estilo de vida, como dieta e ambiente. Mas, por enquanto, você deve permanecer cético em relação às empresas que tentam vender a você um "horóscopo genético" do seu futuro usando esses marcadores.

"O ponto principal é que, se você deseja ter uma medida exata de sua saúde, sua propensão a doenças ou o que você pode fazer sobre isso, é melhor medir seus metabólitos, micróbios ou proteínas — não seus genes", disse Wishart. "Esta pesquisa também destaca a necessidade de entender nosso ambiente e a segurança ou qualidade de nossos alimentos, ar e água".

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Cientistas fazem novas descobertas sobre o fim de uma espécie humana extinta

Posted: 20 Dec 2019 05:28 AM PST

Usando técnicas modernas de datação, os cientistas limitaram drasticamente a era dos fósseis do Homo erectus encontrados em Java no início dos anos 30. Confirmados como os fósseis mais jovens do Homo erectus, eles estão fornecendo informações importantes sobre o capítulo final desses humanos arcaicos.

Quando nossas espécies surgiram na África, há cerca de 300.000 anos, uma espécie humana separada já vagava por aqui por mais de um milhão de anos. Essa é a incrível história do Homo erectus, um dos hominídeos mais bem-sucedidos que já existiram. Esses humanos arcaicos ostentavam a maior disseminação geográfica de qualquer hominídeo até que chegássemos, uma faixa que incluía África, China, Índia, Europa e Java.

Eles também eram uma espécie com tempo de vida excepcionalmente longo, embora a duração exata de sua existência tenha sido motivo de um debate considerável. Sabemos que eles surgiram há cerca de 2 milhões de anos atrás, mas o seu fim permaneceu incerto. Novas pesquisas publicadas na Nature estão fornecendo algumas das datas mais precisas ainda para os fósseis mais novos de H. erectus no registro arqueológico, mostrando que esses hominídeos ainda estavam por aqui entre 117.000 e 108.000 anos atrás e que provavelmente viveram pela última vez na região do rio Solo de Java central, na Indonésia.

O sítio arqueológico de Ngandong, em Java central, mostrando o rio Solo e seus terraços expostos, nos quais os fósseis de H. erectus foram encontrados no início dos anos 30. Imagem: Kira Westaway

Nossa história começa no sítio de Ngandong, em Java, no início dos anos 30, quando os cientistas encontraram 14 fósseis pertencentes ao H. erectus , uma descoberta importante que incluía 12 crânios (calotas cranianas sem a mandíbula) e dois ossos inferiores da perna.

Continua sendo o maior conjunto de fósseis de H. erectus encontrados em um único sítio, mas a geologia complexa do local, além de vários erros e omissões cometidos pelos pesquisadores originais (como não documentar onde eles localizavam os ossos), dificultava datar adequadamente o leito ósseo em que foram encontrados. Isso resultou em uma enorme variedade de datas possíveis, com estimativas variando de 550.000 a 27.000 anos atrás. Essa janela inaceitavelmente grande tem sido uma grande dor de cabeça para os cientistas, como explicou ao Gizmodo Kira Westaway, coautora do novo estudo e geocronologista da Universidade Macquarie, na Austrália.

“Saber quando uma espécie estava viva e quando ela desapareceu é importante para entender onde elas se encaixam na árvore evolutiva, com quem elas interagiram e por que foram extintas”, disse ela em um email. "Se a evidência fosse jovem, o Homo erectus poderia ter interagido com os humanos modernos e ter sido eliminado pela competição, mas se fosse mais antigo, é mais provável que eles pudessem ter interagido com outra espécie humana – os Denisovanos – e as mudanças das condições ambientais poderiam ter causado sua extinção…O timing é realmente tudo nesta história humana".

Paleoantropólogo Russell Ciochon com uma coleção de réplicas de fósseis do Homo erectus de Ngandong. Imagem: Tim Schoon/Universidade de Iowa

O trabalho braçal deste novo estudo, liderado por Russell Ciochon, da Universidade de Iowa, começou em 2008 quando uma expedição revisitou o local de Ngandong.

Equipado com um mapa de 1934 usado pelos pesquisadores originais e com a intenção de entender melhor esses fósseis de imensa importância, Ciochon e seus colegas realocaram a camada original do leito ósseo em um terraço de rio que se estende 20 metros (66 pés) acima do rio Solo adjacente e em dois pontos distintos dos quais os ossos provavelmente foram coletados. Além de extrair inúmeras amostras do local e da região circundante, os pesquisadores também estudaram a geologia e a topografia da área, o que permitiu uma nova visão do local e uma melhor compreensão de seu contexto geológico.

O próximo passo foi datar os sedimentos em que os fósseis foram enterrados, juntamente com outras camadas estratigráficas e pistas encontradas no local. No total, os pesquisadores usaram cinco técnicas diferentes de datação.

Caso você esteja se perguntando, os ossos do Homo erectus não podem ser datados diretamente, pois a datação por radiocarbono funciona apenas para materiais orgânicos com menos de 60.000 anos. É por isso que os arqueólogos têm que datar os materiais em que esses fósseis mais antigos são encontrados, mas métodos diferentes de datação requerem diferentes tipos de material datável.

“Nosso estudo datava diretamente fósseis de mamíferos do leito ósseo e sedimentos dos terraços fluviais”, disse Ciochon. “Os diferentes métodos de datação também têm limitações diferentes, como alguns produzem idades máximas ou idades mínimas, enquanto outros produzem faixas etárias”.

Duas das cinco técnicas envolvem datação por luminescência, em que datas são determinadas para materiais enterrados sensíveis à luz, como o quartzo. Westaway, que é uma das principais especialistas mundiais em datação por luminescência, disse que ela e seus colegas estavam determinados em acertar.

“Houve tantas idades inconclusivas e insatisfatórias presentes para Ngandong que estávamos determinados a finalmente definir a cronologia”, disse Westaway ao Gizmodo.

Os resultados dos vários métodos foram consistentes, de acordo com Ciochon, o que permitiu à equipe combiná-los com uma técnica matemática conhecida como modelagem bayesiana, resultando no intervalo de datas entre 117.000 e 108.000 anos.

Escavações em Ngandong em 2010. Imagem: Russell L. Ciochon Univ. de Iowa

“Esta é uma parte da ciência muito sólida”, disse John Kappelman, antropólogo da Universidade do Texas em Austin, em um e-mail para o Gizmodo. “Datar fósseis costuma ser um trabalho árduo, e os autores chegaram à questão da idade do sítio de várias direções diferentes”.

Kappelman, que não estava envolvido com a nova pesquisa, ficou muito impressionado com a forma como os autores se concentraram em datar a paisagem regional e a geologia associada ao rio Solo e seus terraços.

“Este estudo é um excelente exemplo do que é a colaboração”, disse ele. “Ninguém poderia ter completado este estudo individualmente…a ciência como um todo é maior que a soma das peças individuais”.

Westaway estava empolgada com a nova linha do tempo do sítio de Ngandong, mas ela disse que "a idade do local não foi surpreendente, pois todos suspeitávamos que seria neste campo devido à idade de outro sítio em Java chamado Punung".

De fato, a datação de Punung – uma antiga floresta tropical – sugere que foram as mudanças climáticas e as mudanças ambientais associadas que contribuíram para a eventual extinção do H. erectus. Esses humanos arcaicos estavam vivendo e prosperando em um ambiente de floresta aberta, mas quando a região passou para uma floresta tropical quente e úmida, a população de H. erectus sofreu e não conseguiu se adaptar rapidamente. Como Westaway apontou, as novas datas mostram uma sobreposição distinta entre os sítios de Punung e Ngandong.

“Suspeitávamos que a população de Ngandong tivesse sido exterminada…no início dessa mudança ambiental, mas a nova linha do tempo sugere que o vale do rio Solo, que contém o sítio de Ngandong, provavelmente perseverou por mais tempo do que o esperado”, explicou Westaway, que disse que esses últimos sobreviventes encontraram refúgio em uma área um pouco mais seca, em um local alto no interior. Eventualmente, no entanto, mesmo essa população “relíquia” de H. erectus desapareceu, pondo fim a um reinado que durou aproximadamente 2 milhões de anos.

Como uma demonstração impressionante de como as mudanças climáticas estavam afetando essa população, o grande conjunto de fósseis de Ngandong parece ter sido o produto de uma morte em massa.

“Uma grande inundação fez com que os restos do Homo erectus e os outros mamíferos encontrados em Ngandong fossem arrastados para o rio”, disse Ciochon ao Gizmodo. “As evidências indicam que [os indivíduos Homo erectus] morreram pouco antes do dilúvio, e pouco tempo se passou entre [suas mortes] e o dilúvio que transportou os restos mortais para Ngandong”.

É importante ressaltar que, como Ciochon apontou, o novo estudo fornece a idade da última aparição conhecida de H. erectus, que não necessariamente indica o momento de sua extinção. Pequenos grupos podem ter vivido mais tempo sem deixar evidências fósseis, disse ele.

Kappelman disse que essa suposta última existência de H. erectus pode ser “testada por datação de outros sítios fósseis, mas Ngandong tem sido o melhor candidato para a forma mais anatomicamente avançada dessa espécie há quase 90 anos”. Por “mais anatomicamente avançado”, ele refere-se a características distintivas do H. erectus tardio, como crânios grandes e testas longas. "O tempo dirá se outras populações isoladas do Homo erectus viveram ou não por mais tempo. Ainda há muitas surpresas por aí e, se fosse eu, focaria em regiões geograficamente isoladas. As ilhas são um bom lugar para começar".

Como Westaway sugeriu anteriormente, as novas datas também se sobrepõem a outra coisa: a presença de outros seres humanos na Terra, conhecidos como Homo sapiens, Neandertais e Denisovanos. Desses grupos, os denisovanos eram mais propensos a interagir com H. erectus, pois nossa espécie ainda estava confinada à África e os neandertais não se aventuravam no sul da Ásia.

Para esclarecer, não existem evidências que sugiram que o H. erectus se misturou com denisovanos ou qualquer outro hominídeo, mas agora permanece uma possibilidade tentadora – porém difícil de provar.

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Imagens vazadas mostram como será o novo aparelho dobrável da Samsung

Posted: 20 Dec 2019 04:19 AM PST

Tecnicamente, a Samsung ainda não deu um nome oficial a ele, então as pessoas estão chamando de Galaxy Fold 2. E agora, graças a um usuário do Weibo, podemos ver as melhores imagens do próximo telefone dobrável da Samsung.

No início desta quinta-feira (19) no Weibo, o usuário Wang Ben Hong publicou uma série de fotos relativamente detalhadas mostrando o Galaxy Fold 2 de quase todos os ângulos. Comparado ao Razr da Motorola, parece que a Samsung está buscando algo um pouco mais minimalista. Em vez de um grande queixo na parte inferior do telefone, o Galaxy Fold 2 ostenta o que parece ser um corpo um pouco mais grosso e arredondado, além de uma moldura fina ao redor de sua tela flexível e uma câmera de selfie no topo.

No exterior da metade superior do telefone, há também duas câmeras viradas para fora e uma pequena segunda tela para verificar rapidamente a hora e possivelmente ver notificações, mas é só isso.

Estranhamente, esse visual simplificado pode acabar sendo um dos maiores problemas do Fold 2. Comparado ao Razr novo, com a sua tela com notch e parte inferior volumosa, o Fold 2 carece de um pouco de personalidade. O design mais equilibrado do Galaxy Fold 2 será quase certamente melhor para usar o telefone no modo paisagem do que o nostálgico Razr, mas não gera nenhuma lembrança ou sentimento de saudosismo em relação a telefones do passado.

Dito isso, com relatos afirmando que o Galaxy Fold 2 começará em menos de US$ 1.000 – US$ 500 a menos que o novo Moto Razr – o estilo menos emocionante do Fold 2 pode não ter importância. Para muitas pessoas, a simples capacidade de dobrar o telefone ao meio e ajustá-lo confortavelmente nos bolsos da calça (especialmente as mulheres cujas roupas frequentemente têm bolsos pequenos demais para serem úteis) é o necessário para escolherem algo como o Fold 2, em vez de um aparelho mais tradicional que parece um sanduíche de vidro.

Quanto ao vinco do Galaxy Fold original, as imagens não mostram detalhes suficientes para dizer se isso será um problema ou não. No entanto, como o novo Moto não possui um, eu ficaria surpreso ao ver isso no telefone dobrável de segunda geração da Samsung.

E enquanto o Galaxy Fold 2 parece um pouco mais grosso que o próximo Moto Razr, isso pode lhe dar outras duas pequenas vantagens sobre o Razr: abertura mais fácil com uma mão e um espaço extra para bateria – o que tem sido uma preocupação para alguns, depois que a Motorola revelou que o novo Razr contará com uma bateria relativamente pequena de 2510 mAh.

Ainda assim, é um pouco cedo para fazer julgamentos reais, mas, digamos que os dois telefones acabem custando um valor semelhante, qual você escolheria?

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Site do governo dos EUA listava Wakanda como parceiro comercial

Posted: 20 Dec 2019 03:25 AM PST

Cena do filme Pantera Negra, da Marvel

Se você assistiu ao filme Pantera Negra da Marvel, sabe que o país ficcional de Wakanda está recheado de tecnologias incríveis. Mas você sabia que Wakanda é um parceiro comercial dos Estados Unidos? Pelo menos era o que está listado num site oficial do governo americano, até ser retirado recentemente.

O Departamento da Agricultura dos EUA listou Wakanda como um parceiro comercial em seu Rastreador de Tarifas Agrícolas, que permite que pessoas procurem por diversos impostos que vão do leito à comida do cachorro. O menu do site permitia escolher entre países como Guatemala, Peru e Colômbia. E, surpreendentemente, Wakanda também estava na lista.

A lista foi percebida pela primeira vez nesta semana, por Francis Tseng, que publicou no Twitter. Ele brincou que talvez os EUA começassem uma guerra comercial com o país da Marvel.

Tradução: Wakanda está listada como uma parceira de livre comércio no site do Departamento da Agricultura dos EUA?

No final das contas, tratava-se apenas de um erro que foi deixado para trás após testes no site, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.

“O pessoal do Serviço Agrícola Estrangeiro que mantém o Rastreador de Tarifas tem usado arquivos de teste para garantir que o sistema esteja funcionando corretamente. As informações de Wakanda deveriam ter sido removidas após o teste e agora foram retiradas”, disse Mike Illenberg, porta-voz do departamento, ao Gizmodo.

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